Contudo, neste fim de semana em Baku, na Gala dos Prémios da FIA, Carmelo Sanz de Barros, Presidente do Senado da FIA e responsável máximo do Real Automóvil Club de España (RACE), afirmou que a Federação Espanhola não recebeu qualquer proposta para analisar e fazer chegar à FIA.
“Como presidente da RACE, o que é que posso dizer? A última vez que Madrid teve Formula 1 foi em 1981. Ter a Fórmula 1 em Madrid é um desejo de muita gente, mas penso que, e esse é o risco destas coisas, há um processo claro para ter um Grande Prémio num lugar, e não acho que o processo esteja a ser seguido, nem que os passos do processo tenham sido dados, ao contrário do que se pode ler”, afirmou.
“Há um processo que temos de respeitar e há outras pessoas à espera. E, para além disso, temos a situação política espanhola com o governo, porque também tenho lido muito sobre Madrid estar a tentar roubar [a Formula 1] a Barcelona, a tentar matar Montmeló, ou coisas do género. Até agora, nada. E isso é outra coisa que temos de avaliar melhor. Espanha pode ter duas corridas no calendário? Sim, temos três nos Estados Unidos, temos duas em Itália. Porque não? Já as tivemos antes? Sim. É fácil? Não. É possível? É possível, mas até agora, com toda a procura [a Formula 1 tem], não me parece que vá ser fácil”, concluiu.
Manuel Aviñó, presidente da Federación Española de Automovilismo e vice-presidente da FIA na Europa, segue o mesmo diapasão de Sanz de Barros, afirmando que nada recebeu de concreto.
“Quando a federação espanhola considera que este projeto é válido e que está interessada, encaminha-o para a FIA. Porquê? Porque estamos a falar de qualquer circuito citadino e, em casos como este, a primeira coisa a fazer é homologar, certificar, coisas do género. Quem faz todo este processo? A FIA. A federação espanhola não recebeu nada, portanto não canalizou nada para a FIA, a FIA não recebeu nada. Ninguém, nenhum engenheiro, ninguém tem estado a trabalhar até agora neste projeto que tem sido noticiado na imprensa nos últimos dias”.
E ainda mais, o gesto de Lewis Hamilton de entregar o troféu de terceiro classificado a um fã na noite da Gala da FIA, mais do que um gesto de generosidade, poderá estar a ser interpretado como um gesto simbólico de desprezo por parte das equipas para a FIA.
Contudo, a Liberty Media pode olhar para o exemplo da IndyCar como o de uma organização de equipas que construiu uma competição de sucesso sem interferência de entidades superiores. Aliás, a IndyCar não precisa da FIA para sancionar o seu calendário, por exemplo. Aliás, foi o primeiro de três corridas polémicas, com boicotes - os outros dois foram o GP da África do Sul de 1981 e o GP de San Marino de 1982 - e a cisão foi evitada com o primeiro Acordo da Concórdia.
E a Liberty Media é americana, só para avisar...
Quanto a esta história de Madrid e das declarações dos responsáveis das federações, se calhar é uma maneira de afirmar que nestas coisas, a FIA ainda tem o seu poder. E não sabemos quem tem a faca e o queijo na mão em coisas como Super-Licenças, por exemplo...
Em suma, cenas dos próximos capítulos. E claro, que cabeças mais frias prevaleçam.
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