segunda-feira, 5 de junho de 2023

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Ontem, por acaso, a IndyCar correu na baixa de Detroit, lugar onde, 40 anos antes, era a Formula 1 que andava por ali. E precisamente há 40 anos, fazia-se história. Dezasseis anos depois do primeiro triunfo, com Jim Clark, no seu Lotus 49, Michele Alboreto dava à Cosworth a sua 155ª e última vitória do seu motor de 3 litros. E também seria a última de um motor atmosférico num Grande Prémio de Formula 1 até 1989, quando Nigel Mansell ganhou o GP do Brasil, com o seu Ferrari de 12 cilindros. 

E o mais interessante é que também foi a última vitória da Tyrrell, que uma década antes, ganhava corridas e campeonatos, com Jackie Stewart como piloto.  

Quando em 1983, os Turbo dominavam, existiam ainda lugares onde a potência não contava muito, e os circuitos citadinos eram uma espécie de "ultimo reduto". Os McLaren tinham ganho em Long Beach, com os Cosworth e a mesma coisa tinha acontecido com Keke Rosberg, no Mónaco. E em Detroit, paco do GP americano, mesmo que os quatro melhores tenham sido Turbos, Alboreto conseguiu ser sexto, o segundo melhor dos não-Turbo, depois do Arrows de Marc Surer.

Alboreto, que estava na sua segunda temporada completa, tinha ganho alguns meses antes, noutro circuito americano, e era visto como uma das maiores esperanças italianas no automobilismo. Nascido 26 anos antes, a 23 de dezembro de 1956, em Milão, tinha começado a correr em monolugares em 1976, ganhando o Europeu de Formula 3 em 1980 e andado na Endurance, sendo piloto oficial com a Lancia nas 24 Horas de Le Mans. A sua estreia na Formula 1 foi em Imola, quando a Tyrrell lhe deu a chance, no lugar de Ricardo Zunino, que ficara sem dinheiro.

O ano de 1982 foi o de consolidação. Os seus primeiros pontos foram em Jacarépagua, com um quarto posto, e duas corridas depois, o seu primeiro pódio, com um terceiro lugar, atrás dos Ferrari de Didier Pironi e Gilles Villeneuve. Na última corrida do ano, em Las Vegas, ele conseguiu lebar o carro até ao lugar mais alto do pódio, e foi um dos... 11(!) pilotos que trinfaram nessa temporada. 

Em 1983, a equipa só tinha conseguido dois pontos com Danny Sullivan no Mónaco, e o sexto tempo em Detroit era um boa noticia para toda a gente. Na partida, ganhara um lugar com o Ferrari de Tambay parado na grelha, e nas voltas seguintes, os problemas com os carros Turbo fez com que a meio da corrida, especialmente com os problemas com o Ferrari de René Arnoux e o Brabham de Nelson Piquet, ele era segundo. E na volta 50, já comandava a corrida.

No final, ele acabou a conseguir a sua segunda vitória na Formula 1, tornando-se no terceiro piloto mais vencedor da equipa, sendo apenas superado por Jackie Stewart e Jody Scheckter. Rosberg e John Watson, no seu McLaren, que tinha vindo da 21ª posição da grelha (!) compunham o pódio. Todos sem terem motores Turbo, porque eram mais resistentes. Quanto ao italiano, iria ter a sua recompensa: em 1984, seria o primeiro piloto italiano na Ferrari depois de Arturo Merzário, uma década antes.  

1 comentário:

  1. Nelson Piquet (Brabham) tinha tudo para vencer em Detroit, mas um furo no pneu traseiro esquerdo faltando 10 voltas para o final da prova impediu que ele reassumisse a liderança do campeonato de Fórmula 1 de 1983. Terminou-a em 4º (3 pontos) marcando 27 pontos e encostou em Alain Prost (Renault), que terminou-a em 8º lugar (não pontuou) e manteve a liderança com 28 pontos.

    Essa prova foi o último "Reinado dos Motores Aspirados", porque do 1º ao 6º lugar (só os que pontuaram), cinco pilotos utilizava motor Ford Cosworth aspirado: vencedor Michele Alboreto (Tyrell), 2º Keke Rosberg (Williams), 3º John Watson (McLaren), 5º Jacques Laffite (Williams) e 6º Nigel Mansell (Lotus); apenas 4º Nelson Piquet (Brabham-BMW) era motor turbo.

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