sábado, 6 de janeiro de 2024

O rali de Monte Carlo terá muita neve?


Faltam três semanas para o Rali de Monte Carlo, e ainda falta muito cedo para saber como estará o tempo, mas toda a gente sabe que estamos a meio do inverno. E a fotografia que foi colocada do Col de Turini, na sexta-feira, mostra que o tempo não está para brincadeiras.

Parece que vamos ter um Monte Carlo da ‘velha escola’”, disse o diretor técnico da Toyota, Tom Fowler, ao site de ralis Dirtfish.

Caso aconteça, segundo contam os mais experienciados, o rali, que este ano partirá de Gap, na base dos Alpes, terá muita neve e gelo por cina do asfalto e o rali poderá ser imprevisível, logo, equipas e pilotos poderão lidar com uma enorme dor de cabeça para escolher os pneus nas etapas que acontecerão entre os dias 25 e 28 de janeiro.  

Apreciação critica de "Ferrari"


No primeiro fim de semana do novo ano, consegui ir ao cinema para passar duas horas deste dia - sem intervalo - para assistir a "Ferrari", o filme realizado por Michael Mann e que tem Adam Driver no papel de Enzo Ferrari e Penelope Cruz como Laura Ferrari, a sua mulher e mãe de Dino.

O filme passa-se em 1957, e a Ferrari está em sarilhos. O automobilismo é uma amante cara e não vende carros suficientes para cobrir as despesas. Existe uma corrida que quer vencer, as Mille Miglia, e arranja um bom conjunto de pilotos, entre eles os britânicos Peter Collins e Mike Hawthorn, o alemão Wolfgang von Trips, os italianos Piero TaruffiEugenio Castelloti e o nobre espanhol Alfonso de Portago.

Contudo, há coisas que o trailer não conta e que descobrimos no filme. Que Ferrari tem uma vida dupla, com uma mulher chamada Lina Lardi, que tem um filho, Piero, e Laura sofre com a morte de Alfredo, o seu único filho, e culpa a ele pela sua morte. Ele sofria de uma doença de rins e morreu com 24 anos. Também se descobre da sua rivalidade com a Maserati, que está tão falida que Ferrari, e também precisa de ganhar as Mille Miglia, para poder continuar. Afinal de contas, falamos de gente como Stirling Moss, Juan Manuel Fangio e Jean Behra

Há uma cena que é a da morte de Eugenio Castelloti. A cena é real, mas a namorada dele não estava presente em Modena quando morreu. Contudo, mais tarde, as cenas de "Fon" de Portago com Linda Christian, a atriz que namorava naquela primavera de 1957, eram reais. E algumas coisinhas, algumas cenas do filme, diria que se não aconteceu, poderiam ter acontecido, porque é algo que Ferrari era capaz de fazer. 

As cenas de corrida são realistas. O acidente de Guidizzolo, que mata De Portago e os espectadores, está bem retratado. Nota-se a tensão dentro da fábrica, com os engenheiros e os pilotos, a pressão que era lendária da parte de Ferrari, que os queria no limite, é real. Há a cena de uma corrida que aparentemente acontece em Rouen, no GP de França - na realidade, as cenas foram filmadas em Imola - e até consegue retratar fielmente a atmosfera do Grande Prémio.

Há outras coisas bem mais interessantes, do qual não esperava, era a influência da... mãe de Ferrari. Tem aquelas tensões entre sogra e nora, e de uma certa maneira, a frieza da viúva Ferrari, que viu perder na sua frente o marido, um dos filhos e o neto, e aceitar com um certo pragmatismo o outro neto porque sabe que é ele que dará continuidade à descendência e claro, ao nome Ferrari, que já em 1957, é um motor económico da cidade de Modena. 


Em jeito de conclusão:

- Michael Mann consegue ser um dos melhores realizadores da sua geração. Este filme é tão bom quanto "Miami Vice" ou "Heat", e não ficaria admirado se conseguisse algumas nomeações para os Prémios da Academia. 

- Como filme de automobilismo, as cenas são fiéis, com uma ou outra cena a mais para acentuar o seu dramatismo, como as cenas do Castelloti, por exemplo.

- Ajuda imenso ter sido filmado nas instalações da marca em Modena. A reconstrução é fiel à época, os detalhes estão lá - e curiosamente, encontrei muitas dessas cenas de Modena no filme "Lamborghini". Pena foi o resto... 

No final, afirmo o seguinte: saí do cinema convencido que este "Ferrari" provavelmente, acabou de entrar no pódio dos melhores filmes de automobilismo da história do cinema.      

sexta-feira, 5 de janeiro de 2024

Formula E: Corrida de Hyderabad cancelada


A corrida de Hyderabad, na Índia, inicialmente marcada para o dia 10 de fevereiro, foi esta sexta-feira cancelada, a pouco mais de um mês da sua realização. Isto surge na sequência de uma decisão da Direcção Municipal de Administração e Desenvolvimento Urbano (MAUD), sob controlo do Governo de Telangana, de não cumprir o acordo assinado entre ambas as partes no passado dia 30 de Outubro de 2023.

"As Operações da Fórmula E (FEO) não tiveram outra escolha senão notificar formalmente a MAUD de que está violando o contrato. A FEO está a considerar a sua posição e quais as medidas que poderá tomar ao abrigo do Acordo da Cidade Sede e das leis aplicáveis. Todos os direitos da FEO a esse respeito são reservados.", afirma a Formula E, no seu site oficial.

Com isso, o calendário de 2024 será reduzido para 16 corridas.

Estamos extremamente dececionados com a enorme base de fãs do automobilismo na Índia. Sabemos que sediar uma corrida oficial do campeonato mundial de automobilismo é uma ocasião importante e prestigiosa para Hyderabad e para todo o país. Akbar Ebrahim e sua equipa têm dado um apoio incrível para trazer a Fórmula E para Hyderabad. Eles partilham a nossa deceção com a decisão do governo local, o que significa seu cancelamento.”, afirmou Alberto Longo, CEO da Formula E. 

A Formula E começa a temporada dentro de uma semana, na Cidade do México. 

Lancia? Nos Ralis? Que interessante!


A pouco mais de três semanas do inicio do campeonato do mundo de ralis, em Monte Carlo, fala-se em rumor cada vez mais crescente num regresso da Lancia ao campeonato do mundo de ralis. Segundo conta o site italiano Autosprint, o grupo Stellantis refere que pretendem estar em 2027 no WRC, mais de 30 anos depois da última presença nos ralis.

Aparentemente, seria em duas fases. A primeira, colocando projetos no Rally2, em mãos de privados, para na segunda fase terem um carro oficial, numa altura em que os regulamentos serão modificados. Quanto ao carro escolhido, seria o Ypsilon, cujo novo modelo será apresentado este ano, e que representaria o ressurgimento da marca, que neste momento apenas se vende em Itália.

O CEO da Lancia, Luca Napolitano, declarou recentemente que “queríamos uma equipa de profissionais para construirmos juntos o futuro da marca Lancia, aproveitando um enorme potencial feito de paixão, compromisso e visão”, e pelos vistos, deseja cumprir as suas promessas. Para além disso, Carlos Tavares, o presidente do grupo Stellantis, é um apaixonado pelo automobilismo e participou recentemente no rali de Monte Carlo Histórico ao volante de um Lancia Stratos. 


A Lancia esteve presente oficialmente nos ralis de 1973 até 1993, usando diversos modelos como o Fúlvia, Stratos, Rally037 e no Delta. A Martini foi parceiro da marca em mais de uma década, não só nos ralis mas também nas provas de pista, e as cores da bebida italiana também fazem parte do misticismo da Lancia. Pilotos como Sandro Munari, Markku Alen, Attilio Bettega, Henri Toivonen, Juha Kankkuen, Massimo Biasion, Carlos Sainz, entre outros, correram pela marca fundada em 1906 por Vicenzo Lancia

Noticias: McLaren e Mercedes divulgaram as datas de apresentação dos seus carros


Mercedes e McLaren irão apresentar os seus carros para 2024 no mesmo dia: 14 de fevereiro. A equipa de Brackley terá o W15 pronto ao mesmo tempo que o McLaren MCL37 será mostrado ao mundo. Espera-se do lado da equipa de Woking que o chassis sucessor do MCL60 seja para colocar a equipa num lugar tão bom ou melhor que o quarto lugar do campeonato de Construtores, dando a Lando Norris e Oscar Piastri 302 pontos, sete pódios e três voltas mais rápidas.

No caso do W15, depois de duas temporadas complicadas para Lewis Hamilton e George Russell, o carro, que os responsáveis afirmam que "está a ser modificado em 90 por cento" em relação ao chassis do ano anterior, terá uma posição de condução mais alta, a pedido de Hamilton, e se espera que seja melhor que o ano de 2023, onde conseguiram 409 pontos, o segundo lugar no campeonato de Construtores, oito pódios, uma pole-position e cinco voltas mais rápidas.


Mercedes e McLaren juntam-se a Sauber, Aston Martin, Ferrari, Alpine e Williams em termos de anúncios das apresentações dos seus chassis. Até agora, as apresentações serão entre os dias 5 e 14 de fevereiro.    

quinta-feira, 4 de janeiro de 2024

No Nobres do Grid deste mês...



No final de 1989, o engenheiro Nick Wirth decide montar a Simulation Technology, no escritório da sua casa, em Banburry. SimTek é a abreviatura de uma firma que se dedicava a construir chassis com enfase nos custos, que seriam mais baratos que a tecnologia usada nas equipas de automobilismo, fossem Formula 1 ou outras categorias. Endurance e Turismo seriam outros alvos dos seus projetos, e as equipas poderiam recorrer a eles como uma fonte de “outsourcing”, poupando nos custos de construir um chassis, porque nessa altura, um autoclave para construir um chassis de fibra de carbono era muito caro. 

Wirth cedo arranjou outro sócio: e que sócio. Era Max Mosley, um dos que, 20 anos antes, tinha ajudado a formar a March (o M era a inicial dele), e com o seu conhecimento de dentro da Formula 1, poderia arranjar facilmente clientes para construir os seus chassis. Ou então, algum construtor poderia recorrer a eles para facilitar a vida, poupando material, tempo e pessoal. E foi isso que aconteceu, quando no final de 1990, a BMW bateu à porta no sentido de construir um chassis para a chance de ir à Formula 1 com o seu próprio projeto de chassis e motor. Contudo, passados seis meses, o projeto foi abortado, com um chassis construído e alguns milhares de quilómetros de testes. O chassis foi modificado e no inicio de 1992, este foi comprado. Por quem? Nada mais, nada manos que... Andrea Sassetti, dono da Andrea Moda! O chassis acabou por passar à história como o S921, e o primeiro grande feito da Simtek foi ver Roberto Moreno a qualificar-se para o GP do Mónaco, a única da equipa nessa temporada.

Ao mesmo tempo que isso acontecia, Max Mosley era eleito para a presidência da FIA, e claro, resolveu vender a sua parte das ações, esperando que aparecesse outro sócio para ajudar na equipa e nos seus projetos, que já incluíam uma nova colaboração com a BMW, mas no DTM, o campeonato de Turismos alemão.

(...)


Cedo, [a Simtek] arranjou um sócio para arrancar com o projeto: Jack Brabham. Saído da Formula 1 em 1970, na realidade, não tinha deixado deixar morrer o bichinho da competição. Chegou até a montar, com o seu sócio Ron Tauranac, a meio dos anos 70, a Ralt, que montou chassis para a Formula 2, com enorme sucesso. E em meados de 1993, Brabham queria colocar o seu nome de regresso à Formula 1, através do seu filho mais novo, David. 

O mais interessante é que ele tinha experiência na categoria mais prestigiada do automobilismo. Fora em 1990, e tinha corrido... na Brabham! Agora, quase quatro anos depois, com uma vitória em Le Mans nas costas, regressaria aos monolugares para saber se tinha estofo para sobreviver nessa categoria. E claro, se a Simtek poderia conseguir nadar naquele lago de piranhas que eram os construtores da Formula 1.

Ao longo do resto de 1993, construiu-se o que iria ser o S941. Iria ter suspensão ativa, mas no final do ano, a FIA decidiu que isso seria abolido. Aliás, quase todas as ajudas electrónicas como o controlo de tração, iriam sair dos carros. Até se falou na caixa de velocidades semi-automática, mas esta ficou. Por causa disso, o chassi foi modificado."

(...)

Muito antes de terem montado a sua equipa, a Simtek, fundada em 1990, ficou conhecida por construir chassis para outros projetos. Nomeadamente, foram eles que construíram o chassis que a Andrea Moda serviu em 1992, e mais alguns projetos abortados, antes de se associarem com Jack Brabham e montarem a sua equipa. 

Mas antes disso, ainda tiveram como co-fundador e sócio... Max Mosley, que ajudou a montar a equipa e alguns financiadores, antes de vender a sua parte porque tinha ganho a corrida para a presidência da FIA. 

E é a primeira parte de uma equipa que iria ter o seu grau de tragédia que falo este mês no site Nobres do Grid. 

Noticias: Aston Martin confirma data de apresentação


A Aston Martin confirmou nesta quinta-feira no seu site que o AM24 será mostrado ao mundo no dia 12 de fevereiro, um dia antes da Ferrari. A marca terá novamente como pilotos Fernando Alonso e o canadiano Lance Stroll, e o chassis tentará fazer melhor que o AM23, que conseguiu 280 pontos, oito pódios e uma volta mais rápida, graças ao veterano piloto espanhol. 

Com esta é a quarta apresentação conhecida, depois de se saber que Williams (o FW46) e Sauber (o C44) mostrarão o seu carro no dia 5 de fevereiro, daqui a precisamente um mês. 

Formula 1 Original Soundtrack: A banda sonora de "Ferrari"

"Ferrari", o filme de Michael Mann sobre o Commendatore, estreará nas salas de cinema destas bandas nesta quinta-feira. O filme, que terá Adam Driver como Enzo Ferrari, tem a banda sonora composta por Daniel Pemberton, que afirma ter crescido a assistir aos filmes de Mann. 

Contudo, apesar de ter sido trazido para o filme para compor algumas das cenas de corrida, Mann decidiu que ele seria o compositor da banda sonora, por ter gostado imenso da sua composição. Tanto que o próprio Pemberton ter afirmando que compôs a partitura... numa semana, e que o processo de composição foi semelhante a guiar... um Ferrari a alta velocidade.

Resta saber no que isto irá dar. Neste momento, a banda sonora foi nomeada para o Society of Composers and Lyricists Awards.  

quarta-feira, 3 de janeiro de 2024

A imagem do dia


Há 50 anos, Jackie Stewart ganhou o seu terceiro campeonato do mundo, e alcançou o recorde de vitórias de Jim Clark, acabando com 27, o último dos quais em Nurburgring, que alcunhou de "Inferno Verde". A única corrida que, afirmava, ser o único do qual colocava-se em duvida se regressaria a casa na segunda-feira seguinte.

Em 1973, o seu maior rival era o brasileiro Emerson Fittipaldi, campeão em 1972, piloto da Lotus e rival do escocês, que pilotava um Tyrrell. E naquela altura do campeonato, as coisas não iam bem para ele, pois desistira nas três últimas corridas por diversos motivos, e Stewart aproveitou bem, ganhando em Zandvoort. E iria triunfar no Inferno Verde, numa manifestação de domínio dos Tyrrell, com Francois Cevért logo atrás, a menos de dois segundos do escocês.  

Em Nurburgring, Emerson atingia um ponto baixo na sua carreira. Tinha-se lesionado nos treinos de Zandvoort e ainda estava em recuperação quando correu em Nurburgring. Tanto que acabou no 14º posto da grelha, um lugar na frente do seu irmão Wilsinho. 

1973 era a segunda temporada de Wilson Fittipaldi na Brabham, então com 29 anos. Depois de em 1972 ter partilhado a equipa com Graham Hill e Carlos Reutemann, em 1973, tinha o seu patrocínio e os resultados foram melhores. Um sexto posto no GP da Argentina, não só deu o seu primeiro ponto como foi a primeira vez na história que dois irmãos pontuavam num Grande Prémio oficial de Formula 1.

Ao longo da temporada, ele conseguiu menos pontos que o irmão, mas em Monte Carlo ia a caminho de um possível pódio - andou em terceiro lugar durante boa parte da corrida quando o seu sistema de combustível acabou por avariar a oito voltas do final. Caso acabasse assim, teria sido o primeiro pódio de dois irmãos na Formula 1, mas isso só aconteceria mais de um quarto de século depois, com os irmãos Schumacher, Michael e Ralf. 

Na partida, os Tyrrell tiveram a sua vida facilitada quando Ronnie Peterson desistiu a meio da primeira volta, afastando-se de um pelotão liderado pelo belga Jacky Ickx, que corria, excepcionalmente num McLaren. Mas mais atrás, o pelotão seguiu distante durante algum tempo, até o Surtees de José Carlos Pace se ter distanciado e feito a volta mais rápida. Na parte final, Wilson Fittipaldi distanciou-se do seu irmão, que lutou pelo seu último lugar pontuável com o Surtees de Jochen Mass e o Shadow de Jackie Oliver, e conseguiu alcançar, com pouco mais de segundo e meio sobre eles. Foi a primeira vez que o "Tigrão" batera o "Rato", e Wilson conseguia a sua melhor posição de sempre. E foi a primeira vez que três brasileiros pontuaram num Grande Prémio de Formula 1.

Apesar dos seus resultados nessa temporada, a sua mente já estava num outro projeto: o primeiro carro de Formula 1 brasileiro, o Copersucar-Fittipaldi, que iria mostrar em 1975. 

Isto tudo surge numa altura em que Wilson Fittipaldi, que comemorou 80 anos no dia de Natal, está internado no hospital em estado delicado depois de se ter engasgado com um pedaço de comida e sofreu uma paragem respiratória. As melhoras, Tigrão!     

Youtube Formula 1 Vídeo: Uma paragem nas boxes em superslowmotion

As trocas de pneus agora acontecem num piscar de olho.

Mas... não temam! Agora com este vídeo em superslowmotion, podem ver com calma o tempo que dura uma paragens de boxes com cerca de três segundos de duração. E nem é uma daquelas bem rápidas!

Já agora, a paragem do vídeo é do Ferrari de Charles Leclerc.  

The End: René Metge (1941-2024)


O antigo piloto francês René Metge, um dos maiores vencedores do Rally Dakar, morreu nesta quarta-feira aos 82 anos. Vencedor por três vezes, e um dos primeiros vencedores, quando o rali percorria o deserto do Sahara, rumo a Dakar, acabou também por estar por trás dos bastidores, acabando por dirigir quer o Dakar, quer depois o Paris-Moscovo-Pequim, em 1992 e por fim, a Africa Eco Race, em 2009.

Nascido a 23 de outubro de 1941 na cidade de Montrouge, começou tarde no automobilismo, ao participar em 1971 na Copa Renault 12 Gordini, passando depois para o Super Turismo francês, em 1975, e começado a participar nas 24 Horas de Le Mans, onde conseguiu como melhor resultado um sétimo lugar na edição de 1986, num Porsche 961, ao lado de Claude Ballot-Lena, vencedores da classe GTX da IMSA.

Antes, em 1981, participou no Rally Dakar a bordo de um Range Rower, ao lado do jornalista e piloto Bernard Giroux - que mais tarde seria uma das vítimas do acidente mortal de Didier Pironi, em agosto de 1987, no Needles Trophy, no Reino Unido - acabaria por ser o primeiro a chegar a Dakar, depois de uma cansativa travessia do deserto.

Três anos depois, em 1984, Metge repetiria o feito, ao ganhar a bordo de um Porsche 953, ao lado de Dominique Lemoyne, e a mesma coisa aconteceria em 1986, num Porsche 959, na edição marcada pelo acidente mortal de Thierry Sabine, o fundador e organizador da prova, num acidente de helicóptero no Mali. No ano seguinte, Metge ganhou o Porsche Carrera Cup France.

A partir do final da década, dedica-se aos bastidores dos rally-raids, primeiro o Dakar, depois do Paris-Moscovo-Pequim, mas não deixou de andar dentro dos carros: em 2007, foi o navegador de Yvan Muller no Rally Dakar. 

Para além disso, foi cunhado de um dos grandes comediantes franceses, Coluche - a sua irmã Danielle era casada com ele - que para além dos seus dotes de ator, era um ávido motociclista e que morreu num acidente de estrada em 1986. Nos últimos tempos, era dono de um concessionário de automóveis na sua Montrouge natal. 

terça-feira, 2 de janeiro de 2024

Youtube Automotive Vídeo: A última volta do Daytona 500

No final do inverno teremos Daytona. Primeiro, as 24 Horas, uma das mais importantes do Endurance americano, antes de chegarmos à primeira prova da NASCAR, o Daytona 500. Hoje em dia, estas corridas são assistidas por dezenas de milhares na pista, e alguns milhões por todo o mundo, quer na televisão, quer na Internet.

Mas isso não acontecia há 45 anos. Em 1979, mais concretamente a 18 de fevereiro, acontecia mais uma edição da prova, transmitida em direto pela CBS. E tirando as 500 Milhas de Indianápolis, transmitidas pela ABC, raras eram as corridas que poderiam ser vistas na televisão na América. E sorte das sortes: naquele dia, uma tempestade de neve tinha colocado muita gente fechada em casa.

O canal foi buscar dois comentadores que sabiam da coisa: Ken Squire e o britânico David Hobbs, este último um ex-piloto com créditos firmados na Formula 1 e IndyCar. Como a tal tempestade de neve deu uma audiência enorme - 15 milhões de espectadores - todos sabiam que a corrida iria ser seguida por muita gente. De uma certa forma, todos iriam ganhar muito, desde os patrocinadores até aos organizadores.

Contudo, o que ninguém esperava era... o final.

Como nas 500 Milhas de Indianápolis, a parte final é sempre a mais emocionante. Na última volta, Donnie Allison era o líder, mas era contestado por Cale Yarborough, e a luta era tal que a concorrência estava a meia volta, liderada por Richard Petty, seguido por Darrell Waltrip e A.J. Foyt. Então, Yarborough tentou a sua sorte para a liderança, mas Allison empurrou-o para fora da pista, tentando impedir o seu assalto à liderança. Ele despitou-se, mas virou o carro para Allison, batendo ambos e indo para o muro exterior, acabando ali as suas corridas.

E o que aconteceu a seguir é digo das lendas do automobilismo. Petty pode ter ganho, mas ninguém queria saber dele, porque todas as camaras estavam viradas para a briga entre Allison e Yarborough! E era a sério, com punhos e tudo! No final, com os ânimos acalmados, ambos foram multados em seis mil dólares, e a corrida apareceu no dia seguinte na secção desportiva do New York Times, algo que nunca tinha acontecido até então.

Mas aquilo foi o inicio da NASCAR como desporto nacional, saindo do sul americano e das origens no "moonshine", os pilotos que iniciaram as suas experiências nas conduções noturnas de carros com álcool de contrabando na bagageira. 

Este vídeo é em tributo ao narrador Ken Squier, que morreu no passado dia 15 de novembro, aos 88 anos, e de Cale Yarborough, campeão da NASCAR em 1976 a 78, falecido no último dia do ano de 2023, aos 84 anos.          

domingo, 31 de dezembro de 2023

Feliz Ano Novo!


E chegou o dia 31, o último dia do ano.

No momento em que escrevo estas linhas, o sol já se pôs, e quando voltar a levantar, será num novo ano. Agora, é jantar e preparar-me para o que vêm aí, se calhar junto da família e amigos. A parte chata - para mim - é que estou a celebrar isto num sitio onde é inverno. E honestamente, não gosto. Desejo sítios amenos, para ser honesto. 

O mais interessante é que, ao contrário dos anos anteriores, estou a encarar 2024 com uma certa expectativa. Por certos atos que fis no ano anterior, e por certas interações, estou a encarar o Novo Ano com uma esperança cautelosa, um certo otimismo. Se antes, tinha uma espécie de "cinzentismo", ou seja, nem otimismo, nem pessimismo, agora, a minha sensação é que poderão aparecer coisas boas dentro de algum tempo. Espero que a minha intuição acerte. 

De resto, o que poderei acrescentar em relação ao que escrevi no Natal? Posso afirmar que 2023, de uma certa maneira, foi a continuação do meu recomeço, em relação às coisas que deixei de fazer com a pandemia. Exemplo? Voltei ao cinema, e devo ter visto uma meia dúzia de filmes, porque ainda acho que ir á sala de cinema, ao escuro da tela, é melhor que um qualquer Netflix da vida, mesmo que seja mais caro.

E ainda voltei a viajar. Foram algumas vezes, é claro, mas a sensação e me deslocar para além da minha terra é algo que sentia falta. Espero fazer mais viagens em 2024. Nem que seja para desanuviar a minha cabeça. 

De resto, é o costume: muita saúde, paz e prosperidade. E claro, a mesma coisa para os meus amigos.

Bom Ano para todos!