quinta-feira, 12 de janeiro de 2023

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No fim de semana, a Formula E regressa à atividade, com os carros da nova geração, a Gen3. A competição assiste a entrada de dois nomes míticos, a McLaren e a Maserati, ambos se aventurando na competição elétrica. A marca de Woking fica com a Mercedes, enquanto a italiana, que tem um tridente como símbolo, fica no lugar da monegasca Venturi. 

Hoje, falo da Maserati, que depois de mais de uma década de ausência, com o projeto MC12, regressa ao automobilismo, sendo o ponta de lança do grupo Stellantis, lançando modelos eletricos. Mas quem conhece a história, sabe que no final de novembro, falei do GP da Venezuela de 1957, corrida onde os carros do tridente destruíram-se a tal ponto que a equipa teve que declarar falência, não mais correndo na Formula 1, por exemplo. Contudo, nesta ocasião, falo de um capítulo pouco conhecido: quando, em meados dos anos 60, forneceu motores V12 de 3 litros.

E tinha como base os mesmos motores que eram usados nos modelos 250F.

Em 1966, os regulamentos da Formula 1 mudaram para incluir os motores de 3 litros, o dobro dos existentes. Ao mesmo tempo, a Coventry-Climax decidiu que não iria fabricar motores para a nova regulamentação, deixando aflitas muitas equipas privadas. Uma delas, a Cooper. 

A Cooper desse ano não era a dominadora de 1959 e 1960, com John Cooper ao leme. Este tinha vendido a equipa em 1964 para o Chipstead Group. Eles eram os importadores da Maserati para o Reino Unido, e o motor era baseado no de 2.5 litros que tinha sido feito para os 250F, em 1956. Contudo, esse era um de dois motores que a marca tinha feito para a Formula 1, mas a maior parte dos carros usava o seis em linha, bem mais eficaz.

Com o deslocamento aumentado para os 3 litros, o motor fazia uma potência declarada de 325 cavalos, um pouco superior ao Repco V8 que equipava os Brabham - que fazia 310 cavalos - e estreou-se no GP do Mónaco de 1966, nos carros do austríaco Jochen Rindt, do americano Richie Ginther, do sueco Jo Bonnier e do francês Guy Ligier. Nenhum deles ficou classificado, e os primeiros resultados de relevo aconteceram na corrida seguinte, na Bélgica, quando Rindt conseguiu um segundo lugar. 

Mas foi a chegada de John Surtees, vindo da Ferrari, é que deu um grande impulso. Três pódios e a vitória no GP do México, a última corrida do ano, deram à Cooper o terceiro lugar no campeonato de Construtores, acompanhados pelos pódios de Rindt na Alemanha - terceiro - e nos Estados Unidos, onde foi segundo, na frente de Surtees.

Em 1967, Surtees foi para a Honda e no seu lugar veio o mexicano Pedro Rodriguez, que logo na corrida inicial do campeonato, na África do Sul, conseguiu uma vitória inesperada, a segunda seguida da Cooper na Formula 1, algo que não alcançavam desde os tempos de Jack Brabham, no inicio da década. Contudo, ao longo da temporada de 1967, mesmo com o novo chassis, o T86, todos no pelotão sofreram com a chegada do motor Cosworth V8, financiado pela Ford e usado pela Lotus, bem mais potente - cerca de 400 cavalos - e bem mais eficaz, com menos dois cilindros. Sem conseguir mais resultados de relevo depois da temporada de 1967, a Cooper trocou por um motor BRM V12 em 1968, naquela que viria a ser a sua última temporada na categoria máxima do automobilismo. 

A última ocasião onde um Maserati V12 foi inscrito para uma corrida de Formula 1 aconteceu no GP do Mónaco de 1969, com um Cooper T86 guiado por Vic Elford. Acabou no sétimo lugar à beira dos pontos, mas a seis voltas do Lotus de Graham Hill, o triunfador. 

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