Hoje, vou falar de um piloto multifacetado, com uma carreira que abrangeu imensas vertentes, quer em monolugares, quer nos Ralies, quer nos Carros de Turismo. Ganhou em Le Mans, mas a sua morte ocorreu quando se preparava para mais uma edição da mítica prova de resistência. Falo hoje de Lucien Bianchi, um piloto italo-belga, que se estivesse vivo, faria hoje 73 anos.
Nasceu a 10 de Novembro de 1934 em Milão, mas cedo os seus pais emigraram para a Belgica, logo, Luciano adoptou o país e modificou o seu nome para um afrancesado Lucien. O seu pai era mecânico de automóveis, logo, a paixão pelo automobilismo veio cedo na sua vida. Em 1951 participou na sua primeira corrida, guiando um Alpine Rally. Alguns anos mais tarde, em 1957, participa e ganha o "Tour de France" em automóveis, um evento que era corrido nos moldes das italianas "Mille Miglia". Bianchi iria ganhar as duas edições seguintes, bem como a Paris 1000, em 1958 e 59.
Foi também em 1959 que Bianchi teve a sua primeira incursão na Formula 1. Com um Cooper de Formula 2 da Ecurie Nationale Belge (ENB), tentou participar no GP do Mónaco, mas não conseguiu quailificar-se. A sua próxima oportunidade aconteceu em 1960, no GP da Belgica, onde a bordo de um Cooper de Formula 1, leva o carro para o sexto lugar final, conquistando o unico ponto do ano. Correu em mais duas corridas, com um Lotus 18, mas sem conseguir terminar. No final do ano, consegue o 24º posto na classificação geral.
Em 1961, faz uma participação a bordo de um Emeryson no Mónaco, mas falha, enquanto que nas três provas seguintes, conduzindo um Lotus 18, Bianchi não consegue chegar ao final das provas. No ano seguinte, teve duas participações esporádicas na Formula 1, a bordo de um Lotus, em Spa-Francochamps, e um ENB (que não era mais do que um Emeryson) em Nurburgring. Em ambas as provas ele terminou, mas o melhor foi um nono lugar na pista belga. Contudo, se na Formula 1, as coisas eram um pouco esporádicas, nos Sport-Protótipos, as coisas não eram bem assim. Com Jo Bonnier, ele ganha as 12 Horas de Sebring desse ano a bordo de um um Ferrari 250 TR.
Entre 1963 e 1968, Bianchi só corre em dois Grandes Prémios de Formula 1, sempre em Spa-Francochamps, e sem resultados de relevo.
Mas vai ser o ano de 68 que será o seu melhor em termos competitivos. Primeiro, consegue guiar a tempo inteiro na Formula 1, a bordo da equipa oficial da Cooper. A ideia seria guiar como terceiro piloto, em ocasiões esporádicas. Mas logo na sua primeira corrida, no Mónaco, Bianchio consegue a sua melhor classificação de sempre: um terceiro lugar! Esse unico pódio virá acompanhado de mais um sexto lugar em Spa-Francochamps, o seu circuito favorito.
Entretanto, preparava-se para as 24 Horas de Le Mans, na equipa oficial da Ford, com um GT40, acompanhado pelo mexicano Pedro Rodriguez. Ambos eram pilotos experientes nos carros de Turismo, e o GT 40 era a máquina vencedora das últimas duas edições da mítica prova. E isso veio a comprovar-se, no dia 28 e 29 de Setembro desse ano. Aprsar de um dura luta contra os Porsches 908 Protótipos e os Alfa Romeo T33, Bianchi e Rodriguez ganharam a prova, dando aos GT 40 a sua terceira vitória seguida na mítica prova.
No final do ano, após ter ficado na 17ª posição do Campeonato do Mundo de formula 1 com cinco pontos, e um pódio, Bianchi ainda participou numa das mais longas provas de Ralies do Mundo: a Maratona Londres - Sidney. A bordo de um Citroën DS, Bianchi foi o primeiro líder da prova até que no Irão teve um choque com um outro carro que se atravessou na estrada, obrigando-o a desistir.
Depois desse grande ano, as suas esperanças em 1969 eram boas. Não competia na Formula 1, mas tinha um contrato com a equipa oficial da Alfa Romeo para as 24 Horas de Le Mans, a bordo do seu modelo T33. No ano anterior, tinha participado na Targa Florio, com o italiano Mario Casoni, onde acabara em quarto lugar. Contudo, quaisquer esperanças de poder repetir o triunfo do ano anterior terminaram abruptamente a 30 de Março de 1969, em Le Mans, quando o seu carro despistou-se durante uma sessão de testes e embateu fortemente num poste telegráfico, matando-o aos 34 anos.
A sua carreira na Formula 1: 19 Grandes Prémios, em sete temporadas (1959-63, 1965, 1968), um pódio, seis pontos.