sábado, 11 de novembro de 2023

No Nobres do Grid deste mês...


"Um MP4/1 estava pronto no final de outubro de 1983 para dar uma chance de teste não a um, mas a... três pilotos. Ayrton Senna fora convidado e aceitou, mas teria a companhia do seu rival, Martin Brundle, e de um alemão que correra na Formula 2 e parecia ter o mesmo “hype” que Senna, só que na Endurance: Stefan Bellof.

Então com 26 anos, Bellof estava ali como convidado da Porsche, que iria dar os seus motores Turbo à McLaren, e queria saber qual seria a sua capacidade e adaptabilidade a um carro dessa potência. Irónicamente, o MP4/1 tinha o motor Cosworth, ou seja, apesar do chassis ser de 1983, era menos potente que tinham agora, nas mãos de Niki Lauda e do seu novo recruta, o francês Alain Prost. Mas a McLaren estava atenta ao alemão, pensando num futuro onde poderia ser seu piloto, provavelmente para substituir Lauda. 

Os três tiraram a vez, com Senna a ficar com o carro pela manhã, seguido por Brundle, e Bellof ficaria com a parte final. O brasileiro iria fazer o melhor tempo, com 1.13,9, e apesar de se queixar de estar apertado no cockpit, sentiu-se bem em guiar o carro.

"O McLaren Ford é um carro fácil de dirigir. A velocidade em Silverstone é bastante alta, mas ainda tenho um bom pressentimento sobre este carro. Os resultados foram excelentes, muito melhores do que eu esperava.", começou por afirmar. 

“Agora vou perceber como você pode vencer uma corrida de Fórmula 1. Na Fórmula 1 você sempre depende do material que consegue, o piloto pode fazer parte disso. Estou muito satisfeito com este teste e foi muito bom fazê-lo."

Ron Dennis comentou sobre a performance do brasileiro: "Até agora tudo está correr bem. Ayrton está constantemente mais rápido com esses pneus do que fomos no passado. Espero que possamos deixá-lo rodar noutra sessão no final do dia. Talvez será ainda melhor então.”

Contudo, não iria ter essa chance. Quando foi a ocasião de Bellof dar umas voltas, estas acabaram em despiste e a oportunidade evaporou-se. Mas outros estavam atentos ao que Senna testava, e um deles era Bernie Ecclestone, que não perdeu a chance de o convidar para experimentar o carro campeão do mundo desse ano: o Brabham BT52. Ele iria fazer isso em Paul Ricard, no sul de França, mas ao contrário das outras vezes... as coisas não iriam correr bem. (...)


No final de 1983, todos queriam saber onde é que Ayrton Senna iria correr. Na Formula 1, todos sabiam, mas não se sabe em que equipa. Enquanto ganhava corrida atrás de corrida na Formula 3 britânica, equipas como Williams, e depois, McLaren, marcaram-lhe testes para saber da sua adaptabilidade e capacidade de guiar um carro mais potente, com motor Turbo. 

No final, depois de testes em quatro equipas, todas bem seguidas pela imprensa especializada, Senna acabou por ir parar à Toleman, que tinha motores Hart Turbo e tinha na temporada que acabara antes, conseguido os seus primeiros pontos. E a partir dali, o resto acabou por ser história. 

Sobre isso e muito mais, falo este mês no Nobres do Grid.    

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