No meio do calor senegalesco do verão carioca, Emerson Fittipaldi largou de sétimo da grelha - e com o carro de reserva - para acabar na segunda posição, dando à equipa o seu primeiro pódio e o melhor resultado de sempre do F5A, apenas tinha sido batido por um imbatível Carlos Reutemann, que liderou de fio a pavio esse GP do Brasil, num dos fins de semana onde a ele, tudo corria bem.
Apesar de todo um público que puxava para que ele não chegasse ao fim... nas tribunas, sempre que passava o Ferrari, eles gritavam "quebra, quebra, quebra!". Contudo, o argentino teve uma corrida irrepreensível, e como tinha triunfado no ano anterior, em Interlagos, pode-se dizer que foi uma revalidação.
De uma certa forma, este não foi um fim de semana invulgar. Não existiu luta pela liderança, apenas se assistiu a uma corrida de resistência entre os que estavam atrás dele. Os Lotus tiveram problemas - Peterson bateu em Gilles, Andretti atrasou-se - e Emerson, que teve de usar o chassis de reserva na manhã da corrida, a ele tudo correu bem, ficando na frente de, por exemplo, Niki Lauda.
E claro, para uma equipa que tinha começado três anos antes, com o objetivo de ser tão boa como a Lotus, McLaren ou Tyrrell, mas com material todo feito no Brasil, todas as auguras, os lugares no fundo da grelha, as desconfianças, ceticismos e gozações foram trocadas pelo aplauso e admiração.
Agora imaginem aquela multidão que invadiu a pista por ele depois da bandeira de xadrez. E se o Emerson tivesse cruzado a meta em primeiro?
Bela lembrança,
ResponderEliminarEu era comissário de pista (vulgo bandeirinha) pela Federação Paulista nessa época.
Fomos chamados a trabalhar no GP Brasil de 1978 pois o Rio de Janeiro ainda não tinha pessoal experiente para essa tarefa.
Fui indicado para chefiar o posto de sinalização da saída da Curva Sul, que ficava no final da grande reta.
Às minhas costas, a Curva da Vitória.
Foi um dia de muitos festejos.
Forte abraço,
Ricardo Talarico
São Paulo, Brasil