Passou um mês de férias, o pelotão da Formula 1 andou muito, mas muito agitado, mas ao fim deste tempo todo, havia algumas coisas dos quais todos sabiam que iria acontecer: as corridas estariam de volta no final deste agosto, e seria no primeiro de dois clássicos seguidos, o circuito belgas de Spa-Francochamps. E como "clássico é clássico e vice versa", como disse um certo futebolista, neste lugar perto da fronteira alemã, o que as pessoas queriam saber era se Lewis Hamilton, o poleman da véspera, iria manter tudo isso na corrida e alargaria a liderança ao ponto do pentacampeonato ser uma quase realidade.
Não foi. Vettel fez melhor, passou Alain Prost no "ranking" das corridas, mas esta prova não foi grande coisa. Excepto...
A partida começou com tudo bem na frente, Hamilton na frente de Vettel, mas atrás, Fernando Alonso chocou com o carro de Charles Leclerc, num acidente onde Nico Hulkenberg também se envolveu, e Kimi Raikkonen ficou com um furo no pneu, aparentemente causado pelo nariz de Daniel Ricciardo. Na Kemmel, Vettel passou Hamilton para ser primeiro, mas depois de passarem por Les Combes, o Safety Car entrou em ação, por causa dos acidentes em Le Source.
No meio das confusões, alguns pilotos tiveram de ir às boxes. Como Ricciardo, que teve de mudar de asas por causa de estragos nela, e claro, Raikkonen, que trocou o pneu furado - e os outros - para médios. No inicio da segunda volta, três carros estavam de fora: Alonso, Leclerc e Hulkenberg. O australiano voltou à pista, mas com uma volta de atraso.
A corrida recomeçou na volta cinco, com Vettel a tentar afastar-se de Hamilton e dos Force India. Esteban Ocon começava a ser pressionado por Max Verstappen pela quarta posição. Na volta sete, na travagem para Les Combes, ficava com o lugar do francês da Racing Point.
Atrás, algumas ultrapassagens faziam arrepiar os cabelos, mas não se via na TV. Como Valtteri Bottas, que "fez um Bellof" a Brendon Hartley em Eau Rouge para ganhar mais um lugar rumo aos pontos. Mas nos lados de outro finlandês, Kimi Raikkonen, a corrida acabou na nona volta, na mesma altura em que Max Verstappen passava o outro Racing Point, de Sergio Perez.
Na frente, Vettel estava tranquilo sobre Hamilton e basicamente, parecia ser o resultado final dos dois primeiros. Na volta 15, a diferença entre ambos era de quatro segundos, e o terceiro estava a cerca de onze, todos com os supermoles. A única coisa de relevo foi Bottas, que em duas voltas passou de décimo para oitavo.
Na volta 22, Hamilton muda para colocar pneus moles, esperando por uma reação de Vettel, que iria acontecer na volta seguinte. Ambos andavam com moles e quando voltaram à pista, os três estavam perto um do outro. Hamilton passou o holandês em Les Combes e ficou atrás de Vettel, tentando ficar na distância de DRS, mas não era fácil.
Até à volta 26, foi altura dos pilotos fazerem aquela que provavelmente iria ser a única paragem na corrida, o último dos quais Max Verstappen, também com pneus moles. A partir dali, a corrida ficou mais aborrecida, com o único grande centro das atenções a ser a luta pelo décimo posto entre Marcus Ericsson e Brendon Hartley, com ambos os pilotos a trocarem um com outro. Na volta 31, Ricciardo retirou-se de vez.
As atenções na parte final tinha a ver com o quarto posto, entre Valtteri Bottas e Sergio Perez. O finlandês passou o mexicano na volta 40 para ser quarto, mas quando o fez estava muito, mas muito longe de Max Verstappen para tentar a sua sorte no lugar mais baixo do pódio.
E foi assim que acabou a corrida: Vettel foi o vencedor de um GP da Bélgica sem história, tirando sete pontos a Hamilton, reduzindo um pouco a diferença na liderança do campeonato. O que até é bom para a corrida da semana que vêm, em casa "tiffosa", em Monza, onde o alemão tem todas as chances do mundo para se aproximar do comando do campeonato. E passado um tempo, as decisões de secretaria, com os dez lugares de penalização de Nico Hulkenberg e os cinco segundos de penalização a Valtteri Bottas devido ao toque com Serguei Sirotkin.
E por agora é tudo. Agora serão sete dias até outro clássico... e quantas mais mudanças existirão no pelotão até lá.