segunda-feira, 28 de agosto de 2023

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Poder-se-ia falar neste dia da colisão entre Nelson Piquet e Alain Prost, e da vitória de René Arnoux, aproveitando as asneiras dos seus concorrentes. Também se poderia aproveitar para falar da primeira ocasião onde a McLaren colocou o motor TAG-Porsche no carro de Niki Lauda e a partir dali, as coisas não seriam mais as mesmas na equipa de Woking. Ou que o seu companheiro de equipa, John Watson, conseguia ali o seu último pódio da sua carreira. 

Mas a história que conto aqui fala de um grande feito de uma pequena equipa, que existe até hoje, depois de ser rebatizado algumas vezes. De como dois irmãos, cuja reputação começou a construir chassis para a Ford, passou para o automobilismo, e acabou a ganhar a Formula 2, antes de passar para a Formula 1 e fazer o caminho das pedras até chegar aos primeiros resultados. 

A Toleman começa a construir carros em 1926 para a Ford, no Reino Unido. Meio século mais tarde, Ted Toleman, neto do fundador, junta forças com Alex Hawkridge, e começa a correr na Formula Ford 2000, com chassis March. Dois anos depois, quando estava na Formula 3, eles contratam um jovem sul-africano de 33 anos, de seu nome Rory Bryne, que construiu os seus chassis de Formula 3 e da Formula 2, pois eram ambiciosos. O seu objetivo era claro: Formula 1. 

Foi nessa altura que também surgiu outra peça do puzzle. Brian Hart era um preparador com experiencia de piloto - chegou a correr num GP, em 1968 - e no final de década de 70, construía motores na Formula 2 com tal potência e eficiência que acabou a ganhar o campeonato de 1980 com uma dupla de pilotos britânica, constituída por Derek Warwick e Brian Henton.

Todos foram juntos para a Formula 1, em 1981, e ali, eles tomaram uma decisão: depois de falarem com a Lancia, decidiu-se que a Hart iria pegar no seu motor e colocar um Turbo, sendo a terceira preparadora de motores a ter um turbocompressor, depois de Renault e Ferrari. Contudo, o chassis era pesado, o motor era quebradiço e pouco potente, e parecia que a Toleman não ia a lado algum, mesmo quando no GP da Grã-Bretanha de 1982, Derek Warwick deu nas vistas, ao ponto de ser segundo classificado a meio da corrida, antes do carro quebrar. 

Em 1983, eles tinham um chassis novo, o TG183, e pela primeira vez, usavam fibra de carbono. Warwick tinha um novo companheiro de equipa, o italiano Bruno Giacomelli, vindo da Alfa Romeo. O carro continuava a ser rápido, mas pouco fiável. Quase pontuou na Bélgica, mas quase na parte final do campeonato, aina não tinham pontuado. Esperavam que o carro fosse melhor, até alcançar o dia que tanto desejavam.

Em Zandvoort, Warwick conseguiu o sétimo posto na grelha, e à medida que a corrida acontecia e os seus adversários desistiam, com problemas de motor ou colisões, ele subia e chegava aos pontos, e no final das 72 voltas, quanto se mostrou a bandeira de xadrez, a sua equipa celebrava no muro das boxes como se eles tivessem ganho a corrida. Na realidade, nem foram ao pódio, mas o quarto lugar naquela corrida significava os três primeiros pontos da equipa tinham sido conquistados. 

Até ao final do ano, conseguiriam mais sete pontos no campeonato, acabando no nono lugar do campeonato de Construtores, mostrando que o seu potencial tinha sido concretizado. E ao seu piloto principal, Derek Warwick, iria ter a sua recompensa, quando foi contratado pela Renault em 1984. No seu lugar, apareceu o campeão britânico da Formula 3, um jovem brasileiro com potencial para ganhar corridas... e campeonatos.    

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