sábado, 18 de junho de 2022

A imagem do dia


Jackie Stewart publicou esta foto nas suas redes sociais neste sábado. Aos 83 anos, completados na semana passada, e agora dos poucos sobreviventes daquela era, foi visitar a campa do seu compatriota e amigo Jim Clark, quase 55 anos após a sua morte.

Stewart foi o maior paladino da segurança na Formula 1 e no automobilismo em geral, porque, como disse certo dia, "tinha ido a mais funerais que muita gente". E de uma certa forma, é verdade: ele estivera naquele lugar, em abril de 1968, para se despedir do seu amigo ao lado de gente como Graham Hill, Dan Gurney, Jochen Rindt, Jo Bonnier e outros.  

Grandes amigos fora da pista, o seu compatriota nunca esqueceu do seu amigo. E pelos vistos, nunca o esquecerá, enquanto puder ir visitá-lo e colocar uma coroa de flores na sua campa. 

Formula 1 2022 - Ronda 9, Montreal (Qualificação)


Depois de Baku, sabe bem regressar a Montreal. Depois de dois anos de interrupção à conta da pandemia, agora, a Formula 1 regressa a uma casa onde normalmente é feliz pela qualidade... e imprevisibilidade das corridas na ilha de Notre-Dâme. Como costumo dizer, quando a Formula 1 chega a Montreal, devem invocar os deuses e pedem de empréstimo, por um final de semana, o espírito de Gilles Villeneuve. Ainda por cima, quando passam 40 anos sobre a sua passagem a espírito. 

Antes dos eventos do final de semana, soubemos de duas coisas importantes. O primeiro, que a FIA decidiu mexer na aerodinâmica dos carros por causa do efeito de "porpoising" do qual Max barafustou, afirmando que se a Mercedes se queixa disso, então a culpa é deles por terem desenhado um mau carro. Depois, claro, a noticia de que Charles Leclerc tinha de ir para o fundo da grelha à custa da troca de motor por causa da explosão em Baku. E ainda naquela manhã, iria ter a companhia de Yuki Tsunoda, que também ficava sem motor e iria para a última fila da grelha.  


Para melhorar as coisas, neste sábado, o tempo em Montreal não era fantástico. Aliás, era mesmo terrível. Iria chover à hora da qualificação, mas seria pouco. E foi o que aconteceu na hora da lux berde. A pista continua molhada caiam pingos de chuva, logo, os pilotos começaram a calçar os azuis, os pneus para molhado. Contudo, isso não impedia que largassem um enorme vapor de água, causando problemas de visibilidade, do qual os pilotos se queixavam. Mas com o passar dos minutos, isso dissipava-se e deixou de ser problema.

No final da Q1, os eliminados foram os Aston Martin de Sebastian Vettel e Lace Stroll, o Alpha Tauri de Yuki Tsunoda e Pierre Gasly, e o Williams de Nicholas Latifi. Pobres canadianos, os seus locais não se deram bem na chuva... mas claro, como é sabido, o último lugar já tem dono: Charles Lelcerc. 


Alguns minutos e a Q2 arrancou, ainda com o piso molhado, mas a chuva tinha já parado. Tanto que os pilotos da Alpine, mais Mick Schumacher e Alex Albon decidiram arriscar e colocar intermédios, para tentarem a sua sorte. E compensou: Alonso marcou um tempo melhor: 1.30,910, no topo da tabela de tempos. Mas quase ao mesmo tempo, Ocon cai de pista - mas não bate - e causa bandeira amarela por momentos. A seguir, Checo Perez bateu no soft wall e também causou bandeiras... vermelhas. Isto porque ficou preso na Curva 3, sem poder sair. E quase ao mesmo tempo, a mesma coisa acontecia com Alex Albon, nas este rumou às boxes.  

Quando os carros regressaram à pista, todos já calçavam intermédios e esperava-se que os tempos baixassem. E ali, logo na primeira chance, Max faz 1.27,764 e foi para cima da tabela de tempos. Depois melhorou com 1.26,270, na frente de Carlos Sainz Jr. E com o surgir de uma linha seca, os tempos caiam mais: 1.25,201 para Max, pulverizando a concorrência - para comparação, George Russell tinha 1.26,321.

No final, os tempos caíram em flecha, acabando com Max a fazer 1.23,746, os que ficaram para trás foram, para além de Leclerc e Sergio Pérez, o McLaren de Lando Norris, o Alfa Romeo de Bottas e o Williams de Alex Albon.

Agora com a Q3, as condições estavam mesmo a mudar. Havia uma linha em seco para seguir, mas claro,  ainda não se arriscava. Max começava a fazer as voltas rápidas que precisava para ficar com P1, com 1.22,701, bem longe da concorrência, pois Sainz Jr e Alonso estavam a fazer tempos um segundo mais lentos. Russell quis arriscar e colocou slicks no seu Mercedes, para tentar a sua sorte, mas... despistou-se. Ao mesmo tempo, Lewis Hamilton conseguiu o segundo melhor tempo na grelha.


No final, Max conseguiu ainda melhor, 1.21,299, e conseguia a pole, ao lado de Fernando Alonso (El Plan!) e Carlos Sainz Jr. Já se sabia que o neerlandês era bom neste tipo de condições, mas ver Alonso ainda a se mostrar aos 40 anos de idade, e 10 anos depois da última vez que ficou na primeira linha... tem de se tirar o chapéu ao seu feito na pista. Mas claro, graças à chuva, havia coisas interessantes, como a terceira fila a ser toda da Haas, por exemplo.

Pena que não chova no domingo, porque eu penso que seria interessante de se ver como se comportariam neste circuito.       

Youtube Automobile Vídeo: Kei-Cars em Suzuka

Os Kei-Cars são um tipo de automóvel que foi criado no Japão do pós-guerra no sentido de tem carros favoráveis a um grupo de pessoas empobrecidas, e ainda por cima, tem um certo tamanho por causa dos problemas de espaço existentes em cidades grandes como Tóquio, por exemplo.

Mas a popularidade é tal que esses carros são exportados para todo o mundo - os Dahiatsus e Suzukis da vida, por exemplo - e no Japão, chegam ao ponto de haver... corridas. E este em particular acontece em Suzuka, com carros da Honda - a pista foi construída e pertence a essa marca.

E foi rumo a uma prova como essas que James May, no programa "O Nosso Homem no Japão", foi participar numa corrida como estas. 

sexta-feira, 17 de junho de 2022

Noticias: Verstappen atira-se à decisão da FIA


Se a decisão de ontem da FIA de intervir por causa da questão do "porpoising", alegando razões de segurança e da saúde dos pilotos, houve quem não tenha gostado nada desta decisão, afirmando que aconteceu para ajudar uma equipa em particular. Pelo menos, é o que pensa Max Verstappen.

Se a Red Bull parece ter gerido o assunto de forma mais confortável, já o líder do campeonato, Max Verstappen, expressou desilusão com a nova diretiva, e insinuou que os queixumes da Mercedes influenciaram a decisão da FIA em mudar o regulamento. Ele afirmou que esta mudança a meio da época foi errada e que isto acontece por causa das queixas dos Flechas de Prata, que são os que sofrem mais com este fenómeno, embora haja outras equipas que se queixam desse fenómeno, em menor grau.

E em declarações à racer.com nesta sexta-feira, em Montreal, não deixou de dizer o que pensava sobre a decisão: 

"Acho um pouco dececionante que, mais uma vez, haja uma mudança de regras a meio da época, diria eu. Nem sequer nos afeta mais ou menos do que as outras equipas, mas não se deveria mudar as regras só porque uma equipa se está a queixar muito. Penso que há muitas equipas que fizeram um trabalho incrível para não ter este tipo de problemas, por isso é possível dar a volta por cima. Se levantarmos o carro, então não teremos este problema, mas perdemos o desempenho. Mas se não conseguimos desenhar o carro corretamente, então a culpa é nossa, a culpa não é dos regulamentos. Para mim é uma vergonha”, afirmou o atual campeão do mundo.

Noticias: Paul Ricard na corda bamba


Paul Ricard está na corda bamba, é o que se fala nos bastidores. Com o contrato a acabar em 2022, e mais gente a querer entrar no futuro, os rumores aumentam de intensidade. Contudo, o jornal francês "L'Équipe" afirma hoje que Stefano Domenicalli está aberto a alternativas para manter a Formula 1 naquele país.

Ainda de acordo com a publicação, existem conversações com a cidade de Nice, cujo presidente da câmara, Christian Estrosi, um dos atuais promotores do GP em Paul Ricard, não quis confirmar ou negar essa notícia.

Construído em 1969 pelo dono das bebidas Ricard, na localidade de Le Castelet, perto de Marselha, recebeu a Formula 1 entre 1971 e 1990, alternado com Dijon-Prenois a partir de 1974 até 1984, teve o seu desenho alterado em 1986 após o acidente mortal de Elio de Angelis durante uma sessão de testes, passando a usar a versão de 3812 metros, até se mudarem para Magny-Cours, em 1991. Renovado no inicio do século, a Formula 1 regressou ao local em 2018, com a versão total, mas com uma chicane no meio da reta Mistral. 

quinta-feira, 16 de junho de 2022

Noticias: Haverá chuva em Montreal


O fim de semana do GP do Canadá será chuvoso... mas não no domingo. Aliás, hoje, sem ação, e com 45 mil pessoas na pista, suportaram muita chuva - rios correram nas boxes! - e mais chuva se prevê para os dois próximos dias, sexta e sábado. E a qualificação será bem molhada. Contudo, o domingo, em contraste, será bem seco e com temperaturas amenas. 

Segundo conta o The Weather Channel, neste regresso da Formula 1 a paragens canadianas, depois de não terem aparecido em 2020 e 2021 à custa da pandemia, na sexta-feira, a temperatura será de 24ºC, com poucas chances de chuva durante o dia, caindo mais à noite, e no sábado, a temperatura descerá para os 17 graus, com quase 60 por cento de chances de chuva durante o dia, ou seja, a qualificação poderá ser molhada.

Contudo, no domingo, a chuva desaparecerá, mas as temperaturas serão amenas: 21 graus. Resta saber como é que equipas e organização irão lidar com estas mudanças meteorológicas ao longo dos dias que aí vêm.  

A imagem do dia


O homem da fotografia chama-se Roland Gumpert. Aos 77 anos, o engenheiro alemão tem uma longa carreira no automobilismo, nomeadamente na Audi. E ele foi a pessoa que desenvolveu o sistema Quattro a partir do Volkswagen Iltis, o todo-o-terreno que foi construído para o exército alemão, mas que eles acabaram por não ficar com ele. Vendo o seu potencial, colocou num Audi 100 e testou-o por vários meses, conjuntamente com um grupo de engenheiros que o faziam... nos seus tempos livres. É que a Audi não confiava no sucesso desse sistema e apenas depois de uma demonstração é que deram a luz verde, algures em 1978. 

O Quattro foi para a estrada em 1980, no Rali do Algarve, no sul de Portugal, como "carro zero" e portou-se bem. A sua estreia oficial foi no Rali de Monte Carlo de 1981, com o finlandês Hannu Mikkola ao volante, mas foi apenas na prova seguinte, na Suécia, que conseguiu a sua primeira vitória. E entre os seus pilotos, tinham a francesa Michele Mouton, provavelmente a melhor mulher-piloto do século XX, independentemente da modalidade. Em Sanremo, conseguiu algo inédito até então: triunfar numa importante prova de ralis. E iria repetir por mais três vezes em 1982, em Portugal, na Acrópole e no duro rali do Brasil, acabando vice-campeã, batida pelo Opel Ascona 400 de Walter Rohrl.

Em 1983, os Quattro, com Mikkola, Mouton, e os suecos Stig Blomqvist e Bjorn Waldegaard, eram a equipa a abater, e os carros já tinham as especificações dos quais se tornariam nos Grupo B, com potências na ordem dos 300 cavalos. E as quatro rodas motrizes eram mostradas como o futuro. A Lancia tinha o 037, e sabendo das suas limitações, tinha de ser mais esperta, apesar de ter pilotos como Rohrl - vindo da Opel - Markku Alen, e em alguns ralis, o local Attilio Bettega.

Sobre esse duelo, falarei com mais calma quando for a altura da estreia do filme, mas quem lê a história do WRC, pode-se dizer que a inteligência e a manhã triunfou sobre a forma das coisas que estavam a vir, ou o futuro, na forma do Quattro. A Audi, que tinha triunfado em 1982, voltou a ser campeã em 1984, antes das aparições da Peugeot, com o 205 Turbo, e a Lancia, com o Delta S4, o "monstro" que praticamente "cavou" a sepultura dos Grupo B, em 1986.

No meio dos triunfos e das derrotas, Gumpert era o homem por trás da tecnologia que mudara os ralis para sempre. Quando a marca saiu do WRC, em 1987, Gumpert subiu na hierarquia da marca até ao final do século, quando decidiu montar a sua marca. Juntamente com Roland Mayer, fundaram a Gumpert Sportwagenmanufaktur (Manufaturas Desportivas Gumpert, traduzido livremente do alemão) e decidiram fazer o supercarro Apollo. Este começou a ser produzido em 2005, e continuou até 2013, altura em que a marca sofria dificuldades financeiras e declarou insolvência. Foi comprada e rebatizada como Apollo Automobil.

Mas Gumpert não ficou parado: em 2017 fundou a Gumpert Automobile, em Inglostadt, onde fez uma parceria com a construtora chinesa Aiways e construiu um desportivo elétrico, o Nathalie, com um design semelhante ao Nissan GT-R, do qual serão feitos 500 exemplares. 

E porque falo dele? Porque o seu papel na Audi irá dar um filme, sobre o duelo com a Lancia no campeonato de 1983, e será interpretado pelo ator Daniel Bruhl, que como sabem, há quase dez anos, foi Niki Lauda em "Rush". Vamos a ver até que ponto esse filme será bom. 

Noticias: FIA irá agir em relação ao "porpoising"


A FIA anunciou esta quinta-feira que irá agir para tentar minimizar o efeito do "porpoising" que afeta os carros e sobretudo, alguns pilotos do pelotão. Se algumas equipas conseguiram mitigar o problema, como a Red Bull, outros, como a Mercedes e a McLaren, estão a passar dificuldades, e pilotos como Lewis Hamilton, Daniel Ricciardo e Pierre Gasly já começam a sofrer em termos físicos, com fortes dores nas costas.

Num longo comunicado, a entidade reguladora do automobilismo afirmou que irá, entre outros, verificar os fundos dos carros e tentar estabelecer um limite mais aceitável no sentido de tolerar este balanceamento dos carros no contacto ao solo. E claro, verificar se este "propoising" já começa a ser excessivo ao ponto de colocar a saúde dos pilotos em jogo.

"Após a oitava jornada do Campeonato do Mundo de Fórmula 1 FIA deste ano, durante a qual o fenómeno das oscilações aerodinâmicas (“porpoising”) da nova geração de carros de Fórmula 1, e o efeito deste durante e após a corrida sobre o estado físico dos pilotos foi mais uma vez visível, a FIA decidiu que, no interesse da segurança, é necessário intervir para exigir que as equipas façam os ajustes necessários para reduzir ou eliminar este fenómeno.", começou por dizer a FIA no seu comunicado oficial. 

Foi emitida uma Directiva Técnica para dar orientações às equipas sobre as medidas que a FIA pretende tomar para enfrentar o problema. Estas incluem:

- Um exame mais atento das tábuas e patins [usados nos fundos do carros], tanto em termos da sua conceção como do desgaste observado

- A definição de uma métrica, baseada na aceleração vertical do carro, que dará um limite quantitativo para um nível aceitável de oscilações verticais. A fórmula matemática exata para esta métrica está ainda a ser analisada pela FIA, e as equipas de Fórmula 1 foram convidadas a contribuir para este processo.

Para além destas medidas a curto prazo, a FIA convocará uma reunião técnica com as Equipas a fim de definir medidas que reduzam a propensão dos automóveis para exibirem tais fenómenos a médio prazo.", continuou.

"A FIA decidiu intervir após consulta com os seus médicos, no interesse da segurança dos pilotos. Num desporto em que os concorrentes conduzem regularmente a velocidades superiores a 300km/h, considera-se que toda a concentração de um piloto tem de se focar nessa tarefa e que o cansaço ou dor excessivos sentidos por um piloto podem ter consequências significativas caso resultem numa perda de concentração. Além disso, a FIA tem preocupações em relação ao impacto físico imediato sobre a saúde dos pilotos, alguns dos quais relataram dores nas costas na sequência de acontecimentos recentes”, concluiu o comunicado.

Youtube Formula 1 Video: Porquê alguns carros portam bem na chuva

 Porquê certos carros se portam bem na chuva e outros não?

Não é só a maneira como o piloto lida com a chuva, mas também tem a ver com a maneira como se afina o chassis, bem como a pressão dos pneus e a maneira como ela lida com este tipo de condições meteorológicas. E essas são algumas razões nos quais certos carros conseguem alguns episódios excecionais neste tipo de tempo, entre outros.  

A explicação técnica disto tudo é feita pelo Jeremiah Burton, em mais um episódio do Bumper 2 Bumper, o mais técnico de todos os programas da Donut Media.

Noticias: Vêm aí um filme sobre ralis!


A rivalidade entre Audi e Lancia no campeonato de 1983, ou seja, entre o Quattro e o 037, a transição entre as duas e quatro rodas, logo no inicio dos Grupo B, irá dar filme. E o mais interessante é que um dos atores que participará nele será Daniel Bruhl, que há quase uma década, fez de Niki Lauda!

"2 Win" será realizado por Stefano Mordini, e é provável que seja uma produção de origem italiana, e segundo se conta no prospecto do filme que será feito, "será uma história de David vs Golias com sabor italiano onde a imaginação batalhará contra a engenhosa perfeição alemã num duelo até à meta".

Bruhl fará o papel de Roland Gumpert, que era o diretor desportivo da Audi em 1983, enquanto Ricardo Scamarcio será Cesare Fiorio, o diretor da Lancia, que depois terá o mesmo papel na Ferrari, no final da década. O alemão Volker Bruch será Walter Rohrl no filme, que apesar de ser alemão, nesse ano era piloto... da Lancia!

O filme já está em rodagem, em Turim, e também será filmado na Grécia, e provavelmente tudo será feito para ser lançado no ano que vêm, quando passarem 40 anos sobre todos estes eventos.

quarta-feira, 15 de junho de 2022

Noticias: Latifi afirma que irá continuar a pilotar o resto da temporada


Todos afirmam que os dias de Nicholas Latifi na Williams podem estar contados. Há quem jure a pés juntos que este GP do Canadá será o último para ele e já em Silverstone, será substituído pelo australiano Oscar Piastri, num negócio que também implicaria a entrada de motores Renault em 2023 e 2024, já que o australiano é piloto reserva da Alpine.

Contudo, apesar do piloto canadiano admitir que o seu lugar na equipa em 2023 é incerto, ele afirma que continuará a pilotar até ao final da temporada. “Sei que vou pilotar durante o resto do ano”, começou por afirmar. 

Definitivamente, sinto que estou sob pressão. Penso que acontece o mesmo para qualquer piloto que não tenha contrato para o ano seguinte. A pressão está sempre presente, independentemente de eu estar a ter grandes desempenhos ou onde estar na situação que estou agora, que obviamente não é onde eu quero estar”, concluiu.

Latifi ainda não pontuou em 2022, e é apenas um de dois pilotos que não conseguiram isso, o outro sendo o alemão Mick Schumacher

Youtube Formula 1 Vídeo: As comunicações de Baku

No fim de semana da corrida azeri, eis o que a Formula 1 considerou de relevante em relação às comunicações por rádio e as reações dos pilotos para mostrar neste seu vídeo por aqui.  

terça-feira, 14 de junho de 2022

O futuro próximo do WRC


Com o WRC a caminhar para o Quénia, no equador do campeonato, já se começa a pensar para 2023 e o resto da década nos corredores da FIA, e a ideia é de fazer uma competição mais virada para o resto do mundo e ser menos eurocêntrica, apesar de ser palco da esmagadora maioria das provas do atual calendário. 

Segundo conta esta semana o site alemão rallye-magazin.de, nos corredores da sede da FIA, na Praça da Concórdia, em Paris, discutem-se que provas integrarão o calendário, mas também o plano que estava a ser preparado em 2019, ainda no tempo de Jean Todt, e foi interrompido pela pandemia. A ideia era o de globalizar o mundial de ralis, e Ben Sulayem, ele mesmo multi-campeão do Médio Oriente de ralis, já deu a luz verde ao projeto. 

Ali, a ideia era dar oito provas à Europa em 2023, diminuindo para sete em 2024. Monte Carlo, Suécia, Finlândia e Grécia terão acordos em vigor para mais que uma temporada, enquanto Espanha, Croácia, Portugal, Estónia e Irlanda terão de lutar pelos lugares que sobram. A Alemanha não pretende voltar a ter uma prova nos próximos tempos, mas como fizeram no caso do Safari, a FIA quer um rali nos Estados Unidos - e poderá ser em Tennessee, que este ano terá uma prova de ensaio no sentido de o receber no ano que vêm. 

Outros lugares ainda estão a ser encarados, mas como a FIA conseguiu o regresso ao Safari, no Quénia, lugares como a Argentina, Nova Zelândia, Austrália e México terão chances. Mas a FIA também quer um rali na China, algo que é complicado por causa da pandemia naquele país. 

Contudo, o limite de ralis que a FIA colocou tem a ver com a logistica e a vontade das marcas em ter um certo número de provas, porque ao contrário da Formula 1, por exemplo, falamos de ralis que duram três a quatro dias, e o mínimo tolerável será de um rali a cada duas semanas.

Resta saber como será o calendário para 2023, que será divulgado mais para o final do ano. Bem mais eclético e menos europeu, certamente.    

O sonho das estepes cazaques


Cazaquistão. O melhor pais do mundo, segundo fala o Borat Sagdiev. Um país enorme - mais de um milhão de quilómetros - e essencialmente tem estepes muito frias no inverno e muito quentes no verão. Banhado em parte pelo Mar Cáspio, a sua capital já mudou tantas vezes de nome como muitos de nós de lençóis de cama. Como hoje é terça-feira, chama-se Nur-Sultan. Mas não faço ideia como se chamará na sexta-feira...

Gozações à parte, hoje falo do Circuito Sokol. Com 4495 metros de extensão, fica situado a menos de 50 quilómetros de Almaty, e é um projeto de um oligarca local, Alijan Ibrahimov, que investiu cerca de 40 milhões de dólares para os seus filhos Dostan, Davron e Furkat cuidarem da gestão do projeto. Tem um kartódromo, um centro de segurança de condução, um café, um hotel e um parque tecnológico, além de um lago artificial com parques infantis. Também tem uma reta para "drag racing".

O desenho do circuito Sokol faz lembrar Shakir, no Bahrein, e já deveria ter sido inaugurado em 2016. Mas o projeto andou a arrastar-se, e neste momento, não está totalmente completo. Contudo, quando souberam que o GP da Finlândia fora cancelado por causa dos problemas de homologação, para além dos políticos, por causa da tensa situação com a Rússia, os cazaques avançaram com o projeto Sokol como substituto. A Dorna rejeitou de imediato. 

Mas da maneira como construíram, e como tem espaço para mais e melhor, não ficaria admirado se tentassem a sua sorte para ter o Grau 1 da FIA. Se calhar, o país do Borat já não é assim tão alvo de gozação...  

Youtube Automotive Video: Recarregar "ad aeternum"

Imaginem recarregar o vosso caro elétrico enquanto andam. Fantástico, não é? Basicamente, seria um "seus problemas acabaram" e custaria uma fração - ou quase nada - do que pagaria hoje por encher o depósito de um carro convencional - e continuo a defender a tese de que quem comprou um carro a gasolina de 2017 para cá, simplesmente deitou dinheiro janela fora.

Há marcas que querem avançar muito na tecnologia dos painéis solares, mas há uma alternativa. O Grupo Stellantis, que engloba Fiat, Alfa Romeo, Chrysler, Jeep e outros, decidiu apostar na tecnologia da transferência direta de energia do asfalto para as baterias (DWPT, na sigla inglesa). Ou seja, estar a ser carregado permanentemente, como se fosse um "trolley", mas sem fios.

E para isso, montaram o "Arena del Futuro", onde demonstram que um simples Fiat 500 Eletrico, com uma autonomia de 320 quilómetros, poderá estar permanentemente carregado se seguir um trilho onde, por baixo do asfalto, colocaram um carregador permanente. Assim sendo, ele estaria sempre a andar, independentemente da autonomia, e a bateria servia como reserva quando saísse desse trilho e voltaria a carregar quando voltasse. E claro, quaisquer ansiedades em relação à autonomia do carro seriam eliminadas.

O video que aqui mostro é a maneira como o sistema funciona, e como o ensaio demonstra que é viável. A ideia de recarregar "ad aeternum", a uma fração do que se gasta agora para recarregar, é mesmo uma das vias para o futuro.   

segunda-feira, 13 de junho de 2022

Rumor do Dia (II): Williams substituirá Latifi por Piastri


A Williams poderá estar a trocar de pilotos. O canadiano Nicholas Latifi poderá correr em Montreal a sua última corrida na Formula 1 e no seu lugar irá aparecer o australiano Oscar Piastri. O rumor surgiu logo após o final da corrida de Baku, ontem à tarde, e continua a correr em alguns sítios mais ou menos fiáveis. Aliás, a noticia carece de confirmação oficial.

A ideia é de que Piastri, campeão da Formula 2 em 2021 e atualmente piloto de reserva da Alpine, estará ali "em empréstimo" até à temporada de 2024, num acordo que terá como compensação motores Renault para a Williams, porque neste momento, ele não tem espaço por causa de Esteban Ocon e Fernando Alonso. Ou seja, é algo nos moldes que a Mercedes teve em relação a George Russell, quando ele correu por eles entre 2019 e 2021, com os motores Mercedes cliente no chassis.

O anuncio, aparentemente, será feito entre as corridas canadiana e britânica, ou seja, no final deste mês, ou então, no final de julho, nas férias.

Piastri, de 21 anos - nascido a 6 de abril de 2001 em Melbourne - foi campeão da formula Renault Eurocup em 2019, campeão da Formula 3 em 2020 e da Formula 2 em 2021, tudo à primeira tentativa. 

A imagem do dia


Esta imagem vi no Facebook de um amigo italiano, o Andrea Corsini. Não ficaria admirado se me dissessem que este poderá ser a última imagem dele vivo, sem capacete. Quaisquer que existam entre esse momento e o acidente propriamente dito deve ser com ele de capacete, sentado no seu Osella, provavelmente contente por largar pela terceira vez naquela temporada, sem boicotes ou avarias no seu carro que o tenham impedido de fazer o que sempre quis na sua vida: correr no campeonato de Formula 1. 

Mas como todos nós conhecemos a história, sabemos do seu final: dali a umas horas, baterá forte na traseira do Ferrari de Didier Pironi, parado na grelha depois da luz verde, o seu volante baterá fortemente no seu tórax, causando ferimentos irreversíveis dos quais acabaria por sucumbir no final daquele dia, aos 23 anos de idade, a dois dias dos 24. E para piorar as coisas, a sua mãe, que tinha vindo a Montreal para passarem juntos esse aniversário em Nova Iorque, assistiu a tudo, de forma horrorizada, das boxes. 

Para quem não sabe os pilotos que estão ali na fotografia, os com o capacete colocado são o do brasileiro Raul Boesel, ao lado de Elio de Angelis, um pouco atrás, encoberto, está o do Mauro Baldi, e mais ao fundo, também meio escondido, o colombiano Roberto Guerrero. Ambos, curiosamente, terão carreiras dignas na CART no ao longo da década de 80 e meados da de 90, provavelmente o tempo onde correria Paletti, fosse na Formula 1 ou noutras categorias como a Endurance ou a própria CART, quem sabe. 

Sobre esse momento, o meu amigo escreveu o seguinte:

"Faltavam apenas dois dias para o seu 24º aniversário, e aquele dia 13 de junho de 1982, em Montreal, ouviu os arranjos finais da reunião pré-corrida do fatal Grande Prémio do Canadá.

Todos os pilotos estão a ouvir, exceto tu, que por um momento virou-se para o fotógrafo que tirou esta fotografia a poucos minutos da saída, que poderias ter previsto o teu fim.

Talvez tenha sido o sentimento do momento, da sombra da melancolia que te trancou, levando-te para sempre alguns segundos depois da luz verde.

Querido Riccardo, nesse teu olhar reconhecemos a tua despedida, que é a nossa memória 40 anos depois."

Acho que é um bom tributo a alguém que, primeiro, concretizou o seu sonho, e depois, queria apenas triunfar naquela competição difícil e perigosa.

CPR 2022 - Rali de Castelo Branco (Final)


Armindo Araújo foi o grande triunfador do Rali de Castelo Branco, algo que alcançou pela quarta ocasião na sua carreira. E da maneira como andam as coisas, parece que está a caminho de mais um título, dado que a concorrência dos Hyundais não andou lá bem, porque o segundo classificado foi José Pedro Fontes, a 7,3 segundos, no seu Citroen C3 Rally2. Miguel Correia, num tipo de piso que não é o seu de eleição, ficou com o lugar mais baixo do pódio, a 35,8 segundos, mas viu fugir o piloto de Santo Tirso no campeonato. Agora, ambos estão separados a 24 pontos. 

Nas quatro especiais que faltavam para concluir o rali, e com cinco pilotos a estarem a menos de 30 segundos da liderança, ali iria ver qual deles é que se daria melhor. O dia começava com as duas passagens por Sobral do Campo - São Vicente da Beira e São Vicente da Beira - Louriçal do Campo, uma das quais o Power Stage. E começava com José Pedro Fontes ao ataque, triunfando nas duas primeiras especiais, no primeiro, deixando Armindo Araújo a 1,2 segundos, e no segundo, Bruno Magalhães ficou a seguir, a 0,9 segundos e Armindo a 1,0. Mas com Miguel Correia a perder tempo - 11,1 segundos na primeira passagem por Sobral do Campo - São Vicente da Beira - o piloto de Santo Tirso estava mais à vontade. 

Teodósio acabou por triunfar na décima especial, batendo Fontes e Araújo, mas na Power Stage, o melhor acabou por ser Bruno Magalhães, 0,6 segundos melhor que José Pedro Fontes, 4,3 sobre Armindo Araújo e 4,4 sobre Miguel Correia.


No final, o piloto de Santo Tirso considerou a exibição como "irrepreensível". 

Conseguimos vencer este rali pelo quarto ano consecutivo e chegar à segunda vitória do ano. Foi uma prova bastante difícil, já o sabíamos à partida, mas trabalhamos muito para sairmos daqui com este resultado. Andamos sempre num ritmo que nos permitiu manter a primeira posição e, como as diferenças foram sempre muito reduzidas em cada especial, nunca tivemos hipóteses de gerir o nosso andamento. Estivemos irrepreensíveis do início ao fim e estamos muito contentes com esta vitória”, começou por dizer.

Foi muito importante vencer nesta primeira prova em pisos de asfalto e sobretudo conseguirmos aumentar significativamente a vantagem no comando do CPR. Temos agora quase a pontuação de um rali sobre o segundo classificado, o que é uma excelente margem sem dúvida. Esta diferença, contudo, não nos fará mudar o foco e vamos para a próxima prova com o objetivo claro de lutar por nova vitória. Queremos continuar a consolidar, em todos os ralis, a liderança para conseguirmos chegar ao grande objetivo que é o título”, concluiu.

Depois dos três primeiros, Bruno Magalhães ficou com o quarto posto, a 40,5 segundos, conseguindo passar na Power Stage o carro de Pedro Meireles, noutro Hyundai i20 Rally2, a 41,2 segundos. Sexto ficou Daniel Nunes, a mais de quatro minutos do ganhador, num Ford Fiesta Rally3, na frente de Daniuel Nunes, num Dacia Sandero Rally4, a 5.31,5, enquanto que o oitavo foi Ricardo Sousa, num Peugeot 208 R4, a 5.34,2, e a fechar o "top ten" ficaram Ernesto Cunha, noutro Peugeot 208 R4 e Paulo Caldeira, num Citroen C3 Rally2, a 7.19,2. 

Rumor do Dia: Formula 1 a caminho da África do Sul?


A Formula 1 poderá regressar a África mais depressa que se pensa. Alias, até poderá ser já em 2023. É que segundo a imprensa especializada, Stefano Domenicalli está em paragens sul-africanas para fazer um acordo no sentido de Kyalami receber a competição num calendário de 24 corridas. A acontecer, seria o regresso, 30 anos depois da última ocasião.

O regresso de um circuito que já recebeu a Formula 1 entre 1966 e 1985, regressando em 1992 e 93 com o desenho atual até seria ótimo, especialmente depois de ter sido reconstruído em 2018 e estar nas mãos de um consórcio da Porsche, cujo presidente é um dos primos de Jody Scheckter, o único campeão sul-africano, mas há ainda obstáculos, e um deles é a homologação. A pista não tem o Grau 1 da FIA, mas pelos vistos, ela deverá necessitar poucas alterações para estar de acordo com os padrões da Federação.

Ainda poderá demorar algumas semanas até se chegar a uma conclusão, mas há esforços de ambos os lados para fazer que isso aconteça. 

domingo, 12 de junho de 2022

A(s) image(ns) do dia




Já foi dito que é a prova mais importante do automobilismo mundial. E não é qualquer um, foi a National Geographic Channel, uma publicação insuspeita em relação ao automobilismo. E este ano, nas vésperas do centenário, a corrida não deixou de ser excitante, apesar de ter havido um domínio dos Toyotas na categoria principal, a tal ponto que o seu maior rival, a Alpine, teve uma avaria e atrasou-se bastante. E claro, a equipa que conseguiu beneficiar com tudo isto foi a Glickenhaus, que levou um dos seus carros ao pódio. 

Com os Toyotas a triunfarem pela quinta vez consecutiva, com Sebastien Buemi a ganhar pela quarta vez, Brendon Hartley pela terceira e Ryo Hirakawa pela primeira - ou seja, o carro numero 8 -  parece que foi um passeio para os carros japoneses, mas na realidade, a simplicidade dá muito trabalho. Não teve problemas mecânicos, não bateram em ninguém mais lento - aliás, a habilidade dos pilotos foi excepcional, porque nestas 24 horas, muito poucos acidentes aconteceram, quase não houve qualquer bandeiras amarelas - apesar das slow zones - ou seja, foi uma corrida sempre a fundo. Os Toyotas andaram sempre juntos, e aos poucos, afastaram-se da concorrência.

E com poucos Hypercars, os LMP2 deram nas vistas. Quem levou a melhor foram os carros da Jota, especialmente o de tripla constituída por Roberto Gonzalez, António Félix da Costa e Will Stevens, e para as cores portuguesas, ainda há duas coisas melhores, com a vitória de Henrique Chaves na classe GTE AM da equipa TF Sport, no seu Aston Martin, ao lado do britânico Ben Keating e do dinamarquês Marco Sorensen. E ainda melhor, quando o carro da Algarve Pro Racing, da classe LMP2 Pro-Am Cup, subiu ao lugar mais alto do pódio, e pode-se ouvir pela primeira vez o hino português - aqui, o hino toca-se para o lugar onde se situa a equipa. 

E tudo isto aconteceu num fim de semana de sol de junho, perante um autódromo cheio - cerca de 200 mil pessoas. Dois anos depois do final da pandemia, este é um regresso saudado. 

Agora, pela frente temos doze meses até aquela que é, provavelmente, uma das edições mais aguardadas do automobilismo. É a edição do centenário, em 2023, terá novas máquinas, novas equipas e a partir do mês que vêm, em Monza, já teremos uma amostra com o Peugeot 9X8. 

Formula 1 2022 - Ronda 8, Baku (Corrida)


A Formula 1 está sempre a correr de um lado a outro, sem se fixar em lado algum, quais ciganos errantes pelo mundo inteiro, tanto que, ainda nem temos junho a meio e já passamos o primeiro terço do campeonato. À partida, é algo surpreendente termos a Formula 1 no Azerbeijão, porque embora não esteja longe de um palco de guerra, ela acontece. Mas depois, quando pensamos em Jeddah e no míssil que atingiu a refinaria a pouco mais de 15 quilómetros do circuito onde eles corriam, pode-se dizer que os critérios deles são bem largos. A Dorna, por exemplo, decidiu cancelar o GP da Finlândia de MotoGP, apesar de não haver, ameaças explicitas ao país, e rejeitou terminantemente uma proposta vinda do Cazaquistão para ser o seu substituto no calendário. Critérios...

Ao contrário de ontem, onde a qualificação começou mesmo no final da tarde, aqui, no dia da corrida, ele aconteceu por volta do nosso meio-dia. E com Red Bull e Ferrari a dividirem as duas primeira linhas, todos queriam saber quem levaria a melhor na primeira curva, e depois, no resto. 


Na partida, Sergio Perez largou melhor que Charles Leclerc, e ficou com o primeiro posto na primeira curva, enquanto atrás, Max Verstappen fazia a mesma coisa em relação a Carlos Sainz Jr. Já logo nos primeiros metros, a Red Bull triunfava e mostrava à Ferrari que a velocidade de ponta não chega. Pouco depois, Sainz Jr perdia o quinto posto a favor de George Russell, numa altura em que o DRS já estava ativado e Verstappen ia atrás de Leclerc para ter o segundo posto.

Já Nicholas Latifi foi penalizado com um "Stop & Go" de dez segundos porque um dos mecânicos tocou no seu carro depois do tempo permitido, entrando em infração. 

Na nona volta, o primeiro golpe de teatro para Maranello, quando Sainz Jr parou na escapatória da curva 4, e isso motivou um Virtual Safety Car. Charles Leclerc aproveitou para entrar nas boxes e colocar pneus duros, tal como fez George Russell, Pierre Gasly, Sebastian Vettel, Lewis Hamilton e Yuki Tsunoda. Os Red Bull, com pneus médios, ficaram na pista. Pérez liderava ainda, seguido de Verstappen.

Quando a corrida retomou, o mexicano continuou na frente, mas o neerlandês pressionou-o e no final da volta 15, conseguiu ficar com o primeiro posto. Lá ficou na liderança até à volta 19, quando foi às boxes e colocar duros - duas voltas depois de Sergio Perez ter feito o mesmo - para ver se ficava o mais tempo possível na pista. 


Parecia que iria ser um duelo à distância, entre pilotos com pneus duros, mas na volta seguinte, o motor de Leclerc explode e esse duelo, que prometia, acabava de modo prematuro, a favor de Max. Russell era promovido a terceiro enquanto atrás, Lando Norris parava nessa altura nas boxes, com Ricciardo a assumir o quarto lugar. Mas Gasly estava a pressioná-lo e o francês levou a melhor, ficando com esse lugar pouco depois.

A meio da prova, Verstappen liderava como queria. Era dos mais rápidos em pista e tinha quase dez segundos de vantagem para Sergio Pérez, Russell estava atrás, a 18 segundos, seguido por Gasly, a 21. Mas ainda faltava meia corrida, e poderia haver mais surpresas...

Na volta 33, Kevin Magnussen ficava parado na pista, o que fazia com que o Virtual Safety Car fosse acionado pela segunda vez na corrida. E isso foi aproveitado para que boa parte do pelotão fosse de novo às boxes para trocar de pneus, a começar pelos Red Bull, seguido pelos Ferrari. Alpha Tauri e o Aston Martin de Sebastian Vettel ficaram na pista. 

Pouco depois do VSC acabar, Yuki Tsunoda teve problemas na sua asa traseira, mas foi resolvida com... fita-cola (!) e ele regressou à pista para acabar. Fora dos pontos, é verdade, mas acabou. Quem atacava era Lewis Hamilton, que queria o quarto posto de Pierre Gasly para assim poder compensar a má qualificação e a corrida cinzenta que estava a ter até ali. Ele atacou, e no final da volta 44 - até calhou! - conseguiu o lugar que era do piloto da Alpha Tauri. 

Na parte final, com a Red Bull a ordenar a Max para que não usasse o DRS, para não ter problemas com a asa - e também, porque a distancia com Perez estava controlada - ele foi calmamente para o triunfo, a quinta do ano, com uma distância respeitável sobre Sergio Perez, e George Russell a conseguir o seu terceiro pódio da temporada, e a consolidar o seu quarto lugar na geral.   

Também no final, Lewis Hamilton foi o quarto, numa parte final de recuperação, mas também ficou a imagem do piloto da Mercedes a sair do carro em dificuldades por causa das costas doridas, cortesia do violento "porpoising" que o seu carro causou nas ruas de Baku - Riccardo também se queixou disso no final. Toto Wolff disse que teme pelo seu piloto em Montreal, mas eu estou convencido que ele recuperará a tempo. 


Mas quem deveria temer o futuro era a Ferrari. Afinal de contas, ver a Red Bull 80 pontos na sua frente no campeonato de Construtores, apesar de já ter passado um terço do campeonato, dá que pensar. Quando é que transformarão em resultados os feitos em qualificação? E Canadá é já a seguir...

Formula 1 2022 - Ronda 8, Baku (Qualificação)


Não acho muita graça ter um fim de semana de Formula 1 na mesma altura das 24 Horas de Le Mans. Não tanto no sentido de que isto possa impedir que esses pilotos não possam competir na mais importante prova de Endurance do mundo, mas é mais no sentido de que isto retira, ou distrai as pessoas da prova. Como acontece quando colocam o GP do Mónaco e as 500 Milhas de Indianápolis no mesmo dia. A sorte de todos eles é que as partes importantes não colidem em termos de horário, ou se colidem, é por pouco. 

Quanto ao campeonato, chegados ao primeiro terço, na atualidade está a ser bem interessante. Não lidera aqueles que já vaticinavam uma vitória por esmagamento, os que dominavam vêm-se aflitos por conseguirem pouco mais que um pódio, e o tal "GOAT" está a ser vulgarizado por aquele que deveria ser seu segundo piloto. Parece Michael Schumacher e Nico Rosberg, entre 2010 e 2012. 

Mas neste sábado de junho, verão no Mar Cáspio, havia expectativas sobre o que iria acontecer neste duelo a três, e mais algumas coisas. Então, a qualificação começou desta forma.

Primeiro, as reparações: afinal de contas, estamos num circuito citadino e os danos causados pelos acidentes na Formula 2 atrasaram as coisas em pelo menos um quarto de hora. Mas, para piorar as coisas, eles iriam correr no inicio da tarde na Europa Ocidental, ou seja... mais três horas de diferença. Ou seja, a qualificação iria começar quase no final da tarde. 

Quando a luz verde foi mostrada, os carros lá sairam para a pista, mas os primeiros tempos competitivos apareceram com Max Verstappen, que foi o primeiro a entrar no segundo 42 neste fim de semana, numa clara declaração de interesse. Sergio Pérez ficou a 260 centésimos do seu colega de equipa, seguido de Charles Leclerc e Carlos Sainz. George Russell fez um excelente tempo e colocou-se na quarta posição, ficando à frente de Esteban Ocon, Sebastian Vettel, Yuki Tsunoda, Lewis Hamilton e Zhou Guanyu. 


Na segunda parte, para os tempos decisivos, Leclerc foi o melhor, mas Perez reagiu, subindo ao topo da tabela de tempos, mas depois, Max conseguiu um tempo 11 centésimos superior a todos os outros. E foi mesmo a tempo, porque depois, Lance Stroll saiu de pista por duas vezes, primeiro na curva 7, depois mais adiante, trazendo as bandeiras vermelhas.

Quando voltou a luz verde, havia tempo para uma mera volta cronometrada, mas o transito era tal que houve poucas mudanças. No final, para além de Stroll, ficaram para trás os Williams de Alex Albon e Nicholas Lattifi, e os Haas de Kevin Magnussen e Mick Schumacher.

Poucos minutos mais tarde, começava a Q2. Com a temperatura da pista a descer cada vez mais, a dúvida era ver quem faria companhia à Red Bull e a Ferrari, embora se soubesse que a Mercedes seria um forte candidato. Na primeira parte, os Red Bull continuavam muito fortes e os primeiros tempos andavam pelo 42 baixo, primeiro Max, depois Checo, mas os Ferrari reagiram com Carlos Sainz a tratar de se aproximar ainda mais do segundo 41, ficando com o melhor tempo provisório na primeira tentativa, 94 centésimos mais rápido que Charles Leclerc. Pierre Gasly era quinto e conseguia um tempo melhor que George Russell, com Sebastian Vettel a seguir, em sétimo. Fernando Alonso, Yuki Tsunoda e Lando Norris completavam o top 10 no final das primeiras tentativas.

E com os minutos finais, havia alguns alertas para os que ficavam de fora: Lewis Hamilton, Esteban Ocon, Daniel Ricciardo, Zhou Guanyu e Valtteri Bottas estavam na zona de eliminação. 

Hamilton, com a ajuda do cone de aspiração de Russell conseguiu melhorar o seu tempo, mas Lando Norris errou na sua última volta e ficava assim eliminado. Aliás, os McLaren não entravam, porque Daniel Ricciardo lhe fazia companhia. Esteban Ocon e os Alfa Romeo Sauber de Guangyou Zhou e Valtteri Bottas acompanhavam-os no infortúnio.

E agora, era a Q3, os minutos finais para definir a pole. 

Aqui, os homens da Red Bull lutavam com a dupla da Ferrari, e nas primeiras tentativas, Carlos Sainz Jr fez melhor que Leclerc e que os dois carros da Red Bull. Com o tempo de 1.41,814, o espanhol ficava 47 centésimos à frente de Leclerc. O tempo de Pérez era 126 centésimos mais lento, mas ficava na frente de Verstappen, a 175 centésimos. O melhor do segundo pelotão era Pierre Gasly, mas a mais de um segundo do líder.


A última parte foi mais excitante. Cada um por si, sem ajudar ninguém, e Sainz Jr começou mal a volta. Ficou à mercê de Leclerc que vinha com tudo para tentar o melhor tempo e conseguiu tirar meio segundo ao que o espanhol tinha feito. Verstappen reagiu, conseguindo o segundo tempo, mas foi destronado por Pérez, o último a sair porque tinha demorado a reabastecer e a sair das boxes.

Mercedes e Alpha Tauri dividiram a terceira e quarta fila, com Russell e ser melhor que Gasly, e Hamilton mais veloz que Yuki Tsunoda, e a fechar o "top ten", os veteranos Vettel e Alonso. 

Amanhã é dia de corrida, e claro, mais um capitulo no duelo bem interesante, com outros a espreitarem. Esta será, definitivamente, uma temporada longa.