E o mais interessante é que também foi a última vitória da Tyrrell, que uma década antes, ganhava corridas e campeonatos, com Jackie Stewart como piloto.
Quando em 1983, os Turbo dominavam, existiam ainda lugares onde a potência não contava muito, e os circuitos citadinos eram uma espécie de "ultimo reduto". Os McLaren tinham ganho em Long Beach, com os Cosworth e a mesma coisa tinha acontecido com Keke Rosberg, no Mónaco. E em Detroit, paco do GP americano, mesmo que os quatro melhores tenham sido Turbos, Alboreto conseguiu ser sexto, o segundo melhor dos não-Turbo, depois do Arrows de Marc Surer.
Alboreto, que estava na sua segunda temporada completa, tinha ganho alguns meses antes, noutro circuito americano, e era visto como uma das maiores esperanças italianas no automobilismo. Nascido 26 anos antes, a 23 de dezembro de 1956, em Milão, tinha começado a correr em monolugares em 1976, ganhando o Europeu de Formula 3 em 1980 e andado na Endurance, sendo piloto oficial com a Lancia nas 24 Horas de Le Mans. A sua estreia na Formula 1 foi em Imola, quando a Tyrrell lhe deu a chance, no lugar de Ricardo Zunino, que ficara sem dinheiro.
O ano de 1982 foi o de consolidação. Os seus primeiros pontos foram em Jacarépagua, com um quarto posto, e duas corridas depois, o seu primeiro pódio, com um terceiro lugar, atrás dos Ferrari de Didier Pironi e Gilles Villeneuve. Na última corrida do ano, em Las Vegas, ele conseguiu lebar o carro até ao lugar mais alto do pódio, e foi um dos... 11(!) pilotos que trinfaram nessa temporada.
Em 1983, a equipa só tinha conseguido dois pontos com Danny Sullivan no Mónaco, e o sexto tempo em Detroit era um boa noticia para toda a gente. Na partida, ganhara um lugar com o Ferrari de Tambay parado na grelha, e nas voltas seguintes, os problemas com os carros Turbo fez com que a meio da corrida, especialmente com os problemas com o Ferrari de René Arnoux e o Brabham de Nelson Piquet, ele era segundo. E na volta 50, já comandava a corrida.
No final, ele acabou a conseguir a sua segunda vitória na Formula 1, tornando-se no terceiro piloto mais vencedor da equipa, sendo apenas superado por Jackie Stewart e Jody Scheckter. Rosberg e John Watson, no seu McLaren, que tinha vindo da 21ª posição da grelha (!) compunham o pódio. Todos sem terem motores Turbo, porque eram mais resistentes. Quanto ao italiano, iria ter a sua recompensa: em 1984, seria o primeiro piloto italiano na Ferrari depois de Arturo Merzário, uma década antes.
Nelson Piquet (Brabham) tinha tudo para vencer em Detroit, mas um furo no pneu traseiro esquerdo faltando 10 voltas para o final da prova impediu que ele reassumisse a liderança do campeonato de Fórmula 1 de 1983. Terminou-a em 4º (3 pontos) marcando 27 pontos e encostou em Alain Prost (Renault), que terminou-a em 8º lugar (não pontuou) e manteve a liderança com 28 pontos.
ResponderEliminarEssa prova foi o último "Reinado dos Motores Aspirados", porque do 1º ao 6º lugar (só os que pontuaram), cinco pilotos utilizava motor Ford Cosworth aspirado: vencedor Michele Alboreto (Tyrell), 2º Keke Rosberg (Williams), 3º John Watson (McLaren), 5º Jacques Laffite (Williams) e 6º Nigel Mansell (Lotus); apenas 4º Nelson Piquet (Brabham-BMW) era motor turbo.