sábado, 2 de abril de 2022

Youtube Motorsport Video: Dinheiro para correr... de maneira estúpida

Então, queres ser piloto de automóveis? Excelente! És ultra-trilionário ou a tua família é, ou és descendente de alguma dinastia de pilotos? É que sem esses critérios, não será o talento puro que te safará, só por si. Porque... é muito caro. E para teres dinheiro no sentido de sustentares essa carreira, no limite, podes ser como os irmãos Whittington ou o Randy Lanier, que fizeram da IMSA o "International Marijuana Smugglers Association", algures em 1985...

Assim sendo, o Josh Revell fez este filme, não sobre eles, mas sobre uma personagem que na década passada, correu uma competição na sua Nova Zelândia natal porque teve acesso a caixas de multibanco... por meios ilícitos. Enfim, é ir ver. 

Russell: "Se resolvermos as oscilações, eliminados 99 por cento dos problemas"


O efeito oscilatório - ou porpoising" - é o problema que tem afetado sobremaneira algumas equipas, especialmente a Mercedes, que dominava a Formula 1 até ano passado. Resolver a maior dor de cabeça do momento não é fácil e implica ter em conta uma série de fatores. George Russell, que tem tido as prestações mais estáveis do campeonato, conseguiu encontrar um bom compromisso na Arábia Saudita, ao contrário de Lewis Hamilton, e explicou que estas pequenas mudanças implicam grandes diferenças. 

O britânico acredita que resolvendo estas oscilações, a maioria dos problemas da Mercedes desaparecem, e regressarão aos triunfos.

Do lado da garagem do Lewis, eles provavelmente foram mais conservadores com a afinação [na Arábia Saudita] do que nós. Essa foi a diferença e estamos a falar de uma linha ténue entre colocar ou não o carro na janela certa. Há tantos fatores em jogo quando estamos a afinar o carro e por vezes mudamos a configuração de afinação a pensar que vai melhorar, mas isso torna-o ligeiramente pior. É um pouco inconsistente. Há muitos fatores em jogo como a rigidez mecânica do carro, a rigidez dos fundos, o desenho dos fundos, a pressão dos pneus. Há muitos fatores que contribuem para o tornar melhor ou pior”.

Quanto mais depressa se vai pior, mais difícil se torna a qualificação, porque colocamos os motores na potência máxima. Isso promove mais apoio aerodinâmico e mais “porpoising”, pelo que quase precisamos de nos antecipar a esta questão. Se resolvermos as oscilações, resolvemos 99 por cento dos nossos problemas”, concluiu.

Russell tem agora 22 pontos, estando no quarto lugar do campeonato. A Formula 1 regressa no próximo final de semana em Melbourne.

sexta-feira, 1 de abril de 2022

Youtube Motorsport Vídeo: A quanto iriam os carros de Formula 1 em Indianápolis?

Os carros da IndyCar andam a cerca de 370 km/hora a dar as "curvas" no Indianápolis Motor Speedway, mas será que os carros de Formula 1 andariam mais rápidos? É algo do qual muitos achariam que sim, outros... nem tanto. 

Ora, neste vídeo do Driver61, a resposta simples seria: em principio, não. Mas se mexerem nos carros... enfim, vejam o vídeo para ficarem com uma ideia dos desafios que teriam por diante, e as diferenças entre um carro de Formula 1 e aquele da IndyCar.


quinta-feira, 31 de março de 2022

A imagem do dia


A MotoGP irá estar este fim de semana em Terma de Rio Hondo, na Argentina, mas... a corrida está em risco. A razão? Dois aviões de carga estão parados algures em África do Sul devido a avarias e na carga estão muitas da motas e peças necessárias para a sua montagem. Sem ela, alguns pilotos estarão completos e outros não. E por causa disso, a organização cancelou as sessões de treinos de sexta-feira, concentrando-se na qualificação, e esperando que os aviões cheguem a tempo à Argentina, para entregar o resto do material.

Este problema com a logística aconteceu no MotoGP, que tem um calendário de 21 provas e cinco saídas da Europa: uma para a América do Sul, uma para a América do Norte, cinco para a Ásia e Austrália. Para terem uma ideia, só a Península Ibérica tem igualmente cinco corridas: Jerez, Barcelona, Valência, Aragon e Portimão. E o risco que existe com o cancelamento deste GP deveria servir de aviso à Formula 1 por causa das circunstâncias, do tempo em que passamos e porque o alargamento do calendário, para acolher mais corridas fora da Europa, requer um concerto quase perfeito porque... qualquer problema é um desastre à espera de acontecer. 

Para terem uma ideia, no ano passado, a Formula 1 apanhou dos sustos em termos de logística. O primeiro, entre o México e o Brasil, quando os aviões de carga ficaram parados em Miami à conta do mau tempo, e depois entre São Paulo e Doha, no Qatar, ainda por causa dos mesmos problemas.

E agora, em março, temos um problema: uma guerra. E o maior operador de aviões de carga é o Volga-Dniper, que tem na sua frota 17 Boeings 747, que estão em terra porque... a companhia é russa. E claro, o resto do mundo não pode passar no espaço aéreo russo, logo, irão perder mais três, quatro ou mais horas, logo, gastam mais gasolina e claro, demorarão mais tempo. 

E segundo conta hoje o Joe Saward, a Formula 1 tem uma logística de 160 aviões por ano, entre Boeings 747 e 777, e confia nas companhias especializadas para que tudo corra bem. Ou seja... que nenhum avião avarie algures no mundo, com a preciosa carga dentro do seu porão, na semana do Grande Prémio. Imaginem isto numa segunda-feira, entre Itália e Singapura, por exemplo... o que ele conta é que a Liberty Media quer fazer aquilo que anda a fazer na NASCAR, mas usando o mundo como referência, em vez dos Estados Unidos. 

E é uma questão de tempo até a Formula 1 cair numa situação como esta. 

Veremos amanhã como o pessoal da MotoGP se safará desta situação. 

Noticias: Vettel regressará em Melbourne


Depois de duas corridas de ausência devido à CoVid-19, Sebastian Vettel regressará ao cockpit em Melbourne, agora que já teve o seu teste negativo e está apto para correr. O piloto tem ainda alguns dias para recuperar a forma física para estar a 100 por cento para a sua primeira corrida do ano pela Aston Martin.

Recorde-se que na sua ausência, no Bahrein e na Arábia Saudita, Nico Hulkenberg substituiu-o, com resultados modestos, demonstrando que o chassis não foi dos mais felizes do atual pelotão.

Vettel não foi o primeiro piloto do atual pelotão que ficou doente nesta temporada. Semanas antes, Daniel Ricciardo também deu positivo à doença, mas foi durante a altura dos testes, não tendo de faltar a qualquer prova do campeonato.  

Rumor do Dia: Volkswagen irá luz verde à Audi e Porsche para a Formula 1


A Volkswagen pode ter dado luz verde à Audi e à Porsche para rumarem à Formula 1, mas as decisões só acontecerão aqui a algum tempo. Uma fonte da marca disse à Reuters que a reunião acontecerá na semana que vêm, mas a direção disse que da parte deles, não há problema em se aventurarem na categoria máxima do automobilismo, provavelmente em 2026.  

Esperamos poder comunicar nossa intenção de entrar na Fórmula 1 dentro em breve”, disse uma das fontes, com a segunda acrescentando que havia uma “boa chance” de uma decisão no bom sentido. 

A ideia é de a Porsche ir para a Red Bull, numa parceria entre ambas as marcas, enquanto no caso da Audi, seria no sentido de adquirir a McLaren por 500 milhões de euros, especialmente a sua divisão de carros de estrada, que tem vindo a ter prejuízos com o lançamento dos seus hipercarros. 

No caso da Porsche, a única dúvida é saber se este envolvimento na Formula 1 não irá prejudicar o seu investimento na Endurance, onde a partir de 2023 estará na categoria LMPh, correndo quer na IMSA, quer no WEC, nomeadamente nas 24 Horas de Le Mans.

Apesar de nenhuma das partes ter comentado sobre este assunto, fala-se que este avanço tem a ver com a decisão da Formula 1 mudar para os combustíveis sintéticos a partir de 2026, bem como o investimento do grupo na sua transformação para a eletrificação, na sequência do Dieselgate, em 2015.  

Formula 1: Las Vegas regressa ao calendário em 2023


Após 41 anos de ausência, a Formula 1 regressa a Las Vegas no calendário em 2023. O anuncio foi feito esta madrugada no topo de um dos hotéis da cidade pela organização do circuito. 

Uma pista de quase sete quilómetros será desenhada na Strip da cidade, entre vários casinos, numa corrida noturna que acontecerá num sábado à noite, pela primeira vez desde 1985. O contrato será inicialmente e três anos, mas os promotores esperam que dure por mais tempo. E pela primeira vez de 1982, a América volta a ter três corridas no seu calendário, depois de Austin, no Texas, e Miami, na Florida.  

Greg Maffei, Presidente e CEO da Liberty Media, começou por afirmar: “A icónica Las Vegas e a Fórmula 1, o pináculo do desporto automóvel, é o casamento perfeito de velocidade e glamour."

"A nossa confiança nesta oportunidade única é evidente na nossa decisão de assumir o papel de promotor do Grande Prémio de Las Vegas em parceria com a Live Nation. Não podíamos estar mais entusiasmados em trabalhar com o nosso parceiro para criar este fantástico evento. O potencial da Fórmula 1 tem sido bem demonstrado ao longo dos últimos anos, e o GP de Las Vegas só nos ajudará a chegar ao nível seguinte”, concluiu.


Stefano Domenicali, Presidente e CEO da Fórmula 1, afirmou: 

Este é um momento incrível para a Fórmula 1 que demonstra o enorme apelo e crescimento do nosso desporto com uma terceira corrida nos EUA. Las Vegas é um destino conhecido em todo o mundo pela sua excitação, hospitalidade, emoção, e claro, a famosa ‘Strip’ [a Strip de Las Vegas corresponde a uma secção de 6,7 quilómetros da Las Vegas Boulevard, onde se localizam a maioria dos hotéis e casinos da cidade]. Não há melhor lugar para a Fórmula 1 correr do que na capital mundial do entretenimento”, concluiu.

Ainda não existem detalhes sobre como será essa corrida, mas sendo num sábado à noite, pensa-se que terá apenas duas sessões de treinos e a qualificação seria na sexta-feira. 

A Formula 1 já esteve na capital do jogo americana em 1981 e 82, ambas probas de encerramento do campeonato. Num circuito desenhado no parque de estacionamento do Ceasar's Palace, Alan Jones ganhou na primeira edição, num campeonato ganho por Nelson Piquet, e na segunda, Michele Alboreto levou a melhor no seu Tyrrell, num campeonato vencido por Keke Rosberg.  

quarta-feira, 30 de março de 2022

A imagem do dia


Faz por estes dias 40 anos que Carlos Reutemann decidiu abandonar a Formula 1 de vez. Então com 40 anos e completamente desmotivado, após a perda do título mundial para Nelson Piquet, no seu Brabham, ainda correu as duas primeiras probas da temporada de 1982 pela Williams. Ao segundo posto em Kyalami, seguiu-se uma desistência em Jacarépaguá, e depois disso, pendurou o capacete de vez. 

Contudo, ao ler por estes dias um artigo no jornal argentino Clarin, contam que quando Gilles Villeneuve morreu, em maio, Marco Pichinini telefonou ao argentino se não queria correr no carro para o resto dessa temporada. Depois de alguns dias de reflexão, decidiu recusar o convite, apesar de ele ser um grande amigo do canadiano. Alegou que estava desmotivado para correr, e as razões continuavam por lá. E ainda por cima, nunca tinha corrido num carro com motor Turbo, algo que a Ferrari tinha nesse momento.

Claro, depois de ter dado essa resposta, a Ferrari foi em busca de novo piloto, e lá ficou com o francês Patrick Tambay, que os ajudou a conseguirem 25 pontos, uma vitória e o campeonato de Construtores, especialmente depois do acidente de Didier Pironi, na Alemanha, o ter tirado precocemente da Formula 1. Mas "Lole", o homem que num dia bom era imbatível, e num dia mau parecia um caracol, do qual ninguém o conseguia tirar do buraco em que por vezes se envolvia, foi alguém querido para os locais, dos quais sempre o consideraram como campeão, um dos melhores da sua geração. E também, em muitos aspetos, alguém que era correto e sempre realizava o que era justo, do qual o melhor exemplo foi os ebentos do GP do Brasil de 1981, do qual desobedeceu às ordens de deixar triunfar Alan Jones, e do qual, se calhar, o impediu de conseguir lutar convenientemente pelo título mundial.

Seja qual for, a sua decisão de terminar uma carreira com 10 anos de duração na Europa fora tomada, e não mais olhou para trás. 

Youtube Motoring Vídeo: Lotus Eletre, o primeiro SUV elétrico

A Lotus, mítica marca fundada por Colin Chapman há mais de 70 anos, virou-se para os elétricos e para os SUV. Apresentou esta semana o Eletre, um carro com mais de 800 cavalos, todos elétricos, concentrados em dois motores, e com uma autonomia de 600 quilómetros. E com uma potência de carregamento de 20 minutos - o tempo de um almoço, por exemplo - acrescenta 400 quilómetros de autonomia ao SUV.

Com um desenho sofisticado, o habitáculo do Eletre oferece ainda quatro assentos individuais (ainda que também esteja disponível numa tradicional configuração de cinco assentos), um teto de abrir em vidro panorâmico que oferece uma iluminação melhorada para o habitáculo e outras soluções que, não sendo uma novidade, ainda são pouco comuns, como as camaras que substituem os espelhos retrovisores.

E com o carro a ser mostrado ao mundo, os especialistas foram vê-lo com os seus próprios olhos, como o pessoal do Fully Charged Show, cujo vídeo eu mostro por aqui. 

terça-feira, 29 de março de 2022

A imagem do dia


Uma face do qual poucos se lembram: Max Mosely piloto. Aliás, ele era um dos que estavam inscritos na corrida de Formula 2 em Hockenheim, a 4 de abril de 1968, quando Jim Clark sofreu o seu acidente mortal, guiando um Brabham. Não era um grande piloto, e foi mais ou menos nesta altura que o filho de Oswald Mosley descobriu que o melhor a fazer era contribuir de outra forma no automobilismo. Daí ele depois ter sido um dos fundadores da March, e mais tarde advogado de Bernie Ecclestone e da formula 1, e no final, presidente da FIA por 16 anos, entre 1993 e 2009.

Max Mosley não foi uma personagem consensual, especialmente quando se descobriu os seus gostos... peculiares, que depois resultou nele a processar os tabloides britânicos, afirmando que tinha o direito à sua privacidade. Morreu a 23 de maio de 2021, aos 81 anos, e não se sabia que as autoridades policiais britânicas tinham aberto um inquérito às causas da sua morte. Pelo menos... até hoje. É que, cerca de dez meses depois, foram divulgadas as conclusões do inquérito, e se disse que ele cometera suicídio depois de saber que tinha um cancro incurável na próstata, do qual tinha estado em tratamento no último ano. 

E os pormenores não foram lá muito... limpos. Aparentemente, Mosley pegou numa espingarda de caça, colocou o dedo do gatilho e disparou. Podem imaginar o resto.

Um vizinho e um dos criados na sua casa em Chelsea descobriu uma nota escrita por ele, dizendo simplesmente "não entrem no quarto, chamem a policia". Uma segunda nota foi encontrada ao pé do seu corpo. Estava largamente ilegível, devido ao sangue espalhado, mas uma das frases que se poderia ler era "não tinha outra escolha" para ter feito o que fez. Aparentemente, o tumor tinha-se espalhado de tal forma que ele estava convencido que tinha "semanas de vida".  

Afinal, a vida de Mosley, que não foi comum, teve um último capitulo no qual ele escreveu pelo seu próprio punho. 

Youtube Formula 1 Vídeo: As comunicações de Jeddah

O final de semana saudita não foi fácil de gerir, com misseis a pairar no ar e algumas batidas na pista. Mas o pessoal da Formula 1 teve tempo para tirar algumas das melhores imagens, desde os treinos de sexta  até à meta, no domingo à noite.  

Os pilotos querem ter mais a dizer nas decisões do calendário


Os eventos na Arábia Saudita poderão ter consequências num futuro próximo, especialmente no calendário. Com uma guerra a decorrer e os pilotos a descobrirem que a Arábia Saudita está envolvida noutra guerra no Iémen, que resultou nestes terem estado divididos, após quatro horas de reunião na sexta-feira à noite, parece que fez com que estes já tenham dito que quererem ter uma palavra a dizer em relação ao calendário futuro. 

Segundo uma reportagem da Sky Sports, nesta terça-feira, fala-se que a GPDA quer agora conversar com a Libery Media, com os dirigentes das equipas onde correm no sentido de os influenciar onde quererão correr no futuro, os lugares onde desejam competir. Tudo isto tem a ber com o impacto que estas corridas têm nas redes sociais, dos quais a Formula 1 se expandiu fortemente depois da chegada da Liberty Media, e com todos os pilotos a terem forte presença nas redes sociais, onde milhões de fãs poderão ter uma forte influência nas suas decisões. E claro, programas como "Drive to Survive", que têm enormes audiências e contribuíram para o aumento da popularidade da Formula 1 nos Estados Unidos, por exemplo, ajudam muito na exposição da competição a um público mais vasto.

Agora, resta saber se isso terá consequências, e se os pilotos dirão alguma coisa nas corridas seguintes, ou seja, a partir de Melbourne, que será dentro de semana e meia. Mas é como disse na altura: a realidade apanhou os que viajam na bolha de uma competição como a Formula 1... 

segunda-feira, 28 de março de 2022

A imagem do dia


Tony Brise, que se fosse entre nós teria feito hoje 70 anos, correu apenas 10 corridas na Formula 1, mas teve tempo de participar em mais do que uma equipa, quando em Barcelona, correu ao serviço da Williams, no lugar de Jacques Laffite, que nessa temporada corria na Formula 2 e ambas as provas coincidiam.

Mas aquele momento em que se sentou naquele carro, foi o culminar de uma carreira que começou cinco anos antes, na Formula Ford. 

Em 1969, Brise, então com 17 anos e filho de John Brise, que corria quando não tomava conta da sua suinicultura, começou a correr, para em 1971 triunfasse na Formula Ford 1600. No ano seguinte, foi para a Formula 3, primeiro pela Brabham, antes de ir para GRD, que era o melhor carro de então. E num ano onde a competição... estava dividida em três. Explica-se: existiam séries regionais -  Lombard North, John Player e Forward Trust - e todos participavam nas três. Não havia um campeão unificado, e nesse ano, Brise ganhou duas da três competições, querendo ir para a Formula 2 em 1974, mas não tinha dinheiro suficiente. A solução? Correr na Formula Atlantic, mais acessível.

As coisas correm suficientemente bem para ser contratado por Teddy Savory, da Modus, uma firma que constrói chassis para a competição, e é contratado para correr. Em 1975, triunfa em seis corridas e torna-se campeão. 

Isso foi o suficiente para que Frank Williams o convidasse para fazer uma corrida, e esta até teria saído bem para ele, se não fosse uma colisão no inicio da corrida no Shadow de Tom Pryce, perdendo duas voltas e acabando no sétimo lugar, atrás de Lella Lombardi, que no seu March, conseguiu o único (meio) ponto conseguido na Formula 1 por uma mulher.

Depois desta corrida, Laffite regressa, e Brise irá correr na Formula Atlantic. Mas no fim de semana do GP do Mónaco, Graham Hill, no alto dos seus 47 anos, não se qualifica na prova onde conseguira triunfar por cinco ocasiões, e pendura o capacete. E sem o outro piloto, o alemão Rolf Stommelen, a recuperar do seu acidente... em Barcelona, o nome de Brise é falado, e na corrida de Zolder, na Bélgica, é contratado para o resto da temporada, ao lado de Alan Jones. E o resto é uma história que teve um curto e trágico fim. 

Um acidente que custará caro


O acidente de Mick Schumacher na Arábia Saudita custará até um milhão de euros nos cofres da Haas F1. Quem conta isto é Gunther Steiner, depois do final de semana da corrida, onde o piloto alemão acabou por não alinhar, mas em contraste, Kevin Magnussen conseguiu mais dois pontos para a equipa nesta temporada. 

O italiano, diretor de equipa, disse que apesar de ter temido o pior, a avaliação demonstrou que afinal de contas, não houve partes vitais do chassis afetados, o que até é bom, dada a limitação orçamental que a equipa tem este ano. 

O chassis em si não parece estar partido”, disse ele, citado pela racefans.net. “A estrutura de impacto lateral está, mas pode ser trocada. Obviamente, precisamos de fazer uma verificação adequada do chassis, mas não parece muito estar muito mal, para ser honesto. O motor também, foi-me dito pela Ferrari, parece estar bem. A bateria também está bem. E depois tudo o resto está partido. Penso que o custo ainda é bastante elevado porque toda a suspensão desapareceu, exceto a dianteira esquerda”, continuou. 

O resto é pó de carbono. Não sei quanto poderemos gastar mas com estes carros, entre caixa de velocidades, toda a carroçaria, as condutas do radiador, o custo deverá estar entre meio milhão e um milhão, diria eu”, concluiu.

O chassis será recuperado na Austrália com as partes que deverão vir da sede, na Europa, e espera-se que Mick Schumacher regresse à luta em Melbourne, daqui a duas semanas. 

domingo, 27 de março de 2022

Formula 1 2022: Ronda 2, Jeddah (Corrida)


A esta altura do campeonato, toda a gente já topou que correr aqui se tornou num embaraço internacional. Claro, os eventos de sexta-feira ainda são marcantes, e pelos vistos, os critérios largos dos donos de equipa no fazem lembrar a frase "money talks, bullshit walks". 

"Claro que há tensão, coisas para melhorar, não queremos ser políticos nisso, mas acredito que estamos desempenhando um papel muito importante na modernização deste país.", disse Stefano Domenicalli, o patrão da Formula 1. 

E claro, Toto Wolff corrobora:  "Para nós, é aceitável correr a 10 milhas de onde caiu um míssil em um tanque de gasolina? Certamente que não. Mas aqui, com a cultura deles, estas coisas acontecem".

O que me faz pensar: se para ali é válido, o que nos impede desta gente correr na capital da Ucrânia, onde caem misseis a uma distância bem menor? 

Os pilotos estão inquietos, alguns queriam não correr, mas tiveram de engolir o seu orgulho em nome dos valores mais altos (isto é: dinheiro), mas eles já prometeram regressar ao assunto. Veremos se a sua posição é ou não forte. 


Regressando à prova, as coisas começaram com um susto para um dos Ferrari. Aparentemente, no carro de Carlos Sainz Jr, havia uns problemas com a bomba de combustível, do qual tiveram de andar a contra-relógio para o reparar, mas tudo ficou pronto a tempo. Contudo, quem sequer alinhou na grelha foi Yuki Tsunoda, que a caminho da grelha, o seu carro ficou parado, acabando por nem sequer começar. Agora, eram 18 os carros que alinhavam à partida. Coitado do japonês, que sequer deu alguma volta oficial na pista...

Com todos a largarem com médios - as exceções são Magnussen, Hulkenberg e Hamilton, que correrão com duros - os pilotos estavam prontos para a partida do Grande Prémio. E quando o semáforo se apagou, o mexicano continuou na frente, com Max a ser terceiro, depois de passar Sainz Jr. Atrás, o chinês da Alfa Romeo perdia tempo e ia para o fundo do pelotão.


As coisas andavam calmas, ao ponto da parte mais arrepiante foi o "fechamento" de Ocon sobre Alonso na volta 5 na reta da meta. A luta entre os dois carros durou umas duas voltas, mas no final, o espanhol levou a melhor.  Mas o francês não desistiu e no meio disto tudo, Bottas estava perto deles. Nas voltas seguintes, enquanto os quatro primeiros estavam longe uns dos outros, era ali onde as câmaras estavam apontadas, porque Kevin Magnussen se juntou à luta. E na volta 15, Hamilton já estava nos pontos. 

Por esta altura, os carros da frente começam a ir às boxes para trocar a duros. Os Red Bull foram, mas os Ferrari não. E foi a meio disto tudo, na volta 16, Nicolas Lattifi bateu no muro. Safety Car entrou - era inevitável - e as coisas voltavam a baralhar e voltar a dar. No meio disto tudo, Leclerc tinha ido para a frente, graças à tática que a Ferrari decidiu usar. 


E no meio do Safety, polémica: Carlos Sainz Jr foi às boxes e passou na frente de Sergio Perez, para o terceiro posto, mas o lugar caiu no mexicano, algo do qual o espanhol se queixou. Mas quando a corrida recomeçou, na volta 21, o piloto da Ferrari conseguiu o terceiro posto, por consentimento do mexicano da Red Bull. 

Na frente, Leclerc continua na frente, com Max atrás e a luta pelo terceiro posto entre Sainz Jr e Perez, enquanto atrás, Hamilton e Magnussen, ambos com duros e sem trocar de pneus no Safety Car, lutavam pelo sexto posto. Um Haas a lutar com uma Mercedes? São as novas regras...

As coisas andavam aborridas até à volta 35, altura em que um atrás do outro, começavam os problemas. Primeiro, Alonso, com o motor a falhar, e logo a seguir, era a vez de Ricciardo a ter a mesma coisa, andando lento para as boxes, e no final, Bottas ia para as boxes mais do que uma vez, caindo na classificação geral. O finlandês acabou por parar de vez, enquanto houve gente que chegaram aos carros para os tentar empurrar para as boxes, numa altura em que... ele estava fechado.  


Magnussen entrou durante o Virtual Safety Car, colocando médios, e Hamilton foi apenas no final para meter também médios. E na frente, Max atacava Leclerc para a liderança! Ambos passavam uns aos outros, com o neerlandês a dar tudo, mas o monegasco retorquia. Claro, tudo isto para delírio de quem assistia a isto. E a quatro voltas do final, o neerlandês era o líder da corrida.

E na parte final, as coisas ficaram assim: Max aguentou os ataques de Charles graças ao carro que é rápido nas retas, conseguindo a vantagem necessária para poder ir ao lugar mais alto do pódio. Sainz Jr ficou no lugar mais baixo do pódio, na frente de Perez e Russell. Lewis Hamilton? Apenas décimo. Ao menos, pontuou.


Agora, duas semanas antes de regressarem em Melbourne. E quando à temporada, parece ser bem competitiva. Estes novos regulamentos parece que fizeram bem à Formula 1. 

Noticias: Mick Schumacher não participa na corrida


Mick Schumacher está bem, mas o carro ficou de tal forma danificado que não estará pronto para correr na corrida deste domingo. Assim sendo, apenas haverá 19 carros a partir em Jeddah, com Kevin Magnussen a alinhar na décima posição. 

Na sua página oficial no Instagram, o filho de Michael Schumacher disse sobre a sua condição fisica: "Só queria dizer que estou bem. Obrigado pelas mensagens. O carro estava ótimo, vamos voltar mais fortes”. Para terem uma ideia, Mick aguentou 33 G's no momento da batida contra a parede no circuito, durante a qualificação deste sábado. 

Gunther Steiner, justificou o facto de não alinhar com o segundo chassis para a prova. 

Não há nada a ganhar. O carro, obviamente, está no estado em que está. Se fizéssemos a corrida amanhã [hoje], poderíamos comprometer o nosso esforço para Melbourne. Portanto, não vale a pena fazer algo amanhã [hoje], quando se tem de começar do pit lane de qualquer maneira. Penso que temos mais hipóteses se nos concentrarmos e nos reagrupamos para a corrida de Melbourne. Não seria bom fazer esta corrida sabendo que não iríamos acabar nos pontos ao começar do pit lane porque este ano há demasiadas boas equipas”.

O mundo os apanhou


A poucas horas do Grande Prémio saudita, surgiram algumas coisas sobre a reunião da madrugada deste sábado, no qual os pilotos ficaram fechados por quatro horas, decidindo sobre o destino do final de semana, e mostrou que eles estavam mesmo divididos sobre o assunto. Segundo o jornal italiano Gazzetta dello Sport, cinco pilotos não queriam correr, entre eles os pilotos da Mercedes, Lewis Hamilton e George Russell; Fernando Alonso, da Alpine; Pierre Gasly, da Alpha Tauri, e Lance Stroll, da Aston Martin. 

No final da reunião, os pilotos assinaram um documento assegurando a continuidade do evento, a confiando na boa fé de Stefano Domenicalli, o diretor da Formula 1.

Foi bom, estarmos todos unidos – primeiro entre todos os pilotos e depois juntamente com a Fórmula 1”, começou por dizer Russell, que é também o presidente da GPDA, a Grand Prix Drivers Association. “Em última análise, confiamos no Stefano, na Fórmula 1 como um todo, e não estaríamos aqui se não fosse o correto. Penso que é a decisão certa. Não tenho todas as respostas, não sou um especialista em política ou defesa militar. Por isso, é preciso confiar nas pessoas à minha volta. Os organizadores não estariam aqui se não fosse seguro, a família real não estaria aqui se não fosse seguro. Isso dá-nos confiança, pois eles estão aqui. Eu confio na Fórmula 1 e no Stefano”.

Contudo, Valtteri Bottas confirmou que o boicote esteve em cima da mesa. Apesar de não falarem muito sobre o assunto, confirmou que a ideia esteve em cima da mesa. 

Estávamos todos preocupados se era seguro para todos nós estarmos aqui e tivemos explicações decentes sobre as coisas”, disse o piloto da Alfa Romeo. “Também passámos por todas as opções como, por exemplo, se não corrermos e o que isso poderia significar, pois a equipa ainda teria de ficar aqui uns dias a arrumar tudo e não seria fácil arranjar novos voos para chegar a casa. Já que estamos aqui a melhor opção foi correr. Eles aumentaram a segurança e todas as defesas, por isso penso que todos concordaram que mais vale fazer a corrida e esperar pelo melhor”.

Apesar das garantias - entretanto, as duas partes acordaram numa trégua de três dias na guerra - os pilotos correm contrariados e com receio do mundo à sua volta. Aliás, os pilotos querem voltar a falar sobre esta corrida após o final, provavelmente em terras australianas, sobre se valerá a pena ir lá para um país com uma abordagem questionável em termos de direitos humanos e se querem continuar a correr o risco de se envolverem numa guerra do qual não lhes diz respeito. Para não falar do circuito, muito rápido, mas com curvas cegas...

De uma certa maneira, parece que o mundo os apanhou.