Se todos se recordam a edição de 1982, como aquela que matou Gilles Villeneuve, a edição anterior foi igualmente trágica, mas não afectou pilotos. Foram sim os mecânicos as maiores vítimas da velocidade dos carros e da falta de segurança do circuito, que neste caso era a estreiteza da via das boxes. E aí, os pilotos reagiram da melhor maneira que sabiam: interrompendo a corrida.
O GP da Belgica de 1981 decorreu no Circuito de Zolder, no fim de semana de 16 e 17 de Maio de 1981. Na altura, o campeonato estava ao rubro, com a luta entre os dois Williams de Reutmann e Jones, contra o Brabham de Nelson Piquet. Os Renaults de Alain Prost e René Arnoux não ficavam atrás, bom como os Ferrari de Gilles Villeneuve e Didier Pironi, e o Ligier de Jacques Laffite.
Mas a atribulação começou nos treinos, quando o Williams de Carlos Reutmann atropela mortalmente o mecânico Giovanni Amadeo, da Osella. As más condições da zona das boxes tinham sido as responsáveis pelo sucedido, e os pilotos começaram a protestar por mudanças, visando uma maior segurança. Apesar do incidente, Reutmann conseguiu abstrair-se do sucedido e marcou a pole-position, seguido por Nelson Piquet, Didier Pironi, Ricardo Patrese, John Watson e Alan Jones.
Mas na grelha de 26 carros, não constava o nome de René Arnoux. Aquele iria ser um fim de semana para esquecer. Com problemas no carro, não conseguiu tirar um tempo suficiente bom para se qualificar e iria ver a corrida da bancada. Mas os probilemas não tinham acabado para o simpático francês. Ao sair do circuito num Renault 5 alugado, foi intrerceptado pela policia, que lhe pediu os documentos. Não sabendo se foi por estar zangado com o carro, os mecânicos ou outra coisa qualquer, o que é certo é que Arnoux respondeu mal aos policias de serviço e foi passar a noite na cadeia. É fora do vulgar, ver a corrida numa cela da esquadra...
No dia da corrida, os pilotos estavam preparados na grelha para as 54 voltas da corrida. Reutmann partiu na frente, mas o quarto colocado na partida, Ricardo Patrese, ficou parado. Vendo a situação, o mecânico David Luchett saltou para a pista, para tentar ligar o Arrows, mas um dos pilotos foi direitinho para a traseira de Riccardo Patrese, partindo as pernas do infeliz mecânico. Quem o fez foi nada mais, nada menos que... o seu companheiro de equipa, o italiano Siegefried Stohr! O pobre piloto entrou em pânico, julgando que o tinha matado, mas afinal, só tinha partido as pernas.
Entretanto, os outros pilotos rolavam normalmente, mas com esperança de uma bandeira vermelha. Quando se verificou que tudo continuava como dantes, sem ligar nehuma à colisão Stohr/Patrese, Reutmann e Pironi, que iam à cabeça da corrida, decidiram deliberadamente abrandar o ritmo e forçar a uma paragem da corrida. E conseguiram, para aplauso dos espectadores.
Algum tempo depois, a partida recomeçou. Jones e Piquet lutaram até que ambos os carros colidiram, e Reutmann aproveitou a deixa para alargar a sua diferença perante os restantes membros do pelotão da Formula 1. Jacques Laffite foi o segundo e um exultante Nigel Mansell ficou em terceiro. Foi pela primeira vez que o "brutânico" chegava ao pódio, e a primeira vez que a Lotus alcançava isso desde o GP do Brasil de 1980.
4 comentários:
ainda bem que nada acnteceu com o mecânico da Arrows...
Conto de vista infroma: O grid pra F Bus Teresina está no ar.
Eu li sobre esse acidente, é impressionante como o mecânico só quebrou as pernas. Obrigado pela visita, voltarei sempre.
Tão caótico quanto Monjuitch 75...linda crônica.
GRoo
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