sábado, 27 de maio de 2017

As imagens do dia



Eu não deveria estar a meter estas fotos (porque isto é um sitio respeitável e as poucas vergonhas não são para aqui chamadas), mas como é Formula 1 e como achei graça à "estória", achei por bem meter aqui o meu "momento Playboy". Ou se preferirem, nada que não vejam na praia no verão...

Eu via isto este sábado num dos fóruns onde costumo passear, o MotoART, e isto vem do GP dos Estados Unidos Oeste, em 1980. E isto mostra algo que já não existe hoje em dia... pelo menos desta maneira. Falamos dos (das) oportunistas que aproveitavam estes eventos para darem nas vistas. E numa era pré-Ecclestoniana como era aquela, ver essas garotas que aproveitavam a ocasião para se "mostrar ao mundo", era um "fait-divers" bem interessante para aquela corrida. E ver a credencial pendurada nos calções dela, fica-nos a pensar como é que ela arranjou uma coisa dessas, não é?

No final, Nelson Piquet acabou por vencer à frente de Riccardo Patrese e Emerson Fittipaldi, e Clay Regazzoni teve um grave acidente, tão grave que terminou a sua carreira, pois ficou paraplégico. E quanto à senhora, não ouvimos mais falar dela...

CNR: Rali Vidreiro com novidades

O rali de Portugal acabou na semana passada, mas já se apresenta o próximo rali, o do Vidreiro. A realizar nos dias 9 e 10 de junho, vai ser a sexta prova do Nacional de Ralis, e a organização mostrou ontem algumas novidades em relação à edição deste ano.

A maior delas todas será o facto do rali se deslocar para a zona de Pombal, mais concretamente Mata Mourisca e Assanhas da Paz, do qual os carros irão passar por duas vezes, num total de quatro vezes, das nove que vão constituir o rali. Mata Mourisca terá 13,43 quilómetros de extensão, enquanto que Assanhas da Paz terá 11,98 quilómetros de troço cronometrado.

Nuno Jorge, da organização, afirmou que foram feitas as devidas diligências para que os pilotos possam fazer as ligações o mais depressa possível, com uma ligação pelas auto-estradas A8 e A17. 

Escutamos a opinião dos pilotos e tentamos ir ao encontro das suas expectativas. Todos os carros vão ter instalado um sistema de via-verde da organização e as ligações vão ser feitas, sempre que possível, em auto-estrada. A decisão de terminar o rali em São Pedro de Moel é arriscada mas estamos confiantes que vai proporcionar a todos um momento fantástico”, comentou. 

Em suma, o rali terá nove especiais, e terá início pelas 17 horas de sexta-feira, dia 9 de Junho, com duas passagens pelo troço do Farol, cuja partida acontecerá cerca de 500 metros a norte do Farol de São Pedro de Moel, para atravessar depois o Pinhal de Leiria. 

Mais tarde, pelas 21 horas, haverá uma super-especial noturna nas principais artérias da Marinha Grande, para o deleito de milhares de pessoas. No sábado, 10 de junho, o rali desloca-se para norte, para o concelho de Pombal, onde se realizam as novas especiais, voltando depois a São Pedro de Moel para a mítica passagem pelo troço de S. Pedro.

Formula 1 2017 - Ronda 6, Mónaco (Qualificação)

Sabendo que normalmente, este é o fim de semana mais importante do ano, nesta temporada da Graça de 2017, não se esperava que as expectativas estariam ainda mais altas do que o normal. Nem tanto por causa dos novos regulamentos ou do equilíbrio cada vez maior entre Mercedes e Ferrari, mas também temos de falar... dos ausentes. Falta Fernando Alonso, mas para onde foi acrescentou maior expectativa entre os fãs que nem o regresso (temporário) de Jenson Button ao cockpit de um Formula 1 conseguiu atenuar.

Ter um fim de semana com GP do Mónaco e as 500 Milhas de Indianápolis pode ser maravilhoso para o adepto que vê isto tudo no conforto da sua casa, mas para o piloto de automóveis, significa uma escolha, e foi isso que o espanhol da McLaren fez. Ao escolher o "Brickyard" afasta-se temporariamente da depressão que se tornou a McLaren-Honda, e dá a Jenson Button a oportunidade de interromper o seu ano sabático, e ver como andam as coisas por ali. Decerto que vai ver que pouco ou nada mudou... a não ser os novos carros, claro.

Mas tirando o "buzz" sobre o espanhol, agora queria-se ver como é que este pelotão da Formula 1 se comportaria nas ruas do Principado monegasco. A Haas, por exemplo, vinha com uma nova pintura, com a frente a lembrar um pouco os Brabham do inicio da década de 80, restando saber se isso daria algum pulo na grelha de partida. E por fim, a Force India colocou uns números pintados de forma decente, para assim não andar a pagar a cada quinze dias o equivalente a um automóvel de tamanho médio à FIA...

Debaixo de sol e de um tempo primaveril, a qualificação começou com a normalidade típica do Mónaco. E essa normalidade significava alguns "in extremis" e uma ou outra batida, como aconteceu a Marcus Ericsson, que bateu na Chicane do Porto, e - azar dos azares - prejudicou o seu companheiro de equipa, Pascal Wehrlein. Mas no meio disto tudo, começamos a ver um vislumbre do que viria aí: os Ferrari a mostrarem que são os melhores neste momento, e as dificuldades dos pilotos da Mercedes em sítios mais fechados, como Lewis Hamilton tinha mostrado em Sochi, mas não à escala do que iríamos ver por ali.

E por causa disso, a Mercedes nem era a segunda melhor equipa: era a Red Bull, com Daniel Ricciardo a superar Max Verstappen, e colocando temporariamente os seus carros no topo da tabela de tempos, antes de Kimi Raikkonen colocar ordem na coisa.

No final da Q1, os Sauber ficaram de fora, acompanhados pelo Force India de Esteban Ocon, o Williams de Lance Stroll e o Renault de Joylon Palmer. E do outro lado, o mais surpreendente era Stoffel Vandorne, que era sexto, seis lugares à frente de Jenson Button, que era 12ª nesta Q1... mas depois de se saber que teria de cumprir uma penalização de quinze lugares. 

E na Q2, Hamilton não estava mesmo confortável. Evitou in extremis uma batida na Massenet, e foi para as boxes, queixando-se que não estava confortável. Depois voltou para a pista - pois a sua passagem para a Q3 estava em risco - e lá tentava uma volta suficiente para entrar na Q3. Tudo isto depois de Kimi Raikkonen ter feito 1.12,231 e era o melhor desta fase da qualificação. E Vettel era o segundo.

E as coisas estavam tão complicadas que quando Hamilton tentou a sua última chance... viu bandeiras amarelas quando o carro de Stoffel Vandoorne acabou batido na curva anterior à La Rascasse. A sua chance acabou e Hamilton saía de 14º da grelha. E em contraste, os McLaren estavam na Q3! Mas isso era "pirrico", porque o carro de Vandoorne estava danificado, e Button tinha aquela penalização para cumprir. E a acompanhar Hamilton, ficavam o Toro Rosso de Daniil Kvyat, o Haas de Kevin Magnussen, o Renault de Nico Hulkenberg e o Williams de Felipe Massa.

E agora, na Q3, o interesse era saber se os Red Bull e o Mercedes de Valtteri Bottas poderiam "furar" entre os Ferrari e evitar não só a pole, mas o monopólio da primeira fila por parte dos carros de Maranello. Raikkonen marcou um tempo de 1.12,296, com Ricciardo e Vettel logo a seguir. Bottas e Verstappen vinham logo a seguir, mas as coisas andavam um pouco mais complicadas para marcar tempo.

O final foi interessante. Bottas conseguiu aproximar-se, mas marcou um tempo dois décimos mais lento, Raikkonen melhorou para 1.12,178, Vettel não conseguiu mais do que o segundo lugar, com 1.12,221. Bottas ficou... dois milésimos mais lento, e Verstappen conseguiu o quarto melhor tempo.

Assim sendo, pela primeira vez em quase nove anos, Kimi Raikkonen fazia a pole-position, com um monopólio da Scuderia na primeira fila da grelha. Claro, Kimi agradeceu aos seus membros da equipa à sua maneira, e como dizia alguém: "quando ele quer ser 'cool', é o Mr Freeze". E claro, Kimi fazia cair um recorde com 40 anos: é que antes dele, o piloto que esteve mais tempo entre duas poles tinha sido Mário Andretti, entre o GP dos Estados Unidos de 1968 e o GP do Japão de 1976.

Amanhã, há risco de isto ser uma procissão de duas horas, mas bem pensado, amanhã também é um dia onde não temos os olhos colocados senão naquela pista. Anos e anos de "glamour" e epopeias passadas nos levaram a tal coisa...

sexta-feira, 26 de maio de 2017

Domingo... vai chover!

Vai chover em Indianápolis, e as coisas podem sem complicadas em termos de corrida. Uma rápida consulta ao boletim meteorológico mostra que à hora da corrida, as possibilidades de chuva são de 55 por cento, logo, poderemos ir a caminho de uma corrida cheia de interrupções... ou até se prolongar por mais do que um dia.

Segundo o boletim meteorológico, entre as 10 até às 18 horas, as possibilidades de chuva - e trovoada - são bem grandes, superiores a 50 por cento. Poderá cair chuva ligeira a moderada, numa temperatura média de 24 graus. Ora, como a corrida não pode decorrer debaixo de uma pista molhada, é altamente provável que tenhamos os carros mais tempo parados nas boxes do que na pista. E a possibilidade de haver corrida na segunda-feira, dia 29 de maio, poderá ser grande, pois nesse dia não está prevista chuva na zona de Indianápolis.

Em suma, a ideia de termos umas "24 Horas de Indianápolis" é bem real. E pode haver muita gente que vai ficar à espera por horas para uma corrida que poderá ou nem começar... ou nem acabar. 

quinta-feira, 25 de maio de 2017

Há quem não queria que Fernando Alonso vença em Indianápolis

A presença de Fernando Alonso no Indianápolis Motor Speedway causou impacto. Todos viram até que ponto é que a presença do piloto espanhol fez com que milhares vissem as sessões de treinos livres na página da Indy Car Series no Youtube e Facebook, e a Europa vai estar ainda mais atenta à sua performance, ainda mais logo depois do GP do Mónaco, a prova que deveria correr, mas no seu lugar, apareceu Jenson Button para o seu "one-off" deste ano, regressando do seu ano sabático.
  
Mas há quem ache que a presença de Alonso seria prejuducial. O colunista Gregg Doyel, do jornal Indianápolis Star, acha que tendo Fernando Alonso é ótimo para a publicidade - e visibilidade - da prova, ele não quer que ele vencesse a prova. Ele fala que Alonso seria "o homem errado" para vencer. Não só porque a concorrência vai fazer de tudo na pista para o bater - o que é normal - mas também é porque ele é "o tipo de fora", ou seja, o estranho ao pelotão da IndyCar Series que chegaria ali à prova mais importante - e mais rica do ano - e chegaria ao lugar mais alto do pódio, bebendo o leite e tendo o seu busto no Borg-Warner Trophy, aquele enorme troféu que nós conhecemos.

Mas também há outra coisa que ele fala e poucos ficam atentos. Ele conta que certo dia, durante as conferências de imprensa, Graham Rahal sentou-se ao lado do catalão Oriol Serviá, e quando os jornalistas faziam perguntas a Serviá sobre Fernando Alonso, Rahal interrompeu-os e perguntou: "Ele não é o único piloto que vai correr aqui, pois não?". De facto, ter Alonso ali trouxe muita atenção à corrida, mas do número extra de jornalistas que andam por ali, a esmagadora maioria só tem o piloto da McLaren em vista. E sobre isso, os outros pilotos não gostam muito. Logo, se o baterem, seria ótimo para as suas carreiras e mostrar que não são uns meros secundários, que vieram ali fazer parte da paisagem.

E claro, Rahal (filho de Bobby Rahal, vencedor das 500 Milhas em 1986), até é dos mais simpáticos acerca dele. "Espero que apareça mais vezes por cá. E claro, seria fantástico batê-lo", afirmou. 

E claro, para o bem da IndyCar, ele espera que não vença. Por um lado, é o ego dos pilotos - imaginem quantos não vão dizer para eles mesmos "Batemos Fernando Alonso"? E por outro, se ele vencesse, não voltaria mais, porque já tinha feito a parte que necessitava para tentar completar a famosa "Tripla Coroa do Automobilismo", ou seja, ganhar o GP do Mónaco (ou o Mundial de Formula 1), as 500 Milhas e as 24 horas de Le Mans. E como Alonso vai largar do quinto lugar no domingo, as suas possibilidades de vitória aumentaram exponencialmente. 

E a Historia ajuda os pilotos que vieram da Formula 1 para correr ali. Jim Clark venceu em 1965 e andou sempre muito bem nos outros anos em que participou. Foi segundo classificado em 1963, pole em 1964 e outra vez segundo em 1966, atrás de Graham Hill, que foi o vencedor. Aliás, o próprio Hill ganhou ali... no seu ano de estreia, que não o prejudicou nas suas participações no GP do Mónaco, onde venceu por cinco vezes, como é sabido. E outros pilotos com experiência de categorias de acesso europeias, ainda antes de chegarem à Formula 1, deram-se muito bem quase à primeira: Jacques Villeneuve foi o "rookie do ano" em 1994, quando foi segundo, e no ano seguinte, ele venceu. No ano 2000, Juan Pablo Montoya chegou lá com o carro da Chip Ganassi... e venceu. E nem falamos de Alexander Rossi, que foi o mais recente "rookie" a vencer, depois de meio ano a correr na Formula 1, ao serviço da Manor, e algumas temporadas na GP2, onde foi vice-campeão em 2015.

E mesmo os americanos que foram correr à Europa, na categoria máxima do automobilismo, deram-se bem no "Brickyard": em 1985, dois anos depois de ter corrido na Tyrrell, Danny Sullivan venceu as 500 Milhas depois de ter feito um espectacular pião a meio da corrida. E em 1998, quase uma década depois de ter corrido pela última vez na Formula 1, Eddie Cheever inscreveu o seu nome na lista de vencedores.

Em suma, Fernando Alonso é o nome do qual todos falam. Mas que todos querem bater, e sobretudo, não o ver no lugar mais alto do pódio.

A odisseia de Jeanette Kvick

O rali de Portugal já foi há quase uma semana, mas toda a gente sabe que participar num rali do WRC é um sonho, especialmente aqueles que encaram o automobilismo com paixão, mais até do que o profissionalismo. Contudo, há "estórias" em que... contado, ninguém acredita. Foi o que aconteceu à dinamarquesa Jeanette Kvick, que iria ser a navegadora da alemã Edith Weiss, e ambos iriam fazer o Rali de Portugal a bordo de um Peugeot 208 R2.

Tudo começou quando Weiss chegou a Portugal com um dia de atraso não é apenas um dia de atraso, chegando depois de Kvick, que tinha reservado um quarto de hotel e alugado um carro para o reconhecimento (Recce). Quando ambas se encontraram, Kvick perguntou sobre a sua experiência de piloto, com ela a responder que tem afirmava ter muita experiência e já tinha corrido várias vezes no WRC. "Eu tinha uma mulher dizendo que sabia o que fazia. Mas parecia vir de outro planeta", dizia Kvick, ingenuamente embarcando numa história e não esclarecer todas as questões importantes relativas ao alojamento e treino.

Os dias seguintes foram marcados por constantes atrasos nos testes e no "shakedown", e Kvick não escondeu o espanto quando viu que Weiss preferia passar o tempo a aproveitar a boa comida e cerveja portuguesas, desde o momento em que sentou pela primeira vez no carro. A tensão culminou pouco antes do início oficial do Rally de Portugal. "Ela não me escutava, bebia álcool e depois saia do carro sem dirigir uma palavra. Após cerca de uma hora, ela ainda não estava "de volta ao carro", descreveu Kvick. Assim sendo, decidiu devolver o "roadbook" e foi embora ainda antes do rali começar. "Nos meus 17 anos que tenho de co-piloto, mas esta foi a experiência mais bizarra que eu já experimentei", disse Kvick.

Já na sua Dinamarca natal, Kvick contou as suas peripécias na sua página do Facebook, afirmando que estava decepcionada com a experiência, e com razão. Depois, contou que tinha recebido um aviso proveniente de um delegado sueco da FIA, avisando que Weiss não era novata nestas coisas. Ao longo de vinte anos, desde os anos 90 até 2012, ela tinha participado regularmente em alguns ralis do Médio Oriente, e tinha sido sempre um "pesadelo" para os organizadores. 

Colocando ao público o e-mail que ela colocou na sua página, revela o tipo de pessoa que Weiss foi para os ralis: "Weiss competiu ou tentou competir em países árabes entre o final dos anos 90 e 2010, e foi sempre o horror dos organizadores. Ela sempre trouxe o carro sem co-piloto, sem apoio e sem dinheiro. No início, os organizadores ajudavam o marido e ela estava feliz por estar na lista de inscritos, mas no final, havia muitos que procuraram razão para não ter de aceitar a sua reclamação. Era fácil [de detectar], porque ela nunca pagou qualquer taxa de inscrição. Interessante será saber o que realmente vai fazer a Portugal".

No final da odisseia, agora avisada do tipo de pessoa que é - mas os aventureiros nos ralis nunca deixarão de aparecer - ela diz ter aprendido a lição: "Nunca mais me sentarei num carro com ela ao volante!", disse, em jeito de conclusão.

quarta-feira, 24 de maio de 2017

Uma complicação chamada Portimão

Já foi encontrado o substituto de Jarama para a segunda ronda do TCR Ibérico, marcado para os dias 10 e 11 de junho. Irá ser o autódromo de Portimão... depois de muita confusão com o seu nome. É que a pista algarvia foi inicialmente sugerida pela Full Eventos, a entidade que organiza o campeonato, mas foi rejeitada por alguns pilotos, ainda não identificados.

Na segunda-feira, a FPAK tinha inicialmente rejeitado a ideia de realizar uma prova em Portimão nos dias 10 e 11 de junho, alegando que "tinha recebido alguns telefonemas de pilotos, pilotos esses que a Full Eventos desconhece, informando que tinham os carros desmontados, preparando já a participação no Circuito de Vila Real".

A Full Eventos "lamentou esta decisão e reitera todo o empenho em encontrar a devida solução para bem dos interesses da velocidade nacional", mas passados dois dias, a FPAK reagiu, afirmando que tinha recebido "informações contraditórias" e decidiu "aceitar a realização da prova na data e local proposto, o que foi ainda possível com a colaboração do promotor, clube organizador, pilotos e equipas".

Assim sendo, a prova de Portimão vai contar para o TCR Ibérico, o campeonato nacional de velocidade e turismo (CNVT) e os Clássicos. E claro, este episódio só revela o Portugal automobilístico no seu melhor...

terça-feira, 23 de maio de 2017

WRC: Andreas Mikkelsen andará na Sardenha pela Citroen

Meio ano depois de ter andado num WRC pela última vez, o norueguês Andreas Mikkelsen andará de novo num carro desses, ao ser um dos pilotos da Citroen no rali sardo, que irá acontecer entre os dias 8 e 10 de junho. Mikkelsen vai substituir Stefan Lefebvre por este rali, mas a sua continuidade está aberta para o futuro.

Yves Matton, o diretor da marca francesa, falou à Autosport britânica as razões pelos quais contratou o ex-piloto da Volkswagen: “Contratámos o Mikkelsen porque os nossos resultados têm estado aquém do pretendido neste início de época. Tendo em conta que só irá ter um dia de testes não terá um objetivo concreto para essa prova, mas queremos ver como será o seu ritmo e consistência, para além da adaptação ao carro”, disse.

Do lado do piloto norueguês, ele não escondeu a sua satisfação e entusiasmo por regressar aos WRC depois de ficar sem lugar na sequência da saída da Volkswagen no final de 2016: “Não era segredo que tenho procurado uma solução para continuar a competir na categoria de topo do WRC desde o final da época de 2016. Portanto estou muito satisfeito por me juntar à Citroën Total Abu Dhabi WRT no Rali de Itália Sardenha. A Citroën tem um registo competitivo impressionante no WRC e estou bastante satisfeito por poder trabalhar com uma equipa assim".

"Ao ganhar o primeiro rali da época em terra [com Kris Meeke no Rali do México], o Citroën C3 WRC mostrou que tem potencial para progredir regularmente. Estou ansioso por rodar nos testes e começar a trabalhar na preparação para o rali. Não há dúvida que vou ter pouco tempo de rodagem no carro no início, mas o principal é voltar a correr na categoria principal numa equipa forte. Gostaria de agradecer a todos o que trabalham para tornar esta oportunidade possível", concluiu.

Mikkelsen estava este ano no WRC2, tendo participado nos ralis de Monte Carlo e Córsega a bordo de um Skoda Fabia R5, tendo acabado em ambos na sétima posição.

Formula E: Divulgado calendário provisório para 2017-18

O calendário da Formula E para a próxima temporada já foi revelado, e contêm muitas novidades. Vai haver duas corridas novas na América do Sul, bem como uma corrida nas ruas de Roma, como já tinha sido anunciado há algum tempo. No total, serão dez corridas, três delas serão rondas duplas, em Hong Kong, Nova Iorque e Montreal.

A grande novidade é que o calendário será mais compacto do que o atual, em que se teve corridas com dois meses de diferença entre eles. O campeonato começará em Hong Kong logo no inicio de dezembro, antes de ir a Santiago do Chile no inicio do ano, e uma paragem na Cidade do México, antes de ir a São Paulo, mais concretamente ao Circuito do Anhembi, no circuito que foi usado parcialmente para a corrida da IndyCar.

O Mónaco sai de cena, e pode haver o regresso de Moscovo, embora a chance de correr em Zurique está em cima da mesa. Caso seja esta última a cidade escolhida, seria a primeira prova em solo suíço desde 1954.

O calendário completo será apresentado a 19 de junho, depois de ser visto e aprovado pela FIA, no seu Conselho Mundial.

Eis o calendário provisório:

2-3 de dezembro - Hong Kong (jornada dupla)
3 de fevereiro - Santiago do Chile
24 de fevereiro - Cidade do México
17 de março - São Paulo
7 de abril - Roma
28 de abril - Paris
19 de maio - Berlim ou Munique
23 de junho - Moscovo ou Zurique
7-8 de julho - Nova Iorque (jornada dupla)
28-29 de julho - Montreal (jornada dupla)

segunda-feira, 22 de maio de 2017

The End: Nicky Hayden (1981-2017)

Depois de quase uma semana, o pior confirmou-se: o norte-americano Nicky Hayden acabou por falecer esta tarde no hospital de Cesena, no centro de Itália, vitima de graves ferimentos na zona da cabeça. O norte-americano, campeão do mundo de MotoGP em 2006, não resistiu aos ferimentos sofridos no passado dia 17 de maio na zona de Misano, depois de ser atropelado por um carro enquanto passeava de bicicleta. Tinha 35 anos de idade.

Nascido a 30 de julho de 1981 em Owensboro, foi batizado de "Kentucky Kid" e vinha de uma familia de motociclistas. O seu pai era corredor e ele herdou o numero 69, usado porque "era o único que poderia ler quando caia no solo". Os seus irmãos mais velhos, Tommy (nascido em 1978) e Roger Lee (nascido em 1983) tiveram carreiras nos Superbikes, com Tommy a ser campeão da AMA Pro Racing em 2004, a bordo de uma Kawasaki, enquanto que Roger Lee foi campeão em 2007 na mesma AMA Pro Racing na classe SuperSport, e dpeois teve passagens pelos Superbikes e Moto GP, sempre numa Kawasaki.

Nicky seguiu os passos dos seus irmãos logo em 1999, na AMA Pro Racing, onde foi campeão na categoria Supersport. Em 2001, aos 19 anos, foi vice-campeão, e no ano seguinte, venceu o Daytona 200, a corrida mais significativa de um campeonato onde terminou no lugar mais alto do pódio, tudo isto num Honda.

Logo a seguir, tentou a sua sorte na MotoGP, e foi logo na categoria rainha. Correndo pela Honda, teve como companheiro de equipa Valentino Rossi. A temporada foi complicada de inicio, mas acabou com dois terceiros lugares, acabando o ano com 130 pontos e o quinto lugar na classificação. No ano seguinte, conseguiu mais dois pódios, terminando o ano no oitavo posto, com 117 pontos. As criticas sobre o seu desempenho acabaram por acontecer, mas no ano seguinte, uma vitória em Laguna Seca e um campeonato mais consistente deram-lhe o terceiro lugar no campeonato, atrás apenas de Marco Melandri e Valentino Rossi.

Em 2006, com Rossi na Yamaha, Hayden tomou conta dos destinos da Honda, para tentarem chegar ao campeonato do mundo e quebrar o domínio do piloto italiano, que já ia desde o ano 2000. A temporada começou com ele a conseguir pódios nas quatro primeiras corridas, antes de vencer em Assen, no GP da Holanda. Voltaria a vencer em Laguna Seca, no GP americano, e parecia estar a caminho da luta pelo título, e podia ter perdido tudo quando Dani Pedrosa, então seu companheiro de equipa, o derrubou no GP de Portugal, no Estoril. Na última corrida do ano, em Valencia, Hayden aproveitou a queda de Valentino Rossi para ser terceiro e conseguir os pontos suficientes para ser campeão do mundo, ao serviço da Honda. Tudo isto aos 25 anos de idade.

No ano seguinte, depois de assinar com a marca japonesa por duas temporadas, Hayden lutou contra uma mota que não desenvolvia como deveria de ser. A performance ressentiu-se nos resultados, a favor de Dani Pedrosa, e uma queda em Le Mans não melhorou as coisas. No final, três terceiros lugares foi o melhor que alcançou, acabando no oitavo lugar da classificação. Em 2008, as coisas foram um pouco melhores, apesar de uma lesão num dos joelhos o impediu de correr em duas corridas. No final, foi sexto classificado, antes de no final dessa época, se ter decidido correr para a Ducati, correndo ao lado do australiano Casey Stoner.

A temporada de 2009 foi dificil para o piloto. Acabou em posições intermédias no inicio da temporada, e só conseguiu um pódio em Indianápolis, sendo terceiro. Acabou a temporada na 13ª posição, a pior até então, mas em 2010, as coisas melhoraram um pouco, especialmente depois de ter sido operado ao seu braço direito, para se recuperar de uma lesão. Em 2011, Stoner foi-se embora e no seu lugar veio Valentino Rossi, e a temporada até começou bem, com um terceiro lugar em Jerez. Sem ele saber, tinha alcançado o seu último pódio na Moto GP.

Em 2012 e 2013, Hayden levava a sua moto em lugares intermédios, mas sem deslumbrar. Em Indianápolis, uma queda quando tentava conseguir melhor tempo fez com que fraturasse a mão direita e falhasse duas corridas. Libertado do seu contrato no final da temporada de 2013, regressou à Honda em 2014, correndo na Aspar Team, mas os resultados não foram os melhores. Um oitavo lugar no Qatar foi o seu melhor, acabando a temporada na 16ª posição, com 47 pontos.

No final de 2015, depois de mais uma temporada modesta, decidiu mudar-se para as Superbikes, correndo pela Ten Kate Racing, a bordo de um Honda. Teve bons resultados, incluindo uma vitória na Malásia, e três pódios, acabando a temporada no quinto lugar, com 248 pontos. Este ano, Estava a ser mais complicado, com um sétimo lugar na Tailândia como melhor resultado.

Ouvimos sempre que a vida pode ser cruel, quer para nós, quer para os outros. Ver alguém a arriscar a sua vida a cada curva, a mais de 300 km/hora para depois acabar num passeio de bicicleta, enquanto ainda podia dar muito para o desporto, mostra até que ponto isto pode ser inesperado e terminal. Hayden pode não ter sido um dos melhores da sua geração, mas marcou presença no pelotão da MotoGP por uma década, mostrando que conseguia competir ombro a ombro. O seu acidente faz lembrar o de Michael Schumacher, mas o alemão ainda segue vivo - e longe de olhares indiscretos, como sabemos.

O ser humano desaparece agora, passou à História. Tal como os seus feitos na pista. Ars longa, vita brevis, Nicky.

domingo, 21 de maio de 2017

Youtube Indy500 Lap (II): As voltas de Fernando Alonso nas 500 Milhas


E acabou agora há pouco a qualificação para as 500 Milhas de Indianápolis. O neozelandês Scott Dixon foi o melhor, com a terceira melhor média de sempre no "Brickyard" - sendo superado apenas por Roberto Guerrero, em 1992 e Tony Stewart, em 1996 - mas a grande novidade foi Fernando Alonso, que, entrando no dia anterior no "fast 9", que define as três primeiras filas da grelha, conseguiu ser quinto classificado - e o melhor dos "rookies" - tendo apenas na sua frente Dixon, Ed Carpenter, Alexander Rossi (o vencedor do anos passado) e o japonês Takuma Sato.

Em suma, três pilotos com passagem pela Formula 1 nos cinco primeiros lugares. Que ele tem uma chance de vencer, tem, para ver se consegue fazer algo que apenas Graham Hill fez: vencer no seu ano de "rookie", como piloto ativo na Formula 1.

Agora, deixo-vos com o video das duas voltas de qualificação.

IndyCar: Davison substitui Bourdais

O australiano James Davison será o substituto de Sebastien Bourdais nas 500 Milhas de Indianápolis - e provavelmente, do resto da temporada - da IndyCar. O anuncio foi feito esta manhã pela Dale Coyne, poucas horas depois do acidente do piloto francês, que causou fraturas na bacia e na anca.

A equipa espera que ele possa entrar dentro do carro na segunda-feira, dentro de um dos carros de reserva, onde possa marcar um tempo para poder participar nas 500 Milhas de Indianápolis. E ele vai poder dispensar algumas das passagens anteriores, pois se torna uma emergência. Davison correu pela última vez em 2015, onde terminou na 27ª posição.

"Nós certamente faremos o melhor que pudermos com o tempo e o equipamento que temos", começou por dizer Davison. "Nós só temos o carro de estrada para construir, então vamos começar pela última vez e o Dale tem os melhores mecânicos e tripulantes aqui, então eu estarei pronto para ir [à pista] assim que eles me digam que é hora", concluiu.

Davison esteve a correr no Pirelli World Challenge na categoria GT, a bordo de um Nissan GT-R GT3. 

Youtube IndyCar Crash Classic: O acidente de Danny Ongais (1981)

Hoje, Danny Ongais faz 75 anos de idade. O único havaiano da história do automobilismo, teve uma carreira longa em várias provas nos Estados Unidos, mas também incluiu algumas corridas na Formula 1, entre 1977 e 1978. Sempre veloz, nunca venceu nas 500 Milhas ou na USCA e na CART, mas a sua velocidade sempre impressionou, especialmente quando correu nos Porsches da Interscope Racing, de Ted Field.

Contudo, como é fim de semana de Indianápolis, recordo de um terrivel acidente com quase 36 anos: em 1981, Ongais corria num carro da Interscope quando bateu bem forte na Curva 3. Apesar da destruição e da maneira horrivel como ficou o piloto, recuperou o suficiente para poder correr no ano seguinte... e isto, numa altura em que a segurança era bem menos da que existe agora. 

Quanto à sua carreira no "Brickyard", o seu grande ano já tinha acontecido em 1979, com um quarto lugar, mas ainda conseguiu resultados de relevo, especialmente em 1996, quando já tinha 54 anos e foi correr no carro do malogrado Scott Brayton, depois de este ter feito a pole-position e ter sofrido o seu acidente mortal durante uma sessão de treinos livres. Ongais acabou a corrida no sétimo posto.

WRC 2017 - Rali de Portugal (Final)

Foi duro, mas no final Sebastien Ogier conseguiu levar a melhor, vencendo pela quinta vez em terras portuguesas, e pela segunda vez nesta temporada, num campeonato bem equilibrado que está a ser o de 2017. O piloto francês conseguiu bater Thierry Neuville por 15,6 segundos, e foi o único que ficou abaixo de um minuto na classificação final.

É muito bom. É fantástico estar no lugar mais alto do pódio. Senti-me muito bem no carro. A equipa esteve perfeita e vai adorar este triunfo. O carro foi espetacular. Eles merecem, foi um esforço conjunto. Tenho a certeza que se eles puderem me dão um carro novo para cada rali", falou Ogier no final da prova.

Com passagens por Fafe, Luílhas e Montim, antes da Power Stage de Fafe, o dia começou com Ogier, Neuville e o estónio Ott Tanak a ficaram no mesmo segundo, numa especial vencida por Hayden Paddon, que voltava no "Rally2" depois da desistência de ontem devido a problemas na direcção assistida do seu Hyundai. “Fiquei satisfeito pela forma como me correu esta classificativa. Penso que toda a gente está a dar o máximo. É complicado andar depressa nestes troços”, disse Ogier.

Contudo, a passagem por Luílhas atrasou-se um pouco quando Quentin Gilbert capotou no salto de Pedra Sentada com o seu Skoda Fabia R5. Mas apesar do atraso, ela se realizou, com Ogier a alarhgar a sua diferença em 3,3 segundos sobre Thierry Neuville e Sani Sordo, e 3,6 sobre Ott Tanak. eE claro, a diferença aumentou para 19,3 segundos para o homem da Hyundai. Agora, faltavam menos de 20 quilómetros para o final do rali, e em circunstâncias normais, a vitória já não escapava a Ogier.

Assim sendo, pouparam pneus para a Power Stage e quem brilhou foram Paddon e Kris Meeke, outro que voltara à prova via "Rally2". Ambos foram os dois primeiros na 18ª especial, em Montim, com Ogier a perder 5,9 segundos, enquanto que Neuville só perdia 4,1 segundos. Mas nada incontrolável, apesar de Tanak ter sido o vencedor da Power Stage, com Ogier a ser o quinto, a 2,3 segundos, tendo na sua frente Neuville, Evans e Lappi. E a marcar o Power Stage, o capotanço de Andreas Mikkelsen, que assim perdeu a chance de vencer na classe WRC2.

Assim, com Dani Sordo a ser terceiro com o segundo Hyundai, a um minuto do vencedor, os pilotos que ficaram atrás estavam a uma distância do qual não eram incomodados. Ott Tanak foi quarto, a um minuto e meio e Craig Breen deu o melhor resultado do rali à Citroen, sendo quinto, a um minuto e 57. Elfyn Evans foi o sexto, a três minutos e dez, longe de Juho Hanninen, o melhor dos Toyota, a três minutos e 48 segundos. Mads Ostberg foi o oitavo, na frente dos Toyota de Jari-Matti Latvala e Esapekka Lappi.

Feitas as contas finais, Ogier lidera com 128 pontos, mais 22 que Thierry Neuville, enquanto que Jari-Matti Latvala é o terceiro, com 88 pontos, mais cinco que Ott Tanak.

O WRC prossegue na Sardenha, entre os dias 9 e 11 de junho.  

Youtube Indy500 Lap: As voltas de Fernando Alonso nas 500 Milhas

Este sábado e domingo são as sessões definidoras da grelha de partida. Primeiro, é o "Fast 9", onde se escolhem os nove mais velozes para depois, no dia seguinte, tentarem a sua sorte para ficarem com a pole-position. E parece que Fernando Alonso está no bom caminho, pois neste sábado foi sétimo, sendo o melhor "rookie" nesta edição. O melhor foi Ed Carpenter, que poderá estar a caminho de uma terceira pole no Brickyard pela terceira vez na sua carreira.

Mas agora, coloco aqui a passagem do piloto espanhol, as quatro voltas que lhe deram o acesso à pole-position. E o asturiano tem a concorrência de pilotos como Tony Kanaan, Marco Andretti, Takuma Sato, Alexander Rossi, Scott Dixon ou Will Power.