Como é sabido, o ACO está desde 2017 envolvido num projeto de um chassis uma classe de zero emissões nas 24 Horas de Le Mans, com o objetivo de mostrar ao mundo na edição de 2024, e através de uma parceria com a GreenGT. Desde então, tem aparecido protótipos que fizeram demonstrações em La Sarthe, e em testes, conseguiram tempos comparáveis aos GT3. Contudo, atrasos causados pelo CoVid-19, em 2020 e 2021, e o desejo de assegurar que os carros a hidrogénio fossem verdadeiramente competitivos antes de serem introduzidos em Le Mans, causaram atrasos significativos. Agora, de 2024, é provável que possam ser estreados em 2026.
Para piorar as coisas, havia uma marca verdadeiramente interessada nessa classe: a Hyundai. Contudo, com estes atrasos e com as mudanças na direção da fonte de energia, a marca coreana afastou-se da ideia. Em contraste, a Toyota demonstrou um grande interesse no hidrogénio, já que faz parte da politica para construir e vender carros de estrada com essa tecnologia.
Resta saber como é que as coisas ficarão, apesar destes obstáculos. O projeto, esse, continua, e esperam ter pelo menos mais um carro na tal classe H2, dentro de três anos, na famosa Garagem 56, e que seja o futuro sem emissões que a ACO tanto procura.
Contudo, quem conhece esta área, pelo menos em termos de carros de estrada, sabe que o hidrogénio perdeu pelo menos 20 anos a favor dos elétricos com baterias de lítio, devido à enorme dificuldade de conseguir através da electrólise, e de ter de construir do zero uma rede de postos de abastecimento - escassos na Europa e nos Estados Unidos, em contraste com as dezenas de milhares de recarregadores na Europa, Ásia, América do Norte e Austrália - e ainda por cima, neste momento, mais de 25 por cento de vendas em termos de novos carros são elétricos, contra menos de 0,01 por cento de carros novos a hidrogénio.
Em suma, o projeto é interessante, mas pelas dificuldades mostradas, é uma enorme montanha para escalar.
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