sábado, 4 de agosto de 2012

WRC 2012 - Rali da Finlândia (Final)

Esta tarde, Sebastien Löeb fez de novo história, ao vencer pela terceira vez na sua carreira o Rali da Finlândia, a 72ª vitória da sua carreira, e cada vez mais perto do seu nono título consecutivo na história dos ralis. Com isto, igualou Juha Kankkunen no numero de vitórias na prova finlandesa e claro, tornou-se no estrangeiro mais vitorioso na terra do Pai Natal.

Talvez o meu novo nome passe a ser ‘Loebinen’”, começou a gracejar. Mas depois, mais a sério, o piloto afirmou que “foi uma grande batalha com o Mikko. Desde que estive na liderança tive de puxar sempre. É um rali de que gosto muito. É fantástico vencer aqui”. Em contraste, Mikko Hirvonen, segundo na classificação final, concedeu a derrota: "O Sébastien foi mais rápido, uma vez mais, ele é realmente impressionante", concluiu. Em compensação, Hirvonen venceu nas duas passagens por Ouninpohja, a mais famosa das classificativas deste rali.

Os Ford sairam daqui derrotados nesta luta pelo primeiro lugar, com Jari-Matti Latvala no lugar mais baixo do pódio, a 35 segundos do vencedor, e conseguiu superar o seu companheiro de equipa, o norueguês Petter Solberg. Quanto a Mads Ostberg, foi o quinto na classificação final, a 2.48 minutos do vencedor, enquanto que o sexto lugar ficou nas mãos do estónio Ott Tanak

Os finlandeses Matti Rantanen e Jari Ketomaa, o checo Martin Prokop e o francês Sébastien Ogier, no seu Skoda Fabia inscrito pela Volkswagen, completaram o top 10.

Quanto a Armindo Araujo, o 15º posto final pode tê-lo colocado de fora dos lugares pontuáveis, mas pelo menos conseguiu chegar ao fim da competição, ao contrário de, por exemplo, o americano Ken Block, que acabou por desistir.

Conseguimos acabar o rali, que é muito importante para nós. Sabemos que temos de preparar melhor este tipo de eventos. Vamos tentar continuar a evoluir um pouco mais o carro e aumentar a velocidade. Sabemos que em asfalto podemos ser mais rápidos”, começou por referir aos microfones da World Rally Radio.

Mais tarde, na sua página do Facebook, o piloto de Santo Tirso resumiu: “Quando iniciamos a qualificação sem qualquer preparação tínhamos a noção que não poderíamos efectuar um tempo que nos permitisse sair para a estrada mais atrás. É visível esse handicap no cronómetro e tivemos esse exemplo com a diferença de andamento do Atkinson e do Novikov em relação aos dias anteriores. Hoje partiram na frente e foram mais lentos. Dadas as condições que tivemos estamos satisfeitos com o trabalho que realizamos durante as especiais e o resultado final é o melhor que conseguimos”, concluiu.

O Mundial de ralis prossegue entre os dias 24 e 26 de agosto, nas classificativas alemãs.

A maior vitória de Juan Manuel Fangio

Sempre admirei Juan Manuel Fangio pela sua consistência. Numa altura em que os acidentes mortais aconteciam a um ritmo assustador, o piloto argentino sempre foi um piloto que "pensava" as corridas e sabia onde estavam os seus limites, bem como as do carro. Há aliás uma frase que não mais esqueci, dita por ele: "Conheci pilotos mais corajosos do que eu. Estão mortos". Só por ele dizer tal coisa, isso significa que não é fazer as curvas mais velozmente ou travar mais tarde na meta. é fazer as coisas bem, sem acabar na valeta com o pescoço partido.

Fangio é um sobrevivente porque pensava as corridas e marcava o seu ritmo. Só que muitas vezes, o seu ritmo era superior aos outros, e os que tentavam acompanhar, muitas vezes acabavam na valeta, numa cama de hospital ou na morgue. Os "corajosos" que ele fala no seu tempo foram muitos: Eugenio Castelotti, Luigi Musso, Alfonso de Portago...

E foi essa consistência que fez Fangio conseguir títulos. Isso, quando tinha a melhor máquina do campeonato. Conseguiu títulos com carros da Maserati, Mercedes e Ferrari, mesmo que ele não gostasse de Enzo Ferrari e dos seus métodos de pressão (a grande maioria dos pilotos do seu tempo morreram ao volante de Ferraris). E mesmo que certos pilotos não gostassem de correr com ele como companheiro de equipa, como por exemplo, Stirling Moss.

Contudo, a Fangio lhe faltava uma corrida que o colocasse no Olimpo. Uma coisa é ser campeão do mundo várias vezes, com os melhores carros da praça e com uma concorrência de respeito. Mas seria algo aborrecido se ele não fizesse uma exibição de encher o olho, aquele do qual os pais lhes contariam aos netos, 50 anos depois do feito. E para que isso acontecesse, tivemos de esperar para o final da carreira, quando ele já tinha cinco títulos mundiais no bolso e com 46 anos de idade. 

O palco era o melhor de todos: Nurburgring Nordschleiffe. Antes dele, somente Tazio Nuvolari tinha feito algo semelhante a ele em 1935, conseguindo-o num Alfa Romeo inferior às maquinas alemãs, numa demonstração tão surpreendente que os alemães nem tinham o disco com o hino italiano! E nisso, mais uma vez, Nuvolari salvou o dia, pois andava sempre com um vinil com a musica. Mas em 1957, eles tinham o hino argentino, pois achavam que Fangio era o favorito numero um. Como sabia que o Maserati 250F tinha um depósito mais pequeno, ele tinha decidido fazer um reabastecimento para andar a par dos Ferrari.

Quando foi a sua vez de parar, na 11ª volta, ele tinha à volta de 30 segundos de vantagem sobre Mike Hawthorn, o segundo classificado, e pelo caminho tinha tirado doze segundos à melhor volta na corrida, de 9.41, para 9.29. Mas os mecânicos cometeram um erro no reabastecimento - um dos mecânicos perdeu uma porca - e o argentino perdeu mais de um minuto. Quando sai, tem uma desvantagem de 45 segundos sobre Mike Hawthorn e Peter Collins. Tinha dez voltas para recuperar, e não iria ser fácil.

Mas ele o fez: bateu o recorde da pista em nove ocasiões, caindo dos 9.29 para o tempo final de 9.17,4 segundos, e conseguiu recuperar o tempo suficiente para apanhar os Ferrari. Todos estavam espantados com o que fazia, sem erros, apenas a dar o seu melhor, indo mais acima na sua coinsistência. Os mais velhos, provavelmente, lembraram-se de Nuvolari em 1935, e quando Fangio os apanhou na última volta, foi-lhe relativamente fácil ultrapassá-los. Primeiro Collins, na "Nordkurwe", e depois Hawthorn, na "Breidscheid", depois de o ter apanhado um pouco antes, na "Adnauderforst". 

No final, com a amostragem da bandeira de xadrez, Fangio era aplaudido por todos. Hawthorn e Collins eram os primeiros a aplaudirem o feito do veterano argentino. Cansado e algo surpreendido pelo seu feito, afirmou algo profético: "Nunca pilotei assim antes e sei que não vou fazer nada assim novamente". Tinha razão. Aquela tinha sido a sua 24ª e última vitória na Formula 1, e menos de um ano depois, abandonava a competição. Mas o seu lugar na história, que já o tinha antes, estava agora escrito a letras douradas. O "Maestro" tinha merecido tal nome.

Anos depois, Fangio explicou o que tinha passado naquele dia: "Nurburgring sempre foi a minha pista favorita. Apaixonei-me por ela e acreditei que em 1957 tinha por fim a entendido. Era como por fim tinha decifrado todos os seus segredos e por fim podia dar o seu melhor. Nos dias após a corrida, não consegui dormir, porque ainda fazia mentalmente aquelas curvas, indo mais longe do que alguma vez tinha feito".

Quanto ao carro, o seu carro de Nurburgring, com o numero um no chassis, está na sua Balcarce natal, no seu museu. O seu carro a seu dono, e é bem merecido.

GP Memória - Alemanha 1952

Duas semanas depois de terem corrido em Silverstone, máquinas e pilotos estavam presentes no circuito de Nurburgring para correr o GP da Alemanha. Ao todo estava a impressionante presença da 34 máquinas (!) para fazer 14 voltas no enorme - e temido - Nordschleiffe. A razão da grande quantidade de carros tinha a ver com as inscrições locais, que totalizavam catorze, com os Veritas a serem seis, enquanto que carros com motor BMW eram oito, todos pilotados por locais, incluindo um, Rudolf Krause, que corria sob a bandeira da RDA.

As equipas habituais estavam presentes, com a Ferrari a inscrever carros para Alberto Ascari, Nino Farina e Piero Taruffi, enquanto que a Ecurie Espadon inscrevia outros dois carros do Cavalino para Rudi Fischer e Rudolf Scholler. Havia mais um Ferrari, inscrito pela Ecurie Francochamps, para o belga Roger Laurent, e outro pela Scuderia Marzotto, para Piero Carini.

Na Gordini, Jean Behra estava recuperado e voltava ao seu lugar na equipa, e teria ao seu lado mais dois franceses: Robert Manzon e Maurice Trintignant. Na britânica HWM, três carros também participavam na corrida, um para o britânico Peter Collins e os outros dois para os belgas Johnny Claes e Paul Frére. Havia um quarto carro, inscrito pelo australiano Tony Gaze.   

Quanto à Maserati fazia a sua aparição com uma máquina nova, para o italiano Felice Bonetto, enquanto que a Escuderia Bandeirantes tinha mais duas máquinas para Etiel Catoni e Gino Bianco. Bill Aston aparecia ali com o seu Aston-Buttleworth.

Na qualificação, os Ferrari dominaram, com Ascari a ser o melhor, seguido por Farina, enquanto que Trintignant era o terceiro, na frente de Robert Manzon. Piero Taruffi era o quinto, seguido por Rudi Fischer, enquanto que o sétimo na grelha estava o melhor dos Veritas, guiado por Paul Pietsch. Outro alemão, Hans Klenk, era o oitavo, e a fechar o "top ten" estavam o AFM-BMW de Willi Heeks e o Maserati de Felice Bonetto.

A corrida começou com Ascari a partir na frente... para não ser mais alcançado. Atrás, Farina e Taruffi mantinham os lugares, apesar da ameaça de Manzon. Na mesma altura, Bonetto despistou-se e para voltar à pista teve de ser ajudado por fora, algo que os comissários viram e o acabaram por desqualificá-lo. Apesar disto tudo, Ascari fazia a sua corrida, sem ser incomodado. 

A luta pelo terceiro lugar entre Manzon e Taruffi acabou na oitava volta, quando uma das rodas do Gordini se soltou e Manzon acabou por desistir. Mas mais interessante aconteceu na volta 16, quando Ascari teve problemas de óleo e teve de ir às boxes. Quando este ficou resolvido, regressou à pista na segunda posição, com Farina na frente a dez segundos, mas em pouco tempo, a ordem foi restabelecida. Uma volta depois, Piero Taruffi tem um problema com a suspensão e cai para o quarto lugar.

No final, Ascari é o vencedor e praticamente garante o campeonato do mundo, após a sua quarta vitória consecutiva, pois estava a 14 pontos de Nino Farina. E ainda tinha ficado com o ponto extra da volta mais rápida. Farina foi segundo e outro Ferrari, o do suiço Rudi Fischer, era o terceiro. Nos restantes lugares pontuáveis estavam o Ferrari de Piero Taruffi e o Gordini de Jean Behra.

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

WRC 2012 - Rali da Finlândia (Dia 2)

O segundo dia do Rali da Finlândia demonstrou uma luta entre os Citroen de Sebastien Löeb e Mikko Hirvonen, que tiveram a companhia do Ford de Jari-Matti Latvala ao longo de todas as classificativas do dia nas velozes passagens finlandesas. No final da última classificativa do dia, em Killeri, Sebastien Löeb conseguiu uma vantagem de cinco (!) segundos sobre o seu companheiro de equipa, Mikko Hirvonen, e vinte segundos sobre Jari-Matti Latvala.

Esta vantagem do francês deixou um pouco frustrado o seu companheiro de equipa, e isso se viu pelas suas declarações no final desta classificativa: "Houve um ponto em que saí um pouco mais largo e foi por causa disso que o Loeb me ganhou. Queria batê-lo mas não consegui", admitiu Hirvonen no final do troço de dois quilómetros.

Os Ford são terceiro e quarto após o segundo dia deste rali, mas a diferença entre Latvala e o norueguês Petter Solberg  é de apenas 1,5 segundos. Outro norueguês, Mads Ostberg, é o quinto, a 47,7 segundos, num dia em que se queixou das dificuldades com os travões traseiros estando agora ainda mais longe dos dois Ford oficiais. O belga Thierry Neuville era o sexto até à 11ª especial, quando capotou forte, depois de não ter conseguido ouvir uma nota do seu navegador. Conseguiu voltar à estrada, mas perdeu muito tempo, mais de 14 minutos. No seu lugar está agora o estónio Ott Tanak.

O sétimo e oitavo são outros finlandeses, Jari Ketomaa e Matti Rantanen, enquanto que a fechar o "top ten" estão o checo Martin Prokop e o americano Ken Block.

Armindo Araujo anda com uma toada demasiado cautelosa, estando agora na 18ª posição da geral, a mais de sete minutos da liderança. O Rali da Finlândia termina amanhã.

Noticias: Tarquini e Monteiro já testaram com o Civic do WTCC

A Honda fez hoje no circuito italiano de Vallelunga os seus primeiros testes com o Civic com vista à sua participação no Mundial WTCC, que começará no final do ano com a participação de Tiago Monteiro nas três últimoas provas do ano, antes de Gabriele Tarquini o acompanhar na equipa em 2012.

Ver o Civic finalmente na pista é um momento extremamente emocionante para toda a equipa. Estou bastante orgulhoso de toda a gente que esteve envolvida neste projeto. Conseguiram fazer bastante num curto período de tempo. Todos trabalharam afincadamente para que este dia chegasse e o novo carro e motor não desapontaram as nossas expectativas”, referiu o diretor da Honda Racing Team JAS, Alessandro Mariani, acrescentando que a parte difícil começa agora.

Já Tiago Monteiro, que estou o carro nesta estreia no circuito italiano, demonstrou estar feliz com este primeiro teste, bem como o empenho que a casa-mãe está a dar neste projeto: "Foi um momento importante para mim mas também para toda a equipa Honda. Estiveram no circuito muitos engenheiros vindos da casa mãe e toda a estrutura técnica da JAS Motorsport para avaliar este primeiro contacto. Fiquei impressionado com o profissionalismo e empenho de todos", começou por dizer. 

"Foi um teste muito importante. Recolhemos muitas informações que serão agora trabalhadas e analisadas de forma exaustiva até ao próximo teste a 27 e 28 de Agosto na Eslováquia. Temos muito trabalho pela frente mas uma excelente base",concluiu. 

Quanto a Gabriele Tarquini, o piloto italiano de 50 anos se demonstrou satisfeito com este teste, explicando que “apesar de nunca ter pilotado o novo Civic antes, de forma engraçada, quando me sentei no banco pela primeira vez, senti-me logo num Honda. O trabalho de carroçaria é preciso e o motor parece ótimo. Mas este é apenas o primeiro teste em pista, pelo que há muito trabalho pela frente. O carro também parece muito bonito e vai, tenho a certeza, surpreender todos os adeptos do WTCC no mundo quando fizer a sua estreia em Suzuka no final deste ano”.

Nas próximas semanas, a Honda irá fazer mais testes que em Itália, quer depois noutrso circuitos como Portimão, com vista a preparar-se para a estreia no WTCC, que vai acontecer em outubro, no circuito de Suzuka.

Youtube Rally Crash: o acidente de Evgueny Novikov


O Rali da Finlândia é uma competição disputada num piso rápido e escorregadio, do qual os finlandeses são peritos em lidar com este tipo de superfície, para não falar so saltos constantes que eles têm de lider. E que corre vindo de fora - e por fora - arrisca-se a, numa curva, ir demasiadamente veloz e terminar ou na valeta ou nas árvores.

Foi o que aconteceu ao jovem e veloz piloto russo Evgueny Novikov. Apesar de este ano, por fim, conseguir combinar a velocidade com a consistência - que já lhe deu um segundo lugar no Rali de Portugal - na Finlândia, a sua corrida já terminou com uma forte batida, para deesespero do seu navegador, o veterano francês Denis Giraudet.

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

WRC - Rali da Finlândia (Dia 1)

Começou esta tarde o Rali da Finlândia, com a realização das três primeiras classificativas à volta da cidade de Jyvaskyla, e como seria de esperar, Sebastien Löeb partiu muito forte na frente, pois já é o lider após a terceira classificativa, com um avanço de 7,3 segundos sobre Mikko Hrivonen e Jari-Matti Latvala, ambos empatados na segunda posição.

Sinto-me bem com o carro neste momento e dei o máximo. Sei que posso lutar pela vitória, o carro parece-me bem e aproveitei a oportunidade para dar o máximo. Mas aqui há muitos pilotos finlandeses que querem a vitória, pelo que tenho de dar o meu melhor”, afirmou o piloto francês no final do primeiro dia.

Apesar desta vantagem, o piloto francês só a conquistou após a terceira classificativa, quando a venceu com quase seis segundos de vantagem sobre os dois pilotos finlandeses, um deles seu companheiro de equipa.

Atrás deles, a 7,5 segundos de Löeb e a 0,2 segundos de Hirvonen/Latvala está o norueguês Mads Ostberg, que está a tentar acompanhar os três da frente. O belga Thierry Neuville é o quinto, 1,5 segundos mais lento que Ostberg, seguido pelo norueguês Petter Solberg, que não teve uma classificativa feliz, depois de ter vencido a segunda especial do dia. O sétimo é o australiano Chris Atkinson, que apesar de não correr no WRC desde o rali do México, e andando no carro de Nasser Al Attiyah - que foi a Londres sacvar uma medalha de bronze no tiro - está a ter um bom arranque.

Já em relação a Armindo Araujo, está a ter dificuldades. Ao final da terceira classificativa, é apenas 23º, tendo nove carros da classe S2000 na sua frente, demonstrando que esta vai ser uma prova muito dificil. O Rali da Finlândia prossegue amanhã, com mais nove classificativas.  

5ª Coluna: A arte de manter os pés na terra

O homem do momento na GP3 fala português: Antonio Felix da Costa venceu no fim de semana que passou as duas corridas do fim de semana húngaro, sendo muito inteligente quando tinha de ser, e sendo imperial quando tinha de demonstrar que era o mais rápido na pista. O melhor piloto de uma equipa experimentada como a Carlin, com esta dupla vitória, relançou-se no campeonato e demonstrou que a Red Bull fez muito bem em apostar nele para a sua equipa de jovens pilotos, rumo à Formula 1. 

Que foi um fim de semana de sonho, foi. Afinal de contas, numa competição artificialmente equilibrada como a GP3 - onde os oito primeiros tem a grelha invertida na segunda corrida - ter um piloto a vencer as duas corridas do fim de semana é de facto um grande feito. Nesse aspecto, Felix da Costa entrou na história e mostrou que está no caminho certo para chegar à Formula 1. E claro, mostrou também que a aposta que a Red Bull fez nele foi acertada. Ele está motivado e conseguiu dar a volta depois de um fim de semana anterior, na Alemanha, onde não conseguiu qualquer ponto. 

Contudo, como diziam os romanos, "sic transit gloria mundi". Pode-se ter relançado na luta pelo título na GP3, e pode também ter conseguido um lugar para o "rookie test" am Abu Dhabi, lá mais para o final do ano, a bordo de um Red Bull ou de um Toro Rosso. Mas Jaime Alguersuari, Sebastien Buemi, Jean-Eric Vergne e Daniel Ricciardo também conseguiram vencer títulos nas categorias inferiores - pilotos patrocinados pelos energéticos venceram as três últimas edições da Formula 3 britânica - e lutaram para conseguir algo na Toro Rosso, quando chegaram à Formula 1. 

Não sei também se vai a tempo de vencer este campeonato. O líder é o neozelandês Mitch Evans, piloto que é apoiado por... Mark Webber (a MW Arden é parcialmente propriedade do piloto australiano) já tem um avanço suficiente para poder controlar - apesar de ter tantas vitórias como Felix da costa: três - e somente faltam quatro corridas, ou dois fins de semana, para o fim do campeonato de GP3. Numa competição em que a regularidade é arma, aquele fim de semana "a zeros" em Hockenheim faz-lhe mossa, apesar de ser um piloto veloz. Para o título, acho que já vai tarde, mas nunca se sabe.

Mas a Red Bull, nesse aspecto, não olha muito o resultado nas categorias de acesso. Sebastian Vettel estava em 2007 a lutar com Alvaro Parente pelo título na World Series by Renault quando a Red Bull o chamou para substituir Scott Speed na Toro Rosso, e não foi por aí que Vettel deixou de ser o piloto veloz que é.

De facto, Antonio Felix da Costa está no bom caminho. Mas continuo a manter a minha prudência neste aspecto, e até acredito que em 2014 voltaremos a ter um português na categoria máxima do automobilismo. Mas chegar lá é uma coisa, manter-se é outra. Acho que ele é bom no que faz, mas temo a máquina da Red Bull, que é tão boa a triturar talentos...

Noticias: Latvala está a caminho da Volkswagen

O finlandês Jari-Matti Latvala pode ser piloto da Volkswagen em 2013, ao lado de Sebastien Ogier. Numa entrevista à televisão finlandesa, o piloto de 27 anos deixa a entender que já decidiu o seu destino a partir da próxima temporada devido ao futuro da equipa Ford no Mundial.

"Estou muito agradecido por todo o tempo que passei com a Ford, e especialmente com Malcom Wilson, que sempre me apoiou. Contudo, devo buscar um novo horizonte, porque Ford só garantiu que ia manter-se até ao final de 2013, e com a nova equipa germanica, terei oportunidades até 2014.", declarou o piloto finlandês.

A ser real, isso significa que para o seu lugar na Ford, ao lado do norueguês Petter Solberg, poderá estar o espanhol Dani Sordo, que está a ter uma "meia" temporada na Prodrive, depois da polémica com a BMW, a proprietária da marca Mini, que fez com que no inicio deste ano se separassem e passasem a correr com a MotorSport Itália, a equipa de Armindo Araujo.

Também se fala em terras finlandesas que a Volkswagen poderá alinhar um terceiro Polo para o norueguês Anders Mikkelsen.

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Noticias: Citroen nega rumores de compra

A um dia do começo do rali da Finlândia, correu ontem de forma célere o rumor de que a Qatar Racing, que acolhe o agora medalhado olimpico Nasser Al Attiyah, iria comprar a estrutura da Citroen Racing, dando sinal de que esta iria abandonar em breve os ralis, e também sinal de que Sebastien Löeb poderia também abandonar a competição. Contudo, esta tarde, na Finlândia, Yves Matton, o diretor desportivo da Citroen Racing, desmentiu categoricamente tais rumores.

 “Não consigo perceber como uma publicação francesa pode publicar uma informação destas. É completamente falsa, e o que acontece é que estamos numa fase de discussão com o Qatar sobre como poderemos manter a nossa parceria no futuro. Não há qualquer hipóteses de vendermos a Citroen Racing.", refere Matton.

Contudo, Matton não nega que está em negociações com Sebastien Löeb, mas ele explica que está também a trabalhar num futuro para além da competição, “para o Sébastien trabalhar como embaixador da Citroen. Não é esperado qualquer anúncio relativamente às negociações que decorrem nas próximas semanas ou mesmo meses.", concluiu.

terça-feira, 31 de julho de 2012

O carro está fo****? Então vou às p****!

Não sei se é para levar a sério, mas como esta "estória" é referida hoje pelo site Jalopnik, eu coloco por aqui. Primeiro que tudo, quem conhece a história da Formula 1 sabe quem é Jean-Pierre Van Rossem. E se não sabem eu conto: era o senhor que foi o maior financiador da aventura da Onyx, em 1989, quando graças ao seu esquema - fraudulento - de finanças chamado Moneytron, arranjou dinheiro suficiente para colocar em marcha uma equipa que das trevas da qualificação, conseguiu um pódio e seis pontos das mãos do sueco Stefan Johansson.

O esquema foi tão bom que durou... pouco. No ano seguinte, a pretexto de um acordo falhado com a Porsche, abandonou a Formula 1 e foi apanhado pela justiça belga no caso da tal fraude. Para fugir de uma sentença de cinco anos de prisão, decidiu... candidatar-se ao parlamento belga, de forma a garantir imunidade parlamentar. E conseguiu!

Agora o excêntrico belga - barba e cabelos compridos, sem papas na lingua - decidiu contar uma historieta que aconteceu durante as 24 Horas de Spa-Francochamps de 1989, quando Van Rossem financiava e participava com uma equipa de dois Ferraris. E um dos pilotos que convidou foi o finlandês Keke Rosberg, então com 40 anos e retirado da Formula 1 desde 1986. E que até então, nunca se tinha metido numa corrida de Endurance.

Van Rossem conta a historieta: "Tinhamos problemas com as jantes num dos Ferrari Mondial dos Dubois Bros. Quando os travões aqueceram, estes se tornaram 'ovais' e começaram a afetar os travões inferiores. Pouco antes da meia-noite, já não tinhamos rodas suplentes e o diretor de equipa disse ao Keke que iria demorar entre quatro a seis horas para reparar o seu carro."  

"O que faz Keke? Pergunta-me onde ficava a "zona vermelha" de Liége (local onde ficam situados os bordéis da cidade), e ele sai dali, regressando às sete da manhã do dia seguinte, pronto para mais umas horas de corrida, como se nada tivesse acontecido. Definitivamente, ele não era um piloto para a Endurance", sentencia Van Rossem.

Interessante saber que depois disto, Rosberg tornou-se piloto oficial da Peugeot no Mundial de... Endurance, a bordo do modelo 905. E até nem se saiu mal, vencendo duas corridas e teve uma participação nas 24 horas de Le Mans. E ja agora, foi atrávés de Van Roosem que Rosberg conseguiu colocar um dos seus protegidos, o compatriota J.J. Letho, na Formula 1.

Quanto à história em si... bom, Rosberg nunca foi propriamente o piloto mais certinho daqueles tempos, portanto, pode ser credível. 

O fabuloso Nasser Al-Attiyah

Já sabemos que ao longo da história do desporto houve pilotos de Formula 1 e restantes automobilistas que representaram o seu país nos Jogos Olimpicos. O nobre tailandês Bira ou o argentino Roberto Miéres foram dois exemplos, em vela. Mas nenhum deles conseguiu algo que o qatari Nasser al Attiyah obteve esta tarde: uma medalha. Aos 42 anos, e depois de ter vencido o Rally Dakar em 2010, conseguiu a medalha de bronze na modalidade de "skeet", na sua quinta participação olimpica.

O piloto - e atirador - qatari precisou de ir para um desempate com o russo Valeri Shomin depois de terem empatado a 144 pontos, menos dois do que o campeão olimpico Vincent Hancock. Nas eliminatórias, Al-Attiyah tinha ficado em quarto lugar, atrás de Shomin. O dinamarquês Anders Golding ficou com a medalha de prata. Com este resultado, o Qatar consegue a sua primeira medalha em Londres e a terceira da sua história, todos de bronze.

Claro, já não vai a tempo de participar no Rali da Finlândia - para o seu lugar veio o australiano Chris Atkinson - mas pelo menos pode-se dizer que a sua participação em Londres já compensou. E este é mais um feito na sua longa lista. Parabéns, Nasser!

GP Memória - Alemanha 1977

Quase um ano após o acidente de Niki Lauda no enorme Nurburgring Nordschleiffe, os organizadores cederam ao inevitável e decidiram que dali em diante, a corrida seria disputada no mais pequeno - mas muito veloz - circuito de Hockenheim, que tinha recebido sete anos antes uma prova do Mundial, vencida pelo Lotus de Jochen Rindt. Veloz, mas muito mais seguro, os pilotos preferiram bastante esta pista.

Para a corrida alemã estavam inscritos 30 carros para uma grelha de 24 que a organização deixava entrar. Em relação a Silverstone, 15 dias antes, havia novidades: a Renault estava ausente, tendo decidido que iria fazer mais algumas sessões de testes, enquanto que a McLaren voltava ao formato de dois carros, depois da experiência do novato Gilles Villeneuve. Na ATS, entrava um segundo carro para o local Hans Heyer, enquanto que na BRM, o belga Teddy Pillete estava a bordo do carro.

Após as duas sessões de qualificação, a pole-position calhou pela primeira vez na carreira, a um Wolf. Jody Scheckter tinha sido o autor da proeza, com John Watson ao seu lado, no seu Brabham-Alfa Romeo. Niki Lauda era o terceiro, no seu Ferrari, na frente do McLaren de James Hunt. O segundo Brabham-Alfa Romeo de Hans-Joachim Stuck foi o quinto, seguido pelo Ligier-Matra de Jacques Laffite. Carlos Reutemann era o oitavo, e a fechar o "top ten" estavam, na quinta fila, o Lotus de Gunnar Nilsson e o Surtees de Vittorio Brambilla.

Seis pilotos acabaram por não se qualificar para a corrida. Destes, o mais sensacional foi a não-qualificação de Emerson Fittipaldi, no seu Copersucar, que era a segunda vez que isso acontecia. O March de Patrick Néve, inscrito pela Williams, outro March, de Arturo Merzário, o Penske-ATS de Hans Heyer, o McLaren privado de Emilio de Villota e o BRM de Teddy Pilette.

A corrida começou com os três primeiros da grelha a manterem as posições. Watson pressionou Scheckter pela liderança até à oitava volta, altura em que o motor falhou e ele acabou por desistir. Por essa altura, havia algo insólito: um carro ilegal! O autor da duvidosa proeza era Hans Heyer, que tinha largado sem que os comissários se tivessem despercebido. Estes queriam desclassificá-lo - o que acabou por acontecer - mas Heyer não viu as bandeiras pretas até que a transmissão se partiu, na nona volta.

Pouco depois, Lauda aproximou-se o suficiente para passar, que conseguiu concretizar à 13ª volta. Aos poucos, afastou-se do sul-africano da Wolf e rumou à vitória. Atrás dos dois pilotos, havia uma batalha entre o Ligier de Laffite, o McLaren de Hunt e o Brabham de Stuck. Hunt passou o francês e foi ao ataque de Scheckter, numa batalha que se prolongou até à 33ª volta, altura em que o motor do britânico estourou, deixando o piloto da Wolf mais tranquilo.

A partir dali, não houve grandes novidades, a não ser a desistência de Mário Andretti, na volta 34 quando já era quinto. O lugar foi para o Tyrrell de Ronnie Peterson, que oito voltas depois acabou também por desistir pela mesma razão.

No final, Niki Lauda era o vencedor, seguido por Jody Scheckter e o Brabham de Hans-Joachim Stuck, para delírio dos alemães, pois era o seu primeiro pódio da sua carreira. Nos restantes lugares pontuáveis ficaram o segundo Ferrari de Carlos Reutemann, o Surtees de Vittorio Brambilla e o Ensign de Patrick Tambay, que pontuava pela primeira vez na sua carreira.

segunda-feira, 30 de julho de 2012

Formula 1 em Cartoons - GP da Hungria (Pilotoons)

Sim, o GP húngaro é aborrecido. Já sabemos disso desde 1986, mas nunca nos habituamos a isso...

GP Memória - Alemanha 1972

Quinze dias depois de Emerson Fittipaldi ter vencido em Brands Hatch e alargado a sua liderança para dezasseis pontos para o seu rival Jackie Stewart, máquinas e pilotos estavam no circuito de Nurburgring, palco do GP da Alemanha.

No pelotão, havia novidades. Clay Regazzoni estava curado da fratura no braço e voltaria ao "cockpit", mas a Scuderia, que tinha feito uma nova evolução nos seus carros, iria colocar três bólidos em pista. Com Mário Andretti ausente porque estava a competir nos Estados Unidos - tal como o seu compatriota Peter Revson - no seu lugar iria o italiano Arturo Merzário, que tinha dado boa conta de si na corrida anterior. Na McLaren, com Revson ausente, o seu lugar iria ser preenchido pelo britânico Brian Redman.

Na BRM, havia mais mudanças. Peter Gethin e Jackie Oliver estavam de fora e no seu lugar iriam entrar o sueco Reine Wisell e o neozelandês Howden Ganely, e a Williams iria voltar a alinhar com um March, depois de Henri Pescarolo ter danificado o chassis original. Ao todo, iriam alinhar 26 carros para a corrida alemã.

Na qualificação, o melhor foi Jacky Ickx, que conseguiu levar a melhor sobre Jackie Stewart. Emerson Fittipaldi foi o terceiro, seguido pelo March de Ronnie Peterson. O segundo Tyrrell de Francois Cevért era quinto, seguido pelo Brabham-Ford de Carlos Reutemann e pelo segundo Ferrari de Clay Regazzoni. O Matra de Chris Amon era o oitavo e a fechar o "top ten" estavam o March-Williams de Henri Pescarolo e o segundo McLaren de Dennis Hulme.

Na partida, Ickx saiu na frente, enquanto que atrás, Regazzoni e Peterson duelavam pelo segundo posto, com o sueco a levar a melhor, enquanto que Fittipaldi e Stewart eram quarto e quinto. Nas voltas seguintes, o brasileiro começou a subir de posto, passando Regazzoni na segunda volta e depois Peterson na sexta, indo atrás de Ickx, que estava na frente, quase imparável.

Na nona volta, Peterson entra em pião e perde dois lugares para Stewart e Regazzoni. O sueco consegue colocar o carro de volta à pista e vai atrás do tempo perdido, e consegue resultados logo na volta seguinte quando a caixa de velocidades do carro de Fittipaldi quebra e o brasileiro acaba por abandonar.

Na frente, Ickx seguia rumo à vitória, com Regazzoni em segundo, mas o grande duelo é pelo terceiro lugar, com o sueco Peterson a aproximar-se de Stewart até que no inicio da última volta, ele está na traseira do Tyrrell do escocês. Na aproximação a Hatzenbach, o March tenta passar o Tyrrell e ambos tocam-se, com Stewart a ir para os rails de proteção. Peterson continua, rumo ao terceiro posto.

No final, a Ferrari celebra uma dobradinha, a primeira do ano, com Ickx na frente de Regazzoni. Peterson foi o terceiro, e nos restantes lugares pontuáveis ficaram o BRM de Hownden Ganley, o McLaren de Brian Redman e o Brabham de Graham Hill.

McLaren Toons - Terceiro episódio


Não é uma vez por semana, é apenas uma vez por cada Grande Prémio. Mas este terceiro episódio deve ser visto com um sorriso a dobrar, depois do feito de Lewis Hamilton na pista, não é? 

O episódio fala sobre o futuro - carros controlados por pensamento, motores do tamanho de cubos de açucar, uma gota de gasolina que dure toda uma temporada... - com um final muito... enfim, depois vão ver. Ah! Depois espreitem na matricula do avião sueco que aparece neste episódio.

E na parte da sala de troféus, mostram-se os "K's" do Mika Hakkinen. E faz sentido, porque por fim percebi o fascínio da McLaren por pilotos finlandeses.

domingo, 29 de julho de 2012

Formula 1 em Cartoons - Hungria (GP Toons)

Se ontem era uma antecipação da corrida de hoje, eis o resultado final. Melhor sorte para a próxima, Lotus-Renault!

Formula 1 2012 - Ronda 11, Hungria (Corrida)

Quando li esta quarta-feira que existia uma hipótese real de chuva para o final de semana húngaro, pensei em duas coisas: pensei em 2006 e a louca corrida que ela foi, e pensei nas duas últimas corridas, que tiveram treinos e qualificação à chuva com corridas a seco. E como elas acabaram. Assim sendo, no meio das "macaquices" do meu cérebro, pensei em muitas coisas. Pensei numa vitória de Fernando Alonso que "mataria" o campeonato a favor da Ferrari, pensei na continuação do bom fim de semana de Lewis Hamilton e da McLaren, e também pensei que, com Romain Grosjean na primeira fila, poderia acontecer algo surpreendente. Em suma, pensei em tudo, mas depois achei que "deixar o marfim correr" seria a melhor solução.

E assim, a realidade mostrou-nos que não choveu na corrida húngara. Pelo contrário: foi com sol e calor que os pilotos partiram para as 69 voltas do GP hungaro, que começou com uma... falsa partida, quando Michael Schumacher ficou parado na grelha. O alemão começava ali o seu inferno pessoal, pois poucas voltas depois, ele parou nas boxes e excedeu a velocidade, obrigando-o a um "drive through".

Mas a corrida própriamente dia começou com Hamilton a disparar na frente, com Grosjean no segundo posto, e os carros de Mark Webber e Bruno Senna a passarem algumas posições. Mas depois das emoções da partida, não houve grande coisa. Em muitos aspectos foi mais "jogo de espera" do que passagens frequentes pelas posições. E, claro, foi aborrecido.

Mas apesar do aborrecimento, houve algumas tensões ao longo da corrida. Lewis Hamilton foi perseguido ao longo da corrida pelos Lotus de Lewis Hamilton e Romain Grosjean. Primeiro, o francês deixou escapar Hamilton, mas depois Kimi Raikkonen reagiu e tentou apanhar o inglês. Primeiro, com uma ultrapassagem musculada a Grosjean, e depois com uma aproximação do McLaren. Mas, tal como aconteceu na Alemanha, Kimi aproximou mas não passou, simplesmente porque os carros não conseguiram se aproximar e passar.

É por isso que a corrida não foi tão excitante como as anteriores, porque se este exemplo se multiplicou em mais alguns. As excepões - ou os incidentes de corrida, se perferirem - foram a ultrapassagem "musculada" de Pastor Maldonado a Paul di Resta, que mereceu um "drive through" que em circunstâncias normais, não daria nada. Mas como ele já tem cadastro de trás, os comissários encontraram um belo pretexto para aplicar mão pesada. Como alguém dizia no Twitter, "ele foi penalizado pelo conjunto da obra". 

No final, a vitória de Hamilton apenas confirmou o fim de semana de sonho da McLaren. Só não ficaram com a volta mais rápida porque Sebastian Vettel achou que colocando pneus moles a poucas voltas do fim seria mais do que suficiente para apanhar Gorsjean e ficar com o lugar mais baixo do pódio. Não chegou, mas ficou na frente do aniversariante Fernando Alonso e sacou mais uns pontos ao espanhol, algo que Mark Webber não conseguiu. E quanto às Lotus, cada vez se fica mais com a ideia de que já não é "se ganham", mas sim "quando ganham", pois é a segunda vez nesta temporada que os seus dois pilotos sobem ao pódio.

Ainda na classificação final, se o sexto lugar de Jenson Button tem sabor de desilusão - mas não tão grande como a de Webber - o sétimo lugar de Bruno Senna recompensa uma corrida consistente e sem erros, da mesma forma que foi o nono lugar de Felipe Massa. E digo isso que, da maneira como anda, não pode aspirar a muito mais. Nico Rosberg fecou os pontos, compensando o péssimo fim de semana de Michael Schumacher.

Agora, Alonso segue na frente, mas as coisas apertaram-se mais um pouco. Daqui a um mês, depois das férias, em Spa-Francochamps, a luta pelo título continua, mais baralhada do que antes.

GP3: Felix da Costa domina... de novo!

Isto é algo que ainda não tinha acontecido neste campeonato: um piloto a vencer as duas corridas do fim de semana. Mas isto aconteceu agora na Hungria, e o autor do feito é português. Antonio Felix da Costa, partindo do oitavo lugar, repetiu a vitória de ontem e ainda fez a volta mais rápida, a bordo do seu carro da equipa Carlin.

A corrida foi como ontem: o português dominou uma corrida aproveitando bem as condições da pista, que mudavam rapidamente de húmido para seco. Largando do oitavo lugar, cedo passou o Ocean de Kevin Ceccon e o Lotus de Daniel Abt, e já era quinto quando a meio da corrida mudou para pneus "slicks", e isso revelou-se decisivo, pois os pilotos da frente mantiveram os seus pneus e Felix da Costa chegou a ganhar... dez segundos por volta. 

Resultado final: Daniel Abt, Conor Daly, Aaro Vaino e Mathias Laine tornaram-se alvos fáceis para Felix da Costa e o piloto de 20 anos venceu com onze segundos de vantagem, num fim de semana de sonho. E com isso, mais a volta mais rápida nesta corrida, conseguiu o fim de semana perfeito. O suiço Patrik Niederhauser foi o segundo e o britânico Alex Brundle o terceiro.

"Este é um dos dias mais felizes da minha carreira. Foi uma corrida espectacular, onde a equipa esteve muito bem na estratégia de troca para pneus slick e quando voltei à pista fiz uma série de voltas muito rápidas para chegar à liderança. Foi fantástico estar no lugar mais alto do pódio por duas vezes num fim-de-semana, acompanhado pelo nosso hino Nacional, um sentimento único. Esta vitória é minha, da Red Bull, mas também de todos os Portugueses. Estamos juntos nesta caminhada até à Fórmula 1", afirmou, jubilante, na sua página no Facebook.

No campeonato, o lider continua a ser o neozelandês Mitch Evans - que nesta corrida foi apenas 21º -, com 136 pontos com Vaino em segundo, com 119 e Felix da Costa é terceiro, com 102 pontos, mais oito do que o alemão Daniel Abt.

A próxima jornada dupla da GP3 vai acontecer no final de agosto em Spa-Francochamps.