Nascido a 30 de julho de 1981 em Owensboro, foi batizado de "Kentucky Kid" e vinha de uma familia de motociclistas. O seu pai era corredor e ele herdou o numero 69, usado porque "era o único que poderia ler quando caia no solo". Os seus irmãos mais velhos, Tommy (nascido em 1978) e Roger Lee (nascido em 1983) tiveram carreiras nos Superbikes, com Tommy a ser campeão da AMA Pro Racing em 2004, a bordo de uma Kawasaki, enquanto que Roger Lee foi campeão em 2007 na mesma AMA Pro Racing na classe SuperSport, e dpeois teve passagens pelos Superbikes e Moto GP, sempre numa Kawasaki.
Nicky seguiu os passos dos seus irmãos logo em 1999, na AMA Pro Racing, onde foi campeão na categoria Supersport. Em 2001, aos 19 anos, foi vice-campeão, e no ano seguinte, venceu o Daytona 200, a corrida mais significativa de um campeonato onde terminou no lugar mais alto do pódio, tudo isto num Honda.
Logo a seguir, tentou a sua sorte na MotoGP, e foi logo na categoria rainha. Correndo pela Honda, teve como companheiro de equipa Valentino Rossi. A temporada foi complicada de inicio, mas acabou com dois terceiros lugares, acabando o ano com 130 pontos e o quinto lugar na classificação. No ano seguinte, conseguiu mais dois pódios, terminando o ano no oitavo posto, com 117 pontos. As criticas sobre o seu desempenho acabaram por acontecer, mas no ano seguinte, uma vitória em Laguna Seca e um campeonato mais consistente deram-lhe o terceiro lugar no campeonato, atrás apenas de
Marco Melandri e
Valentino Rossi.
Em 2006, com Rossi na Yamaha, Hayden tomou conta dos destinos da Honda, para tentarem chegar ao campeonato do mundo e quebrar o domínio do piloto italiano, que já ia desde o ano 2000. A temporada começou com ele a conseguir pódios nas quatro primeiras corridas, antes de vencer em Assen, no GP da Holanda. Voltaria a vencer em Laguna Seca, no GP americano, e parecia estar a caminho da luta pelo título, e podia ter perdido tudo quando
Dani Pedrosa, então seu companheiro de equipa, o derrubou no GP de Portugal, no Estoril. Na última corrida do ano, em Valencia, Hayden aproveitou a queda de Valentino Rossi para ser terceiro e conseguir os pontos suficientes para ser campeão do mundo, ao serviço da Honda. Tudo isto aos 25 anos de idade.
No ano seguinte, depois de assinar com a marca japonesa por duas temporadas, Hayden lutou contra uma mota que não desenvolvia como deveria de ser. A performance ressentiu-se nos resultados, a favor de Dani Pedrosa, e uma queda em Le Mans não melhorou as coisas. No final, três terceiros lugares foi o melhor que alcançou, acabando no oitavo lugar da classificação. Em 2008, as coisas foram um pouco melhores, apesar de uma lesão num dos joelhos o impediu de correr em duas corridas. No final, foi sexto classificado, antes de no final dessa época, se ter decidido correr para a Ducati, correndo ao lado do australiano
Casey Stoner.
A temporada de 2009 foi dificil para o piloto. Acabou em posições intermédias no inicio da temporada, e só conseguiu um pódio em Indianápolis, sendo terceiro. Acabou a temporada na 13ª posição, a pior até então, mas em 2010, as coisas melhoraram um pouco, especialmente depois de ter sido operado ao seu braço direito, para se recuperar de uma lesão. Em 2011, Stoner foi-se embora e no seu lugar veio Valentino Rossi, e a temporada até começou bem, com um terceiro lugar em Jerez. Sem ele saber, tinha alcançado o seu último pódio na Moto GP.
Em 2012 e 2013, Hayden levava a sua moto em lugares intermédios, mas sem deslumbrar. Em Indianápolis, uma queda quando tentava conseguir melhor tempo fez com que fraturasse a mão direita e falhasse duas corridas. Libertado do seu contrato no final da temporada de 2013, regressou à Honda em 2014, correndo na Aspar Team, mas os resultados não foram os melhores. Um oitavo lugar no Qatar foi o seu melhor, acabando a temporada na 16ª posição, com 47 pontos.
No final de 2015, depois de mais uma temporada modesta, decidiu mudar-se para as Superbikes, correndo pela Ten Kate Racing, a bordo de um Honda. Teve bons resultados, incluindo uma vitória na Malásia, e três pódios, acabando a temporada no quinto lugar, com 248 pontos. Este ano, Estava a ser mais complicado, com um sétimo lugar na Tailândia como melhor resultado.
Ouvimos sempre que a vida pode ser cruel, quer para nós, quer para os outros. Ver alguém a arriscar a sua vida a cada curva, a mais de 300 km/hora para depois acabar num passeio de bicicleta, enquanto ainda podia dar muito para o desporto, mostra até que ponto isto pode ser inesperado e terminal. Hayden pode não ter sido um dos melhores da sua geração, mas marcou presença no pelotão da MotoGP por uma década, mostrando que conseguia competir ombro a ombro. O seu acidente faz lembrar o de
Michael Schumacher, mas o alemão ainda segue vivo - e longe de olhares indiscretos, como sabemos.
O ser humano desaparece agora, passou à História. Tal como os seus feitos na pista.
Ars longa, vita brevis, Nicky.