sábado, 1 de setembro de 2018

A imagem do dia

Recordando Stefan Bellof, que morreu faz hoje 33 anos, e no ano onde a Porsche foi buscar o seu 919 Hybrid para bater o seu recorde no Nurburgring Nordschleife. O recorde foi, de facto batido. Mas...

Sejamos honestos, aquele recorde desta primavera não passa de "show off". Bem vistas as coisas, em termos puros, é um carro altamente modificado, sem seguir regras algumas elaboradas pela FIA e não estava num fim de semana competitivo. Ao contrário do 956 que o alemão guiou e fez o famoso tempo de 6:11 minutos, e que fazia parte dos 1000 km de Nurburgring, prova do Mundial de Sport-Protótipos.

Esse é o problema. Eu vejo automobilismo há quase 35 anos e entendo as regras. E para mim, se quiserem bater o recorde do Bellof, deveria acontecer quando a FIA autorizar os 1000 km de Nurbrurgring no Nordschleife, com os carros das quatro categorias (os LMP's e os GT's) fazer as suas voltas nos 23 quilómetros de extensão da pista. Claro, a FIA não é suicida e isso é uma... impossibilidade, digamos assim.

E depois acaba como acabou na semana passada, quando os carros de Formula 1 bateram o recorde que o LMP1 da Porsche, o 919 Hybrid, tinha estabelecido no inicio do ano. E pior: foram os três primeiros classificados, em carros que seguem as regras da FIA. Gosto muito da Porsche e acho a ideia muito interessante, mas não passa de "show off" do qual no final, veremos o carro no museu da marca, em Estugarda, com uma placa a dizer "Rekordfahrer" ou algo semelhante... mas sabem?

Continuo a dizer que o piloto mais veloz a andar no inferno verde foi um rapaz de Giessen que a uma certa altura da vida prometeu tanto que no dia em que morreu, nos deixou um vazio, pensando no que poderia ter sido. Até hoje. E talvez até sempre.

Formula 1 2018 - Ronda 14, Itália (Qualificação)

O resultado final desta qualificação até tem uma mistura de surpresa e normalidade. A normalidade, ao ver os Ferrari na primeira fila da grelha de partida. A parte surpreendente é ver um piloto que está a mês e meio dos 39 anos a fazer a sua primeira pole-position em ano e meio, e numa altura em que ainda não tem assinada a extensão do seu contrato até 2020. Mas para Kimi Raikkonen, esta pole em Monza até poderá ter sido um bom pretexto para ficar mais um tempo em Maranello. Afinal, todos gostam dele...

Havia ameaças de chuva na manhã da qualificação, mas quando a hora chegou, a pista estava seca o suficiente para que se usassem os pneus secos. Contudo, com mais chances de chuva, o asfalto encheu-se rapidamente de carros, para que os pilotos marcassem tempo antes que pista molhasse. Cedo os Ferrari ficaram com os dois primeiros tempos, mas logo a seguir, os Mercedes foram para a pista e conseguiram ficar atrás deles. Max Verstappen ficou com o quinto tempo.

As coisas ficaram assim até ao final da Q1, quando se começou a observar quem estavam aflitos. E havia surpresas: Sergio Perez, da Racing Point, era um dos aflitos, e no final, conseguiu a proea de ficar de fora... da Q2. Quem seguia em frente eram os Williams de Lance Stroll e Serguei Sirotkin, cujos chassis pareciam funcionar bem nesta pista. E Romain Grosjean estee bem perto de sair fora dessa Q1, mas conseguiu ficar. À custa dos Sauber, do Toro Rosso de Brendon Hartley e claro, de Sergio Perez.

A Q2 começou com a Mercedes a marcar tempo, graças a Hamilton: 1.19,798. Com pneus hipermacios e uma volta limpa, parecia que estava a marcar uma posição, mas logo a seguir, Sebastian Vettel, marcou 1.19,785, menos treze centésimos que o britânico. Raikkonen e Bottas vieram a seguir.

Depois de uma fase de calma, a pista encheu para os dois minutos finais, onde todos tentaram marcar um bom tempo para a Q3. E ali houve surpresas, com Lance Stroll a meter o seu Williams na Q3, algo que já não acontecia há algum tempo. O canadiano fazia companhia aos Ferrari, Mercedes, o Renault de Carlos Sainz Jr, o Force India de Esteban Ocon, o Haas de Romain Grosjean, o Red Bull de Max Verstappen e o Toro Rosso de Pierre Gasly.

E os que quase faziam companhia, mas acabaram por não fazer, foram o Haas de Kevin Magnussen e o McLaren de Fernando Alonso.

Chegados à Q3, a Mercedes entrou de novo na disputa, e de novo com Hamilton, fazendo 1.19,390. Mas era apenas um aquecimento para o que vinha a seguir, com os Ferrari a reagirem, mas a ficarem mesmo ao lado do inglês... sem o passar. A meio, o ritual do costume: os carros foram às boxes, para colocar jogos novos e preparando-se para sair o mais tarde possivel para a tal "última volta". 

E deu. Mas não da maneira como aconteceu das outras vezes. A variação do guião, desta vez, aconteceu com os Mercedes na frente dos Ferrari na pista... só que ao contrário na tabela de tempos. E o último a rir-se foi Raikkonen, que com 38 anos e dez meses, era o poleman mais velho desde 1994, com Nigel Mansell, na Austrália. A senhora Raikkonen foi às lágrimas, discreta, nas boxes da Scuderia, com os tiffosi a comemorar ruidosamente, porque era Kimi e porque era "rosso", do Cavallino.

Amanhã, em principio, não deverá chover, mas não se saberá muito bem se Sebastian Vettel partirá melhor que Kimi Raikkonen, mas a Scuderia deverá querer algo assim e uma corrida tranquila, para ver se conseguem tirar mais pontos a Lewis Hamilton, pois já não faltam muitas corridas para o final do ano. Vamos a ver... 

sexta-feira, 31 de agosto de 2018

A(s) image(ns) do dia







Marcus Ericsson assustou toda a gente nesta sexta-feira à tarde em Monza. No final da reta da meta, ao travar para a primeira chicane, a sua asa traseira não fechou e o carro perdeu o controlo, acabando por bater forte no muro e capotando. Felizmente, o sueco ficou abalado, mas não ferido.

O acidente foi causado pela asa traseria que não fechou em zona de DRS, e fez lembrar um pouco o de Jochen Rindt, em 1970, mas isso foi outro século, outra era. As coisas andaram bastante desde então. Aliás, o melhor exemplo foi visto há cinco dias, quando o carro do seu companheiro de equipa, Charles Leclerc, aguentou o impacto do McLaren de Fernando Alonso e deixou as suas marcas no Halo do piloto monegasco do qual, sem ele, provavelmente estaríamos a lamentar os seus ferimentos ou pior. O Halo pode ser feio, mas salva vidas.

Claro, nesta situação, com ou sem Halo, o piloto iria safar-se, mas de uma certa maneira, temos de dar os parabéns aos avanços que a segurança teve nos último meio século, pois assim, as chances de resultados graves ficaram reduzidos a quase zero.

IndyCar: Wickens transferido para Indianápolis

O canadiano Robert Wickens foi ontem transferido para Indianápolis, quase duas semanas depois do seu acidente em Pocono, que lhe causou ferimentos graves nas pernas, braço direito e na coluna. Espera-se que tenha de fazer mais cirurgias e tratamentos de reabilitação no sentido de ajudar na sua recuperação.

"Robert Wickens foi transferido para os Cuidados Intensivos do Hospital Metodista de Indianápolis na quinta-feira, 30 de agosto, para continuar o tratamento", comunicou a Schmidt Peterson Motorsports no seu comunicado oficial. "Ele passará dentro em breve passar por uma nova cirurgia em suas extremidades inferiores", continuou.

Wickens estava sob os cuidados do Lehigh Valley Hospital-Cedar Crest (LVNH) desde seu incidente de 19 de agosto durante o evento da IndyCar no Pocono Raceway.

"A família Wickens e a SPM querem agradecer aos cirurgiões, à equipe de enfermagem e ao pessoal da instalação da LVHN por seus cuidados com Robert nos últimos doze dias", concluiu.

Entretanto, soube-se que o colombiano Carlos Muñoz pilotará o carro de Wickens até ao final da temporada, nas provas de Portland e Sonoma. Muñoz, de 26 anos, não tinha volante a tempo inteiro em 2018, depois de ter andando nas 500 Milhas de Indianápolis num dos carros da Andretti Autosport, onde foi sétimo classificado.

Saiu o calendário provisório de 2019

Saiu esta tarde o calendário provisório da Formula 1, e se em termos de novidades, não existem - a Alemanha vai-se manter no calendário com Hockenheim - a grande novidade será que, pela primeira vez desde 1963, teremos uma corrida em dezembro. O GP de Abu Dhabi será a 1 desse mês e será a terceira vez na história da Formula 1 a acontecer, depois de ter acolhido em 1959 - GP dos Estados Unidos, em Sebring, a 12 de dezembro - e em 1962, com o GP da África do Sul, a 29 de dezembro.

De resto, existem algumas alterações em termos de datas, como por exemplo o GP da Hungria a acontecer logo no inicio de agosto, diminuindo para três semanas as férias das equipas. E em relação a outras provas, não há coincidência com Le Mans ou as Seis Horas de Spa-Francochamps. Contudo, não escapam aos 1000 km de Sebring, que vai acontecer no mesmo fim de semana de Melbourne.

Assim sendo, eis o calendário, ainda sujeito à aprovação da FIA.

17 março - Melbourne
31 março - Bahrein
14 abril - Xangai
28 abril - Baku
12 maio - Barcelona
26 maio - Monaco
9 jun - Montreal
23 jun - Paul Ricard
30 jun - Red Bull Ring
14 jul - Silverstone
28 jul - Hockenheim
4 agosto - Hungaroring
1 setembro - Spa-Framcochamps
8 set - Monza
22 set - Singapura
29 set - Sochi
13 out - Suzuka
27 out - México
3 nov - Austin
17 nov - Interlagos
1 dez - Abu Dhabi

quinta-feira, 30 de agosto de 2018

A imagem do dia

E agora são cinco. As estações de supercarregamento da Tesla em Portugal elevaram-se a cinco, com este a abrir em Alcácer do Sal no estacionamento do Restaurante Boa Viagem, a cerca de 800 metros da saída da Auto-Estrada A2 para aquela cidade do distrito de Setúbal.

Esta nova estação, com dez carregadores, situa-se a 200 quilómetros do supercarregador de Fátima e claro, ajuda a que os proprietários dos veículos dessa marca possam andar do norte até ao sul sem problemas em carregar nesse tipo de postos. E claro, este faz companhia aos postos de Fátima, Montemor-o-Novo, Guarda e Régua. E outros aparecerão nos próximos tempos, de certeza.


Youtube Formula One Classic: Coulthard vs Schumacher, Bélgica 1998

Não há filmagens completas desta corrida que faz agora vinte anos de idade, mas daquela tarde de chuva em Spa-Francochamps, há também este momento que vos coloco aqui, que foi tão importante quanto a carambola em La Source. Na volta 25, a meio do GP belga, Michael Schumacher liderava o Grande Prémio e ia apanhar David Coulthard, que iria perder uma volta devido aos atrasos e aos problemas que tinha sofrido durante a corrida - tinha sido um dos afetados pela carambola da primeira volta, diga-se.

Pois bem, quando Schumacher apanhou Couthard e ele recebera a ordem para que o deixasse passar, aconteceu isto...

Os eventos são narrados em inglês pelos míticos Murray Walker e Martin Brundle.

quarta-feira, 29 de agosto de 2018

A imagem do dia

Há precisamente 25 anos, Alessandro Zanardi, de uma certa forma, fechava uma parte da sua carreira da Formula 1. Foi o seu primeiro grande susto da sua carreira, e foi na Formula 1, no Radillon. O acidente foi feito - Ayrton Senna foi o primeiro a chegar e quase acabou em desastre quando viu o aparato e teve de travar a fundo.

Zanardi era um bom piloto, com passagens por Jordan e Minardi e a temporada na Lotus era a primeira inteirra, que lhe tinha dado um ponto no Brasil. De resto, era tudo muito calmo e discreto, com Johnny Herbert muitas das vezes a ser melhor que o piloto italiano, então com 26 anos.

Zanardi não voltaria a correr o resto do ano, dando a chance ao português Pedro Lamy de correr na Formula 1. Ele, que naquele momento estava a disputar o título da Formula 3000 com Olivier Panis. Dali a menos de um ano, as posições se inverteriam, com Zanardi a correr no azar de Lamy em Silverdstone, mas ambos não foram capazes de impedir a inexorável decadência da Lotus.

Noticias: Claire Williams admite perder Stroll

Com a compra da Force India por parte da Lawrence Stroll, o pai de Lance Stroll, os rumores de que o piloto irá embora da equipa a qualquer momento, numa troca com um piloto da nova equipa, faz com que Claire Williams, a dona da equipa fundada pelo seu pai, admita que poderá perder o seu piloto a curto prazo, muito embora para já tudo continue na mesma. 

Existem muitas incertezas na Fórmula 1, não existem? Penso que basta olhar para as últimas semanas. Penso que seria um pouco estranho se o Lawrence (Stroll) possuísse uma equipa e o seu filho estivesse noutra, mas estamos na Fórmula 1! Para já, o Lance (Stroll) está contratado para pilotar para nós e é aqui está”, assegurou a líder da equipa.

Apesar de no Grande Prémio de Itália, que se disputa no próximo fim-de-semana, é seguro que o jovem canadiano continue ao serviço da equipa de Grove - cujas cores tem defendido no último ano e meio - todos acreditam que para a prova de Marina Bay, a realizar dentro de duas semanas e meia, a mudança aconteça.

Stroll e a Williams conseguiram até agora quatro pontos na temporada, graças a um oitavo lugar na corrida de Baku.



terça-feira, 28 de agosto de 2018

A imagem do dia (II)

A carreira de Phil Hill na Formula 1 (aqui, em 1960, nesta foto de Bernard Cahier) terminou quando foi campeão do mundo, em 1961, nas circunstâncias que todos conhecemos, quando o seu rival Wolfgang Von Trips acabou por sofrer um acidente mortal na segunda volta do GP de Itália de 1961. Quem leu o livro "Go Like Hell", há a cena em que Hill após ser campeão do mundo numa corrida onde o seu rival, Wolfgang Von Trips, se despistou e morreu, arrastando mais catorze espectadores para a morte. 

Mal acaba a corrida pergunta pelo resultado e a situação do seu rival e Carlo Chiti:

- E o Trips - perguntou Hill - está morto?

O rosto de Chiti é solene:

- Anda - disse - querem-se para a cerimónia de entrega de prémios.

Na manhã seguinte, num hotel de Milão não muito longe do autódromo, um novo campeão do mundo descia um lance de escadas para o lobby, Hill deparou-se com uma multidão em redor da única televisão do hotel. Estavam a assistir ao acidente de Von Trips, que estava a ser assistido repetidamente. Imagens do piloto a ser transportado de maca, o braço a pender de lado, atraiu suspiros. Um comentador prosseguiu lamentos em italiano, O Conde Wolfgang von Trips e catorze espectadores tinham sido mortos.

Hill encontrou um sitio para se sentar e um amigo avisou-o:

- Vais desistir, Phil?
- Não sei - respondeu, filosófico - Afinal - disse - toda a gente morre. Não é excepcional que o Von Trips tenha morrido algo que amava, sem qualquer sofrimento, sem aviso? Acho que o Von Trips preferia estar morto a não correr, não achas?
- O que vais fazer, Phil?

Hill ponderou por um momento. Em seguida, disse:

- Quando amar menos as corridas de automóveis, a minha própria vida será para mim mais valiosa e estarei menos disposto a arriscá-la.

O momento de Hill foi o maior da sua carreira. A partir dali, saiu da Ferrari no final de 1962 e começou a andar em carros da ATS, que resultou num fracasso total, e depois da Cooper, onde apanhou um enorme susto durante o GP da Áustria de 1964. E provavelmente foi nessa altura em que começou a amar mais a vida e menos os carros, embora ache que esse momento foi alcançado quando foi campeão do mundo. 

E pensamos no seguinte: numa era em que poderias morrer e qualquer corrida, a qualquer curva, o topo do mundo era ser campeão, nem que fosse uma vez. E ao alcançar, o maior triunfo passa a ser a sua própria vida, sair da carreira sem ter de a abandonar, de a colocar em jogo a cada prova. Para Hill - que morreu faz hoje dez anos, aos 82 anos de idade, na Califórnia - aquele foi o seu maior momento de uma carreira que durou dez anos e tornou-se no primeiro campeão do mundo americano. E sabia muito bem, provavelmente até ao final dos seus dias, que mais do que ter sido campeão, ter saído das corridas vivo e saudável.

E é isso que deveria ser celebrado.

A imagem do dia

Seis anos depois de "Rush", Hollywood vai fazer um filme baseado numa história verídica de automobilismo. Conheço bem a história porque tenho o livro do qual se baseia este filme: é o "Go Like Hell", a história da aventura da Ford para bater a Ferrari nas 24 horas de Le Mans, alcançado em 1966 e deu depois no domínio da clássica da Endurance, graças ao modelo GT40. Quem leu já o livro conhece a história dos dois lados: do lado da Ford, vai conhecer personagens como Carrol Shelby, Henry Ford II, Lee Iaccoca, Dan Gurney e Ken Miles. E do lado da Ferrari, vai conhecer para além do "Commendatore", personagens como Lorenzo Bandini, Amadeo Dragoni, Phil Hill e John Surtees, entre outros.

O filme, de James Mangold, o mesmo que fez "Logan", tem tudo para ter qualidade, mas há coisas dos quais tenho de vos avisar porque sei perfeitamente o que aconteceu em 2013 quando surgiu "Rush" e vi imensa gente "indignada" pensando que iria ver as coisas "ipso facto" esquecendo que quando eles escrevem "baseado numa história veridica", eles fazem algumas liberdades, não é nada cem por cento rigorosamente real, e se não existir isso, gritam indignados que é tudo falso, quando na realidade não fazem ideia como é Hollywood e como eles vão fazer as coisas.

Primeiro que tudo, quem leu "Go Like Hell", vai saber que não vai ser como no livro. É um filme americano, que vai ser filmado numa prespectiva americana. Tudo o que li até agora sobre o filme é a equipa americana. Não vi qualquer nome do lado da Ferrari. Nenhum. Apenas no lado da Ford. Essencialmente é a história de "como a Ford ganhou em Le Mans" e pouco mais. E as personagens no qual vão se concentrar são dois: Shelby e Miles. O primeiro, com os Mustangs que preparou ao longo da década de 60, é famoso. O segundo, é bem menos conhecido. Pouca gente sabe, por exemplo, que combateu em tanques na II Guerra Mundial pelo exército britânico e depois da guerra emigrou para os Estados Unidos.

Daquilo que andei a ler, as filmagens estão a acontecer nos Estados Unidos, essencialmente na California e na Georgia. No primeiro caso faz sentido, porque a Ford fez muitos testes em Riverside - que não existe mais - e no segundo, é porque as longas retas das estradas da Georgia poderão passar muito bem por umas Hunaudriéres americanas, porque é mais barato do que filmar em França e excentricidades como aquela que fez Steve McQueen há quase meio século não se farão mais.

Não sei dizer se Matt Damon fará um bom Shelby. Francamente, não vejo isso. Comparem ambas as fotos, se conseguirem. Tenho as minhas dúvidas, mas como falta menos de um ano para a sua estreia, vamos a ver o que é que vão tirar da cartola. Cristian Bale, sendo britânico, e a fazer o papel de um britânico, será mais natural, e se calhar caberá melhor nesse papel. E se aplicar melhor, acho que arrisca a uma nomeação para os prémios da Academia. Isto... se esforçar.

As filmagens estão a acontecer desde o inicio do mês, e já não deve faltar muito para acabar. Depois editarão e farão os trailers de apresentação, lá para o final do ano ou inicio do ano que vêm. A sua estreia será em junho de 2019, em principio. Curiosamente, pouco depois de mais uma edição das 24 Horas de Le Mans, mas aviso desde já que não vai ser uma história totalmente verdadeira. As vossas ideias não são aquelas que Hollywood tem em mente, e muito provavelmente o que pretendem é algo mais parecido com uma série da Netflix. Resta saber é se existe audiência para algo assim.

Torçam para que seja um filme bom e honesto, porque a realidade tal como foi... esqueçam. 

Sam Schmidt deseja melhores barreiras para proteger de acidentes

No rescaldo do acidente de há dez dias com Robert Wickens em Pocono, Sam Schmidt, o proprietário da equipa onde guiava o piloto canadiano, acha que é altura de mexer nas barreiras de proteção no sentido de proteger melhor os pilotos em caso de acidente.

"Temos que fazer alguma coisa”, ele começou por comentar numa entrevista à motorsport.com.Eu venho dizendo isso desde que Dan [Wheldon] morreu em 2011. Eu odeio reclamar sobre algo ou pedir mudanças quando não tenho uma solução. Eu não sou a pessoa que tem as respostas. Mas o que ando a pedir desde então é que nas curvas onde não tem bancadas, onde nenhuma linha de visão do espectador é afetada, eu acho que eles deveriam ter barreira SAFER mais alta", continuou.

"Talvez isso seja apenas uma correção a curto prazo, mas a barreira SAFER é testado e não leva os carros de volta à pista, como algumas pessoas se preocupam com a solução do 'plexiglass'".

Se você assistisse de novo ao acidente do Mikhail [Aleshin, em Fontana 2015], ao acidente de Robbie e a outros - incluindo a NASCAR - mais uma barreira SAFER mais alta teria contido o carro dentro da pista sem esse efeito 'ralador de queijo' que as redes tem. Não sei se isso é uma correção de longo prazo, não sei [qual] o nível de investimento necessário, mas, certamente, nos turnos em que a visualização do espectador não é um problema, as faixas ovais precisam fazer algo assim.

Neste momento, Wickens continua a recuperar das feridas do seu acidente em Pocono, e foi operado por três vezes à coluna, aos tornozelos e ao braço, e Schmidt fez um relato sobre os momentos após o acidente que sofreu com Ryan Hunter-Reay na sexta volta da corrida.

"Tenho certeza de que mais análises serão feitas pela IndyCar, mas pelo que posso dizer, [o chassis] fez absolutamente o que deveria fazer. Quero dizer, não sobrou nada. Há peças de arrebentação entrelaçadas em todo o chassis. É apenas uma grande pilha de lixo sem partes utilizáveis - mas é assim que deve ser, para dissipar energia durante um acidente como esse. Ajudou a proteger o elemento que deveria proteger - o piloto", começou por dizer.

Ver o Robbie de olhos abertos no centro de atendimento foi excelente, porque 40 minutos de silêncio foi longo demais. Parabéns para Dallara, o pessoal técnico da IndyCar, a equipa de segurança e todas as pessoas que contribuíram com os procedimentos e o protocolo que foram incorporados ao sistema da IndyCar para cobrir essas situações"

Você sabe - voltando para a equipa de segurança por um momento - eu só tenho que agradecer a Deus por aqueles 15 ou 20 homens e mulheres que viajam para todas as nossas corridas e têm a mesma paixão por corridas como nós. Eles salvam vidas e cuidam dos feridos - seja James, seja Robbie, seja Mikhail... sem [aquela] equipa de segurança, perderíamos mais pilotos”, concluiu.

segunda-feira, 27 de agosto de 2018

A imagem do dia

Eles não sabiam, mas há precisamente 40 anos, em Zandvoort, acabava uma era no automobilismo. Colin Chapman não sabia que depois de ser campeão do mundo mais uma vez, não iria ser vez alguma. E que só voltaria a ver os seus carros no lugar mais alto do pódio por mais uma vez na sua vida. Que Mário Andretti, depois desse dia, só voltaria a vencer na América, e Ronnie Peterson só teria mais duas semanas de vida.

Mas naquele dia de há precisamente 40 anos, a Lotus dominava totalmente. Num carro que iria marcar a Formula 1 e o automobilismo, num "unfair advantage" como muitos tinham acontecido antes, ao longo da história da competição máxima do automobilismo. O modelo 79 tornou-se no padrão a seguir para o resto do pelotão e claro, mais um passe de méginca da imaginação de Chapman.

Não foi uma corrida emocionante, bem pelo contrário: foi uma procissão entre os Lotus, que definiram tudo nos primeiros metros. Para verem que o "antigamente era bom" é igual ao que é agora: aborrecido. E o resultado final foi uma hierarquia dos tempos que corriam, pois a Brabham era a mais veloz, depois da Lotus e em paralelo com a Ferrari. E o resultado de Emerson Fittipaldi foi uma demonstração ao contrário do velho adágio: o que nasce torto tarde ou nunca se endireita. O F5A endireitou e estava a dar à equipa os seus melhores resultados até então.

Daqui a duas semanas, a Formula 1 vai a Monza. E nesse dia, o mundo mudou.

A ideia de um Mundial de TT elétricos

Em 2018 serão vendidos pelo menos três milhões de carros elétricos: um milhão na China, outro milhão na Europa e outro milhão nos Estados Unidos. Mais coisa, menos coisa. Pode parecer muito pouco, mas a cada ano que passa, dobram o número de carros elétricos vendidos, alargando a sua quota de mercado. E claro, competição não falta. E não falo só da Formula E, que existe desde 2014 e com sucesso crescente, devido à entrada das várias marcas.

Só que poderá haver mais competições na calha. Segundo conta o jornalista Sam Smith, do site e-racing365.com, a FIA tem em cima da mesa um "Extreme E Electric World Challenge", uma competição Todo-o-Terreno pensada para SUV's em estilo de silhueta, com motores eléctricos, e que irão competir em locais icónicos em todo o mundo, como os Himalaias, o Círculo Polar Ártico, a Floresta Amazónica e uma ilha remota no Oceano Índico (Seychelles? Kerugelen?)

Esse campeonato seria lançado em dezembro de 2020 e os seus mentores são - nada mais, nada menos que - Alejandro Agag e Gil de Ferran. E o conceito se concentre em torno de um SUV que usará motores de Fórmula E existentes, potencialmente fornecidos pela McLaren Applied Technologies. O carro estaria pronto para ser apresentado em abril de 2019, para depois andar num período intenso de testes no próximo ano e meio.

Tudo custaria sete milhões de euros: três milhões por vaga mais quatro milhões por temporada. É provável que algumas coisas sejam iguais - os motores, por exemplo - enquanto outros componentes sejam construídas pelas marcas para poderem desenvolver por eles mesmos, já que a ideia é semelhante ao da Formula E.

Resta saber até que ponto a FIA está disposta a aceder, mas uma coisa é certa: nos primeiros tempos, não veremos estes carros num Dakar ou num Rota da Seda, devido à capacidade das baterias. Mas é provável que de futuro, eles poderão tentar a sua sorte nessas competições. Resta saber até que ponto vai esse projeto.

ERC: Magalhães faz balanço do Barnum Zlin

O nono posto de Bruno Magalhães foi um resultado modesto perante uma lista enorme e competitiva de pilotos no Rally Barnum Zlin, na República Checa, mas para o piloto português, a má escolha de pneus nas classificativas decisivas não ajudou muito a melhorar a sua performance. E ele afirma que este deve ter sido a sua última participação no Europeu deste ano.

"Não fizemos a melhor escolha de pneus e claro, fomos penalizados troço a troço com isso. A chuva trocou-nos as voltas. E numa prova onde cometer erros é algo fácil de acontecer, tivemos de fazer as coisas com muita calma e sem correr riscos para garantir chegar ao final do rali. Foi uma prova muito dura e traiçoeira e sendo os primeiros na estrada sem qualquer referência das condições que íamos encontrar, fomos ainda mais penalizados. Tenho pena mas pelo menos fica a satisfação de termos trazido até ao final o carro sem qualquer dano", referiu. 

A próxima prova do Europeu realiza-se de 21 a 23 de Setembro na Polónia e apesar de estar grato aos seus patrocinadores pela oportunidade que lhe deram de disputar estas seis provas, Bruno duvida que consiga marcar presença nas duas últimas rondas da temporada.

"À partida não estarei presente a não ser que algo mude significativamente. Mas, ter chegado até aqui foi muito importante para nós e isso só foi possível com o apoio dos nossos patrocinadores que acreditaram no nosso trabalho. Um obrigado especial a todos eles", rematou.

Youtube Formula 1 Classic: GP Holanda, 1978


Há precisamente 40 anos, a Formula 1 assistia em Zandvoort a mais uma demonstração de dominio dos Lotus, com o modelo 79. Mário Andretti conseguiu ser mais veloz que Ronnie Peterson, numa corrida onde ambos andaram perto um do outro, sem atacar, contudo.

Mas esta é uma corrida que iria ficar para a história por vários motivos. Iria ser a última vez que a Lotus alcançaria uma dobradinha, seria a última vitória de Andretti na Formula 1, iria ser o último pódio de Ronnie Peterson. Apenas quatro anos depois, na Áustria, a Lotus voltaria a vencer, mas nessa altura, a equipa de Colin Chapman tinha deixado de ser a dominadora do automobilismo. As coisas tinham mudado bastante.

Eis a corrida na íntegra, com narração em alemão e a cores.

domingo, 26 de agosto de 2018

ERC: Kopecky é o vencedor em Zlin, Magalhães nono

Em terras checas, os checos mandam. Jan Kopecky foi o melhor no Rali Barnum Zlin, batendo Alexey Lukyanuk por 7,5 segundos, com Dani Sordo a ficar com o lugar mais baixo do pódio. Bruno Mahgalhães não conseguiu mais do que o nono posto na geral, a cinco minutos e 25 minutos do vencedor.

Com os últimos seis especiais do dia a serem realizados, o dia foi essencialmente um duelo entre Kopecky e Lukyanuk, com o piloto da Ford, mas quem começou o dia foi Miroslav Jakes, que venceu a primeira especial do dia, a primeira passagem por Halenkovice, para depois outro checo, Filip Mares, vencer na primeira passagem por Maják, batendo Kopecky por 0,9 segundos. Kopecky vencia na primeira passagem por Kasava, batendo Jakes por 1,7 segundos, com Dani Sordo a 4,5.

Na parte da tarde, Kopecky vencia na segunda passagem por Halenkovice, indo assin na especial seguinte, em Majak 2, e para finalizar, Jakes venceu na última especial do dia, em Kasava 2. Apesar das ameaças de Lukyanuk, o piloto checo venceu em casa, com Sordo em terceiro e Jakes em quarto, a 53,9 segundos, o último a ficar a menos de um minuto do vencedor, conseguindo passar Nikolai Gryazin.

Fabian Kreim foi sexto, na frente se Jaromir Tarabus, outro local, do britânico Chris Ingram, oitavo a dois minutos e 27 segundos, de Bruno Magalhães e do francês Laurent Pellier. 

Com Lukyanuk na frente, alargando a sua distância sobre Bruno Magalhães, o ERC retoma à ação entre os dias 21 e 23 de setembro, com o Rali da Polónia.


Formula 1 2018 - Ronda 13, Bélgica (Corrida)

Passou um mês de férias, o pelotão da Formula 1 andou muito, mas muito agitado, mas ao fim deste tempo todo, havia algumas coisas dos quais todos sabiam que iria acontecer: as corridas estariam de volta no final deste agosto, e seria no primeiro de dois clássicos seguidos, o circuito belgas de Spa-Francochamps. E como "clássico é clássico e vice versa", como disse um certo futebolista, neste lugar perto da fronteira alemã, o que as pessoas queriam saber era se Lewis Hamilton, o poleman da véspera, iria manter tudo isso na corrida e alargaria a liderança ao ponto do pentacampeonato ser uma quase realidade. 

Não foi. Vettel fez melhor, passou Alain Prost no "ranking" das corridas, mas esta prova não foi grande coisa. Excepto...

A partida começou com tudo bem na frente, Hamilton na frente de Vettel, mas atrás, Fernando Alonso chocou com o carro de Charles Leclerc, num acidente onde Nico Hulkenberg também se envolveu, e Kimi Raikkonen ficou com um furo no pneu, aparentemente causado pelo nariz de Daniel Ricciardo. Na Kemmel, Vettel passou Hamilton para ser primeiro, mas depois de passarem por Les Combes, o Safety Car entrou em ação, por causa dos acidentes em Le Source.

No meio das confusões, alguns pilotos tiveram de ir às boxes. Como Ricciardo, que teve de mudar de asas por causa de estragos nela, e claro, Raikkonen, que trocou o pneu furado - e os outros - para médios. No inicio da segunda volta, três carros estavam de fora: Alonso, Leclerc e Hulkenberg. O australiano voltou à pista, mas com uma volta de atraso.

A corrida recomeçou na volta cinco, com Vettel a tentar afastar-se de Hamilton e dos Force India. Esteban Ocon começava a ser pressionado por Max Verstappen pela quarta posição. Na volta sete, na travagem para Les Combes, ficava com o lugar do francês da Racing Point.

Atrás, algumas ultrapassagens faziam arrepiar os cabelos, mas não se via na TV. Como Valtteri Bottas, que "fez um Bellof" a Brendon Hartley em Eau Rouge para ganhar mais um lugar rumo aos pontos. Mas nos lados de outro finlandês, Kimi Raikkonen, a corrida acabou na nona volta, na mesma altura em que Max Verstappen passava o outro Racing Point, de Sergio Perez.

Na frente, Vettel estava tranquilo sobre Hamilton e basicamente, parecia ser o resultado final dos dois primeiros. Na volta 15, a diferença entre ambos era de quatro segundos, e o terceiro estava a cerca de onze, todos com os supermoles. A única coisa de relevo foi Bottas, que em duas voltas passou de décimo para oitavo.

Na volta 22, Hamilton muda para colocar pneus moles, esperando por uma reação de Vettel, que iria acontecer na volta seguinte. Ambos andavam com moles e quando voltaram à pista, os três estavam perto um do outro. Hamilton passou o holandês em Les Combes e ficou atrás de Vettel, tentando ficar na distância de DRS, mas não era fácil.

Até à volta 26, foi altura dos pilotos fazerem aquela que provavelmente iria ser a única paragem na corrida, o último dos quais Max Verstappen, também com pneus moles. A partir dali, a corrida ficou mais aborrecida, com o único grande centro das atenções a ser a luta pelo décimo posto entre Marcus Ericsson e Brendon Hartley, com ambos os pilotos a trocarem um com outro. Na volta 31, Ricciardo retirou-se de vez.

As atenções na parte final tinha a ver com o quarto posto, entre Valtteri Bottas e Sergio Perez. O finlandês passou o mexicano na volta 40 para ser quarto, mas quando o fez estava muito, mas muito longe de Max Verstappen para tentar a sua sorte no lugar mais baixo do pódio.

E foi assim que acabou a corrida: Vettel foi o vencedor de um GP da Bélgica sem história, tirando sete pontos a Hamilton, reduzindo um pouco a diferença na liderança do campeonato. O que até é bom para a corrida da semana que vêm, em casa "tiffosa", em Monza, onde o alemão tem todas as chances do mundo para se aproximar do comando do campeonato. E passado um tempo, as decisões de secretaria, com os dez lugares de penalização de Nico Hulkenberg e os cinco segundos de penalização a Valtteri Bottas devido ao toque com Serguei Sirotkin.

E por agora é tudo. Agora serão sete dias até outro clássico... e quantas mais mudanças existirão no pelotão até lá.

IndyCar: Wickens já respira sem aparelhos

A Schmidt Peterson divulgou esta noite um novo boletim clinico... e são boas noticias. Robert Wickens, o canadiano de 29 anos da equipa, já respira sem a ajuda de aparelhos e está a conversar com a familia nas instalações médicas onde está internado neste momento. 

Wickens, que sofreu um grave acidente na semana passada durante a prova de Pocono, teve lesões na espinal medula, no braço direito e em ambos os tornozelos, tendo sido operado ao longo da semana ás várias lesões que sofreu. 

A equipa afirmou que está contente por ele e é uma boa noticia para ser dada antes da prova desta noite na oval de Gateway, em St. Louis, a antepenúltima prova do campeonato IndyCar.