quarta-feira, 5 de junho de 2024

The End: Parnelli Jones (1933-2024)


Parnelli Jones, piloto e dono de equipa norte-americano, morreu nesta terça-feira aos 90 anos de idade. A noticia foi dada esta noite pelo seu seu filho, P.J. Jones, que referiu que estava doente com Parkinson desde há algum tempo. Vencedor das 500 Milhas de Indianápolis de 1963, era o segundo piloto mais antigo ainda vivo, batido apenas por A.J. Foyt. Para além disso, alcançou feitos na Trans-Am e NASCAR.

Para além de ter sido piloto, foi também dono de equipa, e teve pilotos como Mário Andretti, Al Unser Sr., Johnny Rutheford e Joe Leonard, entre outros, ganhando em duias edições das 500 Milhas de Indianápolis, sendo dos muitos poucos que ganhou como piloto e dono de equipa. Chegou até a correr na Formula 1, com resultados modestos.

Rufus Parnell Jones nasceu a 12 de agosto de 1933 na localidade de Texarkana, no Texas. Cedo mudou-se para a California, onde começou a correr em "midgets", com um dos seus amigos, Billy Calder, a chamar de "Parnelli" para evitar que os seus pais soubessem que corria. É que ele tinha 17 anos quando começou...

Ao longo dos anos 50, tinha ganho corridas na Midget Class da NASCAR Pacific Coast Late Model Series, uma série regional, e em 1960, ganha um título na Sprint Car Series, na classe Midget. Foi o suficiente para, aos 26 anos de idade, alcançar o interesse de A.J. Agajanian, e o levar para Indianápolis e a USAC. Na sua primeira participação, acabou como "Rookie do Ano", depois de liderar parte da corrida e um acidente o ter ferido num olho, mas conseguiu levar o carro até ao fim na 12ª posição.


Em 1963, Jones participa nas 500 Milhas conquistando a pole-position, no seu Watson-Offenhauser de motor dianteiro. Foi o primeiro a bater a média de 150 milhas por hora - 241 km/hora - e também foi mais rápido que os Lotus-Ford de Jim Clark e Dan Gurney. Andou na frente entre as voltas 26 e 63, e regressou à liderança na volta 96, do qual não largou até à meta, triunfando frente a Clark e Foyt. Mas existiu uma polémica sobre a hipótese de desclassificação a qualquer piloto que largasse óleo na pista da parte do chefe dos comissários, Harlan Fengler. No final, depois do despiste de Eddie Sachs na volta 193, alegadamente por causa do óleo largado do carro de Parnelli Jones, Fengler decidiu não desclassificá-lo e manter a vitoria, apesar de Colin Chapman ter pensado em protestar, deixando em paz, afirmando que se ganhasse na secretaria, não seria popular para os adeptos.

Dois anos depois, Parnelli foi segundo classificado, atrás do Lotus de Clark. 

Em 1967, Parnelli entrou no carro a turbina, o STP-Paxton, que tinha como motor uma antiga turbina de helicóptero. Sexto na grelha, Parnelli liderou em 171 das 200 voltas da corrida, e parecia que iria ganhar quando um rolamento da transmissão quebrou - algo que na altura custava... seis dólares (!) e a vitória caiu ao colo de A.J. Foyt. No ano seguinte, os carros a turbina perderam progressivamente a competividade, por causa de regulamentos nesse sentido.


Entretanto, Jones foi convidado para participar numa corrida no deserto ao volante de um Ford Bronco. Inicialmente, não queria participar, alegando estar farto de correr em terra, mas depois, voltou atrás e participou numa corrida no deserto do Nevada. Apesar de não ter acabado, ficou viciado nesse tipo de corridas e em 1969, estava na primeira edição da Baja 1000, ao lado de Bill Stroppe, liderando boa parte da corrida, mas não chegando ao fim. Depois, foi participar na Trans-Am a bordo de um Mustang Boss 302 da Bud Moore Engeneering, acabando em segundo lugar, batido apenas por Mark Donohue. Ganhou cinco corridas em 1970 e a equipa ganhou o campeonato.

As suas útimas participações como piloto foram em 1971 e 72, quando ganhou as Baja 1000, tornando-se no primeiro piloto a ganhar quer as 500 Milhas, quer a Baja 1000.

Um tempo antes, a partir de 1970, monta a sua equipa, em conjunto com Velko "Vel" Miletich, seu parceiro de negócio. Com Al Unser ao volante, ganharam o campeonato desse ano e de 1971, com ele a ganhar também nas 500 Milhas de Indianápolis, num chassis Colt. O outro piloto, Joe Leonard, ganhou os campeonatos de 1970, 71 e 72, tornando-se uma das equipas mais importantes do pelotão. 

Em 1974, tinham Mário Andretti e contrataram Maurice Philippe, que tinha estado na Lotus, e com o apoio da Firestone, construíam um carro para a Formula 1. Estreando-se no GP do Canadá de 1974, acabaria no GP de Long Beach de 1976, depois de 16 Grandes Prémios, seis pontos e uma volta mais rápida. Por essa altura, Jones começava a desenvolver uma versão Turbo de um motor Ford, com a ajuda de  Larry SlutterTakeo "Chickie" Hirashima. Começado a usar a partir dessa temporada, a Cosworth ficou com o projeto e acabou poe evoluir naquilo que se tornou no DFX, que viria a ganhar todas as corridas de Indianápolis de 1978 a 1987.

Nos anos 90, o seu filho PJ Jones entrou na competição, correndo por quatro temporadas na CART, curiosamente na All American Racers, de Dan Gurney. A sua carreira foi longa, mas mais modesta que o seu pai. Jager Jones, filho de PJ e seu neto, participou em 2023 na Indy NXT, a categoria abaixo da IndyCar. 

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