sábado, 18 de outubro de 2025

A imagem do dia (II)


Em 1985, a Haas (não esta Haas, é outra, montada por Carl Haas, a metade da Newman-Haas da CART) decidiu entrar na Formula 1. Estrutura ambiciosa, porque tinha uma grande patrocinadora poer trás, a cadeia de supermercados Beatrice, e com gente como Teddy Mayer, Ross Brawn e Adrian Newey (a unica equipa que os uniu), arranjaram como piloto o veterano Alan Jones, então com 39 anos. Tinham pedido á Cosworth para fazerem motores Turbo, mas eles não estavam prontos quando começaram as suas atividades, logo, instalaram os Hart Turbo, usados nos carros da Toleman. 

Estrearam-se em Monza, com Jones no volante e a começarem do fundo da grelha, mas esperavam melhorar com o tempo. 

O GP da África do Sul foi a terceira corrida onde iriam participar, e Jones conseguiu um modesto 18º tempo, em 21 carros. Contudo, no dia da corrida, a equipa disse que o australiano estava doente, com uma virose, e acabou por não participar.

Contudo, anos depois, a história acabou por ser outra. 

Em 2017, quando Jones publicou a sua autobiografia, contou o que realmente aconteceu. Naquele final de semana, a patrocinadora decidiu não meter o seu nome nos flancos para boicotar o GP sul-africano. Ainda mais, a própria patrocinadora queria que a Haas não participasse, porque tinha recebido pressões vindas dos Estados Unidos, especialmente da comunidade negra, que iriam fazer greve nos seus supermercados se corressem ou metessem o seu nome nos carros que iriam participar nessa corrida. 

Assim sendo, tiveram de arranjar algo criativo. E isso surgiu de uma fonte inesperada: Berne Ecclestone. Pelo menos é o que o Jones afirma. Na sexta-feira à noite, fora convocado por ele, e teve esta sugestão, alegando estar doente. E não saísse do hotel no dia da corrida.

"Não tinha a certeza do que tinha feito desta vez, fui lá ter com ele. Quando bati à porta, Bernie perguntou-me: 'Como você se sente?'", recorda. "'Que chances tens de ganhar a corrida amanhã?' perguntou Ecclestone. Eu disse: 'Se eu começar agora, provavelmente são boas'".

De acordo com Jones, Ecclestone continuou: "Bem, eu tenho uma ideia. Se você der baixa e não puder correr neste fim de semana, nós lhe daremos o prémio do primeiro lugar. Vá para casa e visite Austrália", concluiu.

"Assim sendo, na manhã de sábado [dia da corrida], estava de fora. Simplesmente não apareci. Já tinham o carro pronto para arrancar quando lhes disseram: 'O AJ [Alan Jones] foi acometido por um vírus e não podemos correr".

Em relação ao esquema, contou-o para Haas e Teddy Mayer, que aceitaram. E foi assim que a corrida sul-africana teve apenas 20 carros na pista.

A imagem do dia


Uma Sprint Race, qualquer que seja, é uma "inutilidade". Seria normalmente uma corrida chata se não acontecesse qualquer incidente que mexesse na classificação, digamos assim. Até afirmo que a Formula 1 passa bem sem ela.

Contudo, há excepções. A primeira curva dessa corrida sprint em Austin, e o resultado final, poderá provavelmente ter incendiado duas coisas: as boxes da McLaren e o campeonato. O primeiro, porque Zak Brown quer uma coisa e poderá ter outra. O segundo, é porque há um piloto que está determinado a conseguir e tem tudo a seu favor, incluindo... o seu carro. Literalmente, o carro foi desenhado para o seu estilo de condução. O segundo piloto que se adapte, ou morra. 

Começa a parecer a temporada de 1981, especialmente a Brabham, quando Nelson Piquet tinha tudo e a Williams estava dividida entre Alan Jones e Carlos Reutemann. Está alinhado, alinhadissimo!

Veremos como será amanhã, na Feature Race. Max Verstappen tem agora uma desvantagem de 55 pontos face aos McLaren.

CPR 2025 - Rali do Vidreiro (Final)


Por incrível que pareça - mas foi real - Dani Sordo foi o vencedor do rali Vidreiro, e por consequência, acabou campeão nacional de ralis, a bordo do seu Hyundai i20 Rally2. E foi por muito pouco: 0,8 segundos separaram Sordo de Kris Meeke, o segundo classificado e um dos candidatos ao título. E ambos deixaram Gonçalo Henriques a mais de um minuto - 1.01,4, - no seu Hyundai, e na frente de Ricardo Teodósio, no seu Toyota (a 1.06,0), e de Armindo Araújo, a 1.10,3. 

A verdade é que foi uma vitória incrível, e eu precisava mesmo disto” disse Sordo à Autosport portuguesa. “É verdade que fomos melhorando o carro. Demos tudo, absolutamente tudo. Dei tudo o que tinha… e mais um pouco”, concluiu.

Do outro lado, Meeke reconheceu o valor do adversário e a emoção de ter travado mais uma luta histórica com Dani Sordo, duas décadas depois do duelo que os opôs no Mundial Júnior, mas não escondia a sua desilusão.

Tentei tudo, mas desta vez não foi possível. Dominei grande parte da época, mas houve momentos difíceis, como aquele episódio em Castelo Branco e alguns problemas mecânicos que nos custaram caro. Mas é assim que são os campeonatos — nem tudo é sempre perfeito.”, começou por afirmar.

O Dani veio muito forte, sabia bem a velocidade que ele tem. A Hyundai deu um grande passo neste rali e foi uma luta bonita, digna de um campeonato. Vinte anos depois, voltámos a lutar… e o resultado acabou por ser o mesmo. Claro que queria muito este título, mas estou feliz por estar aqui, por fazer parte deste campeonato e por conduzir este carro fantástico. A Toyota foi incrível durante toda a época. Hoje o Dani mereceu vencer.”, concluiu.

Depois das primeira especiais, que aconteceram na sexta-feira, no sábado, os pilotos tinham pela frente passagens duplas por Pombal-Carnide, Mata Mourisca, e uma por São Pedro de Moel e uma pela super-especial em Pombal. 


O dia começou precisamente em São Pedro de Moel, com Meeke a ganhar 0,3 segundos a Sordo, e a concorrência a ser deixada para trás: Armindo a 4,9, Teodósio a 7,8, Gonçalo Henriques a 11,8. Sordo responde e ganha em Pombal, recuperando 1,3 segundos a Meeke e aumentando a sua diferença na geral, 

Em Mata Mourisca, Sordo voltou a ganhar e alargou a diferença para Meeke em 0,8 segundo, para 2,7 segundos na geral. Teodósio foi o terceiro melhor, a 4,4, Gonçalo Henriques foi quarto, a 5,2, e José Pedro Fontes o quinto, a 10,5. A diferença é mínima, mas, grão a grão, Sordo ia construindo uma vantagem. Araújo fez um pião e acabou por perder 13,3 segundos.

Ele ganhou na sétima especial, mas a diferença para Meeke em 0,1 segundos, o minimo possível. Era uma luta a dois que deixava a concorrência para trás, apesar de Gonçalo Henriques só ter perdido um segundo e Armindo Araújo, 1,9. 

Meeke atacou na oitava especial, a segunda passagem por Pombal-Carnide, e conseguiu recuperar 2,2 segundos, ficando a 0,6, e claro, ninguém queria adivinhar quem ficaria com a vitória. No final, foi Sordo o melhor, mas não ganhou mais do que 0,2 segundos sobre o piloto da Toyota. Gonçalo Henriques foi o terceiro melhor, a 6,1. 


Armindo Araújo disse depois que o quinto lugar final foi o resultado de uma prova menos conseguida: 

Começamos bem ontem, mas cometemos um erro na super especial que nos fez perder tempo. Hoje entramos ao ataque, recuperamos a terceira posição, mas um pião na sexta classificativa atirou-nos para o quinto lugar. A partir daí percebemos que seria muito difícil recuperar os segundos que perdemos e não valia a pena correr riscos. Nada mudaria em termos de contas para o campeonato. Gostávamos de ter terminado o ano no pódio, não conseguimos, mas os ralis são assim. Parabéns aos vencedores do rali e ao Dani Sordo por ter sido o primeiro do campeonato”, concluiu Armindo Araújo.

Sexto foi José Pedro Fontes, no seu Citroen C3 Rally2, a 1.45,7, na frente de Ruben Rodrigues, no seu Toyota GR Yaris Rally2, a 2.31,8, na frente de João Barros, a 2.47,7. Nono foi Pedro Meireles, a 3.19,7 e a fechar o "top ten" foi Diogo Marujo, a 3.32,9. 

Acaba o CPR 2025, em 2026 haverá mais!

sexta-feira, 17 de outubro de 2025

As imagens do dia




Em 1985, a Formula 1 iria correr em todos os lados onde dessem dinheiro e tivessem as instalações ideais. E um desses país com essas condições era a África do Sul, que nessa altura era... um pária mundial, por causa do seu regime do "apartheid", aplicada desde 1948 pelo Partido Nacional, "afrikander" e que defendia um separatismo entre negros e brancos, num país onde estes últimos, na altura, eram cerca de 20 por cento da população sul-africana.

A Formula 1 sempre correu lá desde 1962 - até havia um campeonato nacional! - primeiro em East London, mas a partir de 1966, corriam em Kyalami, uma pista rápida nos arredores de Joanesburgo. Apesar de, já nessa altura, a África do Sul ter sido banido do Comité Olímpico Internacional e da FIFA por se recusar a apresentar equipas multiraciais, e até nos desportos mais queridos da população, como o cricket e o rugby, terem sido boicotados pelas outras potências como a Austrália e Nova Zelândia, que tinham nativos nas suas equipas, que estavam vetados de jogarem nesse país, a Formula 1 era a resistente. O Estado despejava dinheiro, e aparentemente, não havia movimentações para que os pilotos de Formula 1, ou a FISA, de evitarem correr por ali. 

Até 1985. Politicamente, o país estava agitado, estavam em pleno estado de emergência, e para piorar as coisas, decidiram nesse mês enforcar alguns dos membros da resistência anti-racial por crimes de sangue, perante os fortes protestos da comunidade internacional. Ali, alguns países decidiram intervir, pressionando as equipas de boicotarem a corrida. 

Mas primeiro, pressionaram a FISA para que cancelasse o GP sul-africano. Jean-Marie Balestre, o presidente da FISA, não se deixou influenciar, e a corrida foi adiante. Bernie Ecclestone queria o dinheiro, e isso estava acima da politica. E como era o patrão da Brabham, também queria correr. Depois, foram os pilotos. Alguns deles sentiram que correr ali era um incómodo, ainda por cima, o campeonato já estava decidido. Alguns patrocinadores decidiram não aparecer nessa corrida, retirando os seus nomes dos carros, sendo o mais famoso deles a Marlboro, que tirou o seu nome dos McLaren, decidindo correr "nus", apesar de estarem pintados de vermelho e branco.

Alguns governos, como os do Brasil, Finlândia e Suécia, tentaram convencer os seus pilotos em não participar, mas eles acabaram por ir na mesma. Ayrton Senna disse até que, se a Lotus fosse a Kyalami, iria correr. E como eles apareceram, ele decidiu participar. 

Os pilotos poderiam ter tentado boicotar a corrida? Se estivessem organizados, sim. Mas como a GPDA tinha sido dissolvida em 1982, depois da greve... em Kyalami, e os seus assuntos eram os deles próprios, reativá-lo por isto não teria sido suficiente para eles, assim pensaram. 

Mas quem fez melhor o seu trabalho de casa foi a França. Pressionou a Renault e a Ligier para que não mandassem os seus carros para a África do Sul, e conseguiram. E a razão até era mais pragmática: a Renault pertencia ao Estado francês, e a Ligier era fortemente patrocinado pela tabaqueira nacional que pertencia... ao estado. E ainda por cima, Guy Ligier era amigo pessoal de Francois Miterrand, o então presidente de França, que a certa altura, era deputado por Nevers, terra natal do ex-piloto e fundador da Ligier.

Curiosamente, Philippe Streiff decidiu aproveitar a ocasião para ir bater à porta da Tyrrell e saber se a vaga estava por preencher. O velho lenhador respondeu afirmativamente e ele acabou por correr na equipa que o iria acolher em 1986...

Alguns canais de televisão resolveram também entrar no boicote, um deles a BBC, que desde há uns tempos que não mandava ninguém para o país, apenas recebiam o sinal via satélite, com os comentadores a fazer o seu trabalho em Londres - anos depois, revelou-se que James Hunt ajudou financeiramente organizações anti-apartheid no Reino Unido. 

E era assim a situação antes de correrem a prova a 19 de outubro, um sábado. Iria ser a última vez que correriam nesse dia da semana até 2023, quando Las Vegas reentrou no calendário com uma corrida noturna. 

Pequena estória pós-corrida: quando os contentores que continham o material das equipas chegou à Austrália, os estivadores decidiram não tocar neles por mais de um dia para protestarem pelo facto de terem estado na África do Sul, e também mostrarem a sua oposição ao regime do "apartheid".

CPR 2025 - Rali do Vidreiro (Dia 1)


Dani Sordo é o líder no rali Vidreiro, com... 0,9 segundos sobre Kris Meeke, depois de três especiais. Ricardo Teodósio já é um "distante" terceiro classificado, a 24,1 segundos do líder, na frente de Armindo Araújo, a 24,4, e Gonçalo Henriques, a 24,5. 

O rali começou com um "shakedown" nos arredores de Pombal, com Dani Sordo a ser o mais rápido, 0,8 segundos mais rápidos que Kris Meeke, o segundo. Ricardo Teodósio ficou a 1,4, na frente de Armindo Araújo, que foi quarto, a 2,4. 

Depois da partida simbólica, em Alcobaça, o rali prosseguiu com os troços de Alfeizerão e São Pedro de Moel, antes da super-especial noturna de Pombal. Em Alfeizerão, a meio da tarde, Sordo continuou ao ataque, triunfando ali com uma vantagem de 3,7 segundos sobre Kris Meeke e 9,7 sobre Armindo Araújo. no final, Sordo afirmou que teve dificuldades em manter o carro no asfalto - "o troço escorregava muito", afirmou - mas conseguia um avanço significativo face a Meeke, enquanto Armindo Araújo posicionava-se na posição esperada, a que tem sido a mais habitual este ano.

Ricardo Teodósio era quarto, a 12,2, na frente de José Pedro Fontes, a 14,5.

Em São Pedro de Moel, Meeke respondeu conseguindo o melhor tempo, 2,4 segundos na frente de Dani Sordo e 6,3 sobre Armindo Araújo.

O espanhol, no final desta especial, afirmava ao Autosport Portugal que estava satisfeito com o seu desempenho.

Não foi um mau arranque, mas ainda temos que melhorar um pouco o carro. Na verdade, já não há muito mais que melhorar, é o que há, mas tentaremos fazer o melhor e forçar. No primeiro troço havia pouca aderência e sabia que aí podia fazer alguma diferença se fosse rápido. Depois o segundo troço já tinha mais diferença e não deu para sacar diferença em nenhum lado.”, afirmou.


No final do dia, com a super-especial de Pombal, o melhor acabou por ser Meeke, recuperando quatro décimos a Dani Sordo. Armindo Araújo enganou-se no percurso e perdeu 11,2 segundos, beneficiando Ricardo Teodósio, que subiu para terceiro, enquanto Fontes perdeu 5,7 segundos na especial e desceu para trás de Gonçalo Henriques.

Meeke elogiou Sordo pelo carro e também o desempenho do novo motor da Hyundai.

"Foi interessante” disse Meeke ao AutoSport Portugal. “Fiquei impressionado com o tempo do Dani na primeira especial — foi a primeira vez dele naquele troço. Eu fiz no ano passado, mas estava húmido na altura e muito escorregadio, e talvez tenha ficado com essa sensação na memória. O Dani disse que ia completamente de lado e quase saiu em duas ou três curvas!", começou por comentar.

"A segunda especial é simples, difícil de fazer diferença, mas consegui ganhar algum tempo. Um segundo de diferença para o Dani, depois das duas primeiras especiais, não é muito. Fiquei impressionado com o Dani e com o novo motor da Hyundai, ou algo novo no motor — já nos testes e no shakedown se via que estavam fortes e deram um grande passo. Esta é a parte mais divertida dos ralis: as lutas apertadas.

Depois dos cinco primeiros, sexto era José Pedro Fontes, a 27,9, no seu Citroen. Sétimo está Ruben Rodrigues, a 29 segundos exatos, na frente de João Barros, a 30,1. Nono era Ernesto Cunha, a 40,1 e a fechar o "top ten" está Pedro Meireles, a 45,9.

O rali Vidreiro acaba amanhã, sábado. 

WRC 2025 - Rali da Europa Central (Dia 2)


Sebastien Ogier e Kalle Rovanpera andam lado a lado no segundo dia do Rali Central Europe, com ambos os pilotos da Toyota separados por meros... 0,7 segundos. Elfyn Evans é terceiro, mas a já uns distantes 29,5 segundos, no final do segundo dia do Rali da Europa Central. 

Com passagens duplas por Granit und Wald, Böhmerwald e Col de Jan, o dia começou com Neuville a ganhar, 0,2 segundos na frente de Ott Tanak, seu companheiro na Hyundai, 0,4 sobre Adrien Formaux, 0,7 sobre Sebastien Ogier e 1,2 sobre Elfyn Evans, o quinto. Rovanpera ganhou na especial seguinte, 0,1 segundos na frente de Sami Pajari, 1,3 sobre Takamoto Katsuta, 1,4 sobre Ott Tanak e 1,7 sobre Adrien Formaux. No finnal da manhã, Ogier triunfava, 3,3 na frente de Kalle Rovanpera, 12,9 sobre elfyn Evans e 17,8 sobre Ott Tanak.

Nessa especial, alguns carros saíram de pista, incluindo Thierry Neuville, que saiu da estrada e danificou a direção do seu Hyundai, e Gregoire Munster, que bateu num monte, danificou a suspensão e ficou com dois furos. Assim sendo, a especial foi interrompida por razões de segurança. "Especial desafiante, não é fácil acelerar em todos os lugares", disse Ogier, no final da especial. 

Na parte da tarde, com a segunda passagem pelas especiais da manhã, Rovanpera partiu para o ataque, ganhando 1,5 segundos para Ogier, 8,1 para Evans e nove segundos para Tanak.

"Talvez esteja um pouco mais uniforme agora, ele também tem um pouco de terra na pista. Depois de as equipas de remoção de gravilha trabalharem, a pista estará bem limpa e ficará mais suja. Perdi um pouco de tempo no início porque estive muito tempo na lama, mas, fora isso, foi uma boa etapa.", disse Rovanpera, no final da especial. 

Neuville tinha mais problemas, desta vez foi o capô que abriu e não o deixou ver muita da estrada, indo mais devagar."O capô levantou-se ao fim de algumas centenas de metros. É sempre um pouco assustador conduzir a 200 km/h na floresta. Só tentei conduzir em segurança. Cometemos um pequeno erro antes e pagámos o preço.", afirmou, no final da especial.

O finlandês ganhou na segunda passagem por Böhmerwald, 0,5 segundos na frente de Adrien Formaux, 1,2 sobre Takamoto Katsuta e 1,8 sobre Sami Pajari. "Foi muito bom. Quando a pista está limpa e em asfalto a sério, divirto-me muito. Por enquanto, vamos continuar assim.", disse Rovanpera.

Já Ogier, que apenas foi sexto, a 2,1, disse de sua justiça:  "Foi uma etapa limpa. Vamos ver, parece que ainda é possível ir mais rápido."

No final do dia, Evans foi o melhor, 1,1 segundos na frente de Ogier, 1,4 sobre Rovanpera, 1,8 sobre Tanak, 1,9 sobre Formaux e 2,3 sobre Takamoto, o sexto. Neuville exagerou num cruzamento e saiu de estrada, para regressar rapidamente.

"Numa das travagens havia muito mais pó, por isso passámos um pouco do ponto ideal, mas não muito. Mudei completamente a configuração e foi interessante. Mudei bastante... de muito macio para muito rígido. Tentei encontrar o que funciona. Estou com dificuldades, não consigo encontrar a confiança necessária. Vamos tentar algo diferente amanhã. Não está a ser divertido e não era o que eu esperava.", disse Neuville.

Já Ogier afirmou sobre a especial e o seu dia: "Abrir a estrada no asfalto foi mais desafiante do que o habitual. Só a SS5 foi boa para nós, as outras estavam a limpar o pó. Provavelmente ainda vamos ter problemas esta noite. Mas foi um bom dia para nós, podemos estar felizes."

Sobre Kalle Rovanpera, afirmou: "Como disse, nestas duas especiais, a limpeza está a afetar. Não é muito, são pequenos detalhes, mas estamos a lidar com pequenos detalhes."

Depois dos três primeiros, quarto é Tanak, a 32,8 segundos, com Takamoto Katsuta na sua peugada, a 35,7. Adrien Formaux é o sexto, a 46,1, na frente Sami Pajari, noutro Toyota, a 56,1. Thierry Neuville está num distante oitavo posto, com quase dois minutos de atraso, a 1.55,8, na frente dos Ford de Josh McErlean, a 2.50,2, e de Oliver Solberg, a 3.37,6. 

O rali da Europa Central continua no dia seguinte, com mais seis especiais. 

Youtube Automotive Adventure: De Luanda a Maputo numa suca... num automóvel (IV)

No quarto episódio desta aventura da suca... oops, do Toyota Corolla de 1993 em terras angolanas, eles conseguiram chegar a Lobito, onde o carro empreendeu algumas reparações, suficientes para poderem prosseguir. Eles foram acolhidos por um casal de portugueses residentes por lá, antes de terem prosseguido viagem para sul, ao Lubango. 

Mas até lá chegar... bom, é melhor ver o video. 

quinta-feira, 16 de outubro de 2025

WRC 2025 - Rali da Europa Central (Dia 1)


O francês Sebastien Ogier tem uma vantagem de 1,6 segundos face a Kalle Rovanpera, e 3,9 sobre Adrien Formaux, completadas que estão as duas primeiras especiais do rali do centro da Europa, que acontece em estradas austríacas, alemãs e checas. 

Com duas das primeiras oito especiais a serem completadas da primeira etapa - as restantes iriam ser completadas na sexta-feira, havia nesta quinta-feira uma passagem dupla por Golf und Therme. A ação começou com Ogier a ganhar a primeira especial, com 1,7 segundos de vantagem sobre Rovanpera e Formaux, que fizeram o mesmo tempo. Na segunda especial, Rovanepra reagiu, mas apenas ganhou 0,1 segundos sobre Ogier, um segundo sobre Tanak e 2,2 sobre Neuville. 

No final do dia, Ogier fez um balanço do que vinha aí nas próximas especiais:

"Está no limite agora. Para os primeiros carros, deve ficar tudo bem sem luzes extra. Amanhã será mais desafiante. O clima... é difícil saber o que vai acontecer. O lado checo das etapas é sempre complicado, com asfalto esburacado e com terra. Vamos ver."

Kalle Rovanpera não pensava muito diferente de Ogier sobre o dia de hoje que poderia acontecer no dia seguinte, queixando-se apenas do pouco tempo de preparação:

"Não me lembro de ninguém se preparar para uma etapa como a de hoje. Tivemos duas horas para nos prepararmos. As diferenças serão pequenas, todos estarão no limite. Estive a dormir no chão durante o reagrupamento, tudo bem."

Depois dos três primeiros, empatados no quarto lugar estão os Toyotas de Sami Pajari e Takamoto Katsuta, com 5,6 segundos de diferença. sexto é Ott Tanak, a 6,1, no seu Hyundai, enquanto no sétimo posto está Thierry Neuville, a 6,3. Elfyn Evans é oitavo, a 11 segundos, e a fechar o "top ten" estão os Ford de Gregoire Munster, a 15,4, e do irlandês josh Erlean, a 25,1. 

O rali continua na sexta-feira, com a realização das restantes seis especiais da primeira etapa. 

Noticias: Mercedes anuncia que mantêm dupla de pilotos para 2026


A Mercedes anunciou esta semana, nas vésperas do GP dos Estados Unidos, que iria manter George Russell e Kimi Antonelli por mais uma temporada. Assim sendo, encerram-se as especulações na equipa de Brackley... por algum tempo, porque para 2027, nenhum dos pilotos está confirmado. Apesar de, aparentemente, Russell ter aceitado essa curta renovação por cerca de 35 milhões de euros. 

Toto Wolff, diretor da equipa, sublinhou a naturalidade do acordo: “Confirmar a nossa dupla de pilotos era apenas uma questão de quando, não de se. Queríamos tratar tudo com calma, garantir que as negociações decorriam de forma adequada e que todos ficavam satisfeitos. George e Kimi provaram ser uma combinação forte e estamos entusiasmados por continuar esta jornada juntos. Agora o foco está nas seis corridas finais e em preparar a nova era de 2026.

O piloto, recente vencedor do GP de Singapura, mostrou-se orgulhoso pela renovação: “Estou muito orgulhoso por continuar esta parceria. O próximo ano marcará o meu 10º desde que assinei com a Mercedes. Tem sido uma colaboração longa e bem-sucedida, e mal posso esperar para ver o que o futuro nos reserva, especialmente com as grandes mudanças regulamentares que vêm aí. Estamos todos focados em transformar essa nova era num sucesso e, pessoalmente, em dar continuidade à minha melhor temporada na Fórmula 1 até agora.”, afirmou.

Já Kimi Antonelli, o jovem piloto italiano vive o sonho de permanecer na equipa após uma época de estreia interessante. Apesar de ter mostrado lampejos de talento, como a pole-position na corrida sprint de Miami e o pódio no Canadá, a sua consistência ainda não acompanhe a velocidade, como o incidente em Zandvoort a ser o melhor exemplo disso. Mas os dois "top-5" consecutivos em Baku e Singapura recuperaram um pouco a sua confiança.

Assim sendo, a decisão de mantê-lo por mais uma temporada, e se calhar, um aumento de salário razoável, reflete a aposta de Toto Wolff na continuidade e no desenvolvimento interno, num momento em que a marca de Estugarda se prepara para enfrentar a transição para as novas unidades de potência híbridas de 2026. 

Estou super entusiasmado por continuar com a equipa,” começou por afirmar Antonelli. “Aprendi muito nesta primeira época, tanto nos bons momentos como nos mais desafiantes. Isso tornou-me mais forte, como piloto e como companheiro de equipa. Quero agradecer ao Toto e a todos em Brackley e Brixworth pela confiança. O objetivo agora é terminar o ano em força, garantir o segundo lugar nos Construtores e, depois, concentrarmo-nos totalmente em 2026. Ainda há muito por conquistar nestas últimas seis corridas.”, concluiu.

Especula-se que estas renovações curtas da Mercedes aos seus pilotos tem a ver com a preservação de uma margem para eventuais movimentos de mercado, incluindo a hipótese de voltar a tentar contratar Max Verstappen no final de 2026, caso a nova Red Bull não os manter na linha da frente, como tem acontecido até agora. Mas por agora, a Mercedes entra numa nova era técnica com uma dupla que combina experiência e juventude.

Youtube Automotive Adventure: De Luanda a Maputo numa suca... num automóvel (III)

No terceiro episódio da tentativa deles de atravessar África com um carro a cair aos bocados - um Toyota corolla de 1991, para ser mais preciso - eles rumam para sul, no sentido de Lobito, para arranjar um mecânico capaz de dar uma volta ao carro, porque eles tem um problema atrás do outro. E a certa altura, o dia acaba e descobrem que em termos de iluminação... é péssimo. E chegam a ir a um posto policial para passar a noite.

Mas se querem ver o resto para saber se chegam ao destino, é melhor clicar aqui.  

CPR (II): Sordo quer lutar até ao último metro


O espanhol Dani Sordo chega ao Rallye Vidreiro como segundo classificado do CPR, determinado a conquistar o título nacional com o Hyundai i20 N Rally2. especialmente depois de ter ganho dois dos três últimos ralis do Campeonato de Portugal de Ralis. Para ele, este rali representa a concretização de uma ambição clara desde o arranque da temporada.

O piloto reconhece o desafio enfrentado, mas valoriza o percurso percorrido: 

Chegar à última prova do campeonato na discussão do título de campeão era algo que ambicionava. Atendendo ao meu desconhecimento das provas por comparação aos adversários diretos, sabia que não seria uma época fácil, pelo que procurámos trabalhar sempre para evoluir e tirar o máximo partido do Hyundai i20 N Rally2.”, começou por afirmar o piloto espanhol.

Com o título em aberto e a matemática ainda a permitir diferentes desfechos, Sordo assume uma postura equilibrada entre realismo e ambição, porque sabe que, numa prova decisiva, qualquer cenário é possível:

Aqui estamos, agora, para dar novamente o máximo, lutando pela conquista de um novo título para a Hyundai. Num rali em que se joga o campeonato, tudo pode acontecer, mas vamos dar o nosso melhor para fechar a época com chave de ouro.”, concluiu.

O Rallye Vidreiro – Centro de Portugal disputa-se nos dias 17 e 18 de outubro, com o Expocentro de Pombal a servir de base operacional para equipas e organização. Conta com nove Provas Especiais (PE), somando 106,08 quilómetros cronometrados, num percurso total de 371,25 quilómetros.

CPR: Hugo Lopes quer dar espetáculo no Vidreiro


Hugo Lopes e a sua navegadora, Magda Oliveira, são a grande surpresa da lista de inscritos do Rallye Vidreiro – Centro de Portugal, última ronda do Campeonato de Portugal de Ralis. A dupla viseense, que correu um programa parcial pela Hyundai Portugal, vai estrear-se com o imponente Porsche 991 GT3 numa prova que, inicialmente, não fazia parte dos planos para 2025.

O piloto assume desde já as intenções ao participar na última prova do ano, e como surgiu a oportunidade de levar o carro para um rali como este:

Como tenho o carro na AMSPORT (a empresa da família), optei por não ficar a ver o rali de fora. Ainda ponderei participar com o Hyundai com que ganhei o Rallye Constálica Viseu Dão Lafões, mas como não reuni as condições necessárias, resolvi apostar no Porsche.", começou por dizer. “Dar espetáculo e tentar surpreender nas classificativas mais rápidas, que são as que favorecem as características do Porsche”, continuou.

Apesar das aparências, Hugo Lopes é realista:  “É nas pistas, e não nos ralis, que um Porsche está na sua zona de conforto. Por isso, sei que não vou conseguir lutar pelos primeiros lugares, mas até admito que, num ou noutro troço, nomeadamente nos mais rápidos, possa surpreender. Mas, acima de tudo, vou procurar dar espetáculo e entusiasmar o muito público que é esperado.

Para além do show que espera proporcionar, Hugo Lopes sublinha outro objetivo importante da participação: “Retribuir o apoio dado pelos nossos patrocinadores, sem os quais não teria sido possível fazer a época que fizemos.

Organizado pelo Clube Automóvel da Marinha Grande, o Rallye Vidreiro – Centro de Portugal conta com duas etapas e quatro secções, atravessando os concelhos de Alcobaça, Marinha Grande e Pombal. A prova inclui nove classificativas em asfalto, totalizando 102,8 quilómetros cronometrados.

quarta-feira, 15 de outubro de 2025

Youtube Automotive Adventure: De Luanda a Maputo numa suca... num automóvel (II)

Falei isto ontem: conheci há pouco tempo o canal português do Youtube "Andamente", onde eles entram de cabeça em inúmeras aventuras um pouco por todo o mundo. E o mais recente é o de atravessar de Luanda a Maputo num Toyota Corolla de 1991, uma verdadeira suca... oops, um clássico de quatro rodas. Que parece não andar mais que 20 quilómetros, aparentemente. 

Depois de encontrarem e fazerem as reparações possíveis, neste segundo episódio, eles saem de Luanda e rumam a sul, esperando que cheguem longe sem muitos problemas.  

CPR (III): Gonçalo Henriques quer aprender no asfalto


Gonçalo Henriques e Inês Veiga regressam ao Team Hyundai Portugal para a sua estreia em pisos de asfalto ao volante do Hyundai i20 N Rally2. Depois de terem disputado o Rali do algarve, em que terminaram no pódio à geral, o Rali Terras d’Aboboreira e o Rali de Portugal em que foram quartos classificados, o piloto de Vila Nova de Poiares assume agora o novo desafio com pragmatismo, especialmente agora, que se estreia no asfalto com um quatro rodas motrizes. E tudo isso é um mundo novo para ele. 

Será a nossa primeira experiência com um carro de tração total no asfalto, pelo que de início tentaremos, sem entrar em loucuras, perceber onde nos situamos, para a partir daí tentarmos progredir”, começou por afirmar. “A primeira experiência é sempre muito importante para o futuro de uma carreira. Claro que pretendemos ser rápidos e conquistar um bom resultado final, mas sabemos que será um processo para subir degrau a degrau.”, concluiu.

O Rallye Vidreiro – Centro de Portugal, com centro nevrálgico na Expocentro de Pombal, inicia-se na sexta-feira às 15:30, com três provas especiais de classificação que totalizam 31,55 quilómetros. No sábado, a segunda etapa arranca às 09:30 e inclui seis troços adicionais (71,29 quilómetros, ao todo), terminando pelas 16:45.

CPR (II): José Pedro Fontes quer premiar o trabalho de equipa


Numa temporada em crescendo, José Pedro Fontes e a sua navegadora, Inês Ponte, querem terminar o ano com mais uma boa prestação num rali que lhes traz boas recordações. Reforçando o estatuto de uma das duplas mais competitivas do pelotão, chegam ao Rali Vidreiro com nove provas especiais de classificação que percorrem as estradas das regiões de Pombal, São Pedro de Moel, Mata Mourisca e Alfeizerão, com a cidade de Pombal a servir de centro operacional da prova.

Ao volante do C3 Rally2, a dupla do Citroën Rally Team chega a este último desafio do ano determinada em fechar a temporada com um resultado forte, na continuidade do sólido quarto lugar alcançado no recente Rali da Água Transibérico Eurocidade Chaves-Verín, onde esteve na luta pelo pódio até ao último troço.

Para o último rali do ano, o objetivo é claro:

“Chegamos ao Rallye Vidreiro com a ambição de fechar o ano da melhor forma. Fizemos uma época em crescendo, com a segunda metade pautada por um ritmo forte e uma maior regularidade de resultados e de lutas pelos lugares da frente. Queremos terminar com um resultado que reflita e premeie todo o vasto trabalho que a equipa tem desenvolvido.", começou por afirmar.

"Em Chaves estivemos muito perto do pódio e mostrámos que temos velocidade para lutar pelos lugares de topo. O Vidreiro é uma prova com características muito especiais, com troços rápidos e exigentes, um rali de que gosto particularmente, pelo que a motivação de tentar chegar ao sexto triunfo nesta prova é grande. Vamos dar tudo para estar novamente entre os primeiros e terminar o campeonato num pódio.

O Rallye Vidreiro – Centro de Portugal disputa-se nos dias 17 e 18 de outubro, com o Expocentro de Pombal a servir de base operacional para equipas e organização. Conta com nove Provas Especiais (PE), somando 106,08 quilómetros cronometrados, num percurso total de 371,25 quilómetros.

Youtube Automotive Video: O Facel-Vega HK 500

O Facel Vega foi provavelmente um dos supercarros que a França tentou fazer depois da II Guerra mundial, sem grande sucesso, pois deixou de fazer carros em meados dos anos 60. Este modelo foi um dos GT mais carismáticos da França nessa década, e o seu motor, com uma potência na ordem dos 335 a 360 cavalos, atingia uma velocidade máxima de 237 km/h, um valor de relevo para um quatro lugares de luxo.

Não existem muitos carros em Portugal, e na ilha da Madeira, é um caso único. Logo, encontrar um e conservá-lo é um achado. E filmá-lo em ação é algo único, que é o que o pessoal do Jornal dos Clássicos fez e colocou em video, na segunda temporada dos Clássicos da Madeira, que agora está no seu canal do Youtube. 

CPR: Armindo determinado a triunfar no Rali Vidreiro


Com 56 equipas inscritas no Rali Vidreiro, a derradeira prova do CPR, e com o título principal em acesa disputa, todas as atenções vão estar centradas nos três candidatos: Armindo Araújo, Dani Sordo e Kris Meeke. No caso do piloto de Santo Tirso, ele promete que irá lutar até ao final por mais um título. 

Sendo o único piloto a conseguir sempre somar pontos, Armindo Araújo, acompanhado por Luís Ramalho, parte para o último rali como líder do campeonato a bordo do seu Skoda Fabia RS Rally2, o que, por si só, é um motivo de grande satisfação pessoal. 

Há oito anos que, para além dos títulos alcançados, chegamos à última prova na discussão do primeiro lugar e isso deixa-nos, obviamente, muito felizes. Esta época, fomos muito competitivos em todos os ralis, mostramos uma regularidade e fiabilidade enorme e consideramos que estarmos como líderes é já uma grande vitória para toda a equipa. Foi uma excelente época, conseguimos já garantir que seremos a melhor dupla nacional e independentemente de qual será o desfecho deste rali, só podemos considerar que tivemos um ano muito positivo”, começa por dizer.

Com uma vantagem pontual de quatro e cinco pontos para os dois diretos adversários, Armindo Araújo tem clara noção que entre os três candidatos a terminar o CPR na primeira posição, é quem a matemática menos favorece, pois terá de deitar fora o seu pior resultado.

Contando apenas os sete melhores resultados, em oito possíveis, teremos obrigatoriamente de descontar a nossa pior pontuação e isso significará que um grande número de pontos estarão fora das contas finais. A tarefa de ser campão é por isso difícil, mas ainda assim estamos focados em fazer um bom rali e lutaremos até ao derradeiro quilómetro, sabendo que não dependemos apenas de nós para que isso seja possível. Não sentimos qualquer pressão do nosso lado e vamos dar o nosso melhor e desfrutar desta derradeira prova da temporada”, concluiu.

O Rallye Vidreiro – Centro de Portugal disputa-se nos dias 17 e 18 de outubro, com o Expocentro de Pombal a servir de base operacional para equipas e organização. Conta com nove Provas Especiais (PE), somando 106,08 quilómetros cronometrados, num percurso total de 371,25 quilómetros.

terça-feira, 14 de outubro de 2025

CPR: Teodósio quer o seu primeiro pódio


O algarvio Ricardo Teodósio parte determinado a conquistar o primeiro pódio da temporada, na derradeira prova do Campeonato de Portugal de Ralis. Depois de ter lutado pelos lugares do pódio até ser forçado a desistir, no Rali da Água, a dupla tricampeã nacional Ricardo Teodósio e José Teixeira parte para o Rali Vidreiro – Centro de Portugal 2025 com esse objetivo em mente, e também para premiar uma temporada que, de uma certa forma, foi aquém das expectativas, com o carro que têm entre mãos.

Tivemos bons andamentos ao longo do ano e sabemos que temos ritmo para estar entre os primeiros. Chegamos ao Rali Vidreiro com vontade de transformar a frustração do Rali da Água em motivação. Vamos dar tudo para conseguir finalmente esse pódio, que seria uma grande forma de terminar o ano e agradecer a todos os que nos apoiam.”, afirmou.

José Teixeira, por seu lado, reforça o foco da equipa: “O objetivo é claro: queremos subir ao pódio. Sabemos que o Vidreiro é um rali rápido e muito disputado, mas também sabemos o que valemos. Neste rali sentimo-nos em casa e queremos mostrar a todos que ainda cá estamos para lutar”, declarou.

O Rallye Vidreiro – Centro de Portugal disputa-se nos dias 17 e 18 de outubro, com o Expocentro de Pombal a servir de base operacional para equipas e organização. Conta com nove Provas Especiais (PE), somando 106,08 quilómetros cronometrados, num percurso total de 371,25 quilómetros.

WRC (II): Nasser Al-Attiyah regressa na Arábia Saudita


Dez anos depois do seu último rali no WRC, Nasser Al-Attiyah regressará à competição num Ford Puma Rally1 no rali da Arábia Saudita, a última prova do calendário. Aos 54 anos, o pentacampeão do Rally Dakar fará a sua estreia absoluta com um carro da categoria Rally1, e segundo revelou ao dirtfish.com, a decisão foi tomada recentemente e o acordo com a equipa britânica foi fechado de forma rápida, após contacto direto com Malcolm Wilson, diretor-geral da M-Sport.

 “Vou competir no Rally1 com o Puma. Estava a pensar que queria competir, mas não no Rally2. Tenho boas relações com o Malcolm [Wilson, diretor-geral da M-Sport] e acabei por lhe ligar. Ele disse que sim, que têm um carro disponível, que vai custar esse dinheiro. Eu disse OK, fechámos o acordo e agora vou fazer parte da M-Sport para a última etapa da temporada.”, começou por afirmar.

Vou testar em Inglaterra. Mas penso que talvez possa fazer alguns testes realmente adequados antes da corrida. Se for permitido, tentaremos dar o nosso melhor. Mas acho que, pela minha experiência, não fará grande diferença.”, continuou. “Terei o Cândido Carerra como navegador, esteve comigo este ano no Médio Oriente e venceu o Campeonato de Ralis do Médio Oriente. Gosto de trabalhar com ele.”, concluiu.

Nasser Al Attiyah tem um palmarés notável... apenas no automobilismo. Tem vinte títulos regionais no Médio Oriente, cinco vitórias no Dakar, quatro Taças do Mundo de Ralis Todo-o-Terreno, o título do Production WRC em 2006, o WRC2 em 2014 e 2015, tudo isto em termos de resultados no WRC, a sua grande temporada foi em 2013, quando conseguiu três quintos lugares a bordo de um Ford Fiesta WRC. Mas o seu melhor resultado foi no ano anterior, quando acabou em quarto lugar no rali de Portugal, também num Ford Fiesta WRC.

Para além dos seus resultados automobilísticos, ele também é um exímio atirador, tendo ganho a medalha de bronze nos Jogos Olímpicos de Londres, em 2012, na classe Skeet, para além de cinco medalhas nos Jogos asiáticos, dois dos quais de ouro.   

WRC: Saiu o calendário definitivo para 2026


Foi hoje publicado o calendário definitivo para 2026 do WRC. Com os mesmos 14 ralis no calendário, há regressos, ausências e recolocações.  

As grandes novidades são o regresso da Croácia, um rali em asfalto, ao calendário, em abril, e a colocação do rali italiano de junho para setembro, para ser a penúltima prova do calendário. A razão é que será agora nas estradas à volta de Roma, depois de ter sido até agora na Sardenha. Também o rali do Japão sai de novembro para maio, não se sabendo se continua a ser um rali em asfalto, como tem sido até agora.

De resto, tudo igual: continuarão a ser 14 ralis no calendário, começando em Monte Carlo, entre os dias 22 e 25 de janeiro, e acaba com o rali da Arábia Saudita, entre os dias 12 e 15 de novembro.

Noticias: vai estar muito calor em Austin


Aparentemente, pela segunda corrida seguida, poderá estar tanto calor, que os pilotos poderão ter de usar novamente o colete corporal de arrefecimento. A FIA pondera emitir novo “risco de calor extremo” depois de se saber que as temperaturas ao longo do fim de semana andarão na casa dos 30º Celsius: 33ºC na sexta-feira, 32ºC no sábado e 33ºC no domingo, à hora da corrida.

O que poderá dar isso, ainda por cima num fim de semana onde há corrida "Sprint"? Poderá mexer nos pneus, especialmente na conservação da borracha em asfalto quente porque nestas situações, o sobreaquecimento é inevitável. E quem tem um melhor pacote aerodinâmico parece ser a McLaren, que se dá bem com o calor, logo, as chances de ter um fim de semana melhor que a Red Bull poderá ser real. 

Quanto ao colete corporal, é sabido que muitos não são fãs dele, e como ainda não é obrigatório - será provavelmente no ano que vêm - dependerá sempre do gosto de cada um o seu uso, ou não.


Youtube Automotive Adventure: De Luanda a Maputo numa suca... num automóvel

Conheci há alguns meses no Youtube o canal Andamente. É um canal português, o que é raro, e tem algumas premissas bem aventureiras. E a mais recente, bem... é de loucos: atravessar África, de Luanda, em Angola, a Maputo, em Moçambique. O problema não é a travessia - as estradas valem o que valem, mas é uma possibilidade, mas a coisa é diferente quando envolvemos um Toyota Corolla... de 1991. E a cair aos bocados. 

E é com esse carro, que todos vêm que não vai resistir mais de 20 quilómetros, que eles tentarão chegar ao destino. Começo aqui com o primeiro episódio, em Luanda, para encontrar a sucata... perdão, o carro.   

segunda-feira, 13 de outubro de 2025

Formula E: Porsche confirma Wehrlein e Nico Muller


A Porsche confirmou esta segunda-feira que Pascal Wehrlein e Nico Muller serão a nova dupla para a temporada 2025-26 da competição elétrica. Muller, que substituirá António Félix da Costa, que irá para a Jaguar, transfere-se da equipa cliente Andretti para integrar a formação oficial da marca de Estugarda.

Na apresentação do projeto, Thomas Laudenbach, vice-presidente da Porsche Motorsport na área da competição, mantêm como objetivo a conquista de títulos para a próxima temporada, eles que ganharam o título de Construtores. 

Continuamos a ter uma das duplas mais fortes da grelha”, afirmou Laudenbach. “O Pascal é um valor seguro e o Nico já conhece bem o Porsche 99X Electric, o que o deixa bem preparado. O objetivo mantém-se: lutar pelos três títulos na final de Londres no próximo ano.

Já o diretor de competição, Florian Modlinger, destacou a escolha de Müller como “sucessor lógico” de Félix da Costa: “Precisávamos de um piloto experiente que se integrasse de imediato. O Nico conhece o carro e já trabalhou no simulador em Weissach. Queremos lutar por todos os títulos e, para isso, precisamos de dois pilotos consistentes.”


Quanto aos pilotos, Wehrlein deu as boas-vindas ao novo colega, sublinhando a importância do trabalho conjunto: “Nada no desporto motorizado é fácil. O Nico e eu partilhamos essa mentalidade de esforço constante, e isso será essencial num ano em que competimos e, ao mesmo tempo, preparamos o futuro.”, afirmou. 

Do outro lado, Muller afirmou sentir-se “orgulhoso e motivado” com esta oportunidade: “A última época foi difícil, mas muito instrutiva. Quero retribuir a confiança da Porsche em pista e ajudar a equipa a continuar a vencer. Estou certo de que o Pascal e eu formaremos uma dupla forte.

Ambos já estão envolvidos no desenvolvimento do novo carro Gen4, que fará a sua estreia na época seguinte com mais de 600 kW de potência. Os primeiros testes estão agendados para o final do ano, no centro de I&D da Porsche em Weissach. Antes disso, participarão nos testes coletivos de pré-temporada em Valência, para estarem prontos para o inicio da temporada, que acontecerá a 6 de dezembro em São Paulo, no Brasil. 

CPR: Meeke confia num bom resultado


O fim de semana que aí vêm é de decisão no Campeonato de Portugal de Ralis, o rali Vidreiro. Entre Pombal e Marinha Grande, Kris Meeke, Armindo Araújo e José Pedro Fontes lutam pelo título num campeonato que tem Dani Sordo na competição. Meeke, que procura o bicampeonato, espera ser um bom rali para as suas cores.

Depois de uma época pautada por vitórias expressivas e exibições grandiosas, mas também por contratempos pontuais, a dupla Meeke e Stuart Loudon, o seu navegador, parte determinada a entregar tudo em busca dos títulos para a Toyota Gazoo Racing Caetano Portugal chega a esta prova com um objetivo inabalável: lutar pela vitória e culminar uma temporada de sucesso com uma festa.

Depois dos problemas que tivemos no Rali da Água, tudo se decide no último rali. É a natureza deste Campeonato de Portugal, com oito provas e uma pontuação para descartar, o que não permite quaisquer inconsistências. Tivemos dois ralis em que as coisas não correram como planeado, mas em todos os outros demonstrámos o nosso verdadeiro ritmo e a velocidade necessária para lutar pela vitória.”, começou por afirmar.

Continuo convicto. Em todas as provas deste ano estivemos entre os mais rápidos e lideramos a maioria das especiais. Sei que o GR Yaris Rally2 se adapta muito bem a este tipo de troços. No entanto, tudo pode acontecer neste desporto. O essencial será realizar um fim de semana limpo e consistente. Se o conseguirmos, acredito que tudo correrá bem. Agora, é focar, preparar meticulosamente o carro e lutar até ao fim. Vamos dar o nosso máximo.”, concluiu.

O Rallye Vidreiro – Centro de Portugal disputa-se nos dias 17 e 18 de outubro, com o Expocentro de Pombal a servir de base operacional para equipas e organização. Conta com nove Provas Especiais (PE), somando 106,08 quilómetros cronometrados num percurso total de 371,25 quilõmetros.

Youtube Automotive Video: Ben Collins guia o DeLorean DMC-12

Faz agora 45 anos que saíram os primeiros exemplares do DeLorean DMC-12, o sonho de John DeLorean, num carro desenhado por Georgetto Giugiaro, desenvolvido por Colin Chapman a partir de um Lotus Esprit e construído numa fábrica em Belfast, na Irlanda do Norte, no meio dos "The Troubles", onde o desemprego estava a cerca de 20 por cento. 

Com um investimento do governo britânico a rondar os 90 milhões de dólares, que implicou a construção de uma fábrica de raiz, tudo indicava que todo este projeto teria pernas para andar. Afinal, depois de ano e meio, o projeto acabou com a prisão de DeLorean numa apreensão de droga armada pelo FBI e DEA, com a morte repentina de Chapman e mais de 10 milhões de dólares a desaparecerem de forma fraudulenta.

E cerca de nove mil carros fabricados, todos em aço inoxidável, que pareciam acabar no esquecimento... se não fosse um filme de Hollywood, que apareceu nos ecrãs de cinema há 40 anos. 

Tudo isto está explicado neste teste automóvel apresentado por Ben Collins, o ex-The Stig. 

domingo, 12 de outubro de 2025

A imagem do dia




A vida tem destas coisas: num dia podes estar no topo do mundo, noutro, dás graças a Deus - qualquer que seja - por estares a respirar. E teres uma segunda chance. E a 12 de outubro de 1990, Alessandro Nannini teve sorte por estar vivo. 

Desde há algum tempo que o italiano, piloto da Benetton na Formula 1, e a ter uma temporada interessante - tinha conseguido um pódio em Jerez, no sul de Espanha - queria comprar um helicóptero para as suas deslocações. Quando o conseguiu, um AS350, também começou a tirar um curso de pilotagem, do qual ainda não tinha completado, logo, quando foi para a quinta da família, nos arredores de Siena, foi com um piloto especializado. 

Ao aterrar, este escolheu estar perto da entrada da casa, pois achava que estaria mais sólido. Contudo, calculou mal o peso do helicóptero e quando conseguiu pousar, o chão desabou. Se o piloto saiu ileso, Nannini não: o estrago foi grande, principalmente na frente, e uma das pás, que se desfez no impacto, cortou o antebraço direito do piloto. E tudo isto diante dos seus pais.

A partir dali, foi um contra-relógio: transportado de emergência para o hospital de Florença, começou uma longa operação liderada pelo Dr. Carlo Bufalini, que durante quase dez horas, conseguiu reimplantar o braço numa operação de microcirurgia. Em muitos aspectos, era um milagre, ele estar vivo, e ele ter conseguido recuperar o braço. 

O acidente não poderia ter acontecido na pior das alturas: tinha acordado ficar na equipa para 1991, recusado uma oferta da Ferrari porque era amigo de Flávio Briatore, e sabia que com ele, poderia ir longe na sua carreira na Formula 1. E nem sequer se pode falar da temporada que estava a ter até então, mais consistente que em 1989. Assim sendo, a pouco mais de uma semana do GP do Japão, uma abertura tinha aparecido, inesperadamente, numa Benetton que já ameaçava interferir entre Williams, Ferrari e McLaren...

Quanto a Nannini, nunca deixou de ser rápido. Mas não mais regressou à Formula 1. A recuperação foi lenta, e a mobilidade do seu braço foi parcialmente recuperada. Mesmo estando "mutilado", e mesmo que as portas da Formula 1 tenham ficado fechadas, continuou a ter uma carreira no automobilismo, pelo menos para o resto da década. A sua segunda vida, primeiro no DTM alemão com a Alfa Romeo, e depois nos GT's, na Mercedes, mostrou que é bom estar não só vivo, como também continuar a fazer aquilo que mais gosta.   

Quem ficará com o lugar de Kalle Rovanpera?


O anuncio - algo inesperado, mas especulado - da saída de Kalle Rovanpera para tentar a sua sorte na Superformula japonesa, com o apoio da Toyota, deixou um espaço no seio da equipa Toyota GR Rally, sobretudo na categoria Rally1, e claro, todos querem saber quem o preencherá. Com Sebastien Ogier a querer continuar a correr de modo parcial, os candidatos ao lugar parecem existir. Há dois à vista, mas poderá haver... um regresso. 

Comecemos pelo óbvio: Olivier Solberg, de 24 anos, é o candidato ideal, principalmente depois das suas performances nesta temporada e da sua vitória no rali da Estónia, na única vez que guiou um Rally1 até agora. Filho de Petter Solberg, o norueguês campeão do mundo em 2003, pela Subaru, Olivier, que corre com licença sueca, já teve a sua sorte em 2021 pela Hyundai, onde não foi muito bem sucedido, aproveitou bem a chance que teve este ano. Se assim for, cumpre-se uma intenção já antiga, do qual ainda não se sabe que haverá mais alguma chance nesta temporada, já que ele alcançou o objetivo de ser o campeão na classe WRC2.

Depois, temos Sami Pajari. O finlandês é o quarto piloto da equipa, depois de Rovanpera, Ogier, Takamoto Katsuta e Elfyn Evans. Está a ter a sua primeira temporada completa com um Rally1, mas os resultados até agora não tem sido deslumbrantes, pelo menos, em termos de comparação com Solberg. Tem 70 pontos, todos num Rally1, mas Solberg não anda atrás, com 60, onde apenas 25 dos quais foram numa máquina superior. Logo, é provável que continue, mas só será viável se manter o mesmo esquema para 2026.

Quanto aos outros: Elfyn Evans é muito fiável, mas não figura entre os melhores do WRC, e o japonês Takamoto Katsuta tem estagnado nos últimos dois anos, com pouca ou nenhuma evolução, o que sugere que atingiu o seu limite.

Dito isto, surgiu outra hipótese há alguns dias: o regresso de Ott Tanak. O piloto de 38 anos ainda é visto como rápido e consistente, e pode não estar muito feliz na Hyundai, porque o carro que tem é inferior ao da Toyota. Ainda por cima, tem ainda Thierry Neuville, que mesmo sendo o seu rival interno, tem também os seus problemas em relação ao carro que guia. 

Contudo, ele mesmo descarta uma mudança para a equipa. Em declarações ao site dirtfish.com, afirmou: “Acho que, se olharmos para o panorama geral e para a formação que a Toyota tem, não há necessidade da parte deles de procurarem noutro lado. Acho que é bastante óbvio como as coisas vão correr e como será a formação”. Mas há quem não descarte a ideia de ele ir para lá porque tem a ambição de ganhar títulos, e ao ver que perderam o piloto que tinha essa ambição, ele poderá ser o piloto ideal para o substituir...