domingo, 11 de setembro de 2022

Formula 1 2022 - Ronda 16, Monza (Corrida)


O circuito de Monza é uma das catedrais do automobilismo. E ainda por cima, este é o ano do seu centenário, ou seja, já viu imensos campeonatos, decisões de título e também tragédias, essencialmente, grande parta da história do automobilismo. Os italianos sempre fixaram deste circuito no seu calendário, e houve poucas exceções, apenas por razões externas, como por exemplo, no final da II Guerra Mundial, ou em 1980, quando a prova foi para Imola porque a pista estava em remodelação profunda.  

E num fim de semana especial, conseguiram fazer um belo espetáculo, especialmente os Freccere Tricolore, a esquadrilha de acrobacia da Força Aérea Italiana. Até o presidente da República, Sergio Matarella, esteve por lá a ver as máquinas no seu habitar natural. 

Com a quantidade de penalizações que já vinham de trás, tudo indicava que isto poderia ser um passeio para Charles Leclerc e a sua Ferrari. E provavelmente, das poucas chances para quebrar o domínio de Max Verstappen e a sua Red Bull. Mas ele era "apenas" sétimo, e num circuito rápido como este, se calhar nem demoraria muito tempo para chegar ao segundo posto e assediá-lo ao longo da corrida.

O dia está ameno e as nuvens afastadas do lugar. Um típico tempo de Setembro. O autódromo cheio de "tiffosis" com uma só ideia: ver um dos seus carros no lugar mais alto do pódio e ouvir no final o "Inno di Mammeli", o hino nacional de Itália.


A partida foi calma, com Leclerc a disparar, seguido por Russell, que na primeira chicane, chegaram lado a lado. O piloto da Mercedes saiu da pista, mas sem danos. Atrás, Max conseguiu pular para o quarto posto no final da primeira volta, em cima. E bem no fundo, Lewis Hamilton tentava recuperar do lugar de onde partia, tentando chegar aos pontos o mais depressa possível. Em três voltas, o piloto da Red Bull já era terceiro, e cada segundo mais próximo de George Russell, e duas voltas depois, já o tinha passado e perseguia Leclerc, na liderança. 

Na oitava volta, Sérgio Pérez ia para as boxes para trocar para duros, e foi o primeiro a fazê-lo. Duas voltas depois, a primeira desistência, quando Sebastian Vettel encostava o seu Aston Martin de forma definitiva, fazendo uma despedida melancólica do lugar onde alcançou a sua primeira vitória na Formula 1.

Pela metade da corrida, as boxes estavam agitadas, alguns colocando pneus médios, outros duros, mas são os que colocaram os compósitos de cor amarela que estavam na frente, pelo menos no curto prazo. Na frente, Max Verstappen controlava as coisas, mas Charles aproximava-se, porque tinha compostos mais novos. Sainz Jr já era terceiro e Hamilton sexto.

Por alturas da volta 34, Fernando Alonso encostava às boxes e parava definitivamente. Era a segunda desistência da corrida. Ao mesmo tempo, Leclerc parava uma segunda ocasião nas boxes para arriscar a tentar apanhar o neerlandês da Red Bull com moles. No regresso, começou a fazer a sua parte, mas muitos tinham ceticismo nesta parte porque o ritmo de corrida do monegasco não era superior ao do neerlandês. Nem em Monza, nem noutros lados. Atrás, Hamilton conseguiu passar Norris e Gasly na primeira chicane... numa ultrapassagem dupla!

A 10 voltas do fim, mais um piloto parava para colocar moles e ganhar ritmo. Era o Red Bull de Sérgio Pérez. Caía para sétimo e regressou à pista para tentar recuperar ritmo e lugares. 

A parte final foi mais agitada. A seis voltas do fim, Daniel Ricciardo desiste e estaciona o carro num lugar perigoso, entre as Lesmos. Suficiente para um Safety Car, onde todos se agruparam. Mas... o carro da McLaren está numa posição perigosa e não haveria tempo para o tirar com os carros a circular. E claro, o público não gostou. Afinal de contas, querem emoção. 


Max viu a bandeira de xadrez atrás do único Aston Martin em pista - o do Safety Car. Sim, foi anti-climático, mas de uma certa maneira, os regulamentos foram desenhados desta forma. Como alguns costumam dizer: não culpem os jogadores, culpem as regras. E com mais esta vitória - ainda por cima, em casa do seu oponente principal - tudo indica que ele já anda a ver o título no seu horizonte. Não creio que ganhe em Singapura, porque teria de acontecer uma catástrofe, mas no Japão será o lugar mais provável.

E quem também chegou aos pontos foi Nyck de Vries, que logo na sua primeira entrada na Formula 1, conseguia um digno nono posto com o seu Williams, bem melhor que Nicholas Latifi. Com a invasão da pista por parte dos tiffosi - que assobiaram Max - de uma certa forma, foi uma tarde normal numa das catedrais do automobilismo.

Agora, duas semanas de descanso e arrumar as malas, porque agora, a Formula 1 só regressa à Europa na primavera.  

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