E de súbito, a noticia. Bombástica. Já lá vão 15 anos.
Lembro bem desse dia. Creio até que foi de madrugada, porque estas coisas aconteciam no Japão, com oito horas de fuso horário. Mas independentemente da hora, claro, foi chocante. Acontecia uma grande crise económica, que tinha aparecido nesse ano, mas parecia que a Formula 1 estaria algo imunizada. Afinal... não.
Sabia-se que a Honda, nas suas últimas temporadas, estava a ter péssimas temporadas. Apesar da entrada de Ross Brawn, que tinha saído da Ferrari, a meio de 2008, haveria algumas esperanças, ao ponto de, no GP britânico, e debaixo de chuva, Rubens Barrrichello ter conseguido um inesperado pódio, mas apenas 14 pontos. Para ter um contraste, em 2006, conseguiram 86 pontos. Logo, a saída era uma inevitabilidade.
Mas a marca não deixou tudo ao abandono. Aliás, o anuncio deu origem a uma das histórias mais fantásticas da história do automobilismo. E tudo custou uma libra.
Contudo, no meio disto tudo, isto também ajudou na carreira de um piloto. Não Jenson Button, mas sim o próprio Barrichello. Falava-se nos bastidores que nas semanas antes do anuncio, o brasileiro tinha os dias contados na equipa, especialmente depois dos testes que outros pilotos andaram a fazer ali, em Barcelona, especialmente Bruno Senna. Falava-se que a Honda parecia ter ficado expectante com o sobrinho de Ayrton Senna, por causa da sua dedicação aos engenheiros no seu tempo da McLaren, e eles queriam saber até que ponto ele tinha ficado com alguma coisa do seu tio. O certo é que ficaram com boa impressão dele e poderiam usá-lo em 2009, para se estrear na Formula 1. Contudo, a decisão da Honda de abandonar, já com tudo planeado para essa temporada deixou todos surpresos, e levou às decisões de emergência que Ross Brawn acabou por tomar. E um deles foi o de manter os pilotos de 2008, em nome da experiência. E claro, aquilo era uma emergência.
Agora que sabemos como tudo aconteceu - graças ao excelente documentário que podem ver na Disney + , apresentado por Keanu Reeves - sabemos que houve alguns... corta-matos, dos quais a FIA, então liderada por Max Mosley, fechou os olhos para ajudar a Brawn, uma altura em que a Formula 1 estava em ebulição, com a FOTA, uma descendente da FOCA, e que estava a levar a competição para uma "racha" semelhante a de 1980-81.
Naquele dia, começava um pesadelo com final feliz. Mas foi muito mais que isso.
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