sábado, 24 de agosto de 2019

Endurance: Felix da Costa Corre na Jota Sport

O português António Félix da Costa será piloto da Jota Sport na temporada de Endurance que se inicia em Silverstone, no próximo fim de semana. O piloto de Cascais correrá no lugar do venezuelano Pastor Maldonado., e terá como colegas de equipa o britânico Anthony Davidson e o mexicano Roberto Gonzalez. Não é algo novo para ele, pois já tinha corrido com ambos nas 24 Horas de Daytona, no inicio do ano.

"É uma grande oportunidade na minha carreira. Depois de um ano de experiência e aprendizagem no WEC com os GT´s, é um grande desafio ingressar na categoria LMP2 com a JOTA. Foi um carro que me dei bem desde o inicio, numa equipa muito competitiva, onde juntamente com o Roberto e o Anthony acredito que poderemos estar regularmente nos lugares do pódio. Estou desejoso de iniciar a nova temporada no próximo fim de semana.”, começou por dizer o piloto português.

"Tem sido incrível o apoio de todos os portugueses. Além do WEC espero em breve anunciar o meu restante programa desportivo para 2019/2020, mas por agora o meu foco é cem por cento na primeira corrida do WEC em Silverstone”, concluiu.

Para além da Endurance, o piloto português poderá anunciar dentro em breve que será piloto da Techeetah, na Formula E, ao lado do campeão, Jean-Eric Vergne.

WRC 2019 - Rali da Alemanha (Dia 1)

Ott Tanak lidera o Rali da Alemanha, concluídas estão as sete primeiras especiais. Ele tem uma diferença de 2,8 segundos sobre Thierry Neuville, no seu Hyundai i20, e ambos já deram uma distância em relação ao pelotão, liderado, por agora, pelo Citroen de Sebastien Ogier. O piloto francês está a 22,1 segundos do estónio da Toyota.

Depois de três semanas de pausa, após o rali da Finlândia, o WRC agora está a correr e terras alemãs, para a segunda parte do campeonato, e o piloto estónio, que chegou à Alemanha a lutar pela liderança do campeonato, começou a prova ao ataque, vencendo a primeira especial, na frente de Dani Sordo (a 0,8) e Sebastien Ogier (a 0,9). Nas especiais seguintes, Neuville venceu a segunda especial, partindo ao ataque e passando Tanak. Mas este reagiu, vencendo na primeira passagem por Mittelmosel, enquanto Ogier se atrasava devido a um pequeno erro. O estónio acabou a manhã com nova vitória, em Wadern-Weiskirchen, conseguindo um avanço de 1,5 segundos sobre Neuville.

No final dessa manhã, havia um duelo entre Tanak e Neuville, com Ogier num distante terceiro, a 13,2.

Na parte da tarde, o belga da Hyundai partiu para o contra-ataque, ganhando 1,6 segundos a Tanak, que é apenas terceiro na segunda passagem de Stein und Wein. A seguir, na segunda passagem por Mittelmosel, Tanak consegue vencer a especial com um segundo de vantagem sobre Neuville e alarga a diferença para 2,6, enquanto Ogier já estava a 17,9. E o estónio acaba o dia de novo a vencer, na segunda passagem por Wadern-Weiskirchen. Atrás, Sordo teve problemas de transmissão e perde quase um minuto, caindo para o novo lugar.

No final do dia, depois dos três primeiros, Kris Meeke é o quarto, a 25,6 segundos, que está a ser pressionado por Jari-Matti Latvala, a 27,8. Andreas Mikkelsen é sexto, a 40 segundos, doze à frente de Esapekka Lappi. Gus Greensmith é oitavo, a um minuto e cinco segundos, e a fechar o "top ten", está Dani Sordo e Kalle Rovanpera, este a 2.58 minutos.

O rali da Alemanha prossegue neste sábado, com a realização de mais oito especiais.

Noticias: Família de Lauda quer vender as suas ações na Mercedes

Três meses depois da sua morte, a família de Niki Lauda decidiu vender a sua parte das ações na Mercedes. Quem o afirma é Toto Wolff, que durante uma entrevista à Gazetta dello Sport, afirmou que a sua participação, de dez por cento - em igual percentagem que a de Toto Wolff - mudará de mãos após o final do verão. "Tomaremos uma decisão mais concreta sobre isso depois das férias de verão”, afirmou o austríaco.

Quando em 2013, pouco antes da marca alemã começar a dominar a Fórmula 1, os austríacos Niki Lauda e Toto Wolff entraram na equipa - este último vindo da Williams - cada um deles ficou com dez por cento da estrutura acionista, apesar do tricampeão do mundo ter funções não-executivas, mais de conselheiro. 

Lauda era presença assídua nos Grandes Prémios até ficar doente no verão passado, tendo sido obrigado a fazer um transplante de pulmão, em julho de 2018. Contudo, nunca recuperou o suficiente para regressar ao paddock, antes de morrer a 20 de maio, aos 70 anos de idade.

sexta-feira, 23 de agosto de 2019

Rumor do Dia: Alonso na Baja 500 de Portalegre?

Desde que a Toyota Gazoo Racing ter confirmado que Fernando Alonso estará no Dakar de 2020, na Arábia Saudita, que se fala no calendário que o piloto asturiano teria para se preparar no sentido de participar na prova mais dura e famosa de todo o terreno do mundo, que terá no ano que vêm novo cenário.

A site português sportmotores.com avança com a hipótese de Alonso poder treinar na Baja 500 de Portalegre, que acontece entre os dias 24 e 26 de outubro, como forma de se treinar para a competição. A Toyota afirmou no seu comunicado que ele participará Rally Harrismith 400 (13 e 14 de setembro), prova que conta para o campeonato sul-africano de todo o terreno, e o jornal espanhol Marca diz que ele estará presente no Rally de Marrocos, entre os dias 4 e 8 de outubro.

Cintudo, o comunicado da Toyota Gazoo Racing era claro quanto ao programa de corridas de Alonso: "um programa intensivo treinos na Toyota Hilux na Europa, África e Oriente Médio para se familiarizar com os rigores do desafio da prova." Daí surgir a Baja 500 de Portalegre, que é a última do calendário da FIA World Cups for Cross Country Bajas. Nada está confirmado, é verdade, mas se quiser fazer uma preparação adequada e ter uma convivência com o seu co-piloto, Marc Coma, tudo tem de estar em cima da mesa para que o piloto das Astúrias possa chegar a janeiro e fazer uma prestação decente no Dakar.

Veremos. 

Youtube video Engeneering: Motores a Combustão e elétricos

O Joe Scott, do canal do Youtube "Awnsers with Joe", fez ontem um video sobre os motores elétricos e os a gasolina (MCI, Motores de Combustão Interna) e comparou-os, explicando como são feitos e porque um é melhor que outro. E surpresa! Não fala mal de um a favor de outro...

Enfim, vejam o video.

quinta-feira, 22 de agosto de 2019

A(s) image(ns) do dia



O sitio oficial da Formula 1 meteu esta tarde as imagens em túnel de vento do que será o carro de 2021, com as novas regras. O efeito-solo poderá estar de volta, teremos jantes de 18 polegadas, pneus de baixo perfil, uma nova asa traseira, que deverá ver reduzida a perda de arrastamento para o carro de trás em 40 por cento, entre outras novidades. 

Não vai ser tudo, mas é o essencial. Há outras coisas que ainda estão a ser discutidas - o regresso do reabastecimento está em cima da mesa, por exemplo - mas daquilo que está a ser visto por estas imagens, parece ser um carro bem feito. Não há nada totalmente novo - o efeito-solo tem mais de 40 anos - mas o conjunto de coisas poderá ter feito esses chassis bem nascidos-

Resta saber mais algumas coisas. Primeiro: a aplicabilidade prática. Segundo: as equipas gostarão do que vêm? E Terceiro: já estarão a procurar por maneiras de superar a concorrência? Aposto o que quiserem que o Adrian Newey deve andar neste momento a calcular as partes nos quais poderá melhorar aquele chassis...

Youtube Rally Video: Os testes de Thierry Neuville para o Rali da Alemanha

O Rali da Alemanha está prestes a começar - hoje foi o shakedown - e os pilotos já aproveitaram a semana que passou para fazer testes para esta prova, uma das poucas em asfalto, mas certamente a mais veloz do campeonato. 

Neste video, está Thierry Neuville a andar nas estradas alemãs a bordo do seu Hyundai i20 WRC.

Rumor do Dia: Ocon a caminho da Renault?

Esteban Ocon anda a procurar activamente um lugar para a temporada de 2020, depois de ter ficado de fora este ano quando o seu lugar na Force India foi ocupado por Lance Stroll. Contudo, se muitos gostariam que ele fosse para a Mercedes, e assim desalojar Valtteri Bottas, afinal, ele poderá estar a caminho da Renault, que já o acolheu como piloto de reserva.

Segundo conta o Auto Bild, o piloto francês de 22 anos poderá ter tudo acertado com a equipa do losango, provavelmente no lugar de Nico Hulkenberg, apesar de nesta temporada, o piloto alemão estar apenas cinco pontos atrás de Daniel Ricciardo, depois de doze corridas no campeonato. Quanto a Hulkenberg, a publicação fala que poderá estar a caminho da Haas.

Caso aconteça, não seria a primeira altura que Ocon tenha estado na Renault. Em 2016, colaborou com a equipa como terceiro piloto até ser chamado pela Manor para que corresse com eles na segunda parte daquela temporada, antes de ter corrido pela Force India em 2017 e 2018. 

Youtube Motorsport Film: O acidente mortal de Mike Hawthorn

Em janeiro passaram-se 60 anos sobre a morte de Mike Hawthorn, num acidente de viação em Guilford, no Surrey, quando guiava um Jaguar. Contudo, o que não sabia é que, três dias antes, tinha sido homenageado pelos seus pares pelo título mundial alcançado no ano anterior, por ser o primeiro campeão britânico de Formula 1.

Neste filme da British Pathé, eles recordam a sua carreira e os seus feitos, especialmente o seu triunfo nas 24 Horas de Le Mans de 1955, marcado pelo pior acidente da história do automobilismo.

quarta-feira, 21 de agosto de 2019

Kimilainen: "A W Series superou as minhas expectativas"

A finlandesa Emilia Kimilainen ficou agradavelmente surpreendida com a W Series, a série exclusivamente feminina que surgiu este ano para dar uma chance às mulheres-piloto para irem mais longe, como a Formula 1 e a Endurance, entre outros. Numa entrevista ao site brasileiro Grande Prémio, a piloto avaliou a maneira como foram tratadas quer na formação, quer na preparação física para as corridas da temporada, vencida pela britânica Jamie Chadwick.

A W Series superou minhas expectativas. Fiquei impressionada como foi profissional. Todas as pilotas foram capazes de se focar em apenas serem atletas, sem nenhuma política envolvida”, começou por afirmar.

Tivemos o privilégio de trabalhar com uma das melhores operadoras de corrida do mundo, a Hitech GP, e tivemos cuidado de saúde e fitness da Hintsa Performance, uma companhia em que médicos e treinadores cuidam de muitos pilotos da Formula 1 e outros atletas de ponta”, seguiu.

Além disso, fomos custeadas e não precisamos lidar com nenhum gasto relacionado a corrida. Então não poderia pedir por nada melhor. Sou muito agradecida e honrada por estar envolvida em uma organização e categoria tão profissionais”, completou.

Neste ano de estreia, não teve vida fácil. Um acidente em Zolder a impediu de participar numa proa, mas depois acabou por vencer em Assen e ser segunda classificada em Brands Hatch, acabando o ano no quinto lugar do campeonato, esperando voltar na próxima temporada. 

Noticias: Brown quer decisões sobre regulamentos já

O CEO da McLaren quer que a FIA se decida definitivamente sobre os regulamentos de 2021. Com as discussões sobre os aspectos técnicos a prolongarem-se até outubro, depois de terem aceite o princípio de um tecto orçamental, Zak Brown pretende que isso seja já resolvido, sob pena de ser adiado por mais algum tempo, o que não é bom para as equipas.

Estamos a falar sobre a mesma questão uma e outra vez. Muito pouco progresso é feito porque todas as equipas declararam sua posição, e isso não vai mudar. Assim, parece que falamos das mesmas questões que as várias equipas têm, e por isso penso que neste momento a Fórmula 1 e a FIA só precisam de tomar a decisão e avançar porque não acho que vão ouvir nada de novo das equipas na próxima reunião do Grupo de Estratégia ou na reunião do Grupo de Estratégia seguinte que não tenham ouvido nos últimos 12 meses”, afirmou o CEO da McLaren. 

A ideia, e vocês [os meios de comunicação] sabem disso tão bem quanto qualquer um, de que as 10 equipas vão convergir pela primeira vez na história da Fórmula 1 nos próximos três meses não vai acontecer. Acho que está na hora de colocar o espectáculo na estrada”, concluiu.

A maneira como fala sobre isto poderá indicar uma pressão para que Ross Brawn apresente já no outono os novos regulamentos, sob pena de adiarem por mais um ano a sua implementação, bem como mostrar ao mundo que a Formula 1 está a tornar-se em algo ingovernável.

terça-feira, 20 de agosto de 2019

Youtube Motorsport Statistics: A evolução da pontuação dos pilotos

Por acaso conheço este site, mas não o sigo frequentemente. Logo, fiquei surpreso quando soube que tinham feito o gráfico dos pilotos e a evolução da sua pontuação ao longo da carreira. O critério é a pontuação que é usado desde 2010, e de uma certa forma, poderemos assistir a algumas surpresas. Ver Juan Manuel Fangio, Jim Clark, Jackie Stewart ou Niki Lauda, entre outros, a serem os pilotos mais pontuados da história, mas... Carlos Reutemann

Enfim, vejam o video.

Youtube Dakar Testing: O teste de Fernando Alonso com o Hilux


Agora que foi anunciada a participação de Fernando Alonso para o Dakar de 2020, recorde-se um video divulgado pela Toyota no passado mês de março sobre o teste que o piloto espanhol fez no deserto sul-africano com o Toyota Hilux no qual Nasser Al Attiyah venceu o Dakar de 2019, nas areias peruanas. 

Noticias: Alonso irá correr no Dakar

O piloto espanhol deseja experimentar todas as categorias do automobilismo que forem possíveis. E esta manhã, Fernando Alonso foi confirmado pela Toyota que disputará o Dakar de 2020, que acontecerá nas areias sauditas, a bordo de um Hilux. Depois de vários testes ao longo deste Verão na África do Sul, e,e irá fazer um primeiro passeio não competitivo no Harrismith 400 na África do Sul, quinta ronda da série de Todo-o-Terreno sul-africana, que acontecerá no fim de semana de 13 e 14 de setembro.

Ainda não se sabe quem será o seu co-piloto, mas a imprensa desportiva espanhola aponta que Marc Coma se sentará do lado direito do cockpit.

Glyn Hall, Director da equipa Toyoya Gazoo Motorsport, afirmou: 

Em Março deste ano, concluímos uma bem sucedida avaliação de dois dias com Fernando na nossa Toyota Hilux, vencedora do Dakar, na África Austral, que provou ser uma valiosa experiência de aprendizagem. Não só o Fernando gostou muito da experiência, como também o podíamos adaptar e melhorar cada vez que se colocava atrás do volante. Ficou claro que Fernando veio para o teste preparado e estava pronto para absorver tudo o que lhe mostramos. O ataque ao rali é novo para o Fernando e estou certo de que ele tem a habilidade e o espírito para enfrentar esse desafio. Como campeões do Dakar com uma longa história no rally, estou confiante de que podemos trabalhar bem com Fernando para aumentar a sua confiança na competição de rali nos próximos meses."

Fernando Alonso complementou: “Estou muito animado para continuar minha aventura com a Toyota Gazoo Racing. Juntos, alcançamos muito desde que pilotamos uma Toyota pela primeira vez em novembro de 2017, com as nossas duas vitórias consecutivas em Le Mans, o campeonato Mundial de Endurance de equipas e o título de pilotos com os meus colegas de equipa Sébastien [Buemi] e Kazuki [Nakajima]. Eu tive um gostinho de ralis off-road no início deste ano e isso me deixou com uma sensação boa que eu quero prolongar." 

"Sabia que seria uma experiência totalmente diferente com uma curva de aprendizado íngreme, mas a Hilux parecia ótima; Isso me deu tanta confiança tão rapidamente e eu estava melhorando loop após loop. Estou ansioso pelos próximos meses de treino, conhecendo a Hilux e trabalhando com a equipa. Sempre defendi que queria procurar novos desafios em diferentes disciplinas e estou numa ótima equipa para fazer isso.”, continuou.

segunda-feira, 19 de agosto de 2019

Youtube Motorsport Interview: Uma entrevista a Alice Powell

Já disse por aqui que tenho a minha admiração pelo Mario Muth e a maneira como faz os seus videos, as suas entrevistas, com as pessoas envolvidas no automobilismo. Claro que não sou o único a admirá-lo, e a melhor prova disso é o pessoal que cuida da W Series, a competição exclusivamente feminina, ter pedido a ele para fazer o mesmo tipo de entrevista às pilotos que correm na competição, começando pela britânica Alice Powell, talvez a mais experimentada das pilotos no pelotão.

Youtube Motorsport Video: A vitória de Neuville... em Nurburgring

Este fim de semana, Thierry Neuville, o piloto belga da Hyundai no WRC, fez algo diferente: pegou noutro WRC e foi correr numa prova no TCR alemão, no circuito de Nurburgring. E o resultado até foi interessante, pois venceu uma corrida e acabou no sexto posto na segunda, numa corrida marcada por (muita) chuva.

Assim sendo, eis o video da corrida onde o piloto belga saiu vencedor. 

domingo, 18 de agosto de 2019

A imagem do dia

No mês em que morreu Jean-Paul Driot, o fundador e chefe da DAMS, uma das mais ben sucedidas equipas das categorias de acesso na Formula 1, correndo na Formula 3000, GP2, GP3, e ultimamente na Formula E, entre outros, seria bom grado trazer algo do qual não esteve longe de acontecer, em 1995: um chassis de Formula 1.

DAMS é a sigla de Driot-Arnoux Motorsport. Fundado em 1988 por Driot, René Arnoux e Gilles Gaingault, ente outros, entrou de cara na Formula 3000, vencendo campeonatos com Eric Comas, Olivier Panis e Jean-Chistophe Bouillon. Com todo este sucesso em pouco tempo, o passo seguinte seria tentar a sua sorte na Formula 1. E por pouco, Driot não deu esse passo, porque chegou a fazer um chassis, o DAMS GD-01.

Em 1994, Driot falou com a Reynard para construir esse chassis, e pediu ao desenhado Claude Galopin, que tinha trabalhado na Ligier, e Rob Arnott, da Reynard, para trabalharem nesse chassis. Contudo, nunca houve muito dinheiro para o desenvolver, dado que o dinheiro iria para outras duas equipas francesas, a Ligier e a Larrousse, que não estavam muito bem das pernas - por causa da Lei Evian, que bania a publicidade ao tabaco, a Ligier foi comprada por Flávio Briatore e a Larrousse fechou as portas no final de 1994 - mas no final desse ano, o chassis estava pronto e tinha havido algum desenvolvimento em termos de testes.

Nessa altura, Gerard Larrousse entrou em cena. A equipa, como sabem, não passou de 1994, mas ele tentou o mais que podia para manter em 1995, e isso implicou conversações com Driot no sentido de uma fusão. Contudo, as coisas não resultaram, mas o projeto da DAMS seguiu adiante. No verão de 1995, no circuito de La Sarthe, o carro foi apresentado, com ideias de correr em 1996, Com Comas e Emmanuel Collard como pilotos, o carro foi testado durante algum tempo, enquanto se tentava encontrar mais dinheiro para financiar a entrada da equipa na Formula 1. Contudo, com o tempo, descobriu-se que o chassis, construido de uma forma demasiado prudente, era muito lento, agora que se sabia da entrada da regra dos 107 por cento. Para piorar as coisas, a falta de dinheiro e a falência dos projetos como a Simtek, Forti e Pacific, fez com que no final, abaixasse os braços e não pensasse mais na Formula 1.

Quanto a equipas francesas, com Alain Prost a comprar a Ligier em 1997 e a rebatizá-la, para depois fechar em 2001, foi o prego no caixão do orgulho francês na categoria máxima do automobilismo. Quanto à Reynard, eventualmente iria ter os seus chassis na Formula 1, em 1999, com o projeto da BAR.

As comparações com 1998

Já queria fazer isto há algum tempo, e estas férias até são o tempo ideal para fazer uma coisa destas. Primeiro que tudo, a vitória de Lewis Hamilton na Hungria foi o culminar de uma estratégia de parar por duas vezes para trocar de pneus, dos brancos (duros) para os amarelos (médios) no sentido de conseguir recuperar a distância que tinha com Max Verstappen. E ele conseguiu-o a três voltas do final, com uma ultrapassagem fácil, no final da reta da meta. Nada daquela épicidade do Nelson Piquet sobre Ayrton Senna, 33 anos antes, com "aquele gesto bacana", como diz o Nelsão.

Quando vi aquilo, lembrei-me de Michael Schumacher e Ross Brawn, em 1998, no mesmo local, e de como uma estratégia com tudo para dar errado acabou por dar certo, conseguindo bater Mika Hakkinen numa jogada de mestre que contou com o piloto a dar o seu melhor para fazer a sua parte. Discuti isso com a venezuelana Rocio, a senhora que tem o blog "Um Café Com Serena", e escrevi sobre isso por lá. Mas não chegou. Acho que falta mais coisas para falar sobre esse feito e compará-lo, e creio ser a altura para isso.

Assim sendo, e com a ajuda de alguns livros que tenho aqui, vamos lá falar sobre o GP da Hungria de 1998, e como uma estratégia acabar por entrar na história. O que é raro.

Primeiro de tudo, História: 1998 é o ano do duelo entre Schumacher e Hakkinen. O alemão, com o seu Ferrari F300, projetado por Rory Bryne, com uma equipa dirigida por Jean Todt, tendo como diretor técnico Ross Brawn, contra o McLaren MP4-13, desenhado por Adrian Newey e liderado por Ron Dennis. Quando chegaram à Hungria, a 12ª corrida de uma temporada de 16, o alemão tinha uma desvantagem de 16 pontos sobre o finlandês, e corria o risco de ficar de fora do campeonato. E na qualificação, as coisas correram não muito bem, pois o finlandês era o "poleman", e Schumacher era apenas terceiro, com David Coulthard pelo meio. 

Os carros tinham o sistema de reabastecimento - que ficou entre 1994 e 2009 - e com isso em mente, a ideia era ser veloz, mais veloz que os McLaren, que eram bons carros. A equipa de Woking decidiu-se por uma estratégia de duas paragens, ainda por cima, os Bridgestone pareciam ser melhores que os Goodyear que calçavam os Ferrari. Pelo menos tinha sido assim ao longo daquela temporada. Mas a chance de uma paragem extra no reabastecimento era real, e Brawn parecia ter essa opção em aberto. Mas era apenas metade da história, porque o piloto também teria de contribuir.

A partida não foi grande coisa. Hakkinen ficou na frente e Schumacher não só não conseguiu passar Coulthard, como arriscou perder o terceiro posto para Irvine e o Jordan de Damon Hill. Na volta 15, o finlandês tinha dois segundos de vantagem sobre Coulthard e 3,2 sobre Schumacher.

Schumacher reabastece na volta 25, antes dos McLaren, mas volta atrás de Jacques Villeneuve, no seu Williams. Hakkinen para três voltas mais tarde, e fica na frente da corrida. Na volta 39, a ordem era a mesma: Hakkinen, com Coulthard a 2,7 e Schumacher a 3,9. E foi aí que Brawn entra com o seu golpe de génio, quando ordena que Schumacher fosse à boxe e abastecesse uma segunda vez na volta 43, três voltas antes de Hakkinen fazer o seu segundo reabastecimento. Coulthard faz o mesmo, mas mete mais gasolina, perdendo tempo e o segundo posto para o alemão. Metade do trabalho estava feito.

Três voltas depois, Hakkinen reabastece, e com isso, o alemão vai para a frente da prova. Tinha enganado os McLaren, e estava bem mais leve que eles. Apesar de um pequeno despiste na volta 52, por causa do seu ritmo bem elevado, Schumacher aproveitava para afastar cada vez mais dos McLaren, que tinham os seus problemas. É que Hakkinen lutava contra problemas com os seus amortecedores, e cedia para Coulthard, que recorde-se, tinha mais gasolina, mais peso e era mais lento que o alemão.

Mas a ele lhe faltava um reabastecimento, e isso acontece na volta 62. Mete gasolina suficiente para ir até ao fim a sai da pista com um avanço de cinco segundos, e aumenta para 9.4 no momento em que cruza a meta, com Hakkinen a ser um mero sexto, por causa dos problemas que tinha no seu carro.

No final da corrida, Schumacher contava o que aconteceu:

"Fomos para a corrida com a possibilidade de parar por duas ou três vezes", começou por dizer. "Mas quando o Ross [Brawn] optou pelas três, fiquei preocupado que fosse a escolha errada, porque naquela altura estava preso atrás do Villeneuve. Eu tinha feito o primeiro reabastecimento ates dos McLaren, na esperança de voltar à pista antes deles. Mas isso não aconteceu. Felizmente a corrida se desenvolveu de forma de forma que me permitiu não perder a esperança. Ainda faltava muito e eu continuei andando sempre no limite. Foi uma corrida sempre com andamento de qualificação", concluiu.

Em jeito de conclusão, não foi só o ritmo diabólico do Schumacher. Também houve mais coisas, como os Goodyear que se adaptaram bem ao sol escaldante da Hungria, os problemas do Hakkinen com o seu carro, e o carro mais pesado de Coulthard, incapaz de acompanhar o ritmo do alemão. Os McLaren, que deveriam ser superiores aos Ferrari e tiveram ali um dos seus primeiros "match-points", falharam em toda a linha. 

No final do ano, o Francisco Santos, no seu anuário, escrevia sobre esta corrida:

"Não pode haver dúvidas: Michael Schumacher é o melhor piloto da actualidade, um génio comparável aos grandes de todos os tempos, como Senna, Prost, Clark Fangio e outros. Sua performance no carro permite a outros génios, na boxe, como Ross Brawn, possam optar por estratégias que com outros pilotos não seriam viáveis. O par ganhou dois títulos na Benetton e agora consegue maravilhas como estas na Ferrari. Mesmo assim, a McLaren poderia - aliás, deveria - ter ganho esta prova, não fossem os erros de estratégia e falhas técnicas, imperdoáveis em pretendentes ao título."

E isto acontecia num Schumacher que ainda iria sofrer mais na Scuderia até alcançarem o zénite, no ano 2000 e iniciar uma era na Formula 1. 

WRC: Citroen não diz o que vai fazer em 2021

A Citroen não revela os seus planos para além de 2020, sobre se participará no desenvolvimento dos híbridos para 2022, se fará um ano sabático, como fez quando desenvolveu o C4 WRC e o C3 WRC. Linda Jackson, a CEO da Citroen, disse à revista Motorsport News que o foco está nesta e na próxima temporada, sem dizer o que farão depois, pois também coincide com o abandono de Sebastien Ogier no WRC. 

"Neste momento quero que nos foquemos em 2019 e 2020 para maximizar o nosso investimento. Não irei falar do que virá a seguir. Quero que a motivação da equipa esteja nos próximos dois anos, têm de estar cem por cento focados no que estão a fazer agora," referiu Jackson. 

Mesmo a ideia que flutua dentro da FIA, de haver carros híbridos no WRC, e uma certeza nas marcas, pelo menos na Citroen. E mesmo que exista, eles mesmos ainda poderão pensar se valerá a pena continuar nos ralis. Pelo menos, é o que Jackson fala.

"Tal como os outros construtores vamos esperar até ao último minuto para entender os regulamentos. Estamos prontos para fazer o que tiver de ser feito.", afirmou.

Desde meados deste ano que a FIA e os construtores falam sobre a adopção dessa tecnologia, e até agora, já definiram que o kit eléctrico a equipar os WRC deverá ter cerca de 90 cavalos de potência, e deverá ser obrigatória a sua utilização nas cidades nos percursos de ligação. E esse kit terá de ser comum a todos os construtores. O regulamento definitivo terá de ser divulgado no final deste ano para que as equipas comecem a trabalhar nos novos carros a estrear em 2022.