domingo, 7 de dezembro de 2025

Formula 1 2025 - Ronda 24, Abu Dhabi (Corrida)


E pronto, dê por onde der, isto acaba hoje, aqui, em Abu Dhabi.

Muitos desejam que o campeonato acabe com Max a ser campeão, para que possam dizer ao mundo que a McLaren não quis escolher os seus pilotos, não os hierarquizou, e foi por isso que ele acabou como vencedor. E, se Norris acabar campeão, compararão a Jenson Button como alguém simpático, mas não tem estofo de campeão. 

São "verstappenistas?" Não necessariamente. Apenas gostam de alguém que não hesita, ataca, sem dó nem piedade. Habituaram-se a Ayrton Senna, Michael Schumacher, Nelson Piquet - e mais alguns outros - que tinham a equipa só para eles, com o segundo piloto apenas a preencher um lugar e pouco mais. Acham que ter dois pilotos iguais é uma fraqueza, e apontam alguns exemplos na história, como 1986, onde Prost derrotou os Williams, quando na verdade, a McLaren foi inteligente na escolha dos pneus, ao trocar cedo, permitiu ser melhor que a escolha da Williams, que não trocou e depois viu o pneu de Nigel Mansell explodir espetacularmente na reta Brabham.

Max Verstappen fez tudo certo neste final de semana, até agora. Conseguiu a pole-position, mas continua a não depender de si para ser campeão. Mesmo que ganhe, basta Lando Norris não ficar no pódio para ser campeão. E vai "pedir aos deuses" para que Zak Brown não decida nada. "Que se matem e eu fico com o título", pensa ele.

Não necessariamente. Ou já se esqueceram como é que Oscar Piastri conseguiu a sua primeira vitória, na Hungria?

Em suma, Zak Brown já tem um titulo, conquistado há muito tempo. O que vemos e lemos é um bando de gente ansiosa, quer para um lado, quer para o outro. Sempre foi assim em situações destas, mesmo no passado? A diferença? Não havia redes sociais, pelo menos, até 2010, data do duelo a quatro entre Fernando Alonso, Lewis Hamilton, Mark Webber e Sebastien Vettel.

A propósito... sim, já vi o que a F1 fez na sua página oficial. Que poderei afirmar, estamos na era da Idiocracia e do "AI Slop" (traduzido por preguiça do IA)?

Com o aproximar da hora da partida, e com o sol a caminho do horizonte - eram 17 horas em Abu Shabi - boa parte dos pilotos começam com médios, incluindo os três primeiros da grelha. Alguns iriam correr com os moles - Hamilton e Albon, por exemplo - e outros com duros, como Piastri e Tsunoda, por exemplo. 


Quando as luzes se apagaram, as posições se mantiveram, mas a meio da volta, Piastri passou Norris e ficou na segunda posição. Atrás, Leclerc era pressionado por Alonso pelo quarto posto, mas aguentou-se. Na segunda volta, Leclerc tentava aproximar-se de Norris, mas não chegava o suficiente. Max começava a fazer voltas mais rápidas umas atrás das outras, tentando distanciar-se dos McLaren. Russell passou Alonso para ser quinto, na volta 4, enquanto Leclerc tentava apanhar Norris para ficar no pódio.

As primeiras paragens nas boxes foram aqueles que tinham os moles, para se livrarem o mais rapidamente possível, e regressaram com duros. A partir daqui, foi uma luta para saber ate que ponto os pneus iriam ser importantes para a estratégia de corrida. Há quem começava a ver que os pneus de Max poderiam aguentar menos que os dos McLaren, especialmente Norris, cujos pneus tinham melhor aspecto.

Russell entrou nas boxes na volta 17, Bortoleto na seguinte, com duros calçados, enquanto nesta altura, Norris já tinha afastado de Leclerc. E foi nessa altura em que foi às boxes, onde foi tudo normal, com duros. A parte chata é que estava atrás de um grupo, e iria ser complicado para passar. Ele começou a passar alguns pilotos, como Antonelli, depois, Sainz Jr, e na volta 19, Stroll e Lawson, ao mesmo tempo. No inicio da volta 20, começou a perseguir Yuki Tsunoda, que era quarto. 

Norris passou Tsunoda na volta 23, e apesar do japonês ter feito a sua vida difícil, o britânico conseguiu passar para ser quarto, na mesma altura em que Max foi às boxes, regressando com médios e com um atraso de quase 20 segundos sobre Piastri. Que tinha duros, recorde-se. Duas voltas depois, Leclerc tinha passado o japonês e era quarto.

Com o passar das voltas, Max começou a aproximar-se de Piastri, mas a diferença só caiu para 15 segundos, na altura da volta 30, altura em que os comissários penalizaram Yuki Tsunoda por causa das suas manobras quando foi passado por Lando Norris. 


Agora, era tudo à distância. Piastri começou a ver Max a aproximar-se, mas com Norris em terceiro e a afastar-se de Leclerc, tudo indicava que o piloto britânico era o campeão. Na volta 40, Leclerc parou pela segunda vez, com a McLaren a responder, chamando Norris para as boxes, mantendo os duros. Nessa altura, Piastri já tinha Max na sua traseira, e o neerlandês passou na volta 41. Piastri foi às boxes na volta 42, parando por fim, com médios calçados. Piastri regressou em segundo, 4,8 segundos na frente de Norris. Mas as possibilidades continuavam a ser os mesmas: nesta situação, Norris era campeão.

Piastri aproximava-se de Max nas voltas seguintes, e por sua vez, Norris também se aproximava do australiano, mas no final, a McLaren pediu que ele levantasse o pé, porque não servia tentar apanhá-los, as coisas se mantiveram na mesma até à meta, e claro, com isto, Lando Norris era campeão do mundo de 2025, apesar dos esforços de Piastri e de Max.

No final, pode-se afirmar imensas coisas sobre esta corrida, mas sei perfeitamente que não haverá unanimidade sobre esta questão. Mas digo isto, vendo as coisas pela temporada: apesar da grande recuperação de Max Verstappen - recuperou de uma desvantagem de 104 pontos para estar perto dos pilotos da McLaren na última corrida do ano - Lando Norris foi o campeão. E mereceu inteiramente por uma simples razão: foi inteligente, e teve uma excelente equipa por trás a ajudá-lo. E eles foram tão bons que ele se deu ao luxo de ficar com a posição ideal: um pódio.

Para rematar, despois dos abraços, dos choros, do foguetório, das comemorações na pista e nas bancadas: acabou esta looonga temporada de 2025. Já não falta muito para que a Formula 1 comece na última semana de janeiro e acabe na segunda semana de dezembro, mas feito o balanço de uma temporada onde mudanças sísmicas aconteceram - especialmente na Red Bull - foi uma temporada interessante. Agora, as despedidas estão a acontecer - adeus Sauber, adeus Renault, adeus, DRS, adeus (será até já?) Tsunoda - e aparecerão novos atores, como Audi e Cadillac, e a Toyota a entrar cada vez mais de mansinho.


Que venha 2026 e os novos regulamentos, para saber se será um baralhar e voltar a dar, ou nem por isso.

sexta-feira, 5 de dezembro de 2025

Youtube Automotive Video: Encore, o Lotus Esprit, 50 anos depois

O Lotus Esprit faz 50 anos em 2025, e enquanto a marca está entretida em construir SUV's elétricos - e provavelmente, namorar com um regresso à Formula 1 - andou ocupado a fazer um "restomod" na forma do Encore, um carro com um motor de 450 cavalos, chassis em fibra de carbono, luzes "pop-up" em LED, e menos de mil quilos de peso.

O que isto dá? Bom, o Top Gear foi vê-lo. Mas dá a impressão que este carro será um "one-off" para mostrar ao mundo que não esqueceram do passado. Tem bom aspecto, é um facto.  

WRC: Hyundai anunciou a sua equipa para 2026


A Hyundai confirmou esta sexta-feira a sua equipa para a temporada de 2026 do WRC. Para além do belga Thierry Neuville e do francês Adrien Formaux, o finlandês Esapekka Lappi, o espanhol Dani Sordo e o neozelandês Hayden Paddon correrão pela marca coreana, privilegiando a experiência. Neuville e Formaux ficarão a tempo inteiro, enquanto os restantes pilotos partilharão o terceiro carro. 

Em termos de distribuição, por agora, começa com Paddon a iniciar a temporada no Rali Monte Carlo, para depois Lappi assumir o carro no segundo evento do ano, o Rali da Suécia, e logo depois, Sordo estreia-se no asfalto do Rali das Ilhas Canárias, em abril.

Andrew Wheatley, diretor desportivo da Hyundai, manifesta-se satisfeito pelo "lineup" escolhido.

Estamos muito satisfeitos por confirmar a nossa formação para a temporada de 2026 do FIA WRC, que verá Thierry e Adrien competir em todas as rondas, com um trio de equipas muito experientes e competitivas a partilhar a nossa terceira inscrição. A entrada de Dani, EP e Hayden permite-nos recorrer às suas qualidades individuais para apoiar as nossas ambições no título de construtores no próximo ano.”, começou por afirmar.

Tínhamos uma decisão difícil a tomar — optar pela experiência e consistência ou apostar numa estrela em ascensão e desenvolvê-la. No entanto, estamos no último ano dos regulamentos técnicos Rally1 e acreditamos que o caminho certo é trazer pilotos com conhecimento do carro e da equipa.”, concluiu.

O interessante são os regressos: Lappi, de 34 anos, correu a tempo inteiro no campeonato finlandês, onde acabou campeão, irá regressar para fazer alguns ralis, porque já afirmou não querer voltar a tempo inteiro, para ter tempo com a família. Sordo, de 42 anos, campeão português de ralis, fará o seu regresso ao WRC depois de um ano de ausência, está acompanhado pelo seu navegador Cándido Carrera

Contudo, a grande novidade é Paddon, de 38 anos, que está afastado do WRC desde 2018, a tempo inteiro, e teve o seu último rali na categoria máxima em 2022, na Nova Zelândia, reforça o projeto após conquistar consecutivamente os títulos europeus de ralis em 2023 e 2024, bem como o campeonato australiano este ano.

quinta-feira, 4 de dezembro de 2025

Formula E: Felix da Costa começa nova temporada com ambição


A nova temporada da Formula E, a competição elétrica, começa este final de semana em São Paulo, e na Jaguar, a sua nova casa, António Félix da Costa, apesar de reconhecer áreas de desenvolvimento ainda desconhecidas no seu carro e na sua equipa, vê neste final de semana como uma oportunidade de identificar onde a equipa brilha e onde precisa melhorar. Só após vivenciar os desafios em pista, ele afirma, será possível delinear uma estratégia clara para o que se segue. 

É agora, São Paulo, aqui vamos nós. Início de uma nova temporada. Tenho aqui uma série de zonas de desconhecimento total, com este começar uma época nova com uma nova equipa. A última vez que isto me aconteceu, não foi positivo com a Porsche. Aprendi muito com isso, por isso, agora é tentar evitar uma série de erros e percalços que possam existir” começou por dizer no comunicado oficial. 

Ciente que vai ter que passar pela experiência e depois trabalhar de acordo com as novas informações que tiver, o objetivo do fim de semana será de adaptação: 

Sinceramente, acho que temos que ir para São Paulo, fazer a corrida, fazer o fim de semana, levar aqui um ‘murro no queixo’, se me permitem a expressão, e depois sim, voltar para casa e ver: 'OK, esta área e esta área temos que melhorar. Aqui, aqui, aqui estamos bem.' Mas, neste momento, falta-me um bocadinho uma direção de onde é que vamos estar bem, e onde é que possamos não estar tão bem. Por isso, só quero fazer o fim de semana, levar com tudo o que nos vai ser lançado, todos os desafios que nos vão ser lançados, e aí sim, daqui para a frente, então, delinear uma estratégia e uma direção para trabalhar”, concluiu.


O fim de semana de São Paulo começa na sexta-feira com o treino livre, entre as 18:30 e as 19:25, hora de Lisboa, enquanto o resto acontecerá no sábado: a qualificação, entre as 12:40 e as 13:48, e a corrida, a partir das 17:05, tudo horário de Lisboa.

Noticias: Haas terá a Toyota como patrocinadora principal


A Haas F1 terá a sua aliança com a Toyota ainda mais reforçada em 2026, passando de uma colaboração técnica limitada, vocacionada para testes privados e apoio de engenharia, para ser na próxima temporada uma de patrocinador principal, embora Gene Haas afirme que não tem qualquer intenção de vender a equipa. Contudo, pelo envolvimento da marca japonesa, o futuro dirá se este TGR Haas F1 Team é apenas um laboratório partilhado ou o primeiro passo de um regresso em força da marca japonesa à Fórmula 1.

Para além disso, a equipa anunciou que o novo chassis, o VF-26, será apresentado a 23 de janeiro, na semana anterior ao teste privado de Barcelona com os novos carros de 2026. 

Akio Toyoda, presidente da Toyota e figura central desta aproximação, não esconde o carácter de arranque de um novo ciclo. “Ao longo dos desafios da temporada de 2025, vi jovens pilotos e engenheiros da TGR começarem a acreditar no seu próprio potencial e a apontar a sonhos ainda maiores”, afirmou. “Ver essa transformação emocionou-me profundamente. E hoje posso dizê-lo com confiança: a Toyota finalmente começou a mover-se, a mover-se mesmo”, continuou.

Ao darmos mais um passo em frente na nossa parceria com a Haas no próximo ano, o mantra ‘Pessoas, Produto, Pipeline’ da TGR vai acelerar de uma forma que nunca vimos”, destacou Toyoda. “Chegou a hora de a próxima geração dar os seus primeiros passos rumo ao palco mundial. Juntamente com Gene Haas, Ayao e todos na TGR Haas F1 Team, vamos construir tanto uma cultura como uma equipa para o futuro”, concluiu.


Do lado da Haas F1 Team, Ayao Komatsu, o diretor desportivo, afirma:

A nossa relação de trabalho até à data tem sido tudo o que esperávamos. Isto foi evidente pelo nosso sucesso no TPC esta temporada, mas também houve muito mais a acontecer nos bastidores – incluindo o desenvolvimento e a instalação do simulador nas nossas instalações em Banbury para 2026. O desenvolvimento do pessoal, com todos a trabalhar em colaboração entre a Haas F1 Team e a TGR, beneficiou-nos muito, e isto só tende a aumentar à medida que a nossa parceria amadurece.”, concluiu.

Verdade que a Haas passa a ser mais Toyota em 2026, e ainda faltem elementos essenciais para afirmar que a marca japonesa faça um regresso, algo que não acontece desde 2009, este maior envolvimento da marca japonesa não deixe de pensar que eles, apesar de andarem em diversas modalidades automobilísticas - Hypercar, WRC - a Formula 1 também poderá ser algo a considerar.

quarta-feira, 3 de dezembro de 2025

A imagem do dia





Estas imagens que coloco aqui apareceram em 2018, vindas do arquivo do jornalista veterano Fritz-Dieter Rencken, um dos poucos que Bernie Ecclestone poderia confiar. E apareceu no fórum da Autosport britânica, com diálogos com outras pessoas como Andrew Benson, referindo que um dos que escreveu este regulamento tinha sido outro jornalista, Ian Phillips. Tudo gente de confiança de Bernie Ecclestone, com algum "imput" de Max Mosley, na altura advogado de Bernie, depois de ter fundado a March. 

Como sabem, a Formula 1 acabou a temporada de 1980 em clima de guerra surda. Depois do incidente da não-realização do GP de Espanha, por causa do finca-pé da FISA, liderada por Jean-Marie Balestre, em que os pilotos pagassem as multas que a FISA implicou por estes não terem comparecido às conferências de imprensa - ou seja, as equipas implementaram um boicote - não houve mais incidentes de maior para o resto da temporada.

Contudo, quando a bandeira de xadrez foi mostrada em Watkins Glen, no final da temporada, nos bastidores, a FOCA começava a desenhar aquilo que viria a ser um campeonato "rebelde", fora da tutela da FISA, onde as equipas iriam ter todos os direitos, especialmente os televisivos. Uma entidade iria ser feita, a World Professional Drivers Championship, que iria desenhar os regulamentos desses carros, que teriam as saias aerodinâmicas, o principal alvo de contenção entre ambas as entidades. A FISA queria bani-las, e assim, os carros teriam uma diferença de seis centímetros entre o chassis e o chão, e a FOCA queria mantê-las. 

Para além disso, a FOCA, liderada pelo patrão da Brabham, Bernie Ecclestone, não queria ter equipas com motores turbo no pelotão (ele tinha falado, numa entrevista no inicio de 1977 à revista brasileira Quatro Rodas, que era contra), algo do qual já a Renault - e a partir de 1981, a Ferrari - tinham. Todas as outras tinham motores V8 da Cosworth, de três litros, uma configuração que existia desde 1966. Caso avançasse essa cisão, Renault, Ferrari e Alfa Romeo, pelo menos, ficariam com Balestre e a FISA. Claro, seis carros seria muito pouco, mas por agora, a divisão era essa. 

Mas como seria o calendário dessa competição paralela? Pois bem, se fosse para a frente, seria o calendário mais longo até então na Formula 1: 18 corridas. Quatro delas... nos Estados Unidos. Nova Iorque, Las Vegas, Watkins Glen e Long Beach fariam parte. Depois, os regressos do México e da Suécia (e da Espanha, a corrida de 1980 não contou, oficialmente), e boa parte das corridas europeias, incluindo o GP do Mónaco. Iriam tirar boa parte do calendário à FISA, mas para muitas corridas, iriam arranjar outros circuitos para correr, pelo menos na parte europeia da competição. 

O regulamento ficou pronto no final de 1980, e começou a circular entre os jornalistas, mostrando que as coisas eram para ser levadas a sério. Ao ponto de terem anunciado que o GP da África do Sul, que iria acontecer a 7 de fevereiro, iria contar para o campeonato da FOCA, não da FISA, e as regras seriam, provisoriamente, as da Formula Libre.

E depois de Kyalami, iriam para Long Beach, Jacarépaguá, Nova Iorque, uma corrida em Itália (provavelmente, Imola), Mónaco, Jarama, Zolder, Anderstorp, uma corrida no Reino Unido - seria Silverstone? - Hockenheim, Zeltweg, Zandvoort, Montreal, Cidade do México e acabariam em Las Vegas. 

Como sabemos, do calendário usado, só não usaram Nova Iorque, Anderstorp e Cidade do México. E a ausência de Monza do calendário estava presente, digamos assim. 

A FISA pouco ou nada fez, pois Balestre julgava que as equipas estariam a fazer "bluff", e ainda por cima, tinham o seu maior trunfo: a Ferrari, que se tinha colocado, no mínimo, numa posição neutra. E mais tarde, seria o trunfo para colocar termo a esta guerra, e ameaça de dividir a Formula 1 em duas. Todos agora conhecemos o final, mas nesse inverno de 1980-81, a nuvem da divisão pairava sobre tudo e todos.   

Youtube Rally Testing: O teste do Hyundai Rally2 de Adrien Formaux

Com o mundial de 2205 encerrado há menos de uma semana, o de 2026 já está em marcha, mas na Hyundai, um dos objetivos é o de fazer evoluir o i20 Rally2, do qual estão em testes. O francês Adrien Formaux está por estes dias em Saint-André-de-Rosans, no sudeste de França, para evoluir o programa de testes do carro Rally2 da marca sul-coreana.

Estes testes são importantes, não só para atualizar o carro face à concorrência da Toyota, Skoda e da Lancia, que em 2026 se lançará na classe Rally2, mas também por causa dos novos regulamentos técnicos WRC27. Se a FIA decidir que os novos carros tenham uma equivalência de desempenho adequada entre os carros WRC27 e os Rally2, a Hyundai poderá manter-se na categoria principal do WRC com uma versão evoluída do i20 N Rally2 a partir dessa temporada. 

O video dos testes foi feito pelo conhecido canal do Youtube de ralis Passats de Canto. 

Noticias: Cadillac irá apresentar o carro... no intervalo da Superbowl


A Cadillac anunciou nesta quarta-feira que mostrará o seu carro de Formula 1 de 2026 a 8 de fevereiro, através de um anuncio no intervalo do Superbowl, a final da liga de futebol americano. 

Ao justificar a escolha de um lugar como esse, Dan Towriss, o CEO da marca, afirmou:

"O Super Bowl é um dos raros momentos da cultura americana em que o desporto, o entretenimento e a narrativa se unem, e dá-nos a oportunidade de apresentar a Cadillac F1 Team num palco que reflete quem somos. Orgulhamo-nos da nossa herança americana e queremos marcar presença de uma forma ousada, inovadora e que seja inequivocamente nossa. Este é apenas o início, mas é um momento do qual me orgulho imenso."

A escolha do intervalo da Super Bowl não é inocente: normalmente, os 30 segundos do anuncio custam, em média, oito milhões de dólares. Isto oferece à Cadillac a oportunidade de ser vista naquela que será, provavelmente, a transmissão mais vista de 2026. O jogo do ano passado atraiu 127,7 milhões de telespectadores, a maior audiência da história da TV americana para uma transmissão de uma única estação. O espetáculo do intervalo, com Kendrick Lamar, foi a atuação mais vista da história do Super Bowl, com uma média de 133,5 milhões de telespectadores.

E não vai ser a primeira vez que um tema de Formula 1 está nesse "slot". No inicio deste ano, foi no intervalo do "Superbowl" que se estreou o primeiro "trailer" de "F1", o filme de Joseph Kosinski, com Brad Pitt no principal papel.

A Cadillac fará a sua estreia em 2026 com dois veteranos ao volante: o finlandês Valtteri Bottas e o mexicano Sérgio Pérez. E terá, pelo menos até ao final da década, motores Ferrari. 

Noticias: Rovanpera correrá na Formula Regional Oceania pela Hitech


Já estão marcadas as primeiras corridas de Kalle Rovanpera nas pistas. Acontecerão no inicio do ano na Nova Zelândia, na Formula Regional Oceania - antiga Toyota Racing Series - que é um campeonato de carros Tatuus FT-60 semelhantes aos Tatuus F.3. T-318 utilizados em competições de base na Europa. Por acontecer em janeiro e em finais de semana consecutivos, costuma atrair pilotos de fora do eixo formado por Austrália e Nova Zelândia para competição.

Para além de Rovanpera, a Hitech já confirmou que os japoneses Kanato Le e Jin Nakamura vão fazer parte do time na competição, que tem início entre os dias 9 e 11 de janeiro com uma rodada quádrupla em Hampton Downs, na Nova Zelândia.

A Formula Regional Oceania já coroou, pelo menos na última década, pilotos como como Lando Norris, Lance Stroll e Liam Lawson, que atualmente competem na Fórmula 1, além de Robert Shwartzman, hoje na IndyCar Series, bem como os neozelandeses Mitch Evans e Nick Cassidy, que agora competem na Fórmula E. O atual campeão é o britânico Arvid Lindblad, que hoje foi confirmado como novo titular da Racing Bulls na Formula 1.

Rovanpera, de 25 anos e campeão do mundo de 2023 e 2024 do WRC pela Toyota, anunciou este ano que iria trocar o WRC pelas pistas, indo competir, em principio, na SuperFormula japonesa, antes de, em 2027, competir na Formula 2. 

terça-feira, 2 de dezembro de 2025

Noticias: Hadjar na Red Bull, Lindblad na Racing Bulls


A Red Bull confirmou os seus pilotos para 2026, e como seria de esperar, sai Yuki Tsunoda e entra Isack Hadjar, que depois de uma boa temporada de estreia na Formula 1 na Racing Bulls, irá subir para a equipa principal. Para o seu lugar irá o britânico Arvid Lindblad, enquanto Liam Lawson permanece por mais uma temporada na Racing Bulls. 

As decisões da equipa de Milton Keynes refletem duas ideias claras: premiar o mérito desportivo de Isack Hadjar e acelerar a integração da nova geração de talentos antes da grande mudança regulamentar de 2026. Eles consideram que Isack Hadjar é o talento mais completo a sair da sua academia desde Max Verstappen, e se a subida já no segundo ano é de risco, o pensamento é para o médio prazo, com Hadjar a ser preparado desde já para crescer ao lado de um campeão consagrado.

"Estou muito grato à Red Bull por me ter dado a oportunidade e a confiança para correr ao mais alto nível da Fórmula 1. Depois de todo o trabalho árduo que dediquei desde que entrei para a equipa júnior, é uma recompensa incrível. Passei por muitos altos e baixos ao longo da minha carreira, e eles continuaram a acreditar em mim e a incentivar-me.", começou por falar Hadjar, no comunicado oficial da equipa.

"Esta temporada com a Racing Bulls foi absolutamente incrível, aprendi muito e conquistei o meu primeiro pódio. Sinto que sou um piloto e uma pessoa muito melhor, graças ao apoio e preparação da equipa. Sinto-me pronto para ir para a Red Bull e estou feliz e orgulhoso por eles sentirem o mesmo. É uma mudança fantástica, trabalhar com os melhores e aprender com o Max é algo que mal posso esperar.", concluiu.


Se a manutenção de Lawson é visto como uma recompensa pela sua regularidade e também pela recuperação da sua autoestima depois da sua despromoção da Red Bull, no inicio do ano, já a chegada de Lindblad, de 18 anos - nasceu a 8 de agosto de 2007 - é uma de risco. Vindo de uma temporada de Fórmula 2 que foi marcada por algum brilhantismo, intercalado com inconsistência, o britânico está longe de ser um produto acabado. Contudo, o seu desempenho em alguns testes fizeram com que a equipa confiasse nele para subir ao escalão principal em 2026, para poder ser lapidado nos próximos tempos.

"Gostaria de agradecer a todos na VCARB pela oportunidade. Desde que comecei esta jornada aos cinco anos, sempre foi o meu objetivo estar na Fórmula 1, por isso é um momento de orgulho dar este passo", começou por afirmar Lindblad, que participou em duas sessões de treinos livres este ano pela Red Bull.

"Estou extremamente grato ao Programa Júnior da Red Bull e à minha equipa pessoal pela orientação, mentoria e confiança; nada disto teria sido possível sem o seu apoio." 2026 será um grande desafio e sei que há muito a aprender, mas estou pronto para trabalhar em estreita colaboração com a equipa e estar à altura. Mal posso esperar para começar, será um ano emocionante", concluiu.

O responsável da Red Bull, Laurent Mekies, que trabalhou anteriormente como chefe de equipa da Racing Bulls, acrescentou, em relação a Hadjar: "Para Isack, na sua primeira temporada na Formula 1, demonstrou grande maturidade e provou ser um aprendiz rápido. Mais importante ainda, demonstrou a velocidade pura que é o requisito número um neste desporto."

"Acreditamos que o Isack pode prosperar ao lado do Max e fazer magia na pista! 2026 será um grande desafio para a equipa e para a Red Bull Ford Powertrains. São tempos entusiasmantes e estou ansioso por ver o que podemos fazer juntos.", concluiu.

Alan Permane, agora diretor desportivo da Racing Bulls, deu os parabéns a Hadjar, pela sua promoção e acolheu Lidnblad pela sua chegada. "Em primeiro lugar, parabéns ao Isack. Teve uma temporada verdadeiramente excecional, demonstrando capacidades de corrida e consistência muito além da sua experiência. Mereceu totalmente a promoção para a Red Bull Racing e desejamos-lhe tudo de bom nesta nova e entusiasmante jornada na sua carreira – estamos orgulhosos de ter feito parte deste percurso.", começou por afirmar.

"Liam demonstrou um desempenho e profissionalismo impressionantes ao longo deste ano, destacando-se mesmo nas condições mais difíceis, e esperamos que continue a evoluir em 2026. Já a rápida progressão de Arvid destaca-o como um dos jovens talentos mais promissores da modalidade. Juntos, formam uma dupla forte e dinâmica, que personifica a ambição e o espírito jovem da VCARB, à medida que entramos numa nova era transformadora para a Fórmula 1.", concluiu.

segunda-feira, 1 de dezembro de 2025

As imagens do dia




O piloto que mais marcou o rali da Arábia Saudita, que acabou neste sábado, corre em part-time, na pior das equipas do pelotão... e paga para correr. E não se sabe se terá lugar em 2026, como piloto oficial, no momento em que se escreve estas linhas. O letão Martins Sesks, de 26 anos, ainda não fez nenhuma temporada completa, mas no seu décimo rali a bordo de um Rally1, todos num Ford Puma da M-Sport, esteve prestes a ganhá-la. Apenas uma avaria no seu motor impediu de triunfar, sequer chegar ao final da prova. 

A carreira de Sesks é interessante. Começou muito cedo, em 2016, quando ele tinha... 17 anos - nasceu a 18 de setembro de 1999, em Liepaja - e depois de três títulos nacionais, entre 2016 e 2018, passou para o estrangeiro, nomeadamente o ERC, European Rally Championship. Vice-Campeão em 2023, num Skoda Fabia RS Rally2, tinha dinheiro e patrocinadores para tentar a sua sorte na categoria principal. Alugando um carro para o rali da Polónia, surpreendeu tudo e todos ao acabar na quinta posição. 

O rali seguinte, na sua Letónia natal, ia a caminho de um pódio bem consolidado quando problemas no seu carro o atiraram para o sétimo lugar. Em apenas três ralis em 2024, conseguiu 22 pontos, acabando na 15ª posição da geral. 

Em 2025, o programa foi alargado para, primeiro, cinco ralis, depois, sete, e o sexto posto na Suécia parecia ser o inicio de uma boa temporada para o piloto letão. Contudo, não conseguiu mais do que dois oitavos lugares na Estónia e na Finlândia, tudo com o Ford Puma Rally1. A temporada foi de desilusão, ao ponto onde, no final do ano, com as retiradas do estónio Ott Tanak, para cuidar da sua família, e do finlandês Kalle Rovanpera, que quer perseguir uma carreira nas pistas, ele não foi considerado quer na Toyota, quer na Hyundai.

Na equipa japonesa, a preferência por Oliver Solberg, que ganhou na Estónia, na única vez que correu num Rally1, levou a melhor, enquanto na Hyundai, Adrien Formaux faz melhor o trabalho ao lado de Thierry Neuville, e eles preferem inscrever três carros, um deles parcialmente, e com as noticias de que Dani Sordo e Esapekka Lappi poderem fazer o seu regresso, a tempo parcial, a partilhar esse terceiro carro, mostra que a experiência é mais vista na marca coreana.

Na M-Sport, a indecisão em relação aos regulamentos que aparecerão a partir de 2027, a par com a hesitação do apoio da Ford ao programa, fazem com que dependa de pilotos pagantes: o luxemburguês Gregoire Munster e o irlandês Josh McErlean. Contudo, em algumas provas, participa o veterano grego Jourdan Serderidis (61 anos de idade!) e desde 2022 conseguiu, em 14 ralis... 12 pontos. Mas apoia Munster, e ele já afirmou que isso deixará de acontecer a partir de 2026. 

Contudo, os eventos da Arábia Saudita, onde Sesks esteve a duas especiais de poder alcançar um pódio - ou até uma vitória inédita - poderão ter baralhado as coisas. E Richard Millener, o diretor desportivo da Ford, disse. no final do rali da Arábia Saudita, que Sesks é um piloto acima da média. 

O desempenho de Martins foi excecional. Vencer vários troços, liderar um rali totalmente novo e controlar a prova contra campeões mundiais mostra o seu verdadeiro talento. O final foi incrivelmente difícil, mas o impacto que ele causou neste fim de semana foi enorme”, afirmou Millener.

Agora é saber o que fará em 2026. Com os novos regulamentos a aparecerem em 2027, ainda a serem discutidos - mas haverá um abaixamento do custo de um carro, dos 1,1 milhões atuais, para 450 mil euros, mais caro que um Rally2, que ronda os 250 mil euros - os orçamentos das equipas e dos preparadores poderão se aliviar um pouco, mas ainda falta saber se os patrocinadores que sustentam a carreira de Sesks poderão conseguir aquilo que é necessário para fazer uma temporada a tempo inteiro, e assim, poder mostrar as suas capacidades?

E outra coisa: ele, apesar desta "parca" experiência, poderá amadurecer o suficiente para causar um impacto a partir da próxima temporada? É que, tirando Oliver Solberg, na Toyota, o WRC é um conjunto de pilotos maduros (Ogier terá 42 anos até dezembro de 2026, Neuville fará 40 nesse ano, e são só dois exemplos), e eu creio que Sesks começa a mostrar o potencial para lutar por um título.  

Rumor do Dia: Hadjar na Red Bull, Tsunoda para ser piloto de testes, ou IndyCar


A Red Bull poderá já ter escolhido o seu piloto para 2026, ao lado de Max Verstappen, e ele será Isack Hadjar. Segundo conta o jornal neerlandês "De Telegraaf", o piloto francês poderá ir no lugar de Yuki Tsunoda, e no seu lugar iria o sueco Arvind Lindabad. Quanto a Tsunoda, há duas hipóteses a surgirem, a primeira é que será um piloto de testes em 2026, pela Honda. Que poderá usar... chassis da Red Bull.

A razão? Com a Red Bull a ficar com motores Ford em 2026, e a Honda a ir para a Aston Martin, eles precisam de um chassis para os testes com chassis anteriores a 2026, altura em que, como é sabido, mudarão os regulamentos. E os TPC's - Testing of Previous Cars, na sua sigla em inglês - é uma maneira de contornar as enormes restrições que existem em termos de testes nas equipas.

Isso até seria bom para Tsunoda, que sendo piloto de testes quer para a Red Bull, quer para a Racing Bulls, o manteria ativo.

Contudo, há uma segunda hipótese a ser considerada, e já foi considerado há cerca de um mês: que Tsunoda poderá rumar para a IndyCar Series. Segundo conta Tony Donohue, do IndyCar Reported, a IndyCar poderá ser uma hipótese, especialmente porque a Dale Coyne tem motores Honda, que apoiou a carreira de Tsunoda desde o seu inicio. E essa chance é referida desde meados de setembro, embora desde essa altura, nada foi dito sobre o destino do piloto japonês, o que pode não dar muita credibilidade, ou então, que todos andam à espera das decisões na Red Bull para que as coisas comecem a funcionar nesse sentido. 

Porque um mês depois de surgir este rumor, o lugar na Dale Coyne ainda está por preencher.

CPR: Conhecido o calendário de 2026


O calendário de 2026 do Campeonato de Portugal de Ralis já foi conhecido e tem novidades. Passará a ter nove ralis, em vez dos habituais oito - regressará às oito em 2027 - e este ano, entra o rali de Lisboa, que será em asfalto, e a temporada começa com uma troca: o rali do Vidreiro, na Marinha Grande, que nos últimos anos tem encerrado o campeonato, agora será a prova de abertura, nos dias 6 e 7 de março. 

O rali Serras de Fafe, prova de abertura de 2025, será agora a penúltima do ano, a 9 e 10 de outubro, pois agora fará parte do ERC, o Europeu de ralis. Outras duas provas, o da Madeira e o Rali de Castelo Branco, farão parte do European Rally Trophy. E claro, o rali de Portugal, fará parte do WRC.

Para além disso, a pontuação do Campeonato de Portugal de Ralis será constituído pelos sete melhores resultados, num total máximo de oito participações. O rali final será a do Algarve, entre os dias 30 e 31 de outubro. 

Eis o calendário oficial:


 6 e 7 de março – Rallye Vidreiro Centro de Portugal – CA Marinha Grande

17 e 18 de abril – Rali Terras D'Aboboreira – CA Amarante

7 a 10 de maio – Rally de Portugal – ACP

29 e 30 maio – Rally de Lisboa – CPKA

19 e 20 junho – Rali Castelo Branco e Vila Velha de Rosão – Escuderia C. Branco

31 julho e 1 agosto – Rali da Madeira – Club Sports Madeira

11 e 12 setembro – Rali da Água Transibérico Euricdade Chaves-Verin – CAMI

9 e 10 outubro – Rally Five Cities North of Portugal – Demoporto

30 e 31 outubro – Rallye Casinos do Algarve – CA Algarve 

domingo, 30 de novembro de 2025

Youtube Formula 1 Video: A queda de Oscar Piastri

No meio do verão, parecia que Oscar Piastri estava bem lançado para uma candidatura sólida ao título mundial. Contudo, desde a corrida de Zandvoort que o piloto australiano não voltou a vencer, como também só conseguiu dois pódios, o último dos quais... este domingo, em Losail. 

Claro, muitos interrogam-se da razão pelo qual ele se apagou dentro da equipa de Woking em favor de Lando Norris, especialmente quando se pensava que seria o favorito para ganhar este campeonato. E quem vir o video do Josh Revell, pode ser que entenda essas razões.  

Formula 1 2025 - Ronda 23, Qatar (Corrida)


A competição está como a Liberty gosta: uma luta a três, e se arrastar até Abu Dhabi, melhor. Em Losail, tivemos um fim de semana alargado, com corrida "sprint" e tudo, com Oscar Piastri a levar a melhor, mas com Lando Norris na frente de Max Verstappen - apenas quarto, com Norris a ser terceiro, ganhando mais um ponto -  e parece que o piloto da McLaren tem tudo para ser campeão hoje. 

No fim de semana de Losail, a penúltima do ano, os pilotos e as equipas chegaram com um aviso da Pirelli sobre a durabilidade dos seus pneus. E por causa disso, há limites do uso dos pneus, ou seja, haverá pelo menos duas paragens nas boxes. A marca, que corre em monopólio na Formula 1 - para evitar o embaraço de Indianápolis 2005 - fez esta recomendação, para evitar que as equipas e os pilotos acabem com problemas alheios ao seu desempenho. E ainda por cima, numa fim de semana tão decisivo como este...

Antes da corrida, um piloto partiu das boxes: Franco Colapinto, no seu Alpine. Quanto a compósitos, os dez primeira meteram médios, Hulkenberg e Hamilton com moles, e Colapinto com duros. Em suma, todos usarão todo o tipo de pneus.

E depois do sol posto, como é norma neste lado do mundo, máquinas e pilotos estavam prontos para a penúltima prova do ano. O primeiro "match point", onde Lando Norris tinha tudo a ganhar, se usasse a cabeça e tivesse sorte. 57 voltas pela frente e no final, provavelmente, um campeão.


Na partida, Piastri partiu bem, mas Max largou melhor e passou Norris para ser segundo. De resto, tudo pacifico, sem asneiras. Norris partiu mais lento, mas não comprometeu em nada. E com isto, o campeonato ia para Abu Dhabi. Nas voltas seguintes, os pilotos tentavam melhorar as suas posições, mas sem ar limpo na frente, passar nesta pista era complicado. 

Na volta 5, Piastri já tinha mais de dois segundos de vantagem sobre Max, e a mesma distância entre ele e Norris. O neerlandês era o mais rápido, mas não conseguia aproximar de Piastri para ganhar mais pontos. 

Na sétima volta, Nico Hulkenberg despista-se com o pneu traseiro direito rebentado. Pierre Gasly ia para as boxes a um ritmo mais lento, também com um furo, e o Safety Car entra na pista. Altura para boa parte dos pilotos trocarem de pneus, a começar por Max Verstappen. Mas quem não ia para as boxes eram os McLaren. Mais tarde, as imagens mostraram que Hulkenberg e Gasly tocaram-se na entrada na curva 1, numa altura em que o piloto alemão atacava o nono posto do Alpine do francês.

Max regressou à pista com médios, mas os McLaren, que não foram ás boxes, tinham alegadamente algo que o resto não tinha: flexibilidade. Todos os outros teriam de parar na volta 32, algo do qual eles não iram parar. A McLaren poderia ir mais cedo, mas poderia escolher a volta. O resto... não. 


O Safety Car regressou às boxes na volta 11, com os primeiros a manterem-se, enquanto Max era terceiro na frente dos Mercedes. Os McLaren aceleraram, deixando Max a mais de dois segundos nas primeiras duas voltas depois do regresso à corrida. Sainz Jr, que era quarto, parecia que iria apanhar o piloto da Red Bull. E neste momento, todos menos Gasly, que tinha duros, tinham médios calçados e a usar.

Os McLaren foram embora de Max, ao ponto de terem quase cinco segundos perto da primeira janela da troca de pneus, e na volta 22, havia dois pilotos que arrastavam o pelotão: Sainz Jr., emn quarto, tinha oito segundos de atraso para Max, e Fernando Alonso, em sexto, segurava o resto do pelotão, 25 segundos atrás de Piastri, e no limite, poderia ser ali que os carros da McLaren poderiam regressar, depois da sua paragem nas boxes. 


Na volta 25, os pilotos da McLaren entraram nas boxes. Piastri primeiro, Norris depois, com o australiano a meter médios e a sair em quinto, na frente de Alonso e com uma troca de pneus mediana. Tudo correu bem para ambos, mas Norris saiu bem perto de Alonso, mas bastou algumas curvas para que as coisas regressassem à normalidade. Agora, era na volta 32, quando o reto do pelotão for às boxes. Na frente, Max tinha um avanço de 14,1 segundos sobre o Williams de Sainz Jr., mas atrás, Antonelli, que era terceiro, começava a ser ameaçado por Piastri. O australiano passou na volta 30, para ser terceiro, e tentava buscar Sainz Jr. antes das trocas das boxes na volta 32. 

O caos foi bem gerido, sem incidentes de maior, com Piastri na frente de Norris e Max a três segundos do piloto britânico. Mas com os pilotos do resto do pelotão sem parar até à meta, muitos deles com duros - a começar com Max - e a partir daqui, as coisas acalmaram-se, com o neerlandês a aproximar-se com os seus duros, porque os pilotos da frente tinham pneus mais velhos. Apesar da aproximação, não havia, contudo, ameaças. 

Na volta 42, Piastri troca de pneus para meter duros, e ficar com ele nas 15 voltas que faltavam. Iria regressar na terceira posição, a 17 segundos do piloto da Red Bull, e na volta seguinte, foi a vez de Norris, também com duros, regressando em quinto, atrás de Sainz Jr e Antonelli. As coisas em termos de campeonato andam complicadas para ele.

Norris tentou apanhar Antonelli para ser quarto e menorizar os estragos, enquanto Sainz Jr, tinha alguns problemas no seu voltante, e ver as suas chances de pódio ficarem um pouco mais complicadas. Na parte final da corrida, com Max a caminho da vitória, e Piastri em segundo, Isack Hadjar sofre um furo e perde o sexto posto que tinha na altura. Pouco depois, Antonelli faz uma curva mais larga e Norris passou para ser quarto. Contudo, apesar de ter ido atrás de Sainz Jr, não foi suficiente para chegar ao pódio.


E com 12 pontos de diferença e com Max a subir para segundo no campeonato, o campeonato vai para Abu Dhabi. Como todos querem - a começar pela Liberty Media - para o bem e para o mal.