domingo, 26 de novembro de 2023

Formula 1 2023 - Ronda 23, Abu Dhabi (Corrida)


E pronto: está a acabar. Sentimos alivio porque tudo está a chegar ao fim? E se sim, é por ser uma temporada muito grande, com um vencedor conhecido há muito, há quase dois meses, numa era de domínio, onde em 22 corridas, 21 foram ganhas pela mesma equipa, equivalente a aquilo que a McLaen conseguiu em 1988 com o seu chassis MP4/4 e um duelo entre Ayrton Senna e Alain Prost

Abu Dhabi, apesar de ter sido renovada nos anos recentes, ainda não é uma pista que atraia os fãs. Todos sabem que é uma pista que está ali porque eles pagam aquilo que a Liberty Media e a FOM quer. Só que nem sempre os campeonatos são decididos naquele local. Especialmente desde 2021, não é?

Com Max como poleman, parece que ele era o favoritíssimo para o final da corrida. Se o carro não quebrasse, ele seria o vencedor. E pergunta-se: se já sabemos como irá acabar, qual será o nosso interesse na corrida?


E isso se viu na partida: Leclerc acelerou para tentar apanhar Max na curva, mas o neerlandês acelerou melhor e manteve o comando nos metros seguintes. O monegasco tentou de novo a meio da volta, mas ele resistiu melhor e continuou na primeira posição. Uma terceira tentativa foi elaborada depois, mas o piloto da Red Bull aguentou o comando. Andando todos com médios, Max tentava afastar-se de Leclerc, mas as coisas eram mais complicadas, e ainda por cima, eles iriam mais cedo para as boxes, dada a degradação precoce desses pneus no quente asfalto local. Atrás dos dois estavam os McLaren, que tinham atrás de si o carro de George Russell.

Aliás, foi entre Russell e Oscar Piastri que as atenções se viraram, dado que Max já tinha dois segundos de vantagem sobre Leclerc, sem chances de aproximação. O britânico da Mercedes atacava o australiano da McLaren, e conseguiu o que queria na 11ª volta. E melhor ainda quando na volta 15, aproveitou a lentidão da paragem de Norris para ficar com o terceiro lugar.

A partir aqui, a corrida, que não era grande coisa, coisa pior ficou. Apenas Sérgio Pérez, que queria recuperar o mais possível, passava carro atrás de carro para ser quinto no final da volta 28, a 30 do fim. Depois, só na volta 47 é que aconteceu ação, quando Checo Pérez apanhou e tentou passar Lando Norris para ser quarto. Mas a ultrapassagem deu em toque, com o britânico a fazer "corta-mato" para poder manter a posição. Os comissários acreditaram que o mexicano foi o causador da situação e o penalizaram em cinco segundos. Pérez passou-o, mas agora tinha de se distanciar cinco segundos para ser alguém, ou seja, efetivar a posição. 

Na volta 54, Checo apanhou Russell e era, na pista, o terceiro, mas parecia não ter tempo para se distanciar. Na frente, Max era rei e senhor, sempre com tudo controlado, porque já tinha 12 segundos sobre Leclerc. E foi assim até à meta, para mais uma vitória: a 19ª em 23, a 22ª da Red Bull em 23 possíveis.  


No final, é o espetáculo que assistimos, de uma temporada que algum dia, os livros de história alarão ter sido dominante, com um carro que será visto nos museus como símbolo de uma era, como muitos foram no passado. Pode não haver emoção, mas o futuro colocará esse chassis no palco dos míticos, ao lado de um Lotus 79 ou um McLaren MP4/4, porque a Formula 1 é feito de dominios. 

E agora, é esperar até março, porque 2024 será a temporada mais comprida de sempre: 24 corridas.       

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