segunda-feira, 29 de abril de 2024

A imagem do dia (II)




Parece ser alguém com confiança para encarar mais um Grande Premio, não é?

A primeira foto é do jornalista checo Tomas Hyan, e foi tirada na quinta-feira, 28 de abril, no paddock de Imola. Roland Ratzenberger está a caminho do seu terceiro Grande Prémio, determinado em mostrar que merece um lugar ao sol. O seu polo púrpura, representando a Simtek, saindo do Porsche 911 descapotável, vindo do Mónaco, mostra também que está a vestir a camisola da equipa, mais que o simbolismo dessa peça de roupa.

As outras duas, mais conhecidas, são do fotógrafo francês Paul-Henri Cahier.

Ratzenberger vivia o seu sonho. Ao procurar por contactos, encontrou Barbara Behlau, uma empresária que vivia no Mónaco, e a convenceu a ser o seu representante, encontrando patrocínios para si e para a equipa. Behlau meteu algum do seu próprio bolso - é ela a "Barbara" nos flancos do Simtek - e vendeu quase todos os seus bens para ter um lugar na equipa. Conseguiu o dinheiro suficiente para cinco Grandes Prémios, que alargou para seis quando ele não se qualificou para o GP do Brasil, por causa de um problema causado pela equipa. 

Behlau disse-lhe que as suas performances - e também um pouco o seu charme/carisma - foram suficientes para chamar a atenção de um potencial patrocinador, que daria o suficiente para alargar a sua presença em mais algumas corridas, quem sabe, toda a temporada. Muitos afirmam que foi isso que o pressionou a fazer melhor que tinha feito nas corridas anteriores, onde estava numa situação de "empate": a não-qualificação de Interlagos, com a qualificação de Aida. O que queria em Imola era ficar o mais perto possível do seu companheiro de equipa, David Brabham, e claro, ficar mais "desafogado" em termos de diferença em relação aos Pacific, a sua ameaça imediata. 

Curiosamente, Ratzenberger estava a dar boleia a outro piloto: J.J. Letho, que em Imola regressava ao seu Benetton depois de duas corridas de ausência, por causa de um acidente nos treinos de pré-temporada em Silverstone. O finlandês iria saber até que ponto ele estaria recuperado, perante um carro que estava nas bocas do mundo pelas suas performances... que levantavam suspeitas. 

Se há pressão na sua expressão, deverá ser causada por ele mesmo. Queria destacar-se, ir aos limites. E quando se vai ao limite, estás propenso ao erro.    

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