Foi aqui que Tambay conseguiu o seu penúltimo pódio da sua carreira, ao serviço da Renault. Com o seu RE60, desenhado por Jean-Claude Migeot e Bernard Dudot, a sua condução merece ser louvada porque o chassis era um verdadeiro desastre. Era bem mais lento que o chassis anterior e o seu companheiro de equipa, Derek Warwick, disse que o bólido era "inguiável". E logo desde os testes de pré-temporada, no Rio de Janeiro.
Com um 12º posto na grelha no final das suas sessões de qualificação, um lugar adequado para o bólido que tinha entre mãos - Warwick esforçou-se e conseguiu o sexto posto - o francês aproveitou bem as condições do tempo para subir posições na corrida e evitar as armadilhas de uma pista que tinha crescentes dificuldades em escoar a água. E os despistes de gente como Alain Prost ou Keke Rosberg demonstravam que nem mesmo os mais consagrados escapavam.
Ayrton Senna, o líder, sabia que guiar ali era um inferno e pedia sempre aos comissários para acabar a corrida, por não haver condições. No final, a prova acabou na volta 67, apenas porque tinham chegado ao limite das duas horas. Tinha dado uma volta a todos os pilotos, excepto o Ferrari de Michele Alboreto. Tambay terminava na terceira posição, a uma volta do brasileiro, mas tinha conseguido algo incrível, que foi aquele pódio, numa corrida sem erros. E também porque sabia que com aquele carro, não iria muito longe.
Tecnicamente, aquela foi a última vez que Tambay subiu a um pódio, e a última da Renault na sua primeira passagem pela categoria máxima do automobilismo. E digo isto porque em San Marino, o pódio dele veio em consequência da desclassificação de Alain Prost, que tinha o seu carro dois quilos mais leve que o autorizado. Na altura, tinha 10 pontos e era terceiro classificado na geral, mas até ao final da temporada, e mesmo com uma versão B, ele só conseguiria mais um ponto e acabaria o campeonato na 12ª posição, e em termos de Construtores, a Renault, com os seus 16 pontos, ficou bem pior que Lotus (71 pontos) e Ligier (23).
Foi a gota de água que fez retirar os carros do losango da pista, apenas regressando em 2001. Mas naquela tarde onde Senna deu a sua serenata à chuva, foi também o último "hurrah" da equipa francesa.
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