sexta-feira, 28 de março de 2025

A Red Bull neste momento


Horas depois de ter sido substituído pelo japonês Yuki Tsunoda, Liam Lawson exprimiu nas redes sociais a sua frustração pela troca. Apesar disso, o jovem neozelandês de 23 anos também expressou gratidão nas redes sociais, afirmando que o seu sonho era correr pela Red Bull.

Ser um piloto da Red Bull Racing tem sido o meu sonho desde que eu era criança, foi para isso que trabalhei para toda a minha vida”, começou por escrever sobre a situação nas redes sociais. “É duro, mas estou grato por tudo o que me trouxe até aqui. Para cada um de vocês que esteve ao meu lado, obrigado por todo o apoio que significa o mundo. Obrigado à Racing Bulls pela calorosa receção, estou entusiasmado e pronto para ir trabalhar num dos meus lugares favoritos [Japão].”

Ao mesmo tempo que ele reagia por escrito, em Milton Keyes, sede da marca dos taurinos, ocorria uma reunião de emergência para abordar as dificuldades do RB21 face à McLaren, Mercedes e Ferrari. Ali esteve Christian Horner, Max Verstappen... mas não Helmut Marko. Pelo menos, fisicamente.

Segundo conta o site GPBlog, aparentemente, o piloto neerlandês está frustrado com toda esta situação, e está a pressionar a equipa para fazer melhorias urgentes no chassis. Ele quer passos de desenvolvimento significativos para o manter na luta pelas vitórias e garantir que a Red Bull continua a ser um concorrente de topo, tanto na temporada de 2025, como no seu futuro a longo prazo com a equipa.


Ainda antes da reunião, Marko falou ao jornal neerlandês De Telegraaf sobre o que se passa, e especialmente sobre as reações de Max ao carro e à troca de pilotos, no qual defende a decisão tomada. 

Sabemos que o Max não está contente”, revelou Marko. “Mas precisamos de dois carros na frente. Não só para o campeonato de construtores, mas também para ajudar o Max a conquistar o seu quinto título mundial. Depois, estrategicamente, podemos conseguir mais nas corridas. Podemos usar a experiência e a forma do Yuki agora. É isso que conta. No final do dia, isso é uma vantagem para a equipa. E isso será também a favor do Max”.

O Liam teve azar”, continuou. “Durante os dias de testes no Bahrein perdeu muito tempo devido a problemas mecânicos. E também durante o terceiro treino livre na Austrália perdeu um tempo importante. Depois começaram os problemas. A pressão sobre ele tornou-se cada vez maior. Ele perdeu a confiança, começou a forçar cada vez mais, mas acabou por cometer mais erros. Na China foi de mal a pior. Além disso, o nosso carro é muito difícil de conduzir e não é o mais rápido.

Também não foi uma decisão fácil”, insistiu. “Mas o Liam era como um pugilista ferido. E não o estamos a expulsar da Fórmula 1. Ele continua ativo na Red Bull e o Racing Bulls é um bom carro. Também tivemos de tomar decisões semelhantes no passado com Pierre Gasly e Alex Albon. Eles recuperaram e são pilotos de Fórmula 1 muito conceituados. Estamos numa posição única de poder fazer isto. Noutra equipa, ele teria deixado a Fórmula 1 imediatamente”, concluiu.


Apesar de Max não sofrer muito com o carro, dado que ele está adaptado ao estilo de condução do neerlandês, a equipa de Milton Keynes sabe que sofre com o fato de ser uma equipa de um só piloto, em contraste com a Ferrari, Mercedes e especialmente, McLaren, que ganhou as duas primeiras corridas do ano, um para cada um dos seus pilotos. Apesar de Max ter 36 pontos e ser segundo na classificação geral, estes são os únicos pontos que a Red Bull tem no Mundial de Construtores, que o relegam para a terceira posição, menos de metade do líder, a McLaren, que tem 78 pontos. 

A Formula 1 regressa dentro de uma semana, para o GP do Japão, em Suzuka, e será ali que veremos como é que Tsunoda reagirá a este presente... envenenado, ou não. 

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