E claro, muitos também se lembrarão que ele foi um dos salvadores de Niki Lauda no GP da Alemanha de 1976, conseguindo retirar do seu Ferrari em chamas, ajudado por Brett Lunger, Harald Ertl e Guy Edwards. Aliás, o próprio Lauda reconheceu até morrer que Merzario salvou-lhe a sua vida naquele 1º de agosto, no Nurburgring Nordschleife.
Contudo, no episódio de hoje, falo de um capitulo muito pouco conhecido (ou não não falado): quando ele foi piloto da Copersucar... por uma corrida, em 1975.
Aquele foi um ano complicado para Merzario. Depois de dois anos na Ferrari, em 1972-73, saiu para ir correr na Iso-Marlboro, a junção da Iso-Ribolta, um construtor italiano, com o patrocínio da Marlboro, obra de Frank Williams, onde construiu o seu primeiro chassis próprio, o FW03. Contudo, a meio de 1975, após o GP da Bélgica, a meio da temporada, Williams decidiu dispensar o seus serviços, a favor de um enorme contingente de pilotos pagantes. Foram... sete, quando no inicio da temporada, tinham começado com ele e com o francês Jacques Laffite.
Sem lugar depois de correr em Zolder, decidiu concentrar-se na Endurance, onde era piloto oficial da Alfa Romeo, correndo nos T33 que já existiam desde 1967, nas suas diferentes versões. Contudo, no final do verão, viu-se inesperadamente ao volante de um Formula 1.
Tudo começou na corrida anterior, na Áustria. Nos treinos de sexta-feira, Wilson Fittipaldi perdeu o controlo do seu Copersucar e bateu nas barreiras, fraturando dois ossos na sua mão direita. Sem condições para competir, ficou de fora do GP austríaco, e ainda iria demorar até ficar bom, ou seja, não iria competir em Monza. Contactado Merzario, este aceitou correr no FD03, e teve de se adaptar.
Não foi fácil. A adaptação teve de ser rápida, e não conseguiu melhor que a 26ª e última posição, cinco segundos mais lento que Niki Lauda. Contudo, o seu conhecimento da pista "caseira" foi o suficiente para subir na hierarquia do Grande Prémio, terminando a prova na 11ª posição, com quatro voltas de atraso sobre o vencedor, o Ferrari de Clay Regazzoni, na corrida que consagrava os Ferrari como vencedores, onze anos depois da última vez. Essa posição igualava a melhor da equipa até então, superado pelo décimo lugar de Wilsinho na corrida seguinte, em Watkins Glen.
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