sábado, 23 de fevereiro de 2013

As dificuldades da WSR em testar...

O pessoal da World Series by Renault anda com azar nesta temporada. Depois de na semana passada, o primeiro teste da temporada, no circuito de Monza, devido à neve. este sábado, quando máquinas e pilotos estavam prestes a cumprir o segundo dia de testes no circuito Motoland, de Aragón, em Espanha, foram surpreendidos com uma queda de neve que inviabilizou este dia na pista espanhola devido às condições da pista.

É certo que o calendário de testes já tinha sido escolhido com antecedência, mas provavelmente da próxima vez seria mais aconselhável escolher um sitio onde têm a certeza que não vai nevar. Jerez, Valência, ou até Portimão seriam sitios bem melhores, por exemplo. É que a GP3, por estes dias, andou a testar no Autódromo do Estoril e nem a chuva foi problema para que máquinas e pilotos pudessem testar calmamente.

No dia anterior, António Félix da Costa andou bem na pista espanhola, conseguindo o segundo melhor tempo, a apenas 0,2 segundos do belga Stoffel Vandoorne, que liderou a tabela de tempos. Numa pista que esteve molhada durante boa parte do dia, o piloto de Cascais ficou satisfeito com o resultado alcançado: “Depois de mais de 3 meses sem guiar foi bom voltar a sentar-me no carro, senti-me confortável e bem fisicamente. Acredito que demos um passo em frente em termos de acerto do carro, numa pista onde a equipa teve bastantes dificuldades no ano passado e onde irá ter lugar a segunda corrida do ano, portanto foi um teste bem positivo. Nesta fase os tempos não são o mais importante mas de qualquer forma este 2º tempo mostra que estamos bem”, referiu.

Os próximos testes da World Series by Renault ocorrem entre 8 e 9 de março, no circuito francês de Paul Ricard. 

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Lewis Hamilton, o "gangsta rapper" da Formula 1

Quando andava a ler umas coisas sobre Niki Lauda, esta tarde, descobri uma frase dele de 2009 em que referia que "o carisma de Hamilton é a sua namorada", referindo-se a Nicole Scherzinger, a vocalista da banda Pussycat Dolls e do qual tem uma relação que, ora se acende, ora se apaga. Acho que de 2009 para cá, o seu carisma tem melhorado, mas existem outras coisas dos quais fazem com que Hamilton seja mais conhecido com o que faz fora do carro do que dentro dele.

Um bom exemplo disso foi o que colocou hoje no seu Twitter oficial. Ele meteu várias fotos de Barcelona, mas nenhuma delas era da pista ou do carro que estava a testar. Eram sim, de uma loja de tatuagens local, que lhe encarregou de cobrir completamente um dos braços. Não tenho nada contra as tatuagens em si, nem coloco em causa o profissionalismo de Lewis Hamilton, mas essa ideia de se cobrir todo com desenhos permanentes, numa altura em que o carro arrisca a ser mau, poderá passar uma má imagem. Já estão a imaginar o percurso que fez esta tarde, não? Hotel-Pista-Loja de Tatuagens-Hotel... ah não! Segundo a imagem acima, o tatuador veio ao circuito de Montmeló para fazer os retoques.

Mas esta imagem de "gangsta rapper" aparece coincidentemente na mesma altura em que faz mais um ensaio numa revista masculina, mais concretamente a "Men's Journal" (não será a Men's Health?) onde se vê Hamilton em todo o seu esplendor... e onde está a tentar rivalizar com David Beckham no quesito "espelho meu, espelho meu, quem tem mais tatuagens do que eu?" Pelo menos, em termos de Formula 1, parece ser o campeão do mundo...

Enfim, é melhor andarmos a ver as fotos que vai colocar por aí. Porque em termos de carro, segundo as palavras do próprio, parece que não dá para ganhar nesta temporada... a não ser no Top Gear, onde ele conseguiu bater Sebastien Vettel no Suzuki Liana.

Noticias: Lewis Hamilton sem ilusões


Apesar de esta manhã Lewis Hamilton ter liderado a tabela de tempos neste último dia de testes em Barcelona, o piloto britânico continua a estar cauteloso sobre o potencial do Mercedes W04 para a temporada de 2013, pois tem a consciência de que poderá estar bem atrás das três melhores equipas do pelotão: McLaren, Red Bull e Ferrari.

Não nos parece que seja possível vencer a curto prazo, mas sim tentar ficar no "top 10". Não somos rápidos o suficiente para ser os mais rápidos numa volta, mas também não estamos assim tão lentos. Acho que não é possível lutar pelo título. De qualquer forma, é esse o nosso objectivo. Há que lembrar que a Mercedes estava a um segundo das equipas da frente, às vezes dois e se também não me parece que estejamos assim tão longe, acho que de início não será fácil andar na frente. Mais para a frente sim, é o que queremos…”, começou por referir em declarações para a BBC.

E sobre os testes em Barcelona, Hamilton comentou: “Não rodámos tanto quanto queríamos, mas cumprimos a maior parte do nosso programa, trabalhámos na consistência do carro em séries longas de voltas, e tudo correu bem”, referiu.

Até pode ser bom sinal, mas parece que as coisas em 2013 vão ser complicadas para os lados de Brackley... e provavelmente muito do que escrevi na minha coluna de opinião desta semana pode ser verdadeira. Se calhar, resta á equipa começar a projetar já o carro de 2014.

Niki Lauda, 64 anos

Andreas Nikolaus Lauda é uma personagem que não é, não foi e nunca será cinzento. Diz sempre o que pensa, faz o seu sempre apetece e é teimoso o suficiente para se agarrar à vida após um acidente que quase o matou. Os mais novos podem o ver como comentador desportivo e um dos diretores da Mercedes. E se calhar devem pensar nele como o dono de uma companhia aérea com o seu nome. Mas os mais velhos - especialmente a partir da minha geração - somos aqueles que tivemos o previlégio de o ver correr, e vimos até que ponto era um dos melhores pilotos da sua geração. Sempre consistente, nunca se esforçando demasiado.

Este ano vai ser especial para todos os que gostam de automobilismo. É porque vêm aí um filme de Hollywood sobre ele. Bem, não é tanto sobre ele, é mais sobre o duelo que teve com James Hunt pelo título mundial de 1976 - curiosamente o ano em que nasci... - e sobre o acidente que o marcou fisicamente e psicologicamente, no circuito alemão de Nurburgring, e o campeonato em si, que terminou de forma dramática, debaixo de copiosa chuva no circuito japonês de Fuji, com o austríaco a desistir voluntariamente de um título mundial, algo que enfureceu os tiffosi em geral e Enzo Ferrari em particular.

Lauda aguentou as criticas e fez o que tinha a fazer, vencendo um segundo título mundial em 1977 - inicialmente como segundo piloto da marca, atrás de Carlos Reutemann - e depois saiu da Scuderia pelo seu próprio pé, sem dar cavaco a ninguém. Mas isso fazia parte do seu estilo, de fazer as coisas à sua maneira, contrariando tudo e todos, pois sabia que o seu talento não dependia das máquinas que guiava, mas de si próprio. Foi por isso que no inicio da carreira, ele pediu empréstimos bancários uns atrás dos outros para chegar à March, em 1971, e depois à BRM, em 1973. Depois, o seu talento fez o suficiente para que o seu companheiro de equipa, Clay Regazzoni, o recomendasse a Enzo Ferrari, que o contratou no inicio de 1974. Conta-se que com o salário que a Scuderia lhe deu, foi mais do que suficiente para pagar as suas dívidas aos bancos.

Depois da passagem pela Ferrari, foi para a Brabham de Bernie Ecclestone, ganhar rios de dinheiro... mas a lutar contra um péssimo motor flat-12 da Alfa Romeo. Tentou dar o seu melhor, vencendo duas corridas e 1978, mas depois de uma péssima temporada em 1979, decidiu ir-se embora, "cansado de andar às voltas em circulos", como disse na altura. 

Decidiu fazer a sua companhia de aviação, e pragmáticamente, decidiu voltar à competição pelo dinheiro, na McLaren. O regresso correu-lhe bem, em 1982, conseguindo duas vitórias. E apesar de uma má temporada em 1983, o ano seguinte, agora com o motor TAG-Porsche Turbo, o colocou com um conjunto ganhador em sete anos. E aplicou tudo o que sabia, especialmente em condições de corrida, para no final do ano conseguir bater Alain Prost por apenas meio ponto. Na última corrida de 1984, no circuito português do Estoril, bastou chegar ao segundo posto e ficar atrás de Prost para ser tricampeão do mundo.

Depois de se retirar, optou por tentar desenvolver a sua companhia aérea, enquanto regressava ocasionalmente à Formula 1 com consultor na Ferrari, Jaguar e agora Mercedes. E também dizia o que pensava aos microfones da RTL alemã, irritando muitas vezes muita gente. Mas ele nunca deixou de ser ele mesmo, talvez um dos melhores da sua geração e de sempre da Formula 1.

Assim sendo... parabéns, Niki Lauda. 

E na 5ª Coluna desta semana...


(...) Os sinais de alarme são antigos, mas agravaram-se este ano, quando se soube que após os primeiros testes, em Jerez, o Mercedes W04 poder estar muito longe da concorrência mais direta, estando mais perto do meio do pelotão do que dos três que lhes interessa bater: Ferrari, McLaren e Red Bull. E a hipótese de ser batido por Lotus, por exemplo numa segunda temporada consecutiva, é uma hipótese assustadoramente grande, e faz com que os acionistas, em Estugarda, comecem a questionar a permanência da marca na Formula 1, pelo menos como equipa. (...)

(...) Com estas pressões, mais o organigrama que tenho visto naquela equipa, de partilha de responsabilidades entre responsáveis - Ross Brawn, Niki Lauda, Christian "Toto" Wolff - entre outras coisas, quase me faz pensar de onde já vi este filme. E lembrei-me logo: dos casos da Jaguar, Toyota, Honda: tudo grandes corporações que andam na Formula 1 com o objetivo para vender mais carros na segunda-feira, caso um dos seus pilotos ganhe. E basta recuar um pouco na história para recordar as suas aventuras e como é que eles acabaram. (...)

Estes são dois excertos do artigo que escrevi hoje - de forma excepcional à sexta-feira - sobre a atual situação da Mercedes, que está a pressionar toda a administração da Formula 1 para apresentar resultados imediatos, sob pena de tomar decisões radicais. E para piorar as coisas, parece que a marca está a seguir os mesmos passos que outras marcas seguiram na década passada, com resultados desastrosos.

Tudo isto e muito mais pode ser lido a partir deste link, no blog Formula 1 Portugal

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

O estranho caso de Luiz Razia

A noticia de que o brasileiro Luiz Razia não iria testar o Marussia nesta sexta-feira, quando estava marcado para dar umas voltas no chassis existente causou alguma estranheza no meio e fez ressurgir o rumor de que poderia haver dúvidas sobre a continuidade do piloto brasileiro na equipa.

Segundo o comunicado da marca, como não conseguiram hoje fazer "stints" mais longos, decidiram que "faz sentido manter Max [Chilton] no carro para que ele obtenha consistência e ele vai continuar amanhã, um dia em que as condições climáticas devem intervir nos procedimentos”.

Tudo isto não faz muito sentido. Aliás, desde que soubemos da confirmação de Razia na Marussia que a história está mal contada. Ao contrário do que aconteceu noutros lados, foi o próprio piloto que confirmou e não a equipa, que o fez apenas alguns dias mais tarde, um dia depois da apresentação do carro, sem pompas, diga-se. E desde então que se nota que o primeiro piloto é Max Chilton, ao qual se dá imensos quilómetros para que ele possa adaptar-se o melhor possivel ao carro, pelo menos enquanto que o segundo chassis não está pronto, para que Razia possa dar as suas voltas.

Tudo muito estranho... espera-se que não seja nada demais.

Atualização: Falei com o Rafa Lopes, do Voando Baixo, e ele me disse que a razão pelo qual pediram a Razia que Chilton testasse nesta sexta-feira em vez dele, foi para que o britânico enchesse a sua quota de testes, para que na última sessão, que também será em Barcelona, o carro ficasse para o piloto brasileiro. Agradeço a ele pelo esclarecimento.

O desgaste extremo dos pneus Pirelli

As declarações de Sergio Perez, em Barcelona, sobre o desgaste dos pneus, poderão ter feito soar o alarme em alguns sitios. O mexicano da McLaren afirmou que este tipo de comportamento é extremo e prevê muitas paragens nas boxes: “O desgaste é extremo, é mesmo muito difícil com este nível de degradação. Até aqui sempre vimos alguma degradação dos pneus durante os testes, mas com este nível, nem pensar. De qualquer forma, estamos a aprender os pneus, mas pelo que vejo, em Melbourne, vamos ter para aí dez paragens…”, referiu.

A ideia de um desgaste extremo dos pneus é proposital, como aconteceu em 2012. A ideia era de mostrar um equilíbrio artificial nas corridas e proporcionar uma alta imprevisibilidade, sem sabermos quem iria vencer a corrida. Ou que o vencedor fosse o piloto que soubesse gerir melhor os pneus que tiver à mão.

Só que por esta altura, esse tipo de pneus poderá prejudicar os pilotos que querem tentar aprender o mais possivel sobre o novo carro que têm entre mãos, como conta o australiano Daniel Ricciardo, piloto da Toro Rosso: "Enquanto estava atrás de carros fazendo trechos longos de voltas, pareciam que estavam atirando pedaços de borracha em mim."

Com o monopólio da Pirelli neste campo, e com a intenção dos responsáveis da Formula 1 de transformar a categoria num "circo", com um equilíbrio artificial, esses "pneus farinha" ajudam muito nisso. Resta dizer que no final, o grande vencedor será o que se adaptar melhor a este tipo de pneus. Em 2012, Fernando Alonso foi excelente nesse campo, como também foi Jenson Button...

Youtube Video: A coisa do momento com o Tiago Monteiro


Sim, confesso estar cansado de ouvir tanto Harlem Shake. Mas só coloco aqui este video por três coisas: porque foi feito para o Tiago Monteiro, porque foi por alturas do Carnaval e foi por causa de uma reação minha à sua intenção que começou a seguir-me no Twitter. Mais nada.

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Youtube F1 Testing: pergunta para Kimi Raikkonen


Há uma boa razão porque por vezes Kimi Raikkonen não gosta muito dos jornalistas. Muitas das vezes, eles fazem perguntas que de tão básicas, merecem a reação que ele teve ontem à tarde, no primeiro dia de testes de Barcelona...

Noticias: Mercedes revela a sua equipa no DTM

A marca alemã anunciou hoje a sua equipa para o campeonato de Turismos, com a grande surpresa a ser a continuidade de Ralf Schumacher na equipa, numa altura em que se falava que não iria continuar na categoria, depois de cinco temporadas sem alcançar a vitória. Os outros pilotos irão ser o britânico Gary Pafett e quatro juniores: o canadiano Robert Wickens, o alemão Christian Vietoris e os espanhois Roberto Merhi e Daniel Juncadella.

Na apresentação da equipa, o novo responsável da Mercedes, Christian "Toto" Wolff revelou que fora endreçado um convite a Robert Kubica, mas que este acabou por o recusar, alegando este ter outros planos. Muito provavelmente, ele poderá ter decidido que iria fazer - ou continuar - ligado aos ralis.

E sobre os jovens pilotos, Wolff referiu o longo passado da marca nesse tipo de envolvimento: “O desenvolvimento de jovens talentos tem uma longa história na Mercedes, então é totalmente lógico aumentar o tamanho da nossa equipe de juniores no DTM pelo segundo ano e dar as boas-vindas ao quarto piloto da equipe: Daniel Juncadella”, começou por apresentar. 

Robert Merhi, Christian Vietoris e Robert Wickens foram confrontados com um desafio extremamente difícil no primeiro ano e com uma nova geração de carros, mas eles foram muito bem, então nunca houve qualquer dúvida de que eles continuariam em 2013. Isso também faz parte de um bem-sucedido programa de desenvolvimento de jovens”, concluiu o dirigente austríaco.

O campeonato de 2013 começa a 5 de maio, em Hockenheim.

Youtube Motorsport: DTM, 1993


O Matthias Mannizer (vulgo Mattzel89) colocou mais um dos seus videos em câmara lenta. E desta vez é especifico: o DTM, a série de turismos alemã que é uma das melhores do mundo. Mas não é de agora, pois recuou vinte anos no tempo paras mostrar como era em 1993, quando pilotos como Klaus Ludwig, Kurt Thim, Bernd Schnider ou Nicola Larini, entre outros, e máquinas como Opel, Mercedes e Alfa Romeo, entre outros.

O filme tem cenas impressionantes e vale a pena. Especialmente os saltos no Nurburgring Nordschleife... 

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

O regresso da ameaça barenita

A semana passada ficou marcada no Bahrein pela comemoração do segundo aniversário das primeiras manifestações contra o regime sunita, que manda no país, mas é a minoria em termos de população. As coisas, que andavam um pouco mais calmas nos últimos tempos, voltaram a agitar-se e duas pessoas já foram mortas, uma delas um adolescente.

Como seria de esperar, estas manifestações, apesar de acontecer num ambiente mais calmo do que anteriormente - e numa altura em que ambos os lados estavam a ter conversações - o perigo de uma escalada está sempre presente e o risco da Formula 1 ser usado como uma arma de arremesso por parte da oposição é bem real, já que o Grande Prémio vai acontecer a 21 de abril, uma semana depois do GP da China. E em dois meses muita coisa poderá acontecer.

Claro, do lado de Bernie Ecclestone, a corrida irá acontecer, a qualquer custo: “Temos um evento programado lá, assim como lá estaremos da mesma forma como estivemos no ano passado”, decretou. Mas como é sabido, nos corredores da FIA e nas mentes de muita gente nas equipas, a perspectiva de voltar à pequena ilha do Golfo Persico é pouco menos do que um pesadelo. Claro, o governo irá fazer de tudo para assegurar a segurança de pilotos, dirigentes, engenheiros e mecânicos, mas a ideia de que tudo vai voltar de novo é algo do qual não sai da cabeça de muita gente. Especialmente porque por aquelas bandas, a Formula 1 é a "má da fita".

As equipas estão "amarradas" pelos contratos a irem a tudo onde Bernie mandar, e o governo local paga 40 milhões de dólares - se calhar um pouco mais, se ele usou "a sua magia" para os convencer a que fossem por lá - para os ter por ali. E nenhum dos lados se importa que a Formula 1 apareça num pais em que tudo esteja herméticamente fechado para que "o espectáculo continue".

O chato é que com isto, a reputação de ambos os lados vai por água abaixo... e cada vez mais passe a ideia de que em termos políticos, a Formula 1 precise de caras novas e ideias novas.

Revista Speed - edição de fevereiro

E depois de um mês, já saiu a edição de fevereiro da revista Speed. Nesta edição, o nosso natural destaque tem a ver com o Rali de Monte Carlo, a prova de abertura do Mundial de Ralis, vencida por Sebastien Löeb e marcou a estreia da Volkswagen no WRC. Um evento no qual foi coberto pelo nosso mais recente colaborador, Ricardo Batista. 

Para além disso, temos na capa a cobertura de Daytona e ainda falamos sobre os lançamentos dos carros de Formula 1 para 2013, bem como a parte final do Rali Dakar deste ano, que como sabem, terminou em Santiago do Chile. E mais alguns eventos históricos, bem como um tributo a Guido Forti, falecido no passado mês e no qual falamos sobre a saga da sua equipa na formula 1, em meados da década de 90.

Tudo isto e muito mais, podem ler a partir deste link: http://speedrevista.wordpress.com/2013/02/19/speed-fevereiro-2013/

Apresentações 2013: o Williams FW35

A Williams era o último carro do pelotão do qual todos queriam saber como iria ser na temporada que vai começar agora. E em Barcelona, o suspense terminou: o FW35 não tem o degrau na sua frente e é um produto "80 por cento novo", segundo afirmou Mike Coulghan, o diretor técnico da marca. "É um monolugar mais refinado, melhor do que o FW34 e acho que toda a equipa pode sentir-se orgulhosa pelo trabalho que fizemos", referiu o engenheiro inglês.

As alterações em relação a 2012 são ao nível da caixa de velocidades, que é nova, da suspensão traseira, do assoalho e dos escapes, e sobre o "efeito Coanda", Coulghan afirmou que é um desafio a ser levado em conta: “O efeito Coanda será uma grande coisa para nós. Não houve nenhum maior esclarecimento a respeito do regulamento nesta área do carro, então nós vamos trabalhar bem próximos à Renault para elevar ao máximo os ganhos disponíveis. O uso do DRS será mais restrito neste ano, por isso vamos focar noutras áreas”, completou.

Já Sir Frank Williams, fundador e patrão da marca, destacou o esforço e a dedicação dos funcionários em construir mais este carro, e espera que este carro os coloque no caminho das vitórias: “Vamos ter de esperar até a Austrália para realmente ver o que temos, mas acreditamos que esse é um passo à frente em relação ao carro do ano passado, que também foi um carro muito competitivo. Pastor tem um caráter fascinante e um piloto muito determinado, enquanto Valtteri é mais tranquilo, mas muita água ainda vai rolar, e ele é um piloto muito talentoso”, começou por afirmar.

A Williams tem estado no topo muitas vezes ao longo dos últimos 30 anos. É da natureza do desporto termos altos e baixos, mas quando estamos em baixo, sempre lutamos para trilhar o nosso caminho de volta. É isso o que espero que com a atual equipa que temos, que com o nosso novo FW35, o talento combinado de Pastor, Valtteri e Susie [Wolff, a piloto de testes] e o apoio contínuo dos nossos parceiros, que vamos estar em uma posição de lutar com os melhores”, concluiu. 

E é com uma ambição renovada para 2013, a equipa em que Pastor Maldonado é o piloto principal, e terá como companheiro de equipa o novato finlandês Valtteri Bottas, que substituiu o brasileiro Bruno Senna, espera-se que as prestações em 2013 sejam melhores do que no ano anterior, onde apesar da vitória de Maldonado em Barcelona, ele foi mais conhecido pelos seus desastres do que pela sua constância. No final, o piloto venezuelano foi apenas o 15º classificado do Mundial, enquanto que a equipa foi a oitava no Mundial de Construtores.

Youtube Motorsport Comedy: Galvão Bueno na piscina


É um dos videos do momento no Brasil: Galvão Bueno, um dos mais famosos apresentadores desportivos da Rede Globo, diverte-se na piscina, durante o fim de semana do Desafio Internacional das Estrelas, no passado mês de janeiro. 

Ao menos, o homem sabe divertir-se, não é?

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Extra-Campeonato: os ídolos caidos destes dias

Todos nós temos um lado negro, do qual depende de nós controlá-lo. Nem todos conseguem, e espera-se que esse demónio não cause muito mal a nós mesmos e aos outros que estão à nossa volta. Só que nem isso  é conseguido, e muitas das vezes, quando se atravessa uma linha vermelha, os estragos podem ser irreversíveis, sem hipótese de redenção. Os desportistas são provavelmente das pessoas mais pressionadas - ou estão mais sujeitas a extremos - quer físicos, quer psicológicos. A obsessão de ganhar, por vezes, leva a extremos, do qual nem todos aguentam. E também fazem despertar o seu pior de si.

Em pouco mais de um mês vimos a queda de dois ídolos: Lance Armstrong e Oscar Pistorius. O ciclista americano, que superou um cancro nos testículos para vencer sete Voltas a França seguidas, afinal, construiu toda a sua carreira à volta de um esquema ambicioso de "doping" sanguíneo, do qual confessou a Oprah Winfrey, num programa de televisão de grande audiência. E esta quarta-feira, Dia de São Valentim, a África do Sul acordou chocada com a noticia de que o atleta de 26 anos, duplo amputado das pernas, tinha matado a sua namorada, Reeva Stenkamp, de 29 anos.

E nos dias que se seguiram, descobriu-se um lado desconhecido de um atleta que lutou arduamente para que fosse aceite para correr nos Jogos Olímpicos, mesmo sendo duplo amputado: obcecado com armas e com um historial de violência doméstica. E as circunstâncias da morte da sua namorada demonstram essa violência: primeiro, espancada com um bastão de cricket, depois atingida com quatro tiros de uma pistola de 9 milimetros, quando esta se trancou na casa de banho da sua casa.

Muito provavelmente, tudo isto aconteceu num momento de fúria incontrolável do atleta, demonstrando o lado escuro deste ser humano que, indelevelmente, surgiu como um choque para todos nós. Mas os sinais estavam lá há muito tempo: numa das suas entrevistas, Pistorius - que a imprensa o alcunhou de "Blade Runner", devido às suas próteses - tinha dito que praticava tiro quando "ficava sem sono" e dormia com uma pistola de nove milímetros ao seu lado. Havia também uma pistola-metralhadora debaixo da janela da sua casa e bastões, um deles o tal de cricket, que haveria de a matar. E a sua aparente paranóia foi manifestada noutra entrevista, quando - alegadamente por ter ouvido um ruido estranho - saltou da cadeira e pegou numa pistola, agachado, procurando por um eventual intruso.

Que a Africa do Sul é um país violento, isso já se sabe. Mas Pistorius vivia num condomínio fechado de Joanesburgo, cercado por muros altos e cerca electrificada e vigiado por guardas, o que daria uma segurança grande. Logo, a ideia de que ele confundiu a sua namorada por um ladrão, como disse inicialmente, está cada vez mais a cair por terra. Esta terça-feira, o dia em que a sua namorada irá ser cremada, em Port Elizabeth, ele tentará convencer o juiz de que quer aguardar o julgamento em liberdade, sob uma elevada fiança.

A história - chocante - de Pistorius faz-me pensar sobre a razão pelo qual termos ídolos no desporto. Na minha opinião, irá sempre depender de como os olhamos para eles. Muitos fazem porque é algo que representa aquilo que queríamos ser e não fomos. Porque olhamos para eles para nos superarmos quando estamos em baixo de forma e queremos dar a volta por cima. Porque eles representam o nosso país, região, clube numa manifestação nacionalista, por vezes, quase irracional. E acima de tudo, porque representa o melhor de nós, seres humanos.

Só que há um problema: eles não são deuses ou ídolos sem falhas. São tipos muito bons na sua área, do qual ganham milhões com isso. E eu fico com a ideia de que são tratados como tal. O melhor exemplo são os que morreram cedo demais, como Ayrton Senna ou Gilles Villeneuve. Muitos os tratam hoje em dia como se fossem semi-deuses, muitas das vezes apagando das suas mentes as falhas e os seus erros, que cometeram. Ou então, sabem transformar as derrotas em vitórias. Acho que em muitos aspectos, a idolatria existente aos desportistas não vêm deles, mas parte de nós, pelas razões que expliquei acima. 

E quando se descobre que os seus ídolos têm pés de barro, o choque e a tristeza são grandes. Exemplos não faltam: na minha adolescência, lembro da novela que foi a decadência de Diego Maradona, com a sua dependência de cocaína e as suas suspensões do futebol, antes de conseguir reabilitar-se. Mas houve outros que não conseguiram ou não estão a conseguir, como Garrincha e George Best, destruídos pelo álcool, ou Paul Gascoigne, que aos 45 anos, passa por mais uma crise devido à sua dependência à bebida. Provavelmente, se chegar vivo aos 50 anos, será um milagre.

No final, toda esta gente não passa de seres humanos com talento. E que são capazes de terem falhas, algo que muitas das vezes não queremos aceitar. Mas uma coisa é ser segundo classificado numa corrida, outra coisa é espancar a tua cara metade e depois abatê-la a tiro, num acesso de fúria. E sobre isso, terá o resto da vida para pensar sobre a atitude irreflectida que tomou. E muito provavelmente, atrás das grades.

Youtube Top Gear: Lewis Hamilton foi ao programa e...

Ontem valeu a pena ver o Top Gear. Richard Hammond foi experimentar o Mastretta mexicano e sobreviveu: Jeremy Clarkson foi jogar rugby com um Kia Cee'd e pediu ajuda a Eric Clapton, Matt LeBlanc e Bruce Willis para ver se o carro vale a pena comprar, e Lewis Hamilton foi ao programa para andar no Suzuki Liana para ver se conseguia bater Sebastian Vettel na voltinha que deu ao circuito do Top Gear.

Sobre a sua passagem da McLaren para a Mercedes, no final do ano passado, Hamilton justificou a Clarkson: "Todos me criticam, mas para mim que estive na McLaren desde os 13 anos, queria mudar. Sou atrevido".

Para ver como correram as coisas, eis o filme da volta que ele deu por lá.  

domingo, 17 de fevereiro de 2013

Youtube F1: O simulador da Ferrari em Maranello


Na minha visia diária ao blog do Humberto Corradi, dei de caras com este video do simulador da Ferrari em Maranello. Confesso que fiquei impressionado, mas mais ainda quando ouvi da parte de Pedro de la Rosa que o simulador da McLaren é melhor e mais sofisticado. 

Hein? O que será que o pessoal de Woking terá que o piloto espanhol o tenha impressionado? Hmmm... enfim, enquanto não vemos o que a McLaren têm, vejam este pequeno video.

O ano da sobrevivência da Formula 1

Não é de hoje que a Formula 1 teve pilotos pagantes, mas nesta era de crise, e onde fora dos "quatro grandes" (Ferrari, McLaren, Red Bull e Mercedes) todos os outros penam para ter dinheiro suficiente para terminar a temporada sem problemas, os estreantes são muitos: seis, pelo menos. E os que têm talento, mas não tem a carteira suficientemente funda para poder ficar, queixam-se amargamente da atual situação da Formula 1, como o catalão Jaime Alguersuari.

Despedido da Toro Rosso no final de 2011, esteve a ser piloto de testes da Pirelli em 2012, e apostou todas as suas energias num regresso à categoria em 2013, só que foi preterido por alguém... com dinheiro. “Nunca imaginei que depois da decisão incompreensível da Red Bull me deixar de fora, acabasse fora da Formula 1 em 2013. Tive garantias duma equipa que habitualmente pontua, declinei outros convites fora da Formula 1 e agora tudo acabou. Vou continuar a testar com a Pirelli, e farei mais quilómetros do que qualquer terceiro piloto. Estou convencido que mereço um lugar na Formula 1 e continuarei a lutar por isso.”, referiu.

A queixa de Alguersuari, de 23 anos, tem alguma razão, pois ele foi apontado para a Sauber e a Force India, mas ambas decidiram que iriam apoiar outros pilotos. No caso da equipa suiça, arranjaram uma dupla totalmente nova, com o alemão Nico Hulkenberg e o estreante mexicano Esteban Gutierrez, e no caso da Force India, ainda andam com a saga do segundo piloto, que muito provavelmente está reduzido a um duelo entre o francês Jules Bianchi e o alemão Adrian Sutil.

A ideia de "leilão" que fica, com as equipas a preferirem pessoas com dinheiro do que talentos, não é mais do que uma resposta prática e pragmática ao que se passa por lá. A qualidade decai, é certo, mas tenta-se salvar as equipas, evitando-se que mais abandonem o barco, depois da HRT ter feito isso no final da temporada passada. Mas depois temos de pensar que em 2014 haverá novas regulamentações, que implicam avultados investimentos na construção de carros e motores.

Exemplo disso é a entrevista que Martin Withmarsh, o patrão da McLaren, deu no final da semana passada à Autosport britânica. quando ele diz que sete das onze equipas de Formula 1 "entraram em modo sobrevivência", acrescentando que estes terão dificuldades para manter "um modelo de negócio viável" nos próximas temporadas. E toca num nervo sensível: as equipas mais pequenas não recebem uma renda suficiente dos direitos comerciais da Formula 1, vindas de Bernie Ecclestone.

Apesar de tudo, Withmarsh - que é o presidente da FOTA - elogia Ecclestone pelo seu trabalho: "Nós podemos criticá-lo, mas ele está fazendo um trabalho melhor do que o nosso. Está mantendo o dinheiro em nome dos seus empregadores. O dinheiro comanda este desporto, e isso é profundamente frustrante para alguns de nós, mas é o trabalho dele. Se as equipes ano são coesas o suficiente para trabalhar em conjunto e garantir uma fatia maior, então devem culpar a si mesmas", falou. 

Esta é, se calhar, a interpretação mais grave deste "leilão": o aumento de custos, cada vez mais incontrolável, apesar de existir um regulamento de controle de custos em relação à pesquisa e desenvolvimento dos carros, que é aplicado por todos. Só que, aparentemente, começa a não ser suficiente para sustentar as equipas sem ter de recorrer à figura do "piloto pagante".

Para piorar as coisas, temos noticias cada vez mais perturbadoras em relação ao novo Acordo de Concórdia, que segue teimosamente sem ser assinado, depois do anterior se ter expirado no final do ano passado. Com o novo Acordo, as equipas receberiam uma percentagem maior das receitas da Formula 1, passando de 47 para 63 por cento de um bolo avaliado em 1,2 mil milhões de euros em 2012, mas existe uma tensão com Jean Todt, o presidente da FIA, cujas relações com Ecclestone são cada vez mais frias, por causa dos regulamentos para 2014. Ecclestone já disse por mais do que uma vez à imprensa que "a Formula 1 pode seguir o seu caminho", se a FIA continuasse a impôr as suas regras. E o anãozinho já disse por mais do que uma vez de que não gosta dos motores Turbo.

Dá a ideia de a Formula 1 poderá passar num futuro próximo por uma luta pelo poder, do qual seria a última coisa que precisaria neste momento. E é por isso que digo que, de muitas maneiras, este pode ser o ano da sobrevivência da Formula 1.