sexta-feira, 26 de janeiro de 2024

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A McLaren começara bem a temporada de 1974, com uma vitória, mas não tinha sido com a sua grande aquisição, o brasileiro Emerson Fittipaldi. Ao contrário, tinha sido o seu fiel companheiro, o neozelandês Dennis Hulme, o campeão de 1967, e basicamente a cola que manteve unida a equipa quando quase quatro anos antes, o seu fundador,. Bruce McLaren, sofreu um acidente fatal quanto testava em Goodwood um carro de Can-Am.

Quando a Formula 1 chegava a Interlagos, duas semanas depois de terem corrido em Buenos Aires, as expectativas eram altas: Emerson tinha ganho ali no ano anterior, com o Lotus, e esperavam que fizesse o mesmo, agora que o M23 começava a ser um carro mais fiável. E claro, aquela pista estava cheia de espectadores quando a 26 de janeiro, acontecia o GP do Brasil, segunda corrida do ano.

E estava calor. Muito calor. 

Para refrescar os ânimos, o corpo de Bombeiros mandava os seus carros para a reta da meta e refrescar os espectadores que estavam ali desde o inicio do dia, vendo se eles se acalmavam, evitando qualquer insolação pelo caminho. E claro, no meio disso tudo, viam os carros a serem preparados. Mas mesmo assim, com os bombeiros a espalhar água nas pessoas, os ânimos não se arrefeceram. Bem pelo contrário: as garrafas de cerveja vazias foram atiradas para o asfalto e os bombeiros tiveram de limpá-lo para evitar que esses cacos não furassem nenhum pneu.  

Emerson tivera problemas e atrasou-se em Buenos Aires, terminando fora dos pontos. Esperava que o seu carro estivesse melhor desta vez, e para mostrar ao que vinha, conseguiu a pole-position, batendo por pouco o argentino Carlos Reutemann e o Ferrari de um surpreendente Niki Lauda

O dia da corrida ainda tinha mais algumas confusões na manga. Primeiro, o motor do Iso-Marlboro de Arturo Merzário explodiu, tendo de correr com o carro de reserva, e quando todos ainda se ajustavam na grelha, a bandeira foi mostrada e muitos foram apanhados ainda parados na grelha! Reutemann aproveitou bem e ficou com o comando, com Ronnie Peterson, no seu Lotus, logo atrás. Contudo, o argentino começou a ter problemas com os pneus e atrasou-se. Emerson, que tinha sido superado por estes dois pilotos, começou a instalar-se atrás de Peterson e começou a segui-lo, esperando que ele cedesse. 

E foi o que aconteceu: na volta 16, o sueco da Lotus teve um furo lento - provavelmente, um dos cacos deixados na pista - e acabou nas boxes, perdendo uma volta. Fittipaldi tinha a corrida na mão, com o belga Jacky Ickx atrás, pressionado por Clay Regazzoni. Mas agora entrava outro fator que faria de Interlagos famoso no futuro: a chuva. Quando acontecia a volta 32, começou a cair uma bátega de água, típica do verão paulista, e a organização decidiu que o melhor era mostrar a bandeira vermelha. A oito voltas da meta, a corrida acabava ali, e o brasileiro ganhava em Interlagos pela segunda vez, a primeira pela McLaren. 

Ninguém sabia, mas era ali que começava a sua caminhada para o título. E claro, a primeira vitória pela sua nova equipa. Emerson iria conseguir mais dois pódios na sua carreira, incluindo uma com a sua amada Copersucar-Fittipaldi, mas não iria mais triunfar na sua terra natal com um carro de Formula 1.    

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