Sem Piquet, a Williams tinha de confiar em Mansell, mas a pole ficou nas mãos de Ayrton Senna, no seu Lotus-Honda. Contudo, o britânico conseguiu arrancar melhor, acabando a corrida na primeira posição, seguido por Senna e no lugar mais baixo do pódio, o Ferrari de Michele Alboreto.
Na grelha de partida, havia 27 carros, mas a meio do pelotão estavam os carros de Martin Brundle, na 16ª posição, e o de Christian Danner, na 19ª. Entre eles estão os Minardi-Motori Moderni (a firma de motores Turbo de Carlo Chiti) de Alessandro Nannini e do espanhol Adrian Campos. Nos primeiros metros, Brundle ficou parado na grelha, mas tinha companhia: Thierry Boutsen, no seu Benetton, e Eddie Cheever, no seu Arrows, também sofriam a mesma má sorte. Satoru Nakajima, no segundo Lotus-Honda, iria partir das boxes, enquanto René Arnoux, no seu Ligier, sequer partia por causa de uma quebra na suspensão.
Enquanto na frente, Mansell teve que batalhar com Senna, Alboreto, Prost... e o próprio carro, atrás, começara-se a fazer uma corrida de resistência, para saber quem chegaria ao fim, e quem ficaria nos pontos. Um dos que sentiu essa crueldade era Derek Warwick, que a cinco woltas do fim, ficou sem gasolina no seu Arrows.
E quem beneficiava disso eram dois pilotos: Martin Brundle e Satoru Nakajima. A má sorte do britânico faria história a estes dois pilotos. E a uma equipa. Se Brundle já tinha pontuado pela Tyrrell, ele agora estava na alemã Zakspeed, e o quinto lugar final daria os primeiros pontos da equipa alemã. E Nakajima, quando acabou em sexto, a duas voltas do vencedor, daria o primeiro ponto do Japão na Formula 1.
A Zakspeed na Formula 1 era o sonho de Erich Zakowski, um alemão nascido na Prússia Oriental que se mudou para o centro da Alemanha na adolescência, e em 1968, funda uma preparadora de motores. A sua paixão pelo automobilismo, especialmente pela Ford, fez crescer a sua preparadora no DRM alemão (antecessora do DTM), ganhando o campeonato em 1981 com Klaus Ludwig ao volante.
Com o tempo, decidem construir um motor Turbo, e entre a Endurance e o DRM, cresce a ambição da Formula 1. E Zakowski awança o projeto em 1984, com a construção de um chassis, com ideia de competir em 1985. E é tudo em casa... menos o piloto: será Jonathan Palmer o seu primeiro piloto. Nas duas últimas corridas do ano, apareceu Christian Danner a pilotá-lo.
Com a operação alargada para dois carros, a Palmer juntou-se o neerlandês Huub Rothengarter, e não conseguiram qualquer ponto, com um oitavo lugar para cada um dos pilotos. E em 1987, os dois pontos para Brundle em Imola, mas para Danner, também houve um bom resultado, com um sétimo lugar. O primeiro de... três sétimos lugares. Mas nesse ano, não contava para os pontos.
O que não sabiam era que seria o auge, a sua melhor temporada. A partir dali, foi a descer, primeiro, por causa da sua aposta nos seus próprios motores Turbo, e depois, quando em 1989, assinaram com a Yamaha, num motor pouco potente e numa grelha com 40 carros, só conseguiu duas qualificações. No final dessa temporada, as portas foram encerradas, e o regresso aos Turismos, especialmente o DTM, preparando Mercedes e Opels, especialmente o Calibra. O filho de Erich, Peter, que era piloto - quatro vezes vencedor das 24 Horas do Nurburgring - tomou conta da equipa, que o levou para outras competições como a Suprleague Formula e a CART.
Erich Zakowski, nascido a 25 de novembro de 1933 em Allenstein, na então Prússia Oriental, morreu a 1 de novembro em Balkhausen, aos 89 anos. O legado fica.
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