terça-feira, 24 de dezembro de 2024

Feliz Natal a todos!


Hoje é dia 24, e na altura em que escrevo estas linhas, faltam poucas horas para abrir os presentes. Claro que o balanço do ano é daqui a uma semana, mas esta é uma boa altura para falar do que foi este ano que está quase a acabar. 

Para mim foi uma coisa fixe. Andei a colaborar para um museu - na realidade, foi para o Jornal dos Clássicos, que é um lugar fixe, com gente fixe. Mas sobretudo, andei este ano a embrenhar-me ainda mais nas redes sociais. Estou cada vez mais convencido que o futuro passará mais por ali, quer queiramos, quer não. E se crias conteúdos, é a maneira como tens de das nas vistas e fazer aquilo que mais gostas. 

E para mim, comecei a ver isso a partir do verão. Curiosamente, depois do meu aniversário. Como este sitio tem página do Facebook, resolvi fazer algumas modificações, porque achei que andava estagnado em termos de crescimento. Essas modificações fizeram que ele começasse a crescer de forma consistente, com algumas "explosões". Dois desses momentos de "explosão" aconteceram, primeiro, em setembro, quando escrevi dois "posts" sobre o último episódio do "The Grand Tour", onde em conjunto, tiwe mais de 2200 "gostos" e centenas de comentários. Isso passou a ser norma. Mais ainda quando apareceram mais alguns, como o post da última corrida do Michele Alboreto ou a do Cadillac.

Mas quando no inicio do mês, falei sobre a venda da coleção de automóveis do Bernie Ecclestone, as coisas foram acima do telhado. Para cima de 5500 "likes", centenas de comentários e partilhas, quase mil cada um, mostra que isto se tornou num lugar onde as pessoas gostam de andar por aqui. E responder aos comentários - a dita "interação" - também ajudou um pouco na exposição da página noutros lados. 

Para complementar as coisas, a fuga do pessoal do Twitter (recuso a chamar aquilo que X) para outras redes sociais como o Bluesky e o Threads ajudou bastante na divulgação das minhas coisas, especialmente quando começo a escrever as estórias de automobilismo. Com o tempo, começo a ser mais conhecido, e entender que criar conteúdos é melhor que absorvê-los. Dá sentido a isto tudo. 

Portanto, quero agradecer aos mais de 7800 seguidores no Facebook, aos mais de 400 que tenho no Instagram, aos quase 400 no Threads, aos mais de dois mil no Twitter - sim, ainda não desliguei aquilo, mas ali consigo estar em contacto com bons amigos que arranjei e que ainda não foram embora - e como comecei neste outono a fazer vídeos no TikTok, aos quase 50 seguidores que gostam do que falo. Ainda falta o Youtube, mas quero guardar para fazer algo melhor. 

Dito isto, desejo-vos um Feliz Natal a todos. Que tenham muitas prendas, que vos encontre felizes com as vossas famílias, com aqueles que mais amam, que vos encontre em paz com o mundo e sobretudo, com vocês mesmos. 

E claro, vemo-nos em breve! O ano que vêm aí será cheio de coisas boas, garantido. Até mais!   

segunda-feira, 23 de dezembro de 2024

A(s) image(ns) do dia




Lembro-me que existiam uns rumores, mas era mais a expectativa. E as esperanças. 

Neste dia, há precisamente 15 anos, a Mercedes anunciava que Michael Schumacher iria guiar para eles a partir da temporada de 2010, no lugar de Jenson Button, o campeão do mundo, que ia para a McLaren, no lugar de Heikki Kovalainen, e claro, iria guiar ao lado de Lewis Hamilton. A seu lado, outro alemão: Nico Rosberg, este vindo da Williams. 

As expectativas eram grandes, lembro-me bem. Todos esperavam que as sua capacidades estivessem intactas e que lutasse pelo oitavo título mundial. Lembro até de gente a escrever afirmando que receavam pelo filho do Keke Rosberg, achando que ele estaria sob brasas para bater o alemão, então a caminho dos 41 anos, e que tinha de provar algo ao mundo. E claro, não poderíamos esquecer da própria Mercedes, que 15 anos depois de ter chegado à Formula 1 como fornecedora de motores - pela Sauber, antes de ir para a McLaren - iria montar a sua equipa. 55 anos depois de ter ido embora da Formula 1.

Mas na altura também me lembrei do "hype" que tinha causado este regresso. Especialmente quase quatro meses antes, em agosto, quando Felipe Massa se acidentou nos treinos para o GP da Hungria, com a mola vinda do Brawn de Rubens Barrichello. Ele chegou a testar, mas a lesão no pescoço que tinha sofrido em 2007, num teste, o impediu de entrar no carro quase imediatamente, para fazer o resto da temporada. 

Assim sendo, preparou-se melhor. E ainda tinha mais uma coisa a seu favor: Ross Brawn. Ele, que tinha ficado com a equipa depois da fuga da Honda da Formula 1, e o transformou naquilo que se viu em 2009, via com bons olhos o regresso de Schumacher. Afinal de contas, os dois, mais outros como Rory Bryne e Jean Todt, tinham ajudado a  transformar a Ferrari na máquina imbatível do inicio do século. 

E claro, todos pensaram: Brawn, Mercedes e Schumacher... são os favoritos, não são?

A realidade encarregou-se de deitar na cara dos crentes um balde de água fria. Três temporadas foram suficientes para mostrar a Schumacher que a nova geração era suficientemente boa para ele, e até Nico Rosberg era não só capaz de o acompanhar, como de o superar. Um pódio foi manifestamente insuficiente, mas vê-lo competir ao lado de gente como Sebastian Vettel, Fernando Alonso, Lewis Hamilton e outros, alguns deles ainda por aqui não há muito tempo...

WRC: Hyundai altera estrutura para 2025


Com o Mundial a começar dentro de um mês, em Monte Carlo, a Hyundai Motorsport anunciou uma série de alterações na estrutura da sua equipa antes da nova temporada. Pablo Marcos, chefe de equipa na Hyundai entre 2021 e 2023, irá regressar, mas o diretor da equipa e presidente, Cyril Abiteboul, revelou que o seu trabalho será diferente desta vez.

Para além disso, o gestor do programa da equipa no WRC, Christian Loriaux, vai deixar a Hyundai. O aspeto técnico do trabalho de Loriaux será desempenhado por François-Xavier Demaison. Cyril Abiteboul, o diretor, falou das alterações e justificou-as desta forma.

Toda a gente na Hyundai Motorsport está a desfrutar de uma pausa bem merecida da competição, no entanto – como é frequentemente o caso nesta altura do ano – estamos a fazer algumas mudanças chave dentro da empresa para apoiar o nosso impulso de 2025 e adaptarmo-nos ao nosso ambiente.", começou por explicar.

Tivemos uma época de 2024 muito forte, mas não conseguimos alcançar tudo o que nos propusemos, por isso, olhando para um ano transformador para as nossas operações de desporto motorizado, passámos algum tempo a considerar como podemos simplificar a nossa organização. Por isso, temos o prazer de dar as boas-vindas ao Pablo Marcos de volta à Hyundai Motorsport como Diretor de Equipa. As suas funções são muito diferentes das que desempenhou entre 2021 e 2023, estando agora exclusivamente focado na concretização dos nossos objetivos desportivos e de desempenho no WRC.", continuou.

Tolga Ozakinci irá agora supervisionar as infraestruturas dos nossos eventos de rali e de competição, bem como trabalhar com os nossos fornecedores e parceiros associados, sendo alguns deles partilhados entre programas.", declarou.

Por último, gostaríamos de agradecer ao Christian pela sua contribuição para a nossa missão ao longo dos últimos três anos. Ele foi um grande apoio pessoal quando entrei no mundo dos ralis e desejamos-lhe tudo de bom para os seus futuros empreendimentos.”, concluiu.

A Hyundai correr em 2025 com quatro carros, sendo a grande novidade a chegada do francês Adrien Formaux, vindo da M-Sport, que fará companhia e Ott Tanak e Thierry Neuville, o atual campeão do mundo.   

Youtube Testing Video: Senna e Schumacher, Hockenheim, 1992

E eis uma prenda de Natal antecipada (a pessoa em questão meteu no Youtube nesta sexta-feira): um teste no verão de 1992, no circuito de Hockenheim. Dá ideia que isto deve ter acontecido antes ou depois do GP de Alemanha, porque normalmente faziam-se alguns testes neste circuito naquela altura do ano. Aliás, no ano anterior, o Senna tinha tido um dos seus piores acidentes da sua carreira quando testava ali.

Mas a história conta-se da seguinte forma: os dois testavam na pista quando Michael Schumacher andava numa volta rápida e o Ayrton Senna deve tê-lo atrapalhado numa curva, e a partir dali, começaram em despique um com o outro o resto da tarde, ao ponto de os dois quase partirem para a briga. Aliás, Schumacher, na sua primeira temporada completa na Formula 1, já tinha tido as suas primeiras tensões com o brasileiro, nomeadamente o incidente da primeira volta no GP de França, em Magny-Cours. 

Anos depois, em 2008, com Schumacher já retirado, ele mesmo admitiu que andou a fazer "brake test" naquele dia com Senna porque andava chateado com as manobras que ele e o Gerhard Berger, companheiro de Senna na McLaren em 1992, faziam sobre os mais novos. Claro, Senna não achou graça alguma e no final, os dois quase entraram à pancada. E a partir dali deverá ter começado mais uma rivalidade em pista, que durou até o brasileiro morrer.  

domingo, 22 de dezembro de 2024

A imagem do dia





Estamos no ano 2000, em Estugarda. Na sede da Mercedes, perante 40 mil pessoas, a McLaren prepara-se para o Mundial de Formula 1, numa apresentação com Mika Hakkinen e David Coulthard, o primeiro a celebrar o seu segundo título mundial. Contudo, pouco depois, um idoso de cabelos totalmente brancos sobe ao palco e diz algumas palavras comparativas entre o seu tempo e o de agora, onde observa carros em fibra da carbono. 

O que poucos tinham entendido é que ali estava um dos sobreviventes então vivos da era do Grand Prix, mais de 65 anos antes. Então com 94 anos, este antigo piloto não era um qualquer: era Manfred von Brauchitsch, um dos cinco pilotos mais famosos da era, a par de Hermann Lang, Bernd Rosemeyer, Hans Stuck Sr. e Rudolf Caracciola. E a história dele, que atravessa todo o século XX, apanha todos os momentos da história da Alemanha: o império, a primeira República, o III Reich, a divisão entre dois blocos, o Ocidental e o Oriental, e depois a união alemã. 

Nascido a 15 de agosto de 1905 em Hamburgo, na Alemanha, era filho e sobrinho de militares - seu tio seria Walter von Brauchitsch, um dos generais de Adolf Hitler na II Guerra Mundial - mas sendo muito novo para participar na I Guerra Mundial, foi para a "Reichswehr", muito mais reduzida na altura da republica de Weimar. Ao mesmo tempo correu em motociclismo, mas em 1928, um acidente o deixou ferido e pior: inapto para o serviço militar. Não seguiria a carreira familiar.

Pouco depois, foi para os automóveis, sendo contratado pela Mercedes em 1932, em substituição de Rudolf Caracciola, que tinha ido para a Alfa Romeo. Ali, ganhou uma corrida no circuito de Avus, em Berlim, e a sua reputação foi tal que quando a marca decidiu participar no campeonato europeu, em 1933, foi para a equipa oficial, ao lado do regressado Caracciola e Hans Stuck. Para evitar confusões, decidiu usar um capacete vermelho para dar nas vistas. Mas também ganhou outra reputação: atrair a má sorte. 

O melhor exemplo aconteceu em 1935, no GP da Alemanha, na pista de Nurburgring. 

Com os carros alemães mais que favoritos, no inicio da última volta, Brauchitsch liderava a corrida, com 35 segundos de avanço sobre o segundo classificado, o Alfa Romeo de Tazio Nuvolari, contudo, porque puxou tanto pelo carro que os seus pneus estavam no limite. A meio, o pneu traseiro esquerdo furou e ficou como alvo a abater pelo italiano, que o passou, mesmo com um carro inferior, para conseguir uma das vitórias mais improváveis da história do automobilismo. Brauchitsch acabou em quinto, com seis minutos de atraso. 

Duas voltas antes da chegada, o pneu dianteiro esquerdo começou a mostrar a sua faixa de marcação, o que indicava que estava a chegar à carcaça”, recorda von Brauchitsch, numa entrevista feita no ano 2000 na Motorsport britânica.

Percebi pela reação dos espectadores, principalmente na descida para a Adenau, que entenderam que estava em apuros. Após a corrida, Neubauer culpou-me por não ter parado, mas eu não queria entrar nas boxes e talvez encontrar-me na mesma situação que Eddie Irvine enfrentou em Nurburgring na época passada [1999]. Não há pneus suficientes!

Três anos depois, na mesma pista, ele ia reabastecer, na 11ª volta, quando, nas boxes, pate do combustível derramou-se no seu carro, pegando fogo. Brauchitsch saltou logo fora do carro, com a ajuda de Alfred Neubauer, e depois de terem apagado as chamas, regressou ao carro para arrancar, tentando recuperar o tempo perdido. Contudo, algumas curvas depois, a mais de 190 km/hora, o volante saltou fora do carro e ficou com ele nas mãos! Travou, despistou-se e o carro ficou danificado, mas ele não ficou ferido. Em suma, um milagre.

Quando a guerra chegou, em setembro de 1939, tinha 36 anos e a sua carreira estava, essencialmente, acabada. Foi trabalhar para a Junkers, como secretário particular de Heinrich Koppenberg, chefe de pessoal, e em 1943, foi para o Ministério da Produção e Armamento, como consultor, trabalhando para Albert Speer. Estava inscrito no NSKK,  mas não era membro do Partido Nazi.

No final da guerra, os sarilhos aumentaram para ele. Apesar de ser um dos fundadores do renovado Automóvel Clube Alemão, em 1948, foi para a Argentina no ano seguinte, e tentar regressar à competição, sem sucesso. No regresso, em 1950, começou a falar com dirigentes do regime da Alemanha do Leste, que tinha sido declarada no ano anterior. E quando a sua autobiografia foi lançada numa editora de Berlim-Leste, foi acusado de traição e evasão fiscal, e ficou detido por oito meses. No dia de Ano Novo de 1954, antes de ser julgado, deixou a sua mulher e escapou para a Alemanha Oriental. 

Anos depois, no ano 2000, numa entrevista feita à Motorsport, afirmou "que era um espirito livre" e não queria viver no ambiente conservador de Konrad Adenauer. 

Ali, tornou-se o presidente do Clube Automóvel da RDA, e depois, membro do Comité Olímpico, onde chegou a ser condecorado pelo Comité Olímpico Internacional, em 1988, por propagar os ideais desportivos. Até ao fim, era convidado pela Mercedes pra diversos eventos, especialmente na Alemanha Ocidental, onde ia frequentemente, pois tinha privilégios de alto funcionário. 

Acabaria por morrer a 5 de fevereiro de 2003, aos 97 anos. Foi dos últimos pilotos de Grand Prix que chegaram ao século XXI.   

Noticias: Horner acha Hadjar muito telantoso


O patrão da Red Bull elogiou Isack Hadjar pelo seu impressionante desempenho durante o teste de pós-temporada em Abu Dhabi. Poucos dias depois de ter sido anunciado como piloto da Racing Bulls para 2025, no lugar de Liam Lawson, que foi para a Red Bull, no lugar de Sérgio Pérez, Horner descreveu o piloto franco-argelino de 20 anos como um talento em bruto, mas promissor, com uma velocidade significativa, embora tenha reconhecido que Hadjar ainda precisa de aperfeiçoamento.

Isack [Hadjar] é outro talento”, começou por falar Horner, em declarações ao RacingNews365.com “Ele é rápido. Ele saltou para o carro, foi mais rápido do que Yuki no teste da semana passada, o que chamou a atenção. Ele é definitivamente um talento em bruto e precisa de um pouco de polimento, mas ele tem a velocidade”, continuou. 

Na Fórmula 2, ele teve a infelicidade de não participar da última corrida devido a problemas técnicos com o software de largada, pelo que entendi. Mas ele também impressionou, especialmente com a sua velocidade. Vai ser interessante ver como as coisas se desenrolam.”, concluiu.

Vice-campeão de Fórmula 2 em 2024, batido por Gabriel Bortoleto, durante o teste de pós-temporada em Abu Dhabi, conduziu o RB20 ao lado de Yuki Tsunoda, e os seus tempos e o seu ritmo foram considerados superiores aos do japonês, que irá ser o seu companheiro de equipa. 

Youtube Rally Documentary: A construção de um campeão do mundo

Eis algo interessante para ver neste Natal: um documentário de 90 minutos sobre a temporada de 2024 do WRC, mais particularmente da Hyundai. Este foi uma temporada importante para a marca coreana, que na sua 11ª temporada seguida no Mundial de ralis, ganhou o campeonato de Pilotos, com o belga Thierry Neuville.

Neste documentário, feito pela marca, mostra-se os bastidores do campeonato, onde não só se mostram os ralis em ângulos diferentes do habitual, como também há entrevistas com gente como Esapekka Lappi, Ott Tanak e Dani Sordo, o manager Cyril Abiteboul, tudo numa temporada onde as coisas foram decididas no último rali, no último dia. 

É algo interessante de se ver neste Natal, se não quiser assistir aos habituais filmes da quadra...  

sábado, 21 de dezembro de 2024

Noticias: Ferrari de 2025 será mais radical que o anterior


O chassis da Ferrari para 2025 será totalmente novo, disse o seu diretor desportivo. Segundo conta Frederic Vasseur, apesar da competição que tiveram na segunda fase do campeonato, lutando pelo título de Construtores com a McLaren, os responsáveis da formação de Maranello querem dar um passo em frente e estão a conceber e construir um carro completamente novo.

Apesar de Vasseur pouco ou nada ter dito sobre o que será o carro, os rumores apontam que  2025 terá um novo chassis e uma nova caixa de velocidades, ao passo que a suspensão anterior será ‘pull-rod’ ao invés do sistema ‘push-rod’ utilizado até agora pela equipa, ao contrário da Red Bull e McLaren. E tudo isto no ano em que terão Lewis Hamilton na equipa, ele que fará 40 anos dentro de algumas semanas. 

Estamos no quarto ano deste regulamento e conhecemos os nossos projectos anteriores. É por isso que o novo carro será completamente novo. Partilhará menos de um por cento com o seu antecessor”, afirmou Vasseur, o chefe de equipa da Ferrari.

O carro, cujo número ainda não se sabe, não será apresentado a 18 de fevereiro em Londres, na apresentação coletiva da Formula 1, para comemorar os 75 aos da competição. Ao contrário do que as outras equipas farão, irá ser mostrado ao mundo em Fiorano no dia 19 de Fevereiro, como tem sido habitual nos últimos anos.

Youtube Endurance Documentary: "Não Há Formulas Perfeitas"

A Cadillac é uma das equipas que está presente no Mundial de Endurance, e luta com a Toyota e a Ferrari, entre outros, por vitórias, especialmente nas provas mais icónicas do campeonato, como as 24 Horas de Le Mans. 

Em 2023, a marca foi para a categoria principal, a Hypercar, e não foi perfeita. Aliás, o acidente de um dos seus carros depois de uma das chicanes nas Hunaudiéres, logo na primeira volta, deu imensa publicidade aos carros, não da melhor maneira...

O documentário de 90 minutos tem quatro partes, onde se mostra os meses que levaram desde a apresentação dos carros, passando pelos testes, e no final, as principais corridas onde participaram: Daytona, Sebring e o maior deles todos, Le Mans. 

Eis algo para wer neste Natal, caso os filmes que passem na televisão não o atraírem bastante... 

sexta-feira, 20 de dezembro de 2024

A imagem do dia





Quem conhece a história de Enzo Ferrari, ou já leu a autobiografia do Commendatore, sabe que ele teve um filho, Alfredino, nascido em 1932, e em 1956, aos 23 anos, sofreu uma doença fatal, que o deixou desgostoso para o resto da sua vida. Mas não foi isso que o impediu ele e a Scuderia de crescer e prosperar nas décadas seguintes, especialmente com a ajuda da Fiat e do seu filho mais novo, Piero Lardi Ferrari

Contudo, nem todos conseguiram fazer das fraquezas, forças. E o caso de Ettore Bugatti pode ser visto como o desaparecimento do herdeiro acabou por precipitar o final de uma marca que prosperou nos anos 20 e 30 do século passado. E para piorar as coisas, as circunstâncias da sua morte, aliadas à iminência de uma guerra, trouxeram uma carga dramática.

Ettore Bugatti, nascido a 15 de setembro de 1881, em Milão, emigrou cedo para a França, a convite do Barão Adrien de Turckheim, que detinha duas fábricas pertencentes à Lorraine-Dietrich. Estas fábricas estavam em... dois países, uma em França, outra na Alemanha. Com conhecimentos de engenharia, além do gosto pelo belo - o pai e um dos irmãos eram escultores - construiu uma fábrica com o seu nome em 1909, em Molsheim, na Alsácia. Construiu motores de aviões na I Guerra Mundial e depois, passou aos automóveis, onde fez toda a sua fama e fortuna. 

No final dos anos 30, a Bugatti tinha apostado na Endurance, construindo o Type 57G Tank, ganhando as 24 Horas de Le Mans de 1937 e de 1939, às mãos de gente como Jean-Pierre Wimille, Pierre Veyron e Robert Benoist. Atrás deste sucesso estava um jovem de 30 anos, Jean Bugatti, filho de Ettore. Engenheiro, desenhador e principalmente, testador, tinha desenhado e construído modelos como o Type 41 e o Type 57, este último o vencedor das corridas de Le Mans.

No verão de 1939, Bugatti sentia os ventos da guerra. Projetavam-se maquinas para o futuro, como o Bugatti 100P, um avião de maalite - um compósito de madeira, usado em iates - mas o facto da fábrica se situar perto da fronteira franco-alemã, em terras reclamadas pelos alemães - não os deixavam quietos. Ettore pensava em construir uma fábrica em Levallois, nos subúrbios de Paris, para evitar isso, e confiava nos atributos de Jean, o mais talentoso dos seus filhos - tinha quatro, e iria ter mais dois da sua segunda mulher.

A 11 de agosto de 1939, Jean, então com 30 anos, saiu à estrada nos arredores da fábrica, perto de Duppigheim, na Alsácia. Conduzia um Type 57 que tinha sido usado nas 24 Horas de Le Mans, e andava a cerca de 150 km/hora quando viu de repente um ciclista na estrada. Desviando-se para não o atropelar, perdeu o controlo do carro e bateu contra uma árvore, matando Jean. 

Um acidente destes, a tão pouco tempo de uma guerra que todos sabiam poder afetar a marca, acabou por ser decisivo para a sorte da fábrica. O projeto do avião acabou por ser guardado, as corridas automobilísticas acabaram por ser interrompidas, e no ano seguinte os nazis invadiram a França. A fábrica foi requisitada para o esforço de guerra, e quando esta acabou, o novo governo nacionalizou-o, desconfiando das suas origens italianas - curiosamente, os seus pilotos, Wimille, Benoist e Veyron, participaram na Resistência.

Bugatti morreu em 1947, devido a um acidente vascular cerebral, e mesmo com a intervenção de Roland, o filho mais novo, que nos anos 50, tentou colocar a sua marca na Formula 1, a marca deixou de fabricar automóveis em 1962, quando foi comprado pela Hispano-Suiza, retomando a produção trinta anos depois, em 1991, com o EB110.      

Noticias: Hadjar na Racing Bulls


Para surpresa de... ninguém, a Red Bull confirmou que o franco-argelino Isack Hadjar será o seu piloto na Racing Bulls em 2025, no lugar de Liam Lawson, que rumou para a Red Bull. Ele fará companhia ao japonês Yuki Tsunoda na sua temporada de estreia na Formula 1, sendo o segundo francês de origem argelina na categoria máxima do automobilismo, 35 anos depois de Pierre-Henri Raphanel, que correu na Coloni em 1989. 

Com 20 anos de idade - nasceu a 28 de setembro de 2004 - nascido em Paris, mas filho de pais argelinos, correu na Campos Racing em 2024, acabando como vice-campeão, batido apenas pelo brasileiro Gabriel Bortoleto. Para além disso, tornou-se no 19º piloto a ser promovido através do programa da Red Bull Junior Program. Com isto, o pelotão da Formula 1 para 2025 está completo.

No momento do anuncio, o piloto ficou bem satisfeito por esta prenda de Natal antecipada: 

Estou muito entusiasmado por assumir o meu novo papel na VCARB, isto é muito importante para mim, para a minha família e para todas as pessoas que acreditaram em mim desde o início.", começou por falar. "A viagem desde o karting, passando pelas classificações em monolugares, até estar agora na Fórmula 1 é o momento para o qual tenho trabalhado toda a minha vida, é o meu sonho.", continuou.

"Sinto que estou a entrar num universo totalmente novo, a conduzir um carro muito mais rápido e a correr com os melhores pilotos do mundo. Vai ser uma enorme curva de aprendizagem, mas estou pronto para trabalhar arduamente e dar o meu melhor para a equipa. Estou ansioso por trabalhar e aprender com o Yuki [Tsunoda], sempre o admirei, ele passou pelo Red Bull Junior Program, tal como eu, e partilhámos um caminho semelhante até à F1. Ele é muito experiente e vai ser bom aprender com ele.”, finalizou. 

Para Laurent Mekies, Diretor de Equipa, a chegada de Hadjar dará uma nova dinâmica à equipa: “Estamos entusiasmados por ter o Isack connosco no próximo ano, trazendo uma dinâmica nova e fresca à equipa, juntamente com o Yuki em 2025. O seu percurso até à Fórmula 1 tem sido nada menos do que extraordinário, tendo demonstrado um crescimento notável, com uma série de resultados impressionantes nos monolugares juniores.", começou por afirmar.

"Tem o talento e a motivação necessários para competir ao mais alto nível e estamos confiantes de que se adaptará rapidamente e terá um impacto significativo. Acredito que Isack e Yuki formarão uma grande equipa. Yuki traz uma experiência inestimável para a equipa, demonstrou uma resiliência e maturidade incríveis, que serão cruciais para a equipa à medida que nos esforçamos por atingir todas as nossas metas e objetivos em 2025.”, concluiu.

Os testes do Adamastor Fúria


O Adamastor Fúria, primeiro supercarro português apresentado na primavera deste ano, continuou com os seus testes de performance com vista à sua comercialização - em principio, em 2026, com um limite de 60 exemplares - e no final de novembro, esteve no Autódromo Internacional do Algarve para fazer os seus primeiros testes em pista, num ambiente controlado. 

A equipa da Adamastor, composta por cerca de 15 técnicos liderados pelo engenheiro Frederico Ribeiro, realizou um dia intenso de trabalho, ao qual afirmam ter tido resultados muito positivos na evolução do seu carro rumo à sua comercialização futura.

Foi uma evolução constante.", começou por afirmar. "Começámos de forma mais ‘soft’ e fomos incrementando o ritmo. Comecei por sentir a dinâmica do carro e logo aí deu para assimilar um pouco da performance que vai permitir atingir. É óbvio que ainda estamos muito longe dos limites da máquina. Estes são os primeiros passos, mas são já muito boas as primeiras impressões”, continuou.

Mesmo numa toada calma dá para perceber tudo: a travagem, a forma como o Fúria responde às solicitações, mostrando-se sempre equilibrado. É curioso o facto de desde o início o Fúria transmitir, de forma vincada, o ‘feeling’ de um carro de corrida, muito reativo. Basta ‘fazer sombra no acelerador’ e o motor sobe imediatamente de rotação. É impressionante! É um carro fácil de conduzir e muito divertido, mas hoje aqui ainda foi um bocadinho exigente, pelo facto de, propositadamente, não termos a direção assistida ligada. Mesmo com uma série de condicionantes, foi um dia muito positivo. Estou muito contente com que conseguimos alcançar aqui hoje”, acrescentou.

As sensações que Diogo Matos, o piloto do carro na pista algarvia, ia recolhendo em pista, eram passadas, de forma imediata, em live chat, para Frederico Ribeiro, engenheiro portuense que, a partir das boxes, viveu intensamente cada metro que o Fúria completava em pista. Foi sobre si que recaiu a responsabilidade de preparar este teste, pelo que são justos os louros que lhe são atribuídos pelo seu sucesso.


Apesar dessa responsabilidade, confessava: “Não estava muito receoso! Tinha a certeza, como se provou hoje, de que estava tudo preparado e que poderíamos realizar em pleno este ensaio."

Depois, continuou: "Nos outros testes que fizemos fomos identificando algumas coisas que estavam menos bem, corrigindo-as. Assim, chegámos aqui a saber que estava tudo pronto para fazer o ‘run plan’ que havíamos delineado e que tinha duas fases distintas: de manhã, muito focado no desenvolvimento e na calibração; de tarde, a explorar um bocadinho a performance do carro e começar a fazer alguns quilómetros, para também comprovar a validade dos componentes, nomeadamente em termos de fiabilidade. Rodar a baixo ritmo não parece ser o seu ‘habitat’".

"A verdade é que fomos aumentando o ritmo e a resposta não tardou. Outra coisa interessante é a estabilidade que se observa do lado de fora. Nada o perturba. Não há um ‘bump’, ou solavanco estranho, o que é muto agradável. Todavia, ainda temos muito trabalho pela frente. Temos que fazer mais quilómetros, avaliar a fadiga dos componentes e explorar os limites, nomeadamente do motor, da suspensão, da travagem, torção, etc…”, concluiu.


O Furia, desenvolvido pela empresa Adamastor, terá um preço de 1,6 milhões de euros antes de impostos, e estará equipado com um motor V6 biturbo de 3,5 litros da Ford Performance, capaz de entregar mais de 650 cavalos. Ele atinge uma velocidade máxima superior a 300 km/hora e vai de 0 a 100 km/hora em 3,5 segundos. Tudo pesando 1100 quilos num chassis monocoque feito em fibra de carbono. O seu design aerodinâmico avançado dispensa grandes ailerons ou asas traseiras. 

O projeto recebeu um investimento de 17 milhões de euros e será produzido em Matosinhos, Portugal. A produção começará em 2025, com capacidade de 25 unidades por ano a partir de 2026.

quinta-feira, 19 de dezembro de 2024

A imagem do dia


Christian Horner esteve nesta quarta-feira no palácio de Buckingham para ser condecorado pelo rei Carlos III com o grau de Comendador da Ordem do Império Britânico (CBE), o grau imediatamente inferior ao de KBE, ou seja, ser Cavaleiro e ser tratado por "Sir". A razão tem a ver com os serviços prestados ao automobilismo britânico, especialmente pelas quase duas décadas ao serviço da Red Bull, que levou a equipa a ganhar oito títulos de pilotos e seis de Construtores, entre 2010 e 2024, com pilotos como Sebastian Vettel e Max Verstappen

Contudo, esta condecoração chega na esteira de uma polémica que estoirou no inicio do ano, com as acusações de assédio por parte de uma trabalhadora da empresa, e que revelou um ambiente de trabalho algo tóxico. Horner resistiu às pressões para que se demitisse por parte do ramo tailandês da companhia, e o título deste ano em termos de pilotos serve para acalmar as coisas nesse campo.

Contudo, com esta noticia, a polémica ressurgiu, pelo menos nas redes sociais. Muitos referem a auditoria que ele passou - que nunca foi independente, foi feita pela chefia da Red Bull, para aplacar os tailandeses - e do qual apenas parte das conclusões foram publicadas. 

Mas se calhar isto pode acordar algo que poderá, não tanto acordar o que se passou na altura, como pensar sobre algumas das pessoas que lá andam. A primeira delas é que a Red Bull é, como a própria empresa, bicéfala. Metade da firma é tailandesa e a outra metade austríaca. Se os tailandeses são discretos e gostam de receber o dinheiro - são a família mais rica do país, apenas superado pela família real - já os austríacos, depois da morte de Dietrich Mateschitz, em 2021, o filho deste, apesar de manter a discrição do pai, gostaria de ver algumas mudanças numa equipa vencedora. Tentou mexer alguns cordelinhos quando foi da polémica de Horner, mas não foram muito bem sucedidos. 

Mas há outro braço da equipa: Helmut Marko. O ex-piloto, agora com 81 anos, não tenciona largar o lugar, mas há algumas tensões dentro da equipa por causa dele. Há quem queira referir a idade, mas ele quer ser como o seu amigo Niki Lauda: ficar no lugar até morrer, ainda a influenciar quem será o piloto de uma das melhores equipas do pelotão. E nem falo do que será da equipa em 2026, quando vierem os novos regulamentos e trocarão os motores Honda pelos Ford, apesar de boa parte ser construída nas instalações de Milton Keynes. Sem Adrian Newey, rumo à Aston Martin, e sem muitos dos engenheiros que ajudaram a colocar a equipa no pedestal, o que passará depois de 2026 é mais uma incógnita que outra coisa.  

O presente pode ser muito bom, mas não faço ideia do que será o futuro. E quando eles tem os olhos demasiado postos em Max, não consigo ver a equipa onde está em 2028, por exemplo. E isso é importante.  

Youtube Motoring Aniversary Vídeo: Parabéns, Richard Hammond!

Richard Hammond comemora hoje o seu 55º aniversário natalício. O mais novo dos "Três Estarolas", que esteve no "Top Gear" desde o seu reinicio, em 2002, e andou com eles até ao "The Grand Tour", agora tem a sua oficina de restauro, "The Smallest Cog", onde remodela e retoma ao original joias automobilísticas.

O pessoal do "The Grand Tour" decidiu montar um vídeo com alguns dos seus melhores momentos no programa, especialmente pelo seu amor de tudo que é bem barulhento e muitas das vezes, bem americano...  

Noticias: Bottas será terceiro piloto da Mercedes em 2025


Depois de três temporadas na Sauber, Valtteri Bottas regressa à Mercedes em 2025, como piloto de testes. O regresso, anunciado hoje, poderá ser a pensar no futuro, não como piloto, pois há rumores que apontam como Bottas num papel mais de liderança da equipa, ao lado de Toto Wolff. Para já, será apenas piloto de reserva, num ano em que a Mercedes irá ter o jovem Andrea Kimi Antonelli em estreia.

Estou feliz por poder finalmente responder à pergunta que fiz durante o último mês [o que se segue?]., começou por afirmar o piloto finlandês, referindo à pergunta que andou a fazer nos últimos tempos, depois de ter anunciado a sua saída da Sauber. 

"Regressar à família Mercedes como Terceiro Piloto para 2025 é o que se segue e não podia estar mais satisfeito. Quero agradecer ao Toto, à equipa de Brackley e a todos na equipa por me receberem de braços abertos. Apesar dos desafios dos últimos anos, sei que ainda tenho muito mais para contribuir para a Formula 1.", continuou. 

"Desde que era um miúdo de cinco anos, a crescer em Nastola, na Finlândia, que o meu objetivo tem sido alcançar o sucesso na categoria máxima do desporto automóvel. Tive a sorte de desfrutar de muitos momentos incríveis nos meus 12 anos de corridas na F1 até agora. Ao regressar ao local onde tantos desses momentos foram alcançados, estou ansioso por utilizar todos os conhecimentos que adquiri para ajudar a equipa a ter um bom desempenho e a progredir em direção ao nosso objetivo de lutar pelos campeonatos do mundo.”, concluiu.


Já Toto Wolff, ao dar-lhe as boas-vindas, não escondeu o seu entusiasmo, destacando as contribuições significativas de Bottas durante a sua passagem anterior pela equipa. 

Bem-vindo a casa, Valtteri! É ótimo ter-te de volta. O seu impacto e contribuição nos cinco anos em que esteve connosco como piloto de corrida foram imensos. Para além de ter conseguido várias vitórias em Grandes Prémios, desempenhou um papel vital em cinco das nossas vitórias no campeonato.", começou por afirmar Wolff. 

"O seu feedback técnico e os seus contributos foram importantes para nos ajudar a alcançar esses êxitos e a impulsionar a equipa. Não só isso, mas também foi um colega e membro da equipa fantástico. O seu sentido de humor seco e a sua natureza pessoal tornaram-no um favorito de todos em Brackley e Brixworth”, continuou. 

No seu papel de Piloto de Reserva, todas essas qualidades serão incrivelmente importantes para nos ajudar a competir pelos campeonatos do mundo e apoiar tanto George [Russell] como Kimi [Antonelli] em pista,” concluiu.

De regresso à equipa onde conseguiu os melhores resultados, o piloto de 35 anos tem um grande palmarés por ali: sendo escudeiro de Lewis Hamilton, Bottas conseguiu dez vitórias em Grandes Prémios, 20 pole positions e 58 pódios, entre 2007 e 2021. O finlandês conseguiu papel fundamental em cinco Campeonatos do Mundo de Construtores consecutivos, em todos os anos em que participou na equipa.