O grande defeito de Paul Ricard, situado na localidade de Le Castelet, no Var francês, próximo de Marselha, são as suas estradas de acesso. Foi pela sua escassez que a Formula 1 deixou de lá ir depois da edição de 1990 - embora Magny-Cours, no centro do país, tenha também poucas estradas de acesso ao circuito... - e agora, quando a Formula 1 voltou lá, parece que não construíram mais estradas para aliviar as inumeráveis filas de trânsito das dezenas de milhares de pessoas que lá vão para ver o Grande Prémio. Mesmo sabendo que serão os mesmos a vencer, o que lhes interessa é poderem ver as máquinas de perto, especialmente agora, neste regresso à Europa.
E neste regresso à Europa, o que se vê no pelotão da Formula 1 é que as decisões não são passiveis de recurso. Aliás, é mais uma formalidade, porque na prática, não há reversão. E foi esse o resultado daquilo que a Ferrari fez para contestar a decisão dos comissários em Montreal para retirar a vitória a Sebastian Vettel. Foi o que aconteceu na sexta-feira. Nada que não fosse esperado, mas mesmo assim, ainda se sente a capa de injustiça.
No meio da tempestade, achei interessante ouvir as declarações de Kimi Raikkonen sobre esse assunto. E ele falou sobre a tese do "lei them race" (deixem-os correr), daí eu falar na altura da "letra da lei" e do "espírito da lei". Tenho a sensação que os que defendem a aplicação estrita das regras não querem saber de corridas, mas sim que o seu ídolo vença a todo o custo. E curiosamente, quem defendia isso era o Charlie Whitting, depois de em 2016 ter dito que o excesso de regras estava a prejudicar a Formula 1. E de uma certa forma, isso estava a ser seguido, pelo menos até Montreal. E pelo meio, aconteceu algo importante: Whitting morreu.
E ao lembrar que ainda não foi escolhido um substituto permanente para ele - não era só um "starter", era o delegado da FIA e alguém que tinha a paciência de ir ter com a imprensa para explicar porque tomaram esta e aquela decisão. E tenho a sensação que, com ele morto, o espírito do "let them race" está morto. E se assim for, então haverá mais corridas onde este tipo de decisões mesquinhas aparecerão, e mais corridas serão decididas na secretaria. Resta saber se a FIA tem alguma inclinação.
Dito isto, a Formula 1 rumava para a qualificação com a sensação de "cumprir calendário". E claro, assim foi. Mas como há o dever de informar, vamos a isso.
Debaixo de um autêntico sol de verão, o que se sabia era que Vettel tinha alguns problemas na troca de marchas, mas pior, pior, ficou George Russell. Se o piloto tem uma má Williams, aqui em Paul Ricard os problemas mecânicos no seu FW42 fizeram com que perdesse 15 lugares na grelha de partida. O último lugar estava garantido. Outro que também teve de trocar de componentes foi Daniil Kvyat, que acabou punido com os mesmos 15 lugares.
Com os Mercedes a ficarem logo com a liderança - neste caso, Valtteri Bottas - no final, quem ficava com a fava foram o Williams de Robert Kubica, o Haas de Romain Grosjean e o Racing Point de Lance Stroll.
Na Q2, Bottas foi o primeiro a marcar um tempo, mas Hamilton fez melhor (1.30,024 contra 1.29,520 do inglês) e de uma certa forma, já estava decidido. Atrás é que existia competitividade. A Red Bull dava sinais de vida e Max Verstappen era 0,1 segundos atrás de Charles Leclerc. Já Pierre Gasly esteve mais aflito, chegando até a estar de fora da Q3. Mas conseguiu um bom tempo para ficar para a última parte, às custas do Alfa Romeo de Kimi Raikkonen. Quem também foi para a Q3 foram as McLaren, na melhor performance coletiva da marca este ano, em claro contraste com Alexander Albon e Nico Hulkenberg, que não foram.
Depois, na Q3, o expectável: Hamilton fez uma volta arrasadora e conseguiu mais uma pole-position, com diteito a monopólio na primeira fila dos Flechas de Prata. Charles Leclerc ficou com o lugar mais baixo do pódio, superando Max Verstappen, e provavelmente é essa a sua luta para o resto da temporada. Os McLaren ficam com a terceira fila, na frente até de Sebastian Vettel, que andou com problemas com a sua caixa de velocidades e apenas partirá de sétimo, na frente de Daniel Ricciardo, da Renault, de Pierre Gasly e de Antonio Giovinazi, da Alfa Romeo.
E pronto, assim foi a qualificação. Amanhã, caso não haja uma catástrofe, Lewis Hamilton vencerá com folga sobre Valtteri Bottas. Resta saber se a tática de uma corrida compensará e até que ponto a Ferrari ficará com os restos. Da maneira como isto vai, ninguém quer saber: está tudo decidido, basta riscar o calendário até as coisas estarem matematicamente decididas.
Debaixo de um autêntico sol de verão, o que se sabia era que Vettel tinha alguns problemas na troca de marchas, mas pior, pior, ficou George Russell. Se o piloto tem uma má Williams, aqui em Paul Ricard os problemas mecânicos no seu FW42 fizeram com que perdesse 15 lugares na grelha de partida. O último lugar estava garantido. Outro que também teve de trocar de componentes foi Daniil Kvyat, que acabou punido com os mesmos 15 lugares.
Com os Mercedes a ficarem logo com a liderança - neste caso, Valtteri Bottas - no final, quem ficava com a fava foram o Williams de Robert Kubica, o Haas de Romain Grosjean e o Racing Point de Lance Stroll.
Na Q2, Bottas foi o primeiro a marcar um tempo, mas Hamilton fez melhor (1.30,024 contra 1.29,520 do inglês) e de uma certa forma, já estava decidido. Atrás é que existia competitividade. A Red Bull dava sinais de vida e Max Verstappen era 0,1 segundos atrás de Charles Leclerc. Já Pierre Gasly esteve mais aflito, chegando até a estar de fora da Q3. Mas conseguiu um bom tempo para ficar para a última parte, às custas do Alfa Romeo de Kimi Raikkonen. Quem também foi para a Q3 foram as McLaren, na melhor performance coletiva da marca este ano, em claro contraste com Alexander Albon e Nico Hulkenberg, que não foram.
Depois, na Q3, o expectável: Hamilton fez uma volta arrasadora e conseguiu mais uma pole-position, com diteito a monopólio na primeira fila dos Flechas de Prata. Charles Leclerc ficou com o lugar mais baixo do pódio, superando Max Verstappen, e provavelmente é essa a sua luta para o resto da temporada. Os McLaren ficam com a terceira fila, na frente até de Sebastian Vettel, que andou com problemas com a sua caixa de velocidades e apenas partirá de sétimo, na frente de Daniel Ricciardo, da Renault, de Pierre Gasly e de Antonio Giovinazi, da Alfa Romeo.
E pronto, assim foi a qualificação. Amanhã, caso não haja uma catástrofe, Lewis Hamilton vencerá com folga sobre Valtteri Bottas. Resta saber se a tática de uma corrida compensará e até que ponto a Ferrari ficará com os restos. Da maneira como isto vai, ninguém quer saber: está tudo decidido, basta riscar o calendário até as coisas estarem matematicamente decididas.