terça-feira, 14 de maio de 2024

A(s) image(ns) do dia





Este é o Admastor Furia. O primeiro hipercarro português. E foi apresentado na noite desta terça-feira no Centro de Congressos Alfândega do Porto. Esta versão de estrada, agora apresentada ao mundo, destaca-se por assentar num chassis monocoque integralmente construído em fibra de carbono. É um projeto que começou em 2019, com o P003RL, e agora chegou à fase de apresentação ao mundo, de um hipercarro de um país que não tem muita tradição de construção de automóveis. 

O modelo vai ter versões de estrada - com 1600 quilos - e de competição - com mil quilos - com motores Cosworth de 650 cavalos, a uma velocidade de 300 km/hora, com acelerações dos 0 aos 100 de 3,5 segundos, e até aos 200 km/hora de 10,2 segundos. O preço começa nos 1,6 milhões de euros antes de impostos, do qual esperam que seja muito competitivo face aos concorrentes. Eles pretendem construir 60 exemplares desse modelo, a um ritmo de 25 por ano. 

Resultado de um investimento de 17 milhões de euros, o Adamastor Furia vai ser produzido em Perafita (Matosinhos), com Ricardo Quintas, o seu CEO e um dos fundadores, a dizer que “o plano de negócios da Adamastor prevê entregar já em 2025 dois carros de estrada e outros dois em versão de competição”. 

Segundo a marca, este foi um daqueles casos em que “a função definiu a forma”, com o processo de design a ser “integralmente liderado pelo responsável pela aerodinâmica”. A otimização aerodinâmica foi efetuada através de simulação CFD (dinâmica de fluídos computacional). O fundo esculpido do carro com efeito Venturi é um dos principais geradores de downforce, permitindo prescindir de outros elementos como ailerons, e todas as superfícies aerodinâmicas são em fibra de carbono.

A suspensão, tem uma geometria de triângulos duplos desacoplados e um esquema de mola helicoidal sobre amortecedor, que permite quase todo o tipo de ajustes, no senido de se tirar o máximo proveito deste modelo, seja em estrada aberta ou em circuito.

Eles afirmam que, por causa disso, o modelo tem valores de downforce que superam os monolugares de Fórmula 3 e Fórmula 2 das temporadas de 2021, bem como alguns modelos da categoria de LMP2 da resistência. Já em termos de coeficiente de arrasto, a Adamastor diz que o Fúria consegue ser melhor que um monolugar de Fórmula 1 da época de 2021.

O aspecto do carro faz lembrar um pouco o Walkykie, modelo da Aston Martin desenhado por Adrian Newey, também recordando um pouco as declarações da marca no ano passado, por alturas das 24 Horas de Le Mans, de que gostaria de construir um carro para competir nessa prova da Endurance. 

Deseja-se sorte a um projeto que certamente, muitos amantes dos automóveis em Portugal estão a ver como um marco e uma forma de estar presente num mundo cheio de carros marcantes, de dezenas de marcas, a grande maioria vindas de Itália, Reino Unido e Alemanha, mas também com projetos da Suécia e Croácia. Num mundo em mudança, e que muitos tentam e poucos se aguentam por muito tempo, com projetos coerentes e independentes, cabe agora mostrar as suas vantagens em relação aos outros. Se conseguir, então este poderá ser o principio de algo no qual o céu poderá ser o limite.  

Sem comentários:

Enviar um comentário

Comentem à vontade, mas gostava que se identificassem, porque apago os anónimos, por bem intencionados que estejam...