A temporada de 1974 tinha sido agridoce para ele. Na sua terceira temporada numa BRM que estava a tentar contrariar a sua decadência, com um 12 cilindros que perdia eficácia perante os Cosworth de 8 cilindros, a equipa tinha perdido o patrocínio da Marlboro, que foi para a McLaren, e viu a Motul, que deveria ser o seu substituto, a fugir por causa do primeiro choque petrolífero. Acabaria por regressar, mas após o inicio da temporada.
Por essa altura, o velho chassis P180 era substituído pelo P201, desenhado por Mike Pilbeam, e logo na sua estreia, na África do Sul, deu um excelente segundo lugar para ele, depois de ter pontuado na corrida inicial, na Argentina. Mas mesmo numa tripla com pilotos franceses - Henri Pescarolo e Francois Migault - os resultados foram escassos, e na parte final da temporada, numa equipa em crescentes dificuldades financeiras, os franceses foram embora para dar lugar ao neozelandês Chris Amon.
Claro, isto não era por culpa dele. Apesar de nessa altura ele já ter 37 anos, as suas performances na Endurance, onde era piloto oficial da Matra, eram muito boas, especialmente numa equipa vencedora. Em Le Mans, por exemplo, correu ao lado do seu compatriota Jean-Pierre Jarier, e deram nas vistas, primeiro, a conseguirem a pole-position, e depois a andarem nos lugares da frente até desistirem, com nove horas de corrida. Mas em compensação, ambos ganharam nos 1000 km de Nurburgring, nas Seis Horas de Watkins Glen, nos 1000 km de Brands Hatch e na corrida de Paul Ricard, ajudando a Matra ser campeã da Endurance.
Nas corridas americanas, apenas dois carros estavam inscritos. Ambos tiveram problemas em Mosport e acabaram não-classificados. Em Watkins Glen, esperavam em melhorar os resultados. Contudo, na sexta-feira, na sua primeira tentativa, Beltoise bateu forte e ficou ferido, sem grande gravidade, mas o suficiente para não poder participar na corrida americana. Em compensação, Amon conseguiu o 12º melhor tempo, para acabar em nono.
Beltoise tentou regressar à Formula 1 no final de 1975, quando concorreu com Jacques Laffite para o lugar na Ligier. Acabaria por ser preterido, e anos depois, Gerard Ducarouge, que iria ser o projetista dos carros, avisou de que ele precisaria de estar em forma, se quisesse o lugar. Apesar da carreira na Formula 1 ter sido fechada, ele correu na década seguinte, na Endurance e nos SuperTurismos franceses.
Acabaria por morrer em janeiro de 2015, no Senegal, vitima de um AVC, aos 77 anos. Hoje em dia, há duas ruas com o seu nome em França.
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