sábado, 13 de dezembro de 2008

As expectativas para Portimão

Ferrari e McLaren já levaram os seus camiões para o circuito português, quando faltam dois dias para o inicio dos testes. Ainda não há numeros para os espectadores que poderão estar por lá, mas o "Diário de Noticias" de hoje fala em cinco mil pessoas nestes três dias de testes, cujos preços dos bilhetes podem variar dos dez aos quarenta euros. Para já, confirma-se a venda de dois mil bilhetes, algo que pode contentar os empresários da hotelaria, que precisam de receitas para esta época baixa de Inverno.


O jornal também fala de outros meios mobilizados para estes testes, a saber: um helicóptero médico, duas dezenas de clínicos, mais de 30 bombeiros e profissionais do Instituto Nacional de Emergência Médica com as respectivas ambulâncias, e 115 comissários de pista. Muitos meios, tal qual como se fosse um fim de semana de corridas...


Mas mais, muitos mais, podem aparecer no próximo dia 19 de Janeiro, quando for apresentado o novo Renault R29, também no autódromo algarvio. Os espanhois poderão aparecer em força, para apoiar Fernando Alonso na sua nova máquina, no qual aposta lutar pelo título com Ferrari, McLaren e BMW, entre outros.

O regresso de um clássico?

A Africa do Sul quer voltar a receber a Formula 1, quase 16 anos depois da sua última corrida. Quem o diz é Mandla Nkomfe, um dos membros do conselho executivo da Guateng Motorsport, empresa constituida para cuidardas infraestruturas do circuito de Kyalami, situado nos arredores de Joanesburgo.

Esse membro acredita na perspectiva de fazer regressar os monolugares de F1, afirmando que "a Guateng tem a capacidade e a competência para realizar eventos de classe mundial graças às excelentes instalações e é a altura certa para trazer estes eventos de volta ao país". Para já, Nkomfe não adianta se o circuito vai ser remodelado ou reconstruido do zero, mas fala-se que nas últimas semanas recebeu as visitas de Hermann Tilke e de Charlie Whiting, Director de Corrida da F1. Em 2009 o mítico circuito sul-africano vai receber em Fevereiro da A1GP, entre outros eventos.

O circuito de Kyalami recebeu a primeira vez a Formula 1 em 1967, e ficou no calendário até 1985, altura em que as sanções contra o então regime do "Apartheid" impediram a visita da Formula 1 ao país. O circuito foi remodelado em 1988, desaparecendo a sua parte mais rápida (a recta da meta), e voltou a receber a Formula 1 em 1992 e 93, corridas nos quais venceram Nigel Mansell e Alain Prost, respectivamente. A falência da entidade que cuidava do circuito obrigou a saída da Formula 1 desde então.

Speeder Questiona... Ron Groo (Blog do Groo)

O convidado de hoje do "Speeder Questiona..." é alguém que conheci mais ou menos nos primórdios do meu blog, ou seja, algures a meio de 2007, quando li um texto que usava a hipótese de "E se Senna esativesse vivo hoje?" em que estava na televisão a assistir a última corrida da carreira de Michael Schumacher, o GP do Brasil de 2006. O texto, muito original, foi o ponto de partida para conhecer um excelente blogueiro da nossa praça, o Ron Groo.



Tem 34 anos, casado, dois filhos, e escreve no Blog do Groo. Já esteve instalado como Blig, e agora pertence ao universo Blogspot. Tem como seu lema "Literatura é minha paixão, automobilismo meu esporte, só me falta aprender a dirigir - direito!" E intercalado com as suas considerações sobre a actualidade da Formula 1 (onde apelou durante a época inteira para a reforma de David Coulthard...), deixa umas pérolas literárias para nós apreciarmos...

E agora, segue-se a entrevista, feita por e-mail.

1 – Olá, é um prazer ter-te aqui a responder às minhas perguntas. Queres explicar, em poucas linhas, como começou o teu blogue?

Começou como muitos... Eu tinha vontade de escrever e mostrar ao mundo meu trabalho. Dai a juntar isto com o amor pela velocidade foi um pulo. Velocidade aliás que é um grande celeiro de fatos e idéias para contos e crônicas.

2 – O nome que ele tem, foi planeado ou saiu, pura e simplesmente, da tua cabeça?

O Blig vem da antiga plataforma, o Groo é meu mesmo.

3 – Antes de começares o teu, tinhas participado em algum blogue ou site?

Lia o GP TOTAL.

4 – Quando é que começou, e quantas visitas é que já teve até agora?

Tem mais de um ano, o número de visitas não esta correto. Tem 40 mil acho.

5 – De todos os posts que já escreveste, lembras-te de algum que te orgulhe… ou não?

Gostava da F-Bus, talvez volte com ela.

6 – O defeso é, por norma, um período muito escasso em termos de notícias. Como pensas manter os teus leitores fiéis?

Não posto noticias regulares. Quase sempre são opiniões e textos inéditos.

7 – Dos blogues que conheces sobre automobilismo, qual(is) dele(s) é que tu nunca dispensas uma visita todos os dias?

Blog F-1 do Maciel, Blog da Alessandra Alves, o GP Séries do Marcos FW, e na verdade todos os da minha lista de blogroll, tiro algumas horas para lê-los todos. Sem hipocrisia.

8 – Falamos agora de Formula 1. Lembras-te ainda da primeira corrida que assististe?

Monza 1983 com direito a Vitória e titulo de Piquet.

9 – E qual foi aquela que mais te marcou?

Hungria 86.

10 – Fittipaldi, Piquet e Senna. Qual dos três é aquele que mais te agrada, e porquê?

Gosto do pioneirismo de Emerson, da história do Piquet e da gana de vencer do Senna. Ou ao contrário que tudo cai no mesmo lugar.

11 – E achas que algum dia, Felipe Massa vai fazer parte deste trio de campeões?

Sem duvida.

12 – Compara-o aos três pilotos acima referidos. Filipe Massa é mais parecido com quem, e porquê?

Não comparo pilotos. Cada qual é uma entidade diferente e diversa.

13 – Achas que o título de 2008 foi bem entregue?

Sem duvida. Apesar de que se Massa ganhasse também estaria de bom tamanho. Afinal sou torcedor da Williams.

14 – E de repente… a Honda anuncia a sua retirada da Formula 1. Como sentiste isso?

Eu já esperava por uma acção destas a muito tempo. Desde que a categoria foi deixada nas mãos das montadoras que algo do género poderia estourar. Os “majors” das montadoras estão nesta pela grana e pela imagem, não pelo esporte. Se algo começasse a ir mal, tava na cara que eles pulariam fora. E no caso da Honda só é triste porque temos poucos carros no grid. Grid curto, corridas mais chatas. Mas se houvesse ao menos mais 4 equipes agora, eu estaria pouco me lixando pra Honda.

15 - Se Nick Fry e Ross Brawn encontrarem comprador, achas que Jenson Button, e especialmente Rubens Barrichello, conseguem manter os seus lugares?

Depende de quem comprar. Se forem ingleses, dificilmente Button sai. Para Rubens já deu. Ele esta fazendo hora extra na categoria e ainda não se tocou disto.

16 - Max Mosley anunciou agora que fez um acordo com a Cosworth para fornecer motores ás equipas, a dez milhões de euros por ano. A FOTA (Formula One Teams Association) concordou em reduzir os custos. Achas que é este o caminho, uma Formula 1 com custos controlados?

Penso ser uma tentativa de tentar reaproximar a categoria do esporte. Tentando trazer mais equipes. Baixando os custos e permitindo a venda de chassis e tecnologia entre as equipes. Mas para baixar os custos tem que se afastar as montadoras. Enquanto elas estiverem no comando vão injectar dinheiro alto e puxar os orçamentos para cima, impossibilitando o aparecimento dos chamados ‘garagistas’.


17 – Tirando os brasileiros, qual é para ti o piloto mais marcante da história da Formula 1, e porquê?

Schumacher... Nem precisa dizer né? Trocaram as regras do jogo para ver se o barravam. Não deu certo.

18 – Para além de Formula 1, que outras modalidades tu mais gostas de ver?

Leio sobre todas, mas não sou muito afeito a elas. Gosto mesmo é de F1.

19 – E falas sobre elas no teu blogue?

Quase nada.

20 – O que é que tu alcançaste, em termos de prémios e convites, desde que tu iniciaste o teu blogue?

Ganhei a esfera ao intelecto e um monte, mas um monte de citações e outros prêmios. Nem sei se mereço. Mas ganhei.

21 - “Correr é importante para as pessoas que o fazem bem, porque… é vida. Tudo que fazes antes ou depois, é somente uma espera.” Esta frase é dita pelo Steve McQueen, no filme “Le Mans”. Concordas com o seu significado? Sentes isso na tua pele, quando vês uma corrida?

Nem sempre... Mas em algumas com certeza, tipo Brasil 08... foi lindo.

22 - Tens alguma experiência automobilística, como karting? Se sim, ficaste a compreender melhor a razão pelo qual eles pegam num carro e andam às voltas num circuito?

Só videogame... (risos)

23 - Tens algum período da história da Formula 1 que gostarias de ter assistido ao vivo?

Olha Speeder, eu acho que vi a melhor parte da história que vai de 81 até 94... Depois disto vi a lenda alemã Schumacher... Me dou por satisfeito.

24 - Costumas jogar em algum simulador de corridas, como o “Gran Turismo”, o “Formula 1”, ou jogos “online”, como o BATRacer ou o “Grand Prix Legends”?

Só jogo PSOne. Vergonha...

25 - E miniaturas de carrinhos, tens algum?

Muita... a minha predilecta é a BT52 de Nelson Piquet. Ela é linda!

26 - Já alguma vez viste a briga entre o René Arnoux e o Gilles Villeneuve, no GP de França de 1979? Para ti, aquelas voltas finais significam o quê?

Algo que Bernie, Max e os comissários de pista de hoje abominam. Aquilo foi sensacional, fantastico.

27 - Jeremy Clarkson, o mítico apresentador do programa de TV britânico “Top Gear”, disse que Gilles Villeneuve foi “o melhor piloto que alguma vez sentou o rabo num carro de Formula 1”. Concordas ou nem por isso?

Não... não concordo. Gilles foi muito bom, mas não o melhor. Teve Fangio, Clark, Senna, Piquet, Schumacher... Gilles faz parte deste clube. Mas não o preside.

28 - Se fosses o Max Mosley, o que preferias ter na Formula 1? Uma grelha só de montadoras ou de “garagistas”?

Garagistas. Gente que vai ao esporte pela grana sim, mas também com paixão. Gente como Frank Willims, Vijay Mallya (Force Índia) e o Dieter Maeschitz (Red Bull e Toro Rosso). E quem sabe se Ron Dennis ficasse livre da Mercedes? Aposto que apareceria gente com as mesmas características de Colin Chapman, Ken Tyrrell e por ai vai... Mas é só sonho né?


29 – Bruno Senna, Lucas di Grassi, Nelson Piquet Jr. Um já está lá, os outros dois querem lá chegar. Achas que algum dos três tem estofo de campeão? Qual?

É muito cedo para dizer. Carecem de mais rodagem os três.


30 – Tens alguns planos para o blogue, no futuro, do género, novas secções?

Nada planejado. Mas vou colocando ao sabor dos acontecimentos.

Já agora, se quiserem ver as entrevistas anteriores, carreguem nos respectivos links:


29 de Novembro - Hugo Becker (Motor Home)

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Parabéns, Emerson!

Não se pode deixar passar a data em branco. Hoje, é dia de aniversário de Emerson Fittipaldi, o primeiro campeão brasileiro de Formula 1, o homem que abriu as portas do Brasil ao automobilismo, quer seja na categoria máxima, quer na Indycar Racing, ao ser não só o primeiro brasileiro a ganhar as 500 Milhas de Indianápolis, como o primeiro estrangeiro a vencer o campeonato CART.


Hoje, aos 62 anos, pode-se dizer que Fittipaldi teve uma vida cheia. No ano passado, escrevi a sua biografia (em três partes), que fala em todos os eventos, desde a chegada à Formula 1 ma Lotus, até aos seus títulos de campeão e à sua aventura menos bem sucedida na Copersucar-Fittipaldi. E depois veio a sua segunda vida, na CART, ganhando as 500 Milhas de Indianápolis por duas vezes e a tornar-se no primeiro estrangeiro a ser campeão da categoria, em 1989.


Guiou até quase aos 50 anos, altura em que um acidente bem feio, na oval de Milwaukee, o fez parar com a competição. Agora está a cuidar do seu "franchising" da A1GP Team Brazil, enquanto que este ano guiou algumas provas na GT3 brasileira, com o irmão Wilson Fittipaldi. Feliz Aniversário, Emerson!

Formula 1: chegou a revolução nos regulamentos!

Finalmente, as medidas que a FIA e a FOTA acordaram para reduzir os custos para 2009 foram reveladas, dois dias depois de ter sido anunciado o acordo. E já há uma pequena surpresa: os motores standard foram abandonados, tendo por sua vez chegado a outras alternativas, como uma maior duração dos mesmos.

Sendo assim, em 2009, cada piloto só poderá usar oito motores por temporada, fora quatro para testes, perfazendo assim o total de 20 por época. Para se atingir esse desiderato já em 2009 as rotações foram limitadas a 18.000, sendo proibido modificar o motor internamente. No ano seguinte, 2010, as equipas independentes terão acesso aos motores de construtores, seja de um fornecedor independente, seja dos já presentes, cujo custo não deverá ultrapassar os 5 milhões de euros por época.

A utilização do túnel de vento também foi limitada, passando a ser proibida a utilização de modelos superiores a 60% e 50 metros/segundo. As fábricas terão de ser fechadas durante seis semanas por ano. Os testes durante a temporada serão proibidos, ficando todas as equipas limitadas às sessões de treinos-livres previstas para os programas dos Grandes Prémios. As sextas-feiras serão muito mais animadas do que o normal...

Para 2010, as peças estandardizadas irão entrar em força, passando todas as equipas a usar a mesma transmissão. Para além disto, serão partilhadas por todas as formações várias peças do chassis, tendo os envolvidos acordado que este componentes não serão diferenciadores de competitividade. Também os rádios e os sistemas de telemetria serão comuns a todas as equipas, ao passo que os cobertores dos pneus, purga de pneus e os reabastecimentos serão banidos. Paralelamente, será ainda mais limitada a pesquisa aerodinâmica e poderão ser impostas mais limites nas fábricas. A FIA irá também conduzir nesse ano uma pesquisa de mercado para verificar se deverão ser implementadas alterações na qualificação, como se o sistema de pontos deverá ser substituído por um sistema de medalhas e se a distância das corridas deverá ser reduzida.

Quanto ao sistema KERS, que tanta polémica tem criado, existe a possibilidade de existir um sistema comum a todas as equipas na tempoarada de 2010, estando esta hipótese dependente de uma proposta a efectuar pela FOTA. Para além disso, algumas equipas poderão decidir contra a utilização deste sistema já na temporada de 2009. A longo prazo, a FIA e a FOTA decidiram que estudarão a possibilidade de ser implementada a partir de 2013 uma nova fórmula de motores, baseada na eficiência do consumo, de modo a que esta tecnologia possa contribuir decisivamente para os carros de estrada.

Se quiserem ver a lista completa, podem ver aqui, no sitio da Autosport portuguesa.

Em suma, estas medidas são uma autêntica revolução na Formula 1. Será uma alteração radical na competição que estamos habituados a ver, e as medidas que foram tomadas irão reduzir, já em 2009, as despesas das equipas em 30 por cento, com reduções ainda maiores nos anos seguintes. As ideias de Max Mosley, de reduzir decisivamente as despesas da categoria, venceram, de uma certa forma, agora resta saber se elas vão ser implementadas e fiscalizadas. E mesmo o sistema maluco do "Tio" Bernie, a FIA teve bom senso, porque:

- Primeiro, não vai ser implementado já.
- Segundo, vai ser "referendado" pelos adeptos, com a tal pesquisa de mercado que irão fazer, em conjunto com outras medidas, como a redução da duração das corridas ou a atribuição de um ou mais pontos na qualificação.

E então, meus amigos, o que acham disto tudo?

Noticias: Massa e Badoer vão representar a Ferrari no Algarve

A Scuderia de Maranello confirmou esta quinta-feira que o brasileiro Felipe Massa e o italiano Luca Badoer estarão no Autódromo do Algarve entre os dias 15 e 17 de Dezembro, para os testes que a marca do Cavalino Rampante vai efectuar no novo circuito português.


Neste momento, ainda não se sabe bem quem serão os pilotos que irão representar a McLaren, embora se tenha quase a certeza de que o espanhol Pedro de la Rosa será um deles. Lewis Hamilton ou Heiki Kovalainen, quem será o titular presente em Portimão?

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Manoel de Oliveira, o piloto de automóveis

Hoje, dia 11 de Dezembro de 2008, o cineasta português Manoel de Oliveira faz hoje cem anos. É um homem tremendamente vital para a sua idade, e que continua sempre com um projecto novo, colocando sempre um filme por ano nas salas de cinema europeus e mundiais, apesar de ter um estilo não popular, entre a população em geral (para quem não ocompreende, os filmes dele são parados e um pouco teatrais).


Um dos meus professores da Universidade, o Fausto Cruchinho, fez uma tese de Doutoramento acerca da obra deste cineasta, aclamado por muitas vezes em França. Ele diz que é um homem exigente, e conta sempre esta "estória": num dia quente de Verão de 1977, em pleno Museu Machado de Castro, assistia às filmagens de "Amor de Perdição", a partir da obra de Camilo Castelo Branco. Ele afirma que viu certa cena a ser repetida por 25 vezes. Diz isso porque as contou!


Mas porque falo de um realizador num blog de automobilismo? Porque ele foi um ávido piloto na década de 30, por altura dos "Grand Prix". A bordo de um Ford V8 Especial "Voiturette", participou em provas no Estoril (onde ganhou) e em Vila Real, e no ano de 1937, atravessou o Atlântico para correr no Circuito da Gávea, onde se classificou em terceiro lugar na sua classe. Nessa altura, era actor e também realizador, e mesmo correndo em automóveis, realizou um documentário sobre a construção do seu carro, que ficou com o título de "Já se fabricam automóveis em Portugal". O seu irmão mais novo, Casimiro, foi um dos maiores pilotos portugueses da primeira metade do século XX, chegando até a ganhar um Grande Prémio de Portugal em carros de Sport, a bordo de um Ferrari.


Um homem de excelência, sem dúvida. Mas ver os filmes? Só os aconselho por curiosidade.

Noticias: Löeb quer ir para a Formula 1?

Sebastien Löeb, penta-campeão do Mundo de Ralies, afirmou ontem ao jornal francês "Liberation" que considera a hipótese de correr na Formula 1 em 2010, apesar de já ter quase 35 anos de idade. O actual piloto da Citroen afirmou que, com o devido treino, estaria apto a competir no ano seguinte. "Os chefes de equipa pensam que eu estou fora de idade, mas mentalmente não estou: a idade não é um obstáculo para mim.", afirmou.


Nâo é uma afirmação descabida: a forma cuidada e perfeccionista como Loeb encara as suas patricipações no mundial, o seu envolvimento nas decisões técnicas da equipa, o seu desagrado para os ralis que apresentam elevados desafios de improvisação na condução, mostram um Loeb mais inclinado para a Fórmula 1 do que para os ralis. Nos testes que fez em Barcelona, em Novembro, com a Red Bull, Löeb fez tempos aceitáveis e uma condução sem erros de maior.


Outro factor a ter em conta: o piloto francês não tem escondido nos últimos tempos o seu desencanto em algumas situações para com a provas de estrada, especialmente quando a FIA quer transformar o Mundial numa competição com carros da classe S2000, abolindo os WRC. O francês já afirmou por mais do que uma vez que caso aconteça, abandonará de imediado os Ralies.


E nas suas experiências fora do WRC, Löeb não se tem saido mal: foi segundo classificado nas 24 Horas de Le Mans de 2006, ao volante de um Pescarolo-Judd.

Bólides Memoráveis - Lotus 98T (1986)

Após a subita morte de Colin Chapman, em Dezembro de 1982, a Lotus teve um período complicado, onde primeiro se tentou adaptar aos motores Turbo, vindos da Renault, e depois a construir um chassis tão bom como aqueles que a mente de Chapman costumava tirar. A meio de 1983, depois do fracasso do primeiro modelo com motor Turbo, o 93T, contrataram Gerard Ducarouge, que, depois das passagens pela Renault e Alfa Romeo, ajudou na tentativa de recuperação do prestigio perdido, construindo os modelos 94T e 95T. A terceira peça para essa recuperação veio com a chegada, no inicio de 1985, de um jovem prodígio brasileiro, então com 25 anos: Ayrton Senna. Com ele, a Lotus obtinha no Autódromo do Estoril a sua primeira vitória em três temporadas. Nesse ano, com o modelo 97T, a marca conseguira três vitórias no campeonato e o quarto lugar no Mundial de Construtores.


No ano seguinte, 1986, surgiram algumas especificações por parte da então FISA. Uma delas era o de reduzir os depósitos de combustivel para os 195 Litros, no sentido de reduzir o consumo por parte dos motores Turbo. Isso levou a que muitos carros ficassem pelo caminho nas voltas finais, e a serem empurrados pelos pilotos nos metros finais da corrida, por exemplo... Assim, para lidar com os novos regulamentos, Gerard Ducarouge criou o Lotus 98T, um chassis de menor dimensão.


Esse chassis, fabricado em fibra de carbono, alojava o motor Renault Turbo V6 de 1.5 litros, com uma espantosa potência máxima de 1200 a 1300 cavalos, a 13 mil rotações por minuto, com uma pressão de 5.5 bars. Se estas espexcificações foram certas (as reais potências destes motores era um dos segredos mais bem guardados da época), este foi o motor mais potênte de sempre que um Formula 1 jamais teve. Para além disso, tinha uma caixa de velocidades Hewland de cinco velocidades, mas mais terde teve uma de seis velocidades.

Outra das caracreristicas deste chassis era um ajuste de altura em dois estágios, bem como uma injecção de água através dos intercoolers, e um micro computador incorporado para monitorizar e regular, entre outros, o consumo de combustível. Algumas destas inovações causaram algum celeuma no "paddock", o que fez com que Peter Warr, na altura do director executivo da Lotus, afirmar que caso alguém tivesse dúvidas sobre a legalidade do veículo, que apresentasse um protesto formal. Nada disso aconteceu.

Em termos competitivos, Ayrton Senna tinha-se tornado no piloto numero um da equipa, após a saída de Elio de Angelis. Entretanto, a equipa procurava um substituto, e considerou contratar Derek Warwick. Contudo, o piloto brasileiro vetou tal nome, alegando que os esforços para cuidar de dois carros de forma igual iria eliminar as hipóteses de lutar por um título mundial. Sendo assim, a Lotus contratou o aristocrata escocês Johnny Dumfries, para seu companheiro. O escocês contribuiu apenas para conseguir três dos 58 pontos que a marca obteve naquele ano...


Senna começou bem o campeonato, com um segundo lugar no Brasil e uma vitória ao milímtero em Espanha, contra Nigel Mansell. Depois de abandonar em Imola, foi terceiro no Mánaco e segundo na Belgica, atrás de Mansell. Ganhou a sua segunda corrida do ano em Detroit, naquel que viria ser a última da Lotus negra e dourada, com as cores da John Player Special. Conseguiu mais três pódios, uma delas o segundo lugar no GP da Hungria, que perdeu graças a uma ultrapassagem feita pelo Williams-Honda de Nelson Piquet no final da recta da meta, por fora e na parte mais suja da pista! Hoje em dia é considerada como uma das melhores da história da Formula 1.


Senna lutou pelo título até ao GP de Portugal, onde terminou em quarto lugar, mas perdeu um segundo lugar certo na última volta devido à falta de gasolina. Com isso, as suas chances tinham-se esfumado. No final dessa temporada, foi quarto classificado, com 55 pontos, menos 17 que o campeão do Mundo, Alain Prost.

Mas nessa temporada, Senna foi o "Pole Sitter King" do pelotão, conseguindo oito "pole-positions" (Brasil, Espanha, San Marino, Estados Unidos, França, Hungria, Portugal e México), demonstrando a grande potência do motor Renault Turbo.


Para terminar, uma pequena "estória" contada no blog F1 Nostalgia, do Rianov Albinov: Em 2000, um dos chassis foi restaurado pela Lotus Classic Cars, na sua propriedade em Hethel. O carro tinha estado nos Estados Unidos, num coleccionador particular, e voltava para ser apresentado no Goodwood Festival of Speed. No ano seguinte, convidaram Nigel Mansell para dar umas voltas ao circuito de Silverstone com este modelo. No final, foi abordado por outra lenda, o comentador televisivo Murray Walker. Ele afirmou, visivelmente emocionado, que esta tinha sido o melhor Lotus que jamais tinha guiado, e que compreendia o sucesso que Senna tinha tido ao volante dos carros da marca de Colin Chapman.


Ficha Técnica:

Chassis: Lotus 98T
Projectista: Gerard Ducarouge e Martin Ogyilvy
Motor: Renault Turbo V6 de 1.5 Litros
Pilotos: Ayrton Senna e Johnny Dumfries
Corridas: 16
Vitórias: 2 (Senna 2)
Pole-Positions: 8 (Senna 8)
Voltas Mais Rápidas: 0
Pontos: 58 (Senna 55, Dumfries 3)

Fontes:


quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Divulgados os primeiros nomes da nova Formula 2

A Motorsport Vision, firma presidida por Jonathan Palmer e que foi escolhida pela FIA para organizar a Formula 2, divulgou hoje que o canadiano Robert Wickens e o francês Julien Jousse serão os dois primeiros pilotos da categoria que começará em 2009.



Wickens, de 19 anos, faz parte do Junior Team da Red Bull, e já participou em competições como a World Series by Renault e a A1GP, pelo Canadá, ganhando algumas corridas pelo meio, enquanto que o Jousse, de 22 anos, foi vice-campeão na World Series by Renault em 2008, depois de ter sido o companheiro do português Alvaro Parente no ano anterior, na equipa Tech 1 Racing.


A Formula 2, competição que será relançada após 25 anos de ausência, começará a 31 de Maio do ano que vêm, no circuito de Valencia, e terá oito jornadas duplas, que terminarão a 1 de Novembro em Barcelona.

Testes de Portimão vão render 150 mil euros ao circuito.

Esta é uma curiosidade que descobri hoje, enquanto folheava um dos jornais diários da minha praça, o "Correio da Manhã". Paulo Pinheiro, o responsável pelo Autódromo de Portimão, afirmou hoje que cada dia em que Kimi Raikonnen e Lewis Hamilton estarão a testar em Portimão, entre os dias 16 a 18 de Dezembro, renderá um encaixe financeiro de 50 mil euros por dia, fora o que vai ser cobrado aos adeptos para verem os carros a circularem no novo circuito português.

Isso acontece porque o aluguer do autódromo tem por base um preço mínimo diário, a partir do qual não é significativa a diferença relativa a quantas equipas estão, de facto, a usar o circuito. Logo, a ausência da Honda, que também tinha sido anunciada nestes testes, não vai afectar em nada as receitas do circuito. E o próprio responsável diz que a capacidade de ocupação tem sido totalmente preenchida: "Desde aí só tivemos três dias parados", afirmou. Só durante esta semana, decorrerão testes de Formula Renault e Formula 3.


Esta bela noticia é optima para esfregar à cara dos cépticos, pensando que a construção deste circuito foi um mero desperdício de dinheiro, como se fosse um mero estádio de futebol. Pois é... parece que vão estar... como direi isto com delicadeza? Errados.

"Jos the Boss" em sarilhos

Esta deve ter uns dias, mas ainda é actual. O holandês Jos Verstappen está em sarilhos, depois de ter comparecido em tribunal na passada segunda-feira na cidade de Tongrelen, no norte da Belgica. O ex-piloto de formula 1, que correu no ano passado na Le Mans Series, ao serviço da Porsche, alegadamente ameaçou a sua ex-mulher, Sophie Kumpen, Segundo a acusação, os pneus do carro de Sophie foram furados três vezes nos últimos meses, alegadamente por ordem do ex-marido.


A Acusação pediu que Verstappen fosse preso por oito meses, e o próprio piloto admitiu ao jornal holandês Volkskrant que a sua separação foi tumultuosa, mas que as acusações são um exagero. A sentença sairá a 5 de Janeiro.

"Jos the Boss" tem actualmente 36 anos, e correu na Formula 1 de 1994 a 2003, passando pela Benetton, Simtek, Arrows, Tyrrell, Stewart e Minardi. Disputou 106 Grandes Prémios, e o melhor que conseguiu foram dois terceiros lugares e um décimo lugar na sua temporada de estreia, em 1994. Foi também protagonista do mais espectacular incidente de box, quando o seu carro pegou fogo após um reabastecimento mal sucedido no circuito de Hockenheim.

Mas porque é que ainda fazem sondagens destas?

Descobri isto esta manhã, num sitio que é o Saloma do Blog (diga-se de passagem que é excelente!). O jornal italiano Corriere della Sera (vê-se que é generealista) pisou numa espécie de formigueiro, pois colocou uma sondagem para saber "Chi è il pilota di Formula1 più grande di tutti i tempi?" (Quem foi o maior piloto de Formula 1 de todos os tempos?). Coitadinhos, estes italianos do Corriere... os brasileiros agora descobriram a sondagem, e toca a votar!



Resultado: 72,5 por cento dos votantes escolheram Ayrton Senna, deixando Michael Schumacher longe, muito longe... Também têm Juan Manuel Fangio e Alain Prost, mas estes só têm 1,5 por cento cada um.

Tenho que ser sincero: adorei o Senna enquanto era vivo, e reconheço que foi um excelente piloto, mas estes meninos das sondagens não tinham consciência do formigueiro que pisaram, pois não?

Speeder Questiona... Jorge Pezzolo (jpezzolo.com)

O meu próximo convidado nesta série de entrevistas "Speeder Questiona..." não é do meio. Aliás, ele é mais entusiasta do que um profissional. É actor e encenador de teatro, é de São Paulo, e é um apaixonado pela Formula 1, como todos nós.


No passado mês de Fevereiro, quando comemorava o primeiro aniversário deste blogue, numa mensagem de parabéns, explicava um pouco acerca da maneira como surgiu esta sua paixão:


"Eu gosto de Fórmula 1 desde que sou gente. Já pequenininho, brigava com os colegas de escola que gostavam do futebol, porque meu negócio era corrida. Sonhava em ser piloto. Adolescente, muitas vezes de manhã na escola fingia prestar atenção nas aulas, mas na verdade estava com meu walkman ouvindo o Flávio Gomes comentar a Fórmula 1 na Jovem Pan.


O tempo passou, outra paixão da minha vida falou mais alto (a arte), e lá fui seguir minha vida e desistir do sonho de algum modo fazer parte da Fórmula 1. Eis que, há uns anos atrás, coloquei um computador em casa e descobri que poderia fazer parte do " mundo fórmula " de maneira mais imediata, afinal, eu que vivi sempre sozinho na minha paixão ganhei com um clik mais de 300 amigos e irmãos da mesma paixão."


Com o tempo, o blog cresceu e desenvolveu-se, cirou um videocast que lhe deu fama (e agora um prémio), desenvolveu as suas actividades no meio, mas nunca deixou a sua paixão de criança, o automobilismo. Agora é o meu entrevistado. Convosco, Jorge Pezzolo.


1 – Olá Jorge, é um prazer ter-te aqui a responder às minhas perguntas. Queres explicar, em poucas linhas, como começou o teu blogue?

Speeder, o jpezzolo.com começou em 2007, mais precisamente antes da prova de Indianápolis da Fórmula 1, que sempre foi uma das minhas favoritas. Comecei a escrever porque vi que faltava na internet um blog que tratasse a Fórmula 1 com bom humor, que misturasse tecnica com entretenimento, que mostrasse que antes de qualquer Big Brother, o verdadeiro reality show era a Fórmula 1, que no seu final tem 1 vencedor e 19 perdedores.


2 – O nome que ele tem, foi planeado ou saiu, pura e simplesmente, da tua cabeça?

O nome original era Plog do Pezzolo, uma brincadeira com meu sobrenome ‘ Pezzolo”. Porém uma vez trombei com um piloto, que não vou dizer o nome porque não teve culpa de nada, falei do site e combinei uma entrevista, que na hora ele topou. Mandei as perguntas, falei com ele por telefone, mas depois um acessor barrou porque ele não dava entrevista pra “ blog”. Daí mudei o nome.


3 – Antes de começares o teu, tinhas participado em algum blogue ou site?

De Fórmula 1, não. Como alguns sabem, sou formado em artes cênicas e a Internet já era meio de divulgação dos meus trabalhos.


4 – Quando é que começou, e quantas visitas é que já teve até agora?

Nossa, sou péssimo pra números, mas a audiência me impressiona a cada vez, este ano tivemos dois picos, que foi o GP da Bélgica e o GP do Brasil, que me surpreenderam com o potencial que a Internet e a Fórmula 1 tem de crescimento para 2009.


5 – De todos os posts que já escreveste, lembras-te de algum que te orgulhe… ou não?

Acho que minha viagem pra Finlândia, um blog independente fazer uma matéria na vila do Kimi Raikkonen foi uma oportunidade única! E o Pod do Pezzolo, que dá muito trabalho pra fazer, mas a reconpensa com o pessoal assistindo... é imensa!


6 – O defeso é, por norma, um período muito escasso em termos de notícias. Como pensas manter os teus leitores fiéis?

O que é defeso, cruzes? Férias? Bem lá no jpezzolo.com estamos com a corda total preparando nossa premiação para 2008, será algo muito, muito grande, que envolvera blogs, comunidades do orkut, Facebook, sites... só de pensar o trabalho, já esqueço as férias!


7 – Dos blogues que conheces sobre automobilismo, qual(is) dele(s) é que tu nunca dispensas uma visita todos os dias?

Bem, além dos meus amigos de Troféu Blogueiros, que são: Café com F1, Velocidade, Continental Circus, Blog Guard Rail e Blog F1 Grand Prix, acho o Dentro e Fora das Pistas um blog sensacional.


8 – Falamos agora de Formula 1. Lembras-te ainda da primeira corrida que assististe?

Que eu vi na TV, lembro vagamente do primeiro título do Senna, e claramente do Mansell batendo no Senna em Portugal, 1989. Mas daí passei a alugar todos os vídeos das corridas do Piquet, algumas do Emerson. Sou do tempo que trocavamos VHS de Formula 1 pelo correio...


9 – E qual foi aquela que mais te marcou?

Algumas que vi ao vivo: Brasil 1991, 1993 (inclusive eu estava na invasão de pista e estou prometendo contar isso lá no site!), 2006, aquele show de Schumacher, 1995 na Argentina naquele lamaçal que chamavam de Autódromo. Vamos incluir aí Jerez 1997 e Brasil 2008, dois dias que fiquei sem voz de tanto gritar!


10 – Fittipaldi, Piquet e Senna. Qual dos três é aquele que mais te agrada, e porquê?

Emerson, por ser o pioneiro, por ter feito uma equipe Brasileira, por ter sido um sonhador, por até hoje carregar o Brasil nas veias.


11 – E achas que algum dia, Felipe Massa vai fazer parte deste trio de campeões?

Espero, ele merece! Felipe, como já falei lá no site, é um exemplo para todos os brasileiros. Um excelente ídolo para o país, cansado de “ estrelas” com conteúdo zero.


12 – Compara-o aos três pilotos acima referidos. Filipe Massa é mais parecido com quem, e porquê?

Difícil hem. Talvez o Senna no início de carreira.


13 – Achas que o título de 2008 foi bem entregue?

Ia ser bacana ver o Massa campeão, mas o Hamilton vinha merecendo desde 2007. Agora é a vez do Massa ser o primeiro da fila.


14 – Tirando os brasileiros, qual é para ti o piloto mais marcante da história da Formula 1, e porquê?

Acho que o Jacques Villeneuve com suas maluquices segurou um longo tempo em que a Fórmula 1 estava chatíssima por que todo ano tinha um carro muito melhor que o resto. Depois foi o Montoya que fez este papel.


15 - De repente… a Honda anuncia sua retirada da Formula 1. Como sentiste isso?

Com muita tristeza. Quando a Honda comprou a BAR e anunciou Barrichello, achei que seria uma grande equipa. Em 2006 torci muito para eles, mas aí começou a história de carro ecológico e ficaram estudando tartarugas, bicho preguiça... deu no que deu.


16 - Se Nick Fry e Ross Brawn encontrarem rapidamente um comprador, achas que Jenson Button, e especialmente Rubens Barrichello, conseguem manter os seus lugares?

Button acho que sim, ele é uma das estrelas da F1, embora não faça muita coisa, mas é um piloto muito famoso na Inglaterra. Rubens, por mais que gosto dele, acho que já fez o que tinha que fazer na F1. Mas vamos ver... Mansell não foi campeão com 39 anos?


17 - Max Mosley anunciou agora que fez um acordo com a Cosworth para fornecer motores ás equipas, a dez milhões de euros por ano. A FOTA (Formula One Teams Association) concordou em reduzir os custos. Achas que é este o caminho, uma Formula 1 com custos controlados?

Sim. O importante é as corridas terem disputa, emoção. A grande maioria não liga se o carro faz 300 ou 280 Km por hora na recta.


18 – Para além de Formula 1, que outras modalidades tu mais gostas de ver?

Indycar e A1GP. Algumas corridas da Stock também são bacanas. O GP2 é meio obrigatório, por estar muito ligada a Fórmula 1.


19 – E falas sobre elas no teu blogue?

Sim, embora a “audiência” não aprove. Pelo que sei dos meus leitores, eles só se interessam pela Fórmula 1.


20 – O que é que tu alcançaste, em termos de prémios e convites, desde que tu iniciaste o teu blogue?

(Gargalhada) Ainda estou no aguardo de convites, de preferência de patrocínio para que a gente possa continuar com o trabalho, crescer para o ano que vem! O Pod do Pezzolo ganhou esta semana mesmo o Prémio Podcast 2008, na sua categoria, que é Videocast, o que me deixou feliz e surpreso, como uma coisa que começou como uma brincadeira rendeu tantos frutos! Quando criei o quadro, foi pela vontade que tinha de ver alguém comentando a Fórmula 1 de modo informal, sem necessidade de se passar por uma enciclopédia de automobilismo. Pelos vistos deu certo!


21 - "Correr é importante para as pessoas que o fazem bem, porque… é vida. Tudo que fazes antes ou depois, é somente uma espera." Esta frase é dita pelo Steve McQueen, no filme "Le Mans". Concordas com o seu significado? Sentes isso na tua pele, quando vês uma corrida?

Em termos. A corrida é importante, mas tanto na Fórmula 1 como nas nossas vidas o esperar, o pré - GP, é muito importante.


22 - Tens alguma experiência automobilística, como karting? Se sim, ficaste a compreender a razão pelo qual eles pegam num carro e andam às voltas num circuito?

Sim, adoro correr de Kart, adoraria ser piloto, pena que o dinheiro não é suficiente. Acho que racionalizar corridas é, de certa forma, encontrar uma certa estupidez em tudo isso. Vamos ficar com a adrenalina, com a emoção, que já é bom (e fundamental) para todos nós.


23 - Tens algum período da história da Formula 1 que gostarias de ter assistido ao vivo?

A época de ouro do Emerson, todo aquele Brasil dos anos 70 iludido com a promessa do "50 anos em 5". Mas a parte seguinte de tudo aquilo não.


24 - Costumas jogar em algum simulador de corridas, como o "Gran Turismo", o "Formula 1", ou jogos "online", como o BATRacer ou o "Grand Prix Legends"?

Jogo o clássico GP4, de preferência com 50 % de prova na chuva. Sou um estrategista como Emerson e Prost... vou lá em 5º e 6º e quando começa a chover fico na pista de slicks tentando segurar todo mundo. Por vezes dá certo, mas normalmente dou uma de "Timo Glock" (risos)


25 - Já alguma vez viste a briga entre o René Arnoux e o Gilles Villeneuve, no GP de França de 1979? Para ti, aquelas voltas finais significam o quê?

Acho um belo momento da Fórmula 1, mas como não sou saudosista, acho que tem outros equivalentes na emoção. Como a última volta do GP Brasil 2008.


26 - Jeremy Clarkson, o mítico apresentador do programa de TV britânico "Top Gear", disse que Gilles Villeneuve foi "o melhor piloto que alguma vez sentou o rabo num carro de Formula 1". Concordas ou nem por isso?

Não. Gilles é um mito, como Senna, difícil discutir o que mais haveria em suas carreiras depois de falecerem. O único fato da F1 é Schumacher, e, no passado, Fangio. O resto é opinião. Vi Senna e Schumacher correr ao vivo então particularmente acho que são melhores que Gilles.


27 –E se fosses o Max Mosley, o que preferias ter na Formula 1? Uma grelha só de montadoras ou de "garagistas"?


Acho que meio a meio seria ideal. Montadoras enlouquecidas por rivalidades históricas, como Mercedes e BMW, e apaixonados como Aguri Suzuki, Eddie Jordan. O grid tem que voltar a ter 26 carros, mesmo que os 4 últimos sejam bem mais lentos!


28 – Vamos falar do futuro: Bruno Senna, Lucas di Grassi, Nelson Piquet Jr. Um já está lá, os outros dois querem lá chegar. Achas que algum dos três tem estofo de campeão? Qual?

Difícil dizer. Depende de tantos fatores. Acho que Di Grassi e Piquet já se mostraram no nível de outros pilotos, como Glock, Rosberg... depende como será a carreira deles. O Bruno é um mistério.


29 – Tens alguns planos para o blogue, no futuro, do género, novas secções?

Tenho. Mas não vou contar. Tem que acessar todo dia pra saber!


Já agora, se quiserem ver as entrevistas anteriores, carreguem nos respectivos links:

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Noticias: Williams sugere três carros por equipa em 2009

Com a forte hipótese de se haver uma grelha reduzida a 18 carros na temporada de 2009, e os rumores insistentes de uma ainda maior redução até Março, a Williams sugeriu à FIA que todas as equipas incluam mais um carro no seu pelotão, alargando a grelha para 24 carros. Adam Parr, director-executivo da Williams, defende essa hipótese: "Há uma proposta para as equipes colocarem três carros na grelha. Se tivermos oito equipas com três pilotos cada uma, teríamos um grelha de 24 carros, quatro a mais do que neste ano", disse Parr, em declarações captadas pelo SRZD.com.


A ideia dos três carros por equipa acolhe adeptos. O veterano comentador da BBC, Murray Walker, afirma que essa hipótese pode ser viável: "É verdade que usar um terceiro carro vai aumentar um pouco os gastos, mas se a medidas para reduzir custos forem implementadas, haverá algum dinheiro de sobra. É melhor do que ver a Formula 1 desaparecer completamente", afirmou Walker à BBC.


Entretanto, a ideia de um motor padronizado pode ser aprovada esta semana. Segundo a edição online do Autosport inglês, as escuderias independentes (Red Bull, Toro Rosso, Williams e Force India), mais a Renault, apoiam a proposta, e as restantes quatro (Ferrari, McLaren, BMW e Toyota) têm até quinta-feira para se pronunciarem. Caso a proposta seja aprovada, todas as construtoras teriam que montar os seus motores segundo os padrões da FIA, e pelo menos quatro delas poderiam comprar os motores da Cosworth, ao preço de dez milhões de euros por ano, que poderia baixar caso adiram mais construtores.

Honda: os custos do pesadelo

Agora que a Honda se foi embora da Formula 1, começam a surgir alguns dos pormenpres do descalabro. A edição portuguesa da Autosport fala esta semana em "quatro razões" para o abandono da marca:


- Era a construtora mais pequena das que participavam no campeonato.
- As suas vendas dependem fortemente do mercado americano, que como disse na altura, sofreu uma forte queda nas vendas (mais de 25 por cento).
- Não havia uma verdadeira estratégia de competição, ao contrário da Toyota.
- Era a sede que investia o dinheiro todo, logo, não tinha patrocinios a sustentá-lo.

E é sobre esse último aspecto do qual quero falar. A mesma revista portuguesa fala hoje, na sua edição online, que a sua opção por não mostrar qualquer patrocinio durante as duas últimas temporadas na Formula 1, custou à marca a módica quantia de... 230 milhões de Euros. Um elemento da marca, a coberto do anonimato, afirma isso mesmo: "O dinheiro não entrava porque não havia logótipos no carro e a Honda suportava os custos todos, apesar do que eles disseram, de que era uma nova iniciativa publicitária".

Para esse elemento, o que a Honda devia ter feito era resguardar-se para tempos mais difíceis. "Deviam ter colocado dinheiro de lado para os dias menos bons, como a BMW e a Mercedes estavam a fazer", concluiu.

Em relação à queda de vendas, Takeo Fukui, presidente da Honda, revelou, na altura do anuncio da retirada, que a decisão foi tão repentina e inesperada, tanto para si como para o resto do mundo. "Em todo o mundo, as vendas de Novembro caíram de forma massiva - para além do que se possa imaginar. Em Setembro, esta decisão [de abandonar a competição] não existia".

Noticias: A1GP vai testar no Algarve

A organização da A1GP anunciou esta segunda feira que vai efectuar uma sessão de testes colectivos ao Autódromo de Portimão entre os dias 10 e 13 de Janeiro de 2009.

A A1GP, que visitará o Algarve a 12 de Abril de 2009, cancelou diversas sessões de testes no início do ano, devido a problemas na entrega do novo monolugar "Powered by Ferrari" às equipas. Os quatro dias de testes darão a todas as equipas uma excelente possibilidade para se prepararem antes da próxima prova, que terá lugar no circuito neo-zelandês de Taupo, no próximo dia 25 de Janeiro.


O campeonato é neste momento comandado pela Irlanda, com 35 pontos, seguido da equipa portuguesa, cujo carro, tripulado por Filipe Albuquerque, já venceu uma corrida no traçado chinês de Chengdou, e subiu ao pódio por mais uma vez, em Sepang, na Malásia.


Entretanto, a organização confirmou esta segunda feira a ronda indonésia, que decorrerá no dia 8 de Fevereiro, no circuito urbano de Lippo. O traçado citadino recebeu a aprovação da FIA, e os organizadores afirmaram que em caso de chumbo, a prova seria mudada para o circuito permantnete de Sentul.

E temos um vencedor!

Soube no Domingo à noite: o Jorge Pezzolo ganhou o Prémio Podcast 2008 na categoria de Videocast. Bem, para já, muitos parabéns pelo prémio alcançado!


Os videos que ele costuma lançar, no final de um fim de semana de Grande Prémio são diferentes do normal, pois comentam o automobilismo do ponto de vista de um adepto, sem os constrangimentos de profissionais da comunicação, algo que ele não é. Mas às vezes, consegue algumas agradáveis surpresas, como esta.



E já agora, para avisar os passageiros frequentes: o Jorge será o próximo entrevistado do "Speeder questiona...", que vai ser publicado amanhã.

Bolides Memoráveis - Lotus 81 (1980-81)

Se quisessem reduzir a história deste carro a uma frase, pode-se dizer que a expressão "Back to the basics" seria a mais apropriada para a ocasião. Depois do sucesso estrondoso do Lotus 79, o carro que usou o conceito de "efeito-solo" ao seu melhor, e do seu sucessor, o Lotus 80, que levou esse conceito longe demais, o que levou a uma má temporada de 1979, Colin Chapman decidiu que era altura de desenhar um chassis simples, enquanto que pensava no próximo passo a tomar em termos de criatividade na Formula 1. Foi assim que surgiu o Lotus 81.


No inicio de 1980, Colin Chapman começava a desinteressar-se do automobilismo, devido às más vendas dos seus modelos (em 1979/80 vivia-se o segundo choque petrolífero) e aos conflitos laborais na sua fábrica, que se ressentiam na sua saúde e no seu entusiasmo nas corridas. Contudo, ainda estava presente no meio e tinha ideias para elevar a competitividade das suas máquinas.


O modelo era feito com base em aluminio, com alguns componentes em carbono (mas não na sua totalidade), e alimentado pelo convencional motor Cosworth de 3 litros, com potências a rondar os 540 cavalos. Apesar disso, começava a ser pouco perante os motores Turbo da Renault, que começavam a ameaçar a concorrência.



Contudo, o modelo tinha ainda defeitos. Era ainda pouco rígido, e esses problemas de torsão iriam ser o calcanhar de aquiles do carro, pois raramente conseguia um lugar acima dos dez primeiros, e raramente terminava as corridas. Só para terem uma ideia: em 39 participações (17 para cada um dos carros, mais três participações de um terceiro chassis), terminaram a corida por 19 vezes, e ainda há uma não-qualificação! E foi por causa desses problemas de rigidez torsional (e também pela ameaça que os motores Turbo começavam a ser), que Chapman começou a idealizar uma solução para contornar esses problemas, resultando na projecção e construção do famigerado (e logo proíbido) Lotus 88.



Na temporada de 1980, Mario Andretti e o seu novo companheiro de equipa, o jovem italiano Elio de Angelis, pilotaram o modelo 81, e tiveram boas esperanças no inicio, quando de Angelis levou o carro a um excelente segundo lugar no GP do Brasil. Mas não sabiam que era o melhor resultado do ano para a marca... Andretti tinha dificuldades em terminar corridas, e somente conseguiu um ponto na prova final desse campeonato, em Watkins Glen, sendo constantemente batido pelo seu companheiro, 18 anos mais novo do que ele!



Na Austria, Colin Chapman inscreveu um terceiro carro, que não era mais do que uma versão B desse modelo, um pouco mais longo em termos de comprimento, no sentido de tentar resolver os tais problemas de torsão, que ia ser usado pelo seu jovem piloto de testes, então com 26 anos, de seu nome Nigel Mansell. Correu em tres provas, sem resultados, e até obteve algo raro num Lotus: uma não-qualificação no GP de Itália, em Imola!




Contudo, Chapman gostou de Mansell e deu-lhe outra chance ao substituir Andretti na temporada de 1981. Isso resultou, pois foi a bordo desse chassis que conseguiu o seu primeiro pódio, no GP da Belgica, em Zolder. Mas a utilização do modelo 81 nessa temporada foi devido aos problemas causados pela legalidade do novo chassis, e pela necessidade de desenhar um novo carro em tempo "record", que viria a ser o Lotus 87.



Chassis: Lotus 81
Projectista: Colin Chapman
Motor: Cosworth DFV V8 de 3 Litros
Pilotos: Mario Andretti, Elio de Angelis e Nigel Mansell
Corridas: 17
Vitórias: 0
Pole-Positions: 0
Voltas Mais Rápidas: 0
Pontos: 23 (De Angelis 18, Mansell 4, Andretti 1)


Fontes:


http://en.wikipedia.org/wiki/Lotus_81
http://www.club-lotus.fr/lotus/tous-les-modeles/les-f1-lotus/historique-par-modele/type-81/