Este seu tetra consecutivo colocou-o em igualdade com Juan Manuel Fangio (1954-57), Sebastian Vettel (2010-13) e Lewis Hamilton (2017-20), apenas superado pelos cinco títulos seguidos de Michael Schumacher (2000-04). Mas se calhar, este deve ser o título mais custoso ao neerlandês, que se valeu do que tinha conseguido acumular no inicio da temporada. Um desafio que superou quando foi colocado em jogo.
No final da corrida, questionado sobre se em algum momento, duvidou do título, ele falou que entre Zandvoort e Monza, chegou a duvidar que iria conseguir segurar em Lando Norris em ascendência na classificação. Mas no final, conseguiu controlar as coisas a aproveitar bem o avanço que conseguiu nas primeiras corridas, e a partir de Miami, as coisas começaram a dar a volta.
Curiosamente, foi em Miami que a Red Bull anunciou que Adrien Newey e a equipa de Milton Keynes tinham decidido seguir os seus caminhos. Não foi por causa disso que a Red Bull se afastou da luta pelo título de Construtores - isso são outros motivos... - mas é muito provável que estejamos a assistir ao principio de uma travessia do deserto por parte da equipa dos energéticos. Se forem wer a história da passagem de Newey por Williams e McLaren, elas acabam por viver uma travessia do deserto em termos de títulos depois da sua saída. E para piorar as coisas, ao longo da última primavera e verão, aconteceu uma debandada por parte dos principais elementos da equipa de Milton Keynes...
E já falei por aqui: para 2026, não se afigura nada de bom para eles.
Em suma, o que interessa hoje é que, na noite americana, entre neons, "blackjack" e coristas, Max comemore o seu tetracampeonato. Bem o merece.
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Horas antes de Max comemorar o seu título pela quarta vez, no Japão, o belga Thierry Neuville comemorou para a Hyundai o título que tanto merecia. E teve perto, muito perto de o perder.
Explica-se: no primeiro dia do rali, na sexta-feira, teve um problema no Turbo que o impediu de atacar o lugar que queria para ser campeão. Acabou esse dia na 14ª posição, fora dos pontos. No sábado, recuperou até ao sétimo posto, mas foi no domingo de manhã, logo na primeira especial, que recebeu a noticia que tanto queria, quando o seu rival pelo título - e companheiro de equipa, o estónio Ott Tanak - se despistou e acabou por desistir.
Para Neuville, mais do que este título ganho de forma merecida - todos os campeões do mundo merecem os títulos que ganhem, por muito que alguns afirmem o contrário - a altura para ganhar era agora. Aos 36 anos, e depois de mais de uma década a lutar por ela. A sua primeira chance foi em 2013, mas Sebastien Loeb não o deixou. Depois, houve mais chances, mas primeiro, Sebastien Ogier, e mais tarde, Ott Tanak e Kalle Rovanpera, tiraram as chances de ser campeão, mesmo depois de ter entrado na Hyundai.
2024 era a sua grande chance. Rovanpera, que está acima de tudo e todos, como acontecera com Loeb e Ogier, nas duas décadas que passaram, decidiu tirar um "time-off", fazendo uma temporada parcial, dando chance à concorrência. Tinha Tanak como rival, mas na Toyota, tinham Elfyn Evans e... Sebastien Ogier, que a meio da temporada, decidiu ajudar a sua equipa num "debacle" inesperado, mas na parte final, três desistências consecutivas estragaram tudo.
Aos 36 anos de idade, Neuville já merecia um campeonato. Pela sua longa carreira, pela sua dedicação à Hyundai, pelos seus feitos em ralis - especialmente em asfalto - o seu nome merece ser lembrado ao lado de lendas como Markku Alen, Bjorn Waldegaard, Hannu Mikkkola, Didier Auriol, Colin McRae, Petter Solberg ou Richard Burns, todos com um título no palmarés.
Agora é disfrutar, porque para o ano há mais... e claro, Kalle Rovanpera estará de volta a tempo inteiro. Monte Carlo 2025 é daqui a dois meses!
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