Segundo conta o site da UVE - https://www.uve.pt/ - em setembro alcançou-se um novo recorde de venda deste tipo de veículos. A isso não é alheio as preocupações ambientais, aliadas ao preço da gasolina e do gasóleo nas bombas de combustível - que esta semana sofreram um novo aumento, 11 cêntimos só na gasolina - que faz com que se acelere a transição energética, pelo menos no campo dos automóveis.
"A três meses do final do ano, o país prepara-se para assinalar mais um recorde anual nas vendas, uma vez que – mantendo este ritmo –, seguramente será ultrapassada a fasquia dos 30.000 mil VE vendidos (relembrando que o mercado dos veículos elétricos usados importados também regista grandes valores de vendas).", lê-se no artigo.
Claro, se formos a ver o parque automóvel português, a quota continua a ser pequena: 10,7 por cento de carros a circular. Mas quero afirmar que a média de vida destes carros é superior a 15 anos, ou seja, há muitos carros que poluem imenso, são pouco eficientes e não há a capacidade dessas pessoas de trocarem por alterativas mais limpas e mais baratas na carteira. Quem tem um automóvel com mais de 20 anos, por exemplo, é pobre e não tem capacidade de aquisição. Estão numa armadilha do qual é de saída muito difícil. E os incentivos para o abate desses carros poluentes e a troca por alternativas elétricas não existem.
Quer queiram, quer não, estão aqui para ficar. E claro, há metas: em 2035, todos os carros novos na União Europeia terão de ser elétricos. Aos relutantes, tem duas opções, ou adaptam-se, ou morrem.
Como no videocast que coloquei ontem por estas bandas, nem sequer há alternativas no campo do hidrogénio, porque para além de ser caro de produzir esse "hidrogénio verde", há o risco de ser ainda mais poluidor que a energia fóssil, especialmente na parte do metano, que é bem mais perigoso do que se julga. Ou seja, "mais do que trocar seis por meia dúzia", o perigo poderá ser maior. Neste campo, o que acho mais promissor é a capacidade de os carros produzirem a sua própria energia, ou seja, deixá-lo ao sol e carregar as baterias por ele próprio. Uma "nanonização" dos painéis solares, no sentido de captar o máximo possível, armazenar nas baterias, evitando assim gastar dinheiro nos carregamentos nos postos que estão a aparecer cada vez mais nas nossas cidades, das diversas marcas.
Atenção: o facto que não ser fã do hidrogénio é apenas nos automóveis. Noutros meios de transporte, como barcos, comboios ou autocarros, creio que é uma tecnologia que deve ser experimentada e incentivada na transição energética. Um navio de cruzeiro polui muito mais que alguns milhares de automóveis, e se a União Europeia afirma que há uma redução da poluição nas nossas estradas em cerca de 15 por cento - sinal de que isto resulta - colocar versões não poluentes ajudaria imenso na redução da poluição atmosférica e poderíamos combater melhor as alterações climáticas, e claro, deixaríamos de, definitivamente, estar dependentes de petromonarquias do Golfo Pérsico e autocracias que nos ameaçam deixar-nos tremer de frio no inverno se interferirmos nos seus planos expansionistas.
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