sexta-feira, 25 de julho de 2025

Noticias: Formula E estende acordo com a FIA para manter exclusividade


Nas vésperas do fim de semana duplo de Londres, a FIA anunciou a extensão da sua parceria com a Formula E Holdings Limited (controlada pela Liberty Global) para a contínua promoção do Campeonato Mundial ABB FIA de Fórmula E (Fórmula E) na categoria de monopostos totalmente elétricos. O acordo será plurianual e segundo ambas as partes, irá fornecer uma plataforma poderosa para acelerar a trajetória de crescimento do campeonato, atrair mais investimentos, ampliar seu impacto global e pavimentar o caminho para a inovação sustentável no setor automotivo, em geral. 

Numa altura em que se prevê um aumento de vendas de carros elétricos para mais de 40 por cdento do total global de veículos até 2030, e com a competição a crescer numa média de 20 por cento por temporada, para atingir cerca de 400 milhões de fãs em todo o mundo e atrair uma audiência televisiva de aproximadamente 500 milhões de pessoas, a competição tem 11 equipas de alto nível e 22 pilotos de elite, correndo em lugares como o Mónaco, São Paulo, Londres, Tóquio e Berlim, entre outros.

Na assinatura do acordo, Jeff Dodds, CEO da Fórmula E, começou por afirmar: 

"O crescimento da Fórmula E desde sua criação tem sido nada menos que extraordinário, com centenas de milhões de fãs, equipas e pilotos de classe mundial decidiram escolher as corridas elétricas altamente competitivas. Esta extensão de longo prazo da parceria nos permite continuar construindo a marca, investindo no produto e oferecendo algumas das corridas mais cativantes que nos tornaram famosos. Com a extensão de longo prazo, o impacto que a Fórmula E seguirá tendo no automobilismo global será verdadeiramente transformador", concluiu.

 Mike Fries, CEO da Liberty Global, declarou:  

"Acreditamos na Fórmula E desde o primeiro dia, e esta extensão reafirma nossa confiança no rumo que ela está tomando. Este é o esporte motorizado do futuro, um campeonato que combina a tecnologia mais recente, corridas acirradas e uma missão que realmente importa. ", começou por referir.

"Com o apoio contínuo da FIA, agora podemos dar os próximos grandes passos, expandir o esporte, aumentar sua base global de fãs e continuar a ultrapassar os limites do que as corridas elétricas podem alcançar. Com este novo acordo em vigor, a Fórmula E está agora melhor posicionada do que nunca para definir o futuro do automobilismo, mais inovador, mais inclusivo e mais sustentável, para inspirar a próxima geração de fãs, de pilotos e de parceiros em todo o mundo", concluiu.

Por fim, Mohammed Ben Sulayem, presidente da FIA, referiu a este acordo da seguinte maneira:

"A extensão do contrato para o Campeonato Mundial ABB FIA de Fórmula E é um resultado fantástico para o esporte e um reflexo claro da nossa estratégia contínua na FIA de fortalecer parcerias comerciais e impulsionar o valor a longo prazo em todas as facetas do automobilismo.", começou por comentar. 

"Este marco reafirma nosso compromisso com a inovação, a sustentabilidade e o progresso tecnológico, fundamentais para identidade e propósito únicos do campeonato. Ele também está alinhado com nosso objetivo mais amplo de aumentar a participação global e promover um automobilismo mais acessível para todos. Estamos muito felizes em continuar esta jornada com a Fórmula E e espero vê-la crescer ainda mais, tanto dentro quanto fora das pistas, nos próximos anos", concluiu. 

O mau momento de Sami Pajari


O WRC teve na semana passada um momento que agradou a muita gente: a inesperada vitória de Oliver Solberg, visto há algum tempo como um dos pilotos de futuro no Mundial de ralis. Apesar de não ter sido o seu primeiro rali num Rally1 - tinha feito alguns em 2022 pela Hyundai, com resultados modestos - o piloto sueco, filho de Petter Solberg, abalou um pouco os alicerces do Mundial de ralis.

Contudo, se há um vencedor, existe um vencido. Solberg fez um "one-off", porque está concentrado em vencer o WRC2 para a Toyota, mas quem anda a ter momentos difíceis é o finlandês Sami Pajari, que também é piloto da Toyota, campeão do WRC2 e este ano está a ter a sua chance na "primeira divisão". Mas até agora, não conseguiu resultados de relevo: um quarto lugar no Safari é o seu melhor resultado. 

Apesar do aparente drama, Pajari não está muito preocupado. Numa entrevista recente ao Rallyjournal explicou que a perspetiva da equipa é de 2025 ser um ano de aprendizagem sem colocar pressão em si próprio. 

"Sempre fui habituado a conduzir a fundo, e de certa forma gosto de conduzir de forma mais agressiva. O meu mindset para cada rali este ano não tem o mesmo espírito lutador que tinha nos anos anteriores," começou por explicar Pajari. "Não conduzo de forma demasiado cautelosa. Neste nível a competição é tão elevada que se andas apenas um pouco cautelosos nota-se logo," concluiu.

Não se pode afirmar que ele seja o maior culpado. Os pilotos mais consagrados também passam por dificuldades: Elfyn Evans tem mostrado uma falta de performance dramática em relação ao inicio do ano; Kalle Rovapera não encontra o caminho com os pneus Hankook em terra e isso não ajudará à sua já débil motivação no WRC; Sebastien Ogier faz apenas um programa parcial. E ainda falta saber como Solberg se comportará noutro rali a bordo de um Rally1: na Finlândia, volta para um Rally2, mas está em aberto essa chance no Rali do Paraguai, em setembro. 

Portanto, apesar de ficar aquém das expectativas, a posição de Pajari não é tão frágil assim. Semana que vêm acontecerá o rali da Finlândia e poderá haver algumas alterações em relação à situação atual.  

Formula 3: Domingues quer um bom resultado em Spa


A cumprir a sua temporada de estreia na Fórmula 3, Ivan Domingues encara esta ronda belga com a mesma ambição e foco na aprendizagem que têm marcado o seu percurso. E em Spa, o seu objetivo é manter a rapidez e consistência num pelotão de 30 pilotos, onde nesta temporada já se registaram nove vencedores diferentes em 14 corridas, incluindo ele mesmo.

Correr em Spa é um privilégio. É um circuito lendário, que todos os pilotos sonham conquistar”, começou por afirmar o rookie leiriense. “Tem curvas icónicas que testam os nossos limites, é uma das provas mais aguardadas e estou muito motivado em continuar o meu percurso de evolução.”, continuou.

Domingues realçou o trabalho árduo da equipa nos últimos tempos para melhorar as performances do carro: “Nas últimas semanas, a equipa tem vindo a trabalhar na evolução do carro, a fim de resolver os problemas técnicos que tivemos nas últimas corridas, e estou confiante que o iremos conseguir. Eu também fiz um trabalho muito forte desde a última corrida e estou muito focado num bom desempenho.”, concluiu. 

No programa do final de semana, a Sprint Race acontecerá neste sábado, a partir das 8:15, enquanto a Feature Race começará pelas 7:30 da manhã. 

Youtube Hypercar Video: o ligar do motor da Genesis

O evento aconteceu no passado dia 9, em Le Castelet, mas só ontem é que o video apareceu. A Genesis, marca escolhida pela Hyundai para fazer a sua participação no Mundial de endurance, pela classe Hypercar, ligou o seu motor para o protótipo GMR-001 Magma, começando assim a temporada de testes do chassis, preparando-se para a sua estreia na próxima temporada do WEC, na Enduraance.

O chassis, construído na ORECA, terá o seu motor Hyundai biturbo, com um sistema híbrido, que já chegou ao sul de França, onde foi instalado no carro, e agora se prepara para se adaptar e desenvolver até estar pronto para a competição, daqui a menos de um ano. 

quinta-feira, 24 de julho de 2025

Formula E: Felix da Costa focado nos títulos em Londres


Nas vésperas da ronda dupla final do campeonato, em Londres, António Félix da Costa está a encarar naquela que poderá ser a sua última corrida pela Porsche com vontade de marcar pontos e ser bem sucedido. 

Numa temporada de 2024-25 marcada por três abandonos devido a acidentes alheios e também por algumas situações menos felizes relacionadas com o safety car, Félix da Costa subiu ainda assim quatro vezes ao pódio, com dois segundos lugares nas corridas do Brasil e do México e dois terceiros lugares nas provas de Miami e Xangai.

Com o campeão a ser conhecido, na figura de Oliver Rowland, o objetivo da Porsche é o de assegurar o campeonato de equipas, com 228 pontos, seguida da Nissan, com 205, e da DS Penske, com 168.

É quase uma tradição terminarmos a temporada em Londres. Neste circuito, encontramos sempre uma atmosfera especial e sinto-me motivado por ainda poder lutar por objetivos, nomeadamente pelos dois títulos coletivos. Estamos focados em conquistá-los.", começou por afirmar o piloto de Cascais, antecipando o fim de semana londrino. 

"O nosso monolugar adapta-se bem a esta pista e, também por isso, acreditamos que podemos conseguir bons resultados e, assim, sermos bem-sucedidos e cumprirmos a missão”, continuou, antes de fazer um balanço da temporada, e também para realçar as expectativas para estas corridas.

Posso desde já dizer que, até ao momento, esta época é das mais inglórias a nível de resultados. Tivemos várias oportunidades para vencer corridas, mas a estrelinha da sorte não me acompanhou. Ainda assim, fomos quatro vezes ao pódio e chegamos aqui a Londres com possibilidades de vencer o campeonato de equipas para a Porsche e terminar o Mundial de Pilotos em segundo. Estes são os dois objetivos para o fim de semana; não será fácil, mas vou entrar ao ataque, agressivo, e procurar desde logo ser bem‑sucedido na qualificação, de forma a estarmos bem posicionados nas duas corridas. A palavra de ordem é só uma: Ataque!”, concluiu.

O programa do fim de semana automobilístico, em Londres, tem início já na sexta‑feira com uma sessão de treinos livres, para no sábado termos de manhã uma nova sessão de treinos livres, seguida da qualificação, com a primeira corrida marcada para as 16:50, transmitida em direto nos canais portugueses tanto na DAZN 5 como no Eurosport 2.

No domingo o programa repete‑se, com nova qualificação e a derradeira prova da temporada, novamente com início às 16:50 e transmissão em direto na DAZN 5 e Eurosport 2.

Youtube Automotive Video: O Mercedes-Benz 190E 2.5-16 Evolution II

Este não é um Mercedes qualquer, é uma série rara. Na realidade, foi um carro feito especialmente para o DTM. Este modelo 190 é um especial de homologação nascido para o DTM, equipado com motor 2.5 litros Cosworth de 235 cavalos, caixa manual de cinco velocidades, tração traseira e uma afinação focada na competição. 

Foram feitas apenas 502 unidades, e hoje, o pessoal do Clássicos com História, mostra, no último episódio destra temporada, o numero 351, pintado em preto, como se guia nas estradas, quase 35 anos depois de ter sido feito. Um classico nascido para a competição, digamos assim. 

terça-feira, 22 de julho de 2025

Noticias: Zandvoort com estragos no seu circuito


A cinco semanas do GP dos Países Baixos, surgiu hoje um alerta: O circuito de Zandvoort passa por dificuldades no seu asfalto por causa de uma tempestade que caiu na noite de domingo e prosseguiu ao longo desta nesta segunda-feira. No final da queda de água, notaram-se danos à superfície da pista, especialmente na curva final.

Para além disso, as estradas de acesso ao circuito, situado nos arredores de Amsterdão, foram afetadas e um teste de carros a hidrogénio planeado pela Universidade de Delft foi cancelado devido às condições da pista. 

Contudo, os responsáveis da pista disseram hoje que os danos são mínimos e poderão ser reparados a tempo do Grande Prémio. No comunicado oficial,eles afirmaram que, após uma inspeção completa na manhã de terça-feira, nenhum dano foi encontrado e não houve atrasos na programação. A superfície foi confirmada como seca, limpa e cem por cento pronta para a competição.

O boletim meteorológico parece ser algo que estará presente nas mentes de todos na Formula 1, já que no final da semana, acontecerá o GP da Bélgica, onde se prevê chuva. O GP dos Países Baixos acontecerá a 31 de agosto, depois do mês de férias da competição.

Meyer: "Não se trata de vingança"


O americano Tim Meyer lançou a sua candidatura à presidência da FIA no inicio do mês, durante o fim de semana do GP da Grã-Bretanha, contra Mohammed Ben Sulayem, afirmando que ele promove uma cultura de medo não cumprir as promessas de transparência, boa governação e liderança não executiva.

As eleições são no final do ano, mas Meyer, de 64 anos e filho do antigo diretor da McLaren, Teddy Mayer, está em campanha para conseguir levar a sua mensagem o mais longe possível. Falando esta semana ao podcast Parc Fermé F1, Mayer afirmou:

Já não estamos a falar de democracia, mesmo que essa tenha sido a plataforma em que ele se candidatou.” Ele continuou ao ataque, afirmando que Ben Sulatyem está “focado na a consolidação do poder de uma forma sem precedentes”, referindo inclusive que os “estatutos da FIA foram alterados, alterados e alterados novamente”. Também criticou as relações tensas da atual administração com pilotos, equipas e promotores, argumentando que as partes interessadas estão a ser maltratadas. 

Questionado sobre a razão da sua candidatura, ele afirma que não é por vingança, por ter sido despedido do lugar de comissário, há pouco menos de um ano.

Não se trata de vingança”, começou por afirmar. “Trata-se de como podemos impulsionar a FIA. Trata-se do que podemos fazer melhor nesta campanha e nos próximos quatro anos. Mohammed Ben Sulayem fez promessas há três anos e meio que eram boas ideias. Transparência, governação, ele até prometeu que seria um presidente não executivo. Ele não cumpriu essas ideias. Na verdade, tem sido exatamente o contrário.”, concluiu.

segunda-feira, 21 de julho de 2025

A imagem do dia





Há 40 anos, depois de uma qualificação para a história, a corrida não ficou muito atrás. Afinal de contas, foi ali que aconteceu o segundo duelo na história da Formula 1 pela liderança entre Alain Prost e Ayrton Senna, com ultrapassagens de um e outro, mas no final do dia, o carro de Senna o deixou mal, e Prost... deu uma volta à concorrência, numa corrida que poderia ter chovido, mas não choveu.   

O mais curioso nesta história é que ambos largaram na segunda fila, batidos na qualificação pelo Williams de Keke Rosberg - cuja história da sua qualificação falei aqui - e pelo Brabham de Nelson Piquet. Senna teve uma largada brilhante e ficou com o comando, passando Rosberg e sobrevivendo aos toques da primeira curva, a Copse, que eliminou o Ferrari de Stefan Johansson e o Renault de Patrick Tambay. Prost caía para quarto, e depois para quinto, quando foi passado pelo segundo Williams de Nigel Mansell e o Ligier de Andrea de Cesaris. Contudo, o francês manteve a calma e prosseguiu a sua corrida, apesar de ter duas preocupações em mente: se iria chover, e se o De Cesaris não iria cometer algum excesso - ele já tinha essa reputação de ser rápido, mas sem ter sangue-frio para se manter na pista.

Prost beneficiou dos problemas dos Williams, que entre a volta 18 (Mansell) e a 22 (Rosberg) desistiram com uma caixa de velocidades quebrada, no caso do britânico, e um escape roto, no caso do finlandês. Por essa altura, era segundo, deixando De Cesaris para trás, como Lauda, o terceiro - que tinha tido uma partida desastrosa e decidira fazer uma corrida de recuperação - e ia atrás de Senna, que estava na liderança. 

O brasileiro respirava melhor depois do assédio nas primeiras voltas por parte de Rosberg, mas na volta 25, tinha uma vantagem de cinco segundos sobre Prost, e já bem longe de Lauda, quase 25 segundos. com o passar das voltas, o francês aproximou-se de Senna, porque o seu McLaren conseguia ser melhor em curva que o seu Lotus, e a partir da volta 40, ele já estava na traseira do brasileiro, disposto a passá-lo. Mas ele não iria baixar os braços, mesmo lutando contra atrasados como o Ferrari de Michele Alboreto e o Brabham de Nelson Piquet, que na altura lutavam... pela quinta posição.

A partir dali, foi um duelo à distância. O brasileiro reagiu e tentou distanciar-se do francês, mas depois começou a ter problemas no seu Lotus, nomeadamente no seu sistema de injeção de combustível, que o deixava lento e tinha sido apanhado pelo piloto da McLaren. Ele o passou na volta 57, mas Senna reagiu e voltou à liderança na volta seguinte, quando aceleravam na Hangar Straight e o francês foi incomodado... por Niki Lauda, que tinha problemas no seu carro e iria abandonar algumas curvas mais adiante. 

Mas Prost não iria abdicar da liderança assim tão facilmente, e voltou ao comando na travagem para a Copse, e... Senna desistiu. Não o piloto, mas o carro, que cedeu aos seus problemas, deitando fora a chance de, no mínimo, um lugar no pódio.

No final, Prost iria acabar dando uma volta a toda a gente, com mais um incidente: a bandeira de xadrez foi amostrada uma volta antes do previsto, e isso foi importante porque Jacques Laffitte ficou parado na pista no final, e era terceiro - o seu primeiro pódio em quase quatro anos. Se fosse uma volta depois, como previsto, o lugar teria sido de Nelson Piquet, no seu Brabham. Equivocos...

Meteo: Preparem-se para a chuva em Spa


Spa-Francochamps é um lugar onde normalmente chuva faz a sua aparição, por ser um lugar húmido e florestal, e aparentemente, no fim de semana do GP da Bélgica, parece que não será excepção. Sexta, sábado e domingo terá períodos de chuva fraca, com chances de chuva a rondar os 25 por cento, apesar de ainda faltarem cinco dias para o final de semana belga.

As temperaturas andarão entre os 17 e os 19 graus durante esses três dias, com vento fraco a moderado - 14 km/hora - e a humidade na casa dos 88 por cento. Assim sendo, todo o cuidado será pouco para a prova. 

Resta esperar pelo final da semana para saber mais definições meteorológicas.    

domingo, 20 de julho de 2025

A imagem do dia (II)



Confesso nunca ter entendido a alguma hostilidade e desprezo entre os fãs perante alguém tão veloz e tão bravo como Keke Rosberg, o campeão do mundo de 1982, o primeiro finlandês a sê-lo. Um dos pilotos mais importantes da sua geração, muitos falam da qualificação do GP da Grã-Bretanha de 1985 como sendo um dos seus momentos de glória. Se calhar, também, por ser o auge do motor Turbo e do que era capaz. 

A história dessa qualificação mostra um pouco as coisas como estavam na altura. A Williams, que já tinha motores Honda Turbo desde o final de 1983, tinha andado parte de 1984 a desenvolvê-lo, e no inicio de 1985, parecia estar um pouco atrás de Ferrari e Porsche em termos de potência e velocidade. E a Williams, que no inicio do ano tinha o britânico Nigel Mansell, vindo da Lotus, ainda em fase de adaptação, enquanto Rosberg tinha ganho em Detroit e subido ao pódio em Paul Ricard, no veloz circuito francês. 

Silverstone era outro circuito veloz, numa pista que praticamente não tinha curvas lentas, e apenas uma chicane, em Woodcote, antes da meta. Era a sua vez de receber, após a ida a Brands Hatch, no ano anterior (ainda iria voltar em outubro, para o GP da Europa).

Em 1985, a qualificação era feita em duas sessões, uma na sexta. outra no sábado. Os Honda queriam mostrar que tinham o motor mais potente do momento, e depois de uma corrida interessante em França, onde foram batidos pelo calor e melhores pneus da Pirelli, numa corrida ganha por Nelson Piquet, e Rosberg fora segundo. E as coisas foram desde o inicio feitas para eles: na sexta-feira, o finlandês fora o melhor, 1.06,107, pouco mais de dois centésimos de segundo sobre Alain Prost, com Senna em terceiro.

No sábado, o tempo estava mais ameno, apesar de ameaças de chuva, mas os pilotos foram para a pista com novas evoluções dos seus motores e, no caso dos Williams, com os pneus Goodyear a ajudar. Rosberg melhorou constantemente os seus tempos, e num esforço final, arranca um fabuloso 1.05,591, o único a baixar do segundo seis. E o mais interessante foi que, numa pista que tinha uma chicane na curva final, em Woodcote, conseguiu arranjar um tempo cuja média era de 160,9 milhas por hora, ou 259 km/hora. E com uma vantagem de seis décimos de segundo sobre Nelson Piquet... e um segundo sobre Nigel Mansell, seu companheiro de equipa. 

E o mais interessante é que este tempo e esta média ficaram por muito, muito tempo. O tempo foi apenas batido em 2003, em Silverstone, o que levou a que a pista, demasiado rápida para os Turbo desse tempo, acabasse por ser modificada de forma permanente, embora apenas em 1991 é que se veria essas modificações. Quanto à média, demorou um pouco mais de tempo, até 2004, em Monza, quando Juan Pablo Montoya o bateu, no seu Williams.

Nos dias de hoje, o recorde pertence a Lewis Hamilton, que conseguiu 164.267mph (264,360km/hora) na qualificação para o GP de Itália de 2020, no seu Mercedes. 

A imagem do dia




Ao contrário da Formula 1, não há muitos nos ralis, que, sendo filhos de campeões, se tornam vencedores, ou sequer campeões. Aliás, é do contrário que se tem conhecimento. Por exemplo, filhos que se tornam melhores que os pais, como Colin McRae, filho de Jimmy McRae, tricampeão britânico, e provavelmente, o melhor piloto escocês no período entre Jackie Stewart... e o seu filho, mas fora das ilhas britânicas, tinha resultados modestos. E Kalle Rovanpera, filho de Harri Rovanpera, que apenas ganhou um rali em 2001, na Suécia, quando era piloto oficial da Peugeot.

Filho da campeão a ganhar ralis? Isso que vimos neste domingo é quase inédito. Posso falar também de Henri Toivonen, que era filho de Pauli Toivonen, vencedor em 1966 do Rali de Monte Carlo, e do qual, 20 anos depois, se tornou também vencedor. Os filhos de peixe que sabem nadar são tão raros como unicórnios.

Mas mesmo assim, ver Oliver Solberg a triunfar é uma vitória popular. O pai era carismático, sempre comemorou forte e feio quando triunfava, e o triunfo de 2003, a bordo de um Subaru, foi fortemente comemorado pelos fãs. 

Mas para Solberg chegar onde chegou, passou por muito. É que teve uma tentativa... e não correu bem. 

Nascido a 23 de setembro de 2001 em Frederikstad, na Noruega, decidiu correr pela Suécia, as cores da sua mãe, Pernilla. Descobriu o mundo do WRC quando tinha um ano de idade, e as suas primeiras experiências aconteceram em 2018, aos 17 anos, antes do seu primeiro rali, em 2019. Em 2021, aos 20 anos, ele experimentou um Hyundai i20 Rally1 em algumas provas, depois de ter vencido ralis na Letónia, no campeonato europeu.

Contudo, as expectativas não saíram como ele esperava. Partilhando o lugar com Dani Sordo, conseguiu alguns resultados de relevo, como um quarto lugar na Bélgica, nas estradas de Ypres, mas no final dessa temporada, ambos os lados acabaram com o seu contrato. Posto de fora de uma equipa oficial, Oliver Solberg achou por bem ficar com um Rally2, ganhar maturidade para mais tarde alcançar o seu grande objetivo. 

E foi assim o que fez: nos últimos dois anos, Solberg Jr tornou-se num dos melhores da sua classe. Oito vitórias, três dos quais nesta temporada, com a sua nova máquina, o Toyota GR Yaris Rally2, faz com que ele mostrasse mais sólido, e com cabeça mais fria. E aproveitou muito bem a chance que teve, mesmo tendo apenas dois dias para treinar com o novo carro. Se só teve esse tempo, então poderá afirmar-se que foi o suficiente para encarar as estradas e a concorrência em frente, para alcançar um dos maiores triunfos desta década, até agora.

E fica-se a perguntar: depois disto, a Toyota irá olhar para ele com outros olhos? Ou deixará que ele evolua de forma natural, para... quem sabe, mostrar que filho de peixa sabe nadar? Ou então... filho de campeão também tem armas para o ser?

Tenho a certeza que a partir de hoje, o WRC começa a olhá-lo com outros olhos. E depois de Petter e do seu irmão Henning, se calhar temos uma segunda geração para os Solberg. 

WRC 2025 - Rali da Estónia (Final)


E no final... conseguiu: Oliver Solberg fez história e triunfou no rali da Estónia, batendo Ott Tanak e Thierry Neuville. E claro, sendo o filho de Peter Solberg, e na sua primeira participação num Rally1 desde 2022, esta foi uma vitória bem popular para o piloto de 23 anos, que nesta temporada, tem liderado a classe Rally2. Apesar do talento, esta foi uma vitória surpreendente... ou nem por isso.

Quatro anos de trabalho levaram-nos até aqui”, começou por afirmar. “Não sei se já percebi totalmente o que consegui. Todas as emoções vieram ao de cima – chorei, senti-me completamente em êxtase. Foi o maior dia da minha vida.”, continuou.  "Aproveitei cada especial, uma de cada vez. Claro que é incrível ver esses nomes atrás de mim, mas tentei fazer o meu trabalho, sem pensar demasiado nisso – e funcionou.”, concluiu, extasiado.

Tudo isto num rali onde o segundo classificado, Ott Tanak, sairá da sua terra natal com uma pequena consolação: o comando do campeonato, agora com 162 pontos, mais um que Elfyn Evans, que acabou este rali na sexta posição. Sebastien Ogier é o terceiro, 20 pontos atrás de Tanak, com Kalle Rovanpera quarto, com 138 pontos, depois de acabar em quarto no rali. 

Depois de tudo, tantos anos a tentar, a tentar e a sonhar, eu e o Elliott finalmente conseguimos”, disse Solberg. “Só quero agradecer à Toyota, à equipa de testes que me ajudou a sentir-me tão confortável, por toda a ajuda neste fim de semana desta equipa maravilhosa. Nunca me diverti tanto na minha vida.

Com três especiais até ao final, incluindo as passagens duplas por Kääriku, uma delas a Power Stage, o dia mostrava que Tanak tinha de arriscar e esperar por um azar para ter uma chance de vitória. Mas em Hellenurme, Solberg não cedia e triunfava na especial, 1,6 segundos sobre Tanak, 3,4 sobre Rovanpera e 5,3 sobre Evans.

A passagem dupla por Kääriku começa com Solberg a triunfar, conseguindo 3,1 segundos sobre Rovanpera e 3,6 sobre Tanak, e na segunda passagem, a Power Stage, o finlandês levou a melhor sobre Tanak, por 1,4 segundos, e sobre Solberg, por 2,5, numa especial onde Katsuta Takamoto acabou por abandonar, devido a uma avaria. 

Depois dos três primeiros, Rovanpera acabou em quarto, a 55.6, um pouco longe de Adrien Formaux, quinto, a 1.33,0. Sexto acabou por ser Elfyn Evans, a 1.43,4, bem longe de Sami Pajari, a 2.55,6. Martins sesks foi o oitavo, a 3.36,0, e a fechar o "top ten" ficaram os Ford Puma Rally 1 de Josh McErelan (a 5.29,8) e de Gregoire Munster (a 5.57,5).

No campeonato, Solberg subiu ao oitavo lugar, ficando com 52 pontos, e em termos de campeonato, o próximo rali será o da Finlândia, que acontecerá entre os dias 31 de julho e 3 de agosto.