sábado, 22 de junho de 2024

Formula 1 2024: Ronda 10, Barcelona (Qualificação)


Depois da ia à America, onde foram se divertir à chuva no Circuit Gilles Villeneuve, em Montreal, a Formula 1 regressa à Europa, para correr em Barcelona, para o GP de Espanha. Décima corrida do campeonato, quase metade da temporada. 

Com as duas semanas que serviram para respirar um pouco - tem de ser, a seguir teremos três fins de semana seguidos de Formula 1! - a grande noticia foi a contratação de Flávio Briatore como conselheiro da Alpine, 15 anos depois do "Crashgate" (ou Singaporegate), com a indignação geral por uma equipa de Formula 1 o ter contratado, e ainda por cima, uma equipa que já foi a Renault. O que poucos sabem é que Briatore foi banido da Formula 1 por alguns anos e não "para sempre" e não regressou desde que o banimento terminou porque... não quis. E a Alpine, em agitação desde há algum tempo (surgiu esta semana o rumor de que poderia terminar com o seu próprio programa de motores!), pensou um "perdido por cem, perdido por mil".    

Cerca de duas horas antes da qualificação, agitação no motorhome da McLaren: um pequeno incêndio agitou as coisas de forma a que os bombeiros foram chamados, e o incêndio foi apagado rapidamente. Curiosamente, 12 anos antes, a Williams sofreu um incêndio nas suas boxes minutos depois de Pastor Maldonado ter ganho a sua corrida. Será um estranho sinal de boa sorte?  


Com o céu encoberto, mas o asfalto quente - cerca de 37ºC - os carros foram para a pista, com o objetivo da marcar os seus tempos. Até aqui, tudo normal. Nos primeiros minutos, Max marcou o tempo de 1.12,306, na frente do seu companheiro de equipa, Sérgio Pérez. Os McLaren colocaram os seus tempos, atrás de Max Verstappen, mas Lando Norris, segundo na grelha de tempos, vem a 80 centésimos. Mas logo a seguir, Charles Leclerc conseguiu melhorar o tempo e subir para o topo da tabela, com 1.12,257 com o seu Ferrari.

Os carros regressaram à pista nos dois minutos finais da primeira sessão, a ali alguns pilotos conseguiram melhorar os seus tempos. Lewis Hamilton conseguiu 1.12,143, mas as melhoras não são suficientes para mudar a grelha de forma dramática nas primeiras filas. Atrás, os azarados oram os Racing Bulls de Yuki Tsunoda e Daniel Ricciardo, os Williams de Alex Albon e Logan Sargent e o Haas de Kevin Magnussen. Em contraste, Zhou Guanyou consegue o seu primeiro Q2 da temporada no seu Sauber. 


Poucos minutos depois, começou a Q2, e nos primeiros momentos, os pilotos foram à pista marcar os seus tempos, com Max a ser um dos últimos a ir para a pista. Ele acabou por marcar 1.11,653 para ficar com o melhor tempo, batendo por 219 centésimos o McLaren de Lando Norris. Sainz e Oscar Piastri estavam logo atrás na tabela de tempos.

Na parte final dessa fase da qualificação, com os pilotos todos na pista, Hamilton aproximou-se com 1.11,792, seguido por Russell, com o tempo de 1.11,812, mas não conseguiram desalojar o Red Bull. E se alguns melhoraram, entre eles os Alpine de Esteban Ocon e Pierre Gasly, entre os que ficaram com a fava, estiveram os Aston Martin de Fernando Alonso e Lance Stroll, os Sauber de Valtteri Bottas e Zhou Guanyou e o Haas de Nico Hulkenberg

E assim, passamos para a Q3. 

Nos primeiros tempos, Max marcou o seu território, marcando 1.11,673, e mesmo que Norris, Hamilton, Russell ou Lecelrc terem feito o seu melhor, não conseguiram bater o neerlandês da Red Bull. Parecia que ele iria conseguir mais uma pole-position na sua conta, e nos três minutos finais, com o neerlandês fora da pista, Sainz Jr. e Leclerc melhoraram os seus tempos nos seus Ferraris, mas o neerlandês conseguiu 1.11,403 e tudo indicava que ele ficaria na pole. 


Mas Lando Norris tinha um ás na manga e dando o seu melhor, conseguiu um tempo 20 centésimos mais rápido, e nessa volta sensacional, conseguiu a pole-position! Quem diria: nas últimas quatro corridas, quatro "polesitters" diferentes! 

E fico a matutar: no dia em que Pastor Maldonado ganhou a sua corrida pela Williams, em Barcelona, em 2012, houve um incêndio na garagem. E Lando Norris conseguiu a pole-position algumas horas depois da motorhome da sua equipa ter pegado fogo. Será que para conseguir aquele algo a mais, precisam de estímulos... incendiários? 


Enfim, amanhã, a corrida promete ser interessante. Isto se o Max não passar o Norris antes da primeira curva.  

sexta-feira, 21 de junho de 2024

CPR 2024 - Rali de Castelo Branco (Dia 1)


Kris Meeke lidera o rali de Castelo Branco, completadas as classificativas desta sexta-feira. O piloto britânico tem agora 16,4 segundos sobre José Pedro Fontes, no seu Citroen C3 Rally2, com Armindo Aaújo em terceiro, a 18,8, na frente do quarto classificado, o espanhol Robert Blach, a 33,6, no seu Skoda Fabia RS Rally2.

Com quatro especiais - Caféde-Juncal do Campo e uma passagem dupla por Chão da Vã-Sarzedas - o rali começou com Meeke a ganhar em todas elas: na primeira especial, ganhou cinco segundos a José Pedro Fontes. Na segunda, mais 2,3 sobe o piloto da Citroen, e na terceira, mais 2,1. Na especial noturna "Reconquista", de Castelo Branco, ele foi 4,4 segundos mais rápido sobre Armindo Araújo, com Ricardo Teodósio a 5,8. José Pedro Fontes foi quarto, a sete segundos. 

Depois dos quatro primeiros, João Barros é o quinto, no seu Volkswagen Polo GTi, a 35,4, na frente de Ricardo Teodósio, sexto, a 51,7. Pedro Almeida é o sétimo, a 1.01,3, na frente de Hugo Lopes, o melhor dos Rally4, a 1.34,7, e a fechar o "top ten" estão Ernesto Cunha, a 1.36,4, a Ricardo Filipe, a 1.45,8.

O rali de Castelo Branco acaba neste sábado, com a realização das restantes sete especiais. 

quinta-feira, 20 de junho de 2024

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Em 1904, o automobilismo já tinha percorrido a sua primeira década, passando de corridas entre cidades para os inícios de uma competição de circuito fechado. Milhares de marcas de automóveis tinham nascido, a grande maioria na Europa, e mais algumas dezenas na América. Ainda não se tinha decidido qual seria o sistema de propulsão para os carros de estrada, entre o vapor, a eletricidade e os motores de combustão interna. Mas este último tinha há muito sido o modelo de eleição para as corridas automobilísticas. 

Nesse ano, a grande corrida era a Gordon Bennett Cup, uma competição entre nações, com carros de países como França, Alemanha, Bélgica, Reino Unido e Itália, entre outros. Decorria na Alemanha, num circuito fechado com... 128 quilómetros de diâmetro na região dos montes Taunus, numa corrida que durou quatro voltas - 527 quilómetros no total. Marcas como Mercedes, Fiat e Wosleley participavam nessa corrida. 

O primeiro carro partiu às 7 da manhã do dia 17 de junho e ao final de cinco horas e 50 minutos, o vencedor acabou por ser o francês Léon Théry, a bordo de um Richard-Brasier, que bateu o Mercedes do belga Camile Jenatzy, que cinco anos antes, tinha sido o primeiro piloto a rodar a mais de 100 km/hora no seu protótipo elétrico "Jamais Contente".

No regresso dos franceses a Paris, com o troféu nas mãos, o Automobile Club de France decide reunir-se para formar uma associação que reúna os Automóveis Clubes que começam a surgir um pouco por todo o mundo, e reconhecer aqueles que poderão surgir no futuro. Deram o nome de "Association Internationale des Automobile Clubs Reconnus", ou a sigla de AIACR.

Os seus membros iniciais? Quase todos europeus: França, Alemanha, Reino Unido, Bélgica, Itália, Países Baixos. Os Estados Unidos foram a excepção à regra. Com o tempo, crescerão para acolher mais de 200 federações - há países que tem mais de uma federação, a automóvel (no caso português, é o ACP, o Automóvel Clube de Portugal, fundado em 1905) e a desportiva, que em Portugal é representada pela FPAK, a Federação de Automobilismo e Karting. 

A escolha para presidente acabou por cair no franco-belga Étienne van Zuylen van Nyevelt. Então com 43 anos, era um barão que tinha sido o primeiro presidente do Automobile Club de France, em 1895, e as suas qualidades de diplomata vinham de longe: seu pai tinha sido embaixador, o seu avô, o presidente da câmara de Bruges, uma importante cidade belga. Casou-se com um membro da família Rothschild e tinha uma paixão pela equitação, bem como o automobilismo.

Dezoito anos depois da sua fundação, em 1922, a AIACR decidiu separar o ramo desportivo do ramo automobilístico, criando assim a "Comission Sportive International", que iria elaborar os regulamentos desportivos internacionais das diversas competições, e dar títulos a campeões, primeiro de Construtores, depois de pilotos, e em especial, na Europa. Apenas em 1946, quando a AIACR ser renomeada de FIA, é que elaborou os regulamentos daquilo que viria a ser a Formula 1, o Mundial de Ralis, o Mundial de Kart e de Endurance, entre outros, todos sob a capa da CSI, que em 1978 viria a ser chamada de FISA. Em 1993, ambas as entidades, FISA e FIA, iriam fundir-se.  

Quanto ao resto, a Copa Gordon Bennett desaparecerá depois de 1905, para dar lugar ao Grande Prémio de França, o primeiro de todos os "Grand Prix". Léon Thery morrerá em 1909, aos 29 anos, vítima de tuberculose. A Richard-Brasier desapareceu em 1930, vítima da Grande Depressão, e Étienne van Zuylen van Nyevelt retirou-se da sua posição como presidente em 1931, três anos antes de morrer. A FIA, nas suas múltiplas encarnações, continua a lidar até aos dias de hoje com os interesses do automobilismo no mundo inteiro e tenta expandir com novos eventos, como o FIA Motorsport Games. Feliz Aniversário!   

Youtube Formula 1 Video: Um problema chamado Sérgio Pérez

O mexicano Sérgio Pérez renovou recentemente o seu contrato com a Red Bull, mas há quem não ache grande piada a sua permanência na turma dos energéticos. É verdade que não é grande coisa em termos de atrapalhar Max Verstappen, mas o piloto mexicano de 34 anos tem muito dinheiro em termos de patrocinadores, que serve para pagar os prejuízos dos carros que ele rebenta, especialmente no Mónaco - embora nesse, a culpa não é dele...

E é sobe isso que trata o mais recente vídeo do Josh Revell.

CPR: Armindo Araújo deseja a vitória


Com o Campeonato de Portugal de Ralis (CPR) a passar dos pisos de terra para os de asfalto, Armindo Araújo e o seu navegador, Luís Ramalho, apresentam-se no rali organizado pela Escuderia de Castelo Branco com a forte ambição de lutar pela vitória e manter a toada dos bons resultados que alcançou na fase de terra do CPR, nomeadamente a vitória do rali Serras de Fafe, por exemplo.

Antes do rali, o piloto do Skoda Fabia Rally2 Evo afirmou aquilo que espera das suas performances nesta prova:  

Partimos para os ralis de asfalto com a mesma ambição de sempre e por isso queremos sair de Castelo Branco com o melhor resultado possível. Somos a melhor dupla nacional após a fase de terra e desejamos continuar a sê-lo até ao final do campeonato. Temos a noção que a concorrência é muito forte, mas estamos otimistas e motivados para lutar pelo triunfo nas especiais e queremos terminar os ralis na frente dos nossos adversários”, afirmou o piloto de Santo Tirso.

O Rali de Castelo Branco terá um total de onze provas especiais de classificação, divididas em duas etapas a disputar na sexta-feira e sábado.

Rumor do Dia: Adrian Newey visitou a fábrica da Aston Martin


No fim de semana do GP de Espanha, os rumores sobre Adrian Newey voam. Se muitos estão convencidos que ele estará a caminho da Ferrari, com um salário a rondar os 150 milhões de euros pela duração total do seu contrato - três temporadas - agora, o jornal "The Times" fala que Newey fez uma visita secreta à fábrica da Aston Martin e já conversou em algumas ocasiões com Lawrence Stroll, o presidente executivo da marca e pai de Lance Stroll.

Stroll pai estaria a tentar convencer Newey a ir para o seu lado em vez de ir para Itália e desenhar os carros para a Scuderia de Maranello, porque está convencido que o projetista de 65 anos continua a desempenhar um papel fundamental nos sucessos das equipas onde trabalhou, como a Williams, McLaren e Red Bull, em uma carreira com mais de quatro décadas, e que começou na Fittipaldi, antes de ir para a March, desenhando carros para a CART, primeiro, e depois, na Formula 1, antes de rumar para a Williams em 1990.

Também é referido que a Williams poderá ter feito uma oferta para tê-lo de volta, uma vez que trabalhou para eles entre 1991 e 1996, antes de rumar para a McLaren.

Newey, que estava na Red Bull desde 2006, anunciou a saída da sua equipa no inicio da primavera, depois de ter ajudado a ganhar sete títulos de pilotos e outros tantos de Construtores. 

CPR: Meeke espera concorrência mais forte


Absolutamente dominador na temporada de 2024 do Campeonato de Portugal de Ralis (CPR), Kris Meeke é o favorito à vitória no rali de Castelo Branco, que acontecerá neste final de semana e fará com que o campeonato entre na sua fase de asfalto. 

Antes da prova, o piloto britânico, que corre pela Hyundai Portugal, fala sobre a prova, do qual acha que a concorrência será mais acirrada que anteriormente.  

Sendo o primeiro rali da época em asfalto, de certeza que será um desafio interessante. Lembro que o ano passado estava um calor incrível. As altas temperaturas não tornam as coisas fáceis no decorrer do rali. Prevejo uma luta dura pela vitória, pois parece-me que os pilotos portugueses são muito mais fortes no asfalto por comparação à terra. Veremos até onde posso ir, mas espero fazer um bom trabalho para poder desfrutar e começar bem a época de asfalto...”, disse.

Com 60 carros inscritos, o Rali de Castelo Branco terá um total de onze provas especiais de classificação, divididas em duas etapas a disputar na sexta-feira e sábado.

quarta-feira, 19 de junho de 2024

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Soube-se esta semana a data de estreia do filme que Hollywood está a fazer sobre a Formula 1. A 25 de junho, saberemos se o filme produzido por Jeffrey Bruckheimer e Lewis Hamilton, realizado por Joseph Kosinski e com Brad Pitt como ator principal, será um blockbuster de verão que todos investiram, ou um "box-office bomb", ou seja, um enorme fracasso. Os rumores de que foram gastos cerca de 300 milhões de dólares na produção do filme, acabando por ser um dos mais caros de sempre a ser produzido, e que para ser um sucesso financeiro, terá de alcançar cerca de... 750 milhões. E nem se fala dos custos de "marketing".

A pouco mais de um ano, não se sabe ainda o título do filme - fala-se em "Apex" - as filmagens foram feitas em alguns circuitos como Silverstone, Hungaroring, Spa, Las Vegas, Abu Dhabi, e até Daytona, onde aproveitaram as 24 Horas para filmarem algumas cenas, e a história é relativamente simples: um ex-piloto de Fórmula 1, interpretado por Brad Pitt, regressa à categoria para fazer equipa com um jovem piloto, interpretado por Damson Idris (de uma certa forma a lembrar Lewis Hamilton), na equipa fictícia APXGP. O patrão dessa equipa é interpretado por Javier Bardem, e os carros são Formula 2 modificados pela Carlin para parecerem com Formula 1. Um deles, até, sofreu um acidente em Silverstone, para simular a cena que provavelmente está no argumento.

Algumas das razões atrás desse aumento de custos tem a ver com o acordo que foi feito pela Apple +, que em algumas salas de cinema, será apresentado em IMAX, e também a construção dos carros de Formula 1, por exemplo. Para além disso, a greve dos atores e dos argumentistas, que aconteceu no verão passado, afetou um pouco as filmagens. Falou-se até que as filmagens desse verão foram "deitados fora", mas isso foi negado.

Contudo, deitados fora ou não, haverá filmagens em quase todos os Grandes Prémios de 2024, especialmente depois da prova britânica até Abu Dhabi, que acontecerá em dezembro. 

As pessoas falam que esta gente toda, que ajudou a fazer "Top Gun: Maverick", deu aos estúdios mais de mil milhões de dólares de receita, ou seja, não interessa o assunto, poderá ser um "blockbuster". O problema é que "Top Gun" é uma sequela e não o filme principal, e as coisas tem de correr muito bem para que se alcance os objetivos. 

O "hype", claro, está a começar a surgir, e mais acontecerá nos meses seguintes. Mas claro, lembro um pouco o que Silvester Stallone fez há uns 20 anos com o seu "Driven", filmado no mundo da CART, que acabou por ser um fracasso de bilheteira. A última coisa que todos querem é uma repetição muito cara dessa situação. É wer o que este verão nos trará.   

Endurance: McLaren considera construir um Hypercar


A McLaren Racing está a considerar a construção de um Hypercar para poder correr, quer na IMSA, quer na WEC. Zak Brown, CEO da McLaren Racing, viu com bons olhos a decisão da FIA, ACO e IMSA de estender o ciclo de homologação das classes Hypercar e GTP por mais dois anos, até 2029, por causa da aposta da ACO na construção de uma classe movida a hidrogénio. Brown considera que a medida oferece "mais espaço para respirar" e avaliar sua entrada na categoria, já que desde há algum tempo demonstrar interesse nas regras da LMDh.

Segundo informações do site SportsCar365, e durante uma conferência de imprensa no fim de semana das 24 horas de Le Mans, Brown afirmou que a previsão inicial para a entrada da McLaren na classe, em 2026, era otimista. Com a extensão do ciclo, a marca ganha mais tempo para planear sua estreia, que poderá ocorrer em 2027. 

Isso nos dá mais espaço para respirar”, começou por afirmar Brown. “Você não gostaria de entrar num campeonato na sua última temporada, para simplesmente começar tudo de novo. E acho que 2026 seria um prazo otimista para nós. A extensão do ciclo ajuda nosso modelo de negócios.

A classe Hypercar vive neste momento numa era dourada. Com a obrigatoriedade de construção de dois chassis para participar no Mundial, em Le Mans estiveram 23 carros, quatro deles Porsches, três Cadillacs e três Ferraris. E em 2025, estarão presentes mais um Isotta-Fraschini e os Aston Martin, com o projeto Walkyrie. Com a Hyundai a pensar na ideia, a intenção da McLaren de projetar um modelo Hypercar representaria um maior envolvimento de uma classe que está a ficar perto dos 30 carros, algo que não acontece desde meados dos anos 80 do século passado, com os Grupo C. 

A McLaren já venceu as 24 Horas de Le Mans em 1995 com o F1 GTR, baseado no McLaren F1 de estrada. Em 2024, três McLaren 720S de GT3, dois da United Autosports e um da Inception Racing, estiveram presentes nas 24 Horas de Le Mans. 

Rumor do Dia: A Hyundai a caminho da Endurance?


A Hyundai poderá estar a pensar seriamente participar no Mundial de Endurance, mais concretamente na classe Hypercar. Neste final de semana, uma delegação numerosa da Hyundai esteve discretamente presente na edição deste ano das 24 Horas de Le Mans e terão reunido com Pierre Fillon, o Presidente do ACO (Automobile Club de L'Ouest). Aparentemente, a marca coreana tem ideias de construir um chassis LMDh e não um LMH, devendo reunir em breve com os quatro potenciais parceiros de chassis: Oreca, Dallara, Ligier e Multimatic.

Estes interesses acontecem numa altura em que a WEC anunciou o seu regulamento entre 2025 e 2029, ano no qual poderá estar pronto os protótipos para a classe de Hidrogénio, o grande projeto da ACO. Esse regulamento, que basicamente é o atual, mas prolongado no tempo, acontece por causa do atraso nos programas de motores de combustão H2, algo do qual a marca coreana não está muito interessada em participar, por estar a apostar mais na tecnologia das células de combustível.

Isto acontece depois de a marca coreana também ter ficado interessada em participar na Formula E, embora ainda não haja nada de concreto. Até agora, o envolvimento da marca coreana em termos de competição tem a ver com o WRC.  

terça-feira, 18 de junho de 2024

Onde será o local de testes em 2025?


Uma pergunta destas parece ser um pouco estanha, mas é pertinente por causa do seguinte: religião. É que o calendário para 2025 foi alterado por causa do Ramadão, para que a Austrália acolhesse a primeira corrida do ano, mas antes disso temos os testes de pré-temporada, que normalmente é no Bahrein, mas... agora não se sabe onde poderá acontecer.

Até há relativamente pouco tempo, Barcelona era sempre escolhida como o lugar dos testes de pré-temporada, onde todos fariam em conjunto as afinações finais para a temporada que aí vinha. Contudo, em 2021 se decidiu que iria ser no Bahrein. Com a situação de 2025, a questão se coloca: regresso a Barcelona ou acontecer mais cedo?

Segundo contou por estes dias a publicação alemã Auto Motor und Sport, apenas três equipas – Red Bull, Racing Bulls e Sauber – votaram na pista catalã, enquanto a maioria preferiu manter o Bahrein, apesar dos custos mais elevados associados às viagens e à logística de levar todo o paddock para a Austrália logo a seguir. Outra hipótese que foi colocada seria de fazer os testes entre os dias 26 e 28 de fevereiro em Melbourne, mas a longa distância da Europa poderá impedir tal coisa, e as equipas parecem não estar dispostas a isso.

Um regresso à Europa está fora de questão pelo facto de ser em pleno inverno, com as chances de apanhar chuva ou mesmo neve (!) serem bem elevadas, bem como essas temperaturas não são aquelas que as equipas apanham no Hemisfério Sul, por exemplo.

Assim sendo, as negociações ainda continuam a acontecer, a qualquer decisão acontecerá com o acordo da FIA e da Liberty Media.

segunda-feira, 17 de junho de 2024

Youtube Motoring Video: A depreciação dos carros elétricos

Estão a ser maus dias para ser vendedor na América. O mercado está cheio de carros, especialmente os elétricos, que estão a acumular nos estacionamentos das fábricas. Há carros que estão a ser vendidos a... metade do preço, dois anos depois de terem sido comprados. As justificações são muitas: desde a própria Tesla a cortar nos preços para poder escoar os seus modelos, ao receio dos consumidores em gastar muito dinheiro numa tecnologia que ainda é imensamente nova - desde as baterias aos sistemas de carregamento - passando por alguns "recalls" em alguns modelos por causa das baterias.

Mas antes dos apreciadores dos carros a combustão cantarem vitória, pode-se afirmar que a depreciação também atinge esse tipo de carros. E falamos de carros a serem vendidos a metade do preço.

Claro, falamos de carros vendidos na América. E é disso que se trata no mais recente vídeo do Donut Media.     

Endurance: Peugeot satisfeita com o resultado


A Peugeot teve um desempenho muito discreto nas 24 Horas de Le Mans de 2024. Acabados ambos na 11ª e 12º posição, a duas voltas do vencedor, a marca francesa preferiu realçar o facto de ambos os 9X8 - o 93, guiado pela tripla Mikkel Jensen, Nico Muller e Jan-Eric Vergne, e o 94, guiado por Paul di Resta, Loic Duval e Stoffel Vandoorne - terem conseguido chegar ao fim sem problemas de maior.

Ao longo da corrida, as únicas coisas de relevância que aconteceu a ambos os carros foram as várias pequenas saídas de pista e alguns erros nas chamadas “Zonas Lentas”.

No rescaldo, apesar dos resultados modestos, os responsáveis da marca do leão estavam felizes pela fiabilidade do carro. A começar por Linda Jackson, CEO da Peugeot, que disse: 

"As 24 Horas de Le Mans são uma prova de trabalho de equipa, de paixão e de excelência técnica. Eu não poderia pedir uma equipa mais apaixonada do que o Team Peugeot TotalEnergies. Numa corrida de 24 horas e de mais de quatro mil quilómetros, estamos muito satisfeitos por os nossos dois carros terem cruzado a linha de chegada sem que se registasse um único problema técnico. É uma excelente demonstração daquilo a que chamamos excelência francesa. Gostaria de agradecer a todos os membros da equipa pelo seu trabalho árduo e a todos os fãs pelo seu apoio. Estaremos de volta em 2025 para a próxima edição das 24 Horas de Le Mans."

Jean-Marc Finot, Vice-Presidente Sénior da Stellantis Motorsport, acrescentou: "Foi um fim de semana maravilhoso este das 24 Horas de Le Mans, com total empenho das equipas. Embora não estejamos totalmente satisfeitos com o resultado final, é um resultado honroso e que reflete a enorme quantidade de trabalho feito por todas as equipas da Peugeot Sport. Tivemos um fim de semana sem falhas em termos de fiabilidade, que é a primeira exigência do automobilismo e dos clientes. Os nossos carros evoluíram durante 24 horas em condições incrivelmente exigentes e implacáveis. O facto de o termos conseguido deve-se ao trabalho árduo e à atenção dada aos detalhes."

Do lado técnico, Olivier Jansonnie, o seu diretor, completou a linha de raciocínio da marca em relação a esta corrida: 

"Esperávamos uma corrida difícil devido às previsões meteorológicas, algo que se veio a verificar. A corrida foi interrompida por um longo período durante a noite. A nossa decisão de colocar pneus de chuva no início da corrida não foi a melhor decisão. Vendo bem as coisas, deveríamos ter mantido os ‘slicks’, mas optámos por jogar pelo seguro. Fomos ficando para trás e chegámos a estar a uma volta do líder. Conseguimos recuperar, mas os carros da frente estavam com um andamento mais rápido. O grande ponto positivo para mim é a fiabilidade. Agora temos de encontrar alguma velocidade para podermos lutar com os melhores. Gostaria de agradecer a toda a equipa pelo seu trabalho árduo e aos fãs pelo seu apoio."

Endurance: Toyota desiludida com o resultado


A Toyota pode estar a aplaudir o resultado do fim de semana em Le Mans, com o segundo lugar do carro número 7, guiado por Kamui Kobayashi, Nyck de Vries e José Maria Lopez, mas o seu presidente, Akio Toyoda, ficou desiludido pelo resultado porque ele acreditava que poderia ter alcançado bem melhor. 

"Foi uma ótima corrida, mas o resultado foi muito frustrante!", começou por afirmar Akio Toyoda, o fundador da equipa, no final das 24 Horas de Le Mans. "Disse a todos, antes da corrida, que temos os melhores mecânicos, os melhores engenheiros e os melhores pilotos do mundo, e espero que consigamos transformar a sua frustração em poder e voltar a ser uma equipa que pode ser considerada a melhor do mundo! Por isso, vamos transformar esta frustração em poder e vamos fazer com que esta equipa volte a ser o que o resto do mundo lhe chama!", continuou. 

A frustração poderá ser explicada pelo facto do Toyota ter recuperado de dois furos e nas duas horas finais, ele ter ido para a liderança. Mas depois do último reabastecimento, perdeu a liderança para o Ferrari numero 50 e apesar dos esforços de López, que na meia hora final reduziu a desvantagem de 40 segundos para 14,2, não foi suficiente para ganhar.

Para o piloto argentino, ele especificou o que impediu a Toyota de ganhar:

"Perdemos tempo nas zonas lentas, tivemos dois furos, um com o Kamui e outro para mim assim que saí da garagem para as duas últimas passagens, quando estava seco. O Kamui teve um problema com o motor e eu também tive um. Não gosto do 'e se', mas tínhamos definitivamente o ritmo. Fizemos a volta mais rápida da corrida, a minha volta foi retirada devido aos limites da pista, mas também foi a volta mais rápida."

domingo, 16 de junho de 2024

A(s) image(ns) do fim de semana











A primeira coisa que tem de se afirmar que as corridas de Endurance não são mais de resistência. Tornaram-se corridas de sprint com duração de 24 Horas. Ao veres que, com chuva a cair durante boa parte da madrugada e manhã, ainda existirem nove carros da classe Hypercar na mesma volta do vencedor na última hora da corrida, poderemos afirmar que não há mais domínios, há um equilíbrio. 

Mas é um equilíbrio artificial, o famoso Balance of Performance, onde os carros mais rápidos são penalizados por isso, e perdem tempo para a concorrência. E sobre isso, alguém escreveu o seguinte num dos grupos do Facebook dedicado à Endurance e às 24 Horas:

"Sim, o BoP é tudo e mais alguma coisa. Tem mil e um defeitos. E no entanto… temos o campeonato com vários construtores envolvidos e mais a caminho, em quantidades nunca vistas em Le Mans (e muito provavelmente em nenhuma outra competição em toda a história do automobilismo) e tivemos uma corrida fantástica e emotiva, prego a fundo, até ao fim.

Sim, o BoP é uma merda, e no entanto, espero nunca acordar deste sonho."

Explica-se das seguintes formas. A primeira é que tivemos 20 Hypercars à partida para esta corrida. Temos de recuar aos anos 80 do século passado, aos carros do Grupo C, para ver uma coisa destas. E ainda por cima, com a aprovação esta semana da obrigatoriedade das equipas de terem dois carros, construtores com uma só máquina, como a Isotta-Fraschini, terão de construir outro carro, e claro, com a anunciada chegada da Aston Martin à competição, em 2025, terão... 23 a 25 carros à partida na corrida francesa. E digo isso porque, como sabem, pelos regulamentos, terão sempre algum carro vindo da IMSA, o campeonato americano. 

E ainda há uma segunda coisa que esta edição das 24 Horas de Le Mans mostrou: numa corrida de resistência, oito carros acabaram na mesma volta. É a edição mais competitiva de sempre. E na última hora da corrida, houve tensão por causa da estratégia da Ferrari de poupar o mais que podia do carro para tentar fazer o menor numero de paragens possível. E contra um Toyota a aproximar-se em alta velocidade, o piloto do carro numero 50 conseguiu ter o sangue-frio suficiente para o controlar, controlar o consumo de gasolina, para dar apenas o suficiente para cortar a meta na primeira posição. 

Com isto, a Ferrari ganha pela segunda vez consecutiva, elevando o total de vitórias para 11. E ainda por cima, foi pela segunda ocasião consecutiva. Um grande palmarés para quem regressou à Endurance no inicio de 2023... 

E já agora, a Ferrari tornou-se no primeiro construtor a ganhar as 24 Horas de Le Mans e o GP do Mónaco desde... 1934. É muito tempo, sem dúvida.  

Que poderei afirmar? A primeira coisa é, a Endurance alcançou uma nova "era de ouro". Conseguiu atrair muitos construtores - e outros estão a caminho - para uma classe, a Hypercar, sem alterar muito os regulamentos. Conseguiu unificar com a IMSA, para que esses carros possam correr, por exemplo, em Sebring e Daytona, caso queiram, e esses carros podem correr na Europa, procurando a "Tripla" Coroa" da Endurance. E a ACO (Automobile Club de L'Ouest, que gere Le Mans e a pista de La Sarthe), do qual o seu presidente, Pierre Fillon, está de parabéns, já pensa mais adiante com o projeto do Hidrogénio, do qual quer arrancar em 2026, o mais tardar, para poder afirmar que está a trabalhar para diminuir as emissões de carbono na atmosfera. 

Em suma, faça chuva ou faça sol, estes são tempos dos quais vale a pena assistir à corrida mais longa do mundo. Daqui a uma geração, muitos recordarão estas corridas como sendo das mais competitivas, se calhar nem se importando de detalhes como o BoP, mas sim falando de coisas como "depois de 24 horas, os carros estavam a menos de 50 metros um do outro". É isso que interessa ao povinho, não querem saber dos detalhes perniciosos...

E La Sarthe, Le Mans, estava cheia de gente, como de costume. Mais de 400 mil ao longo do fim de semana. E muitos regressarão em 2025 para ver mais competições emocionantes até ao último minuto, à última volta. 

Para o ano... há mais!

Youtube Endurance Video: A chegada das 24 Horas de Le Mans de 2024

A última hora foi à chuva, foi tensa por causa da estratégia da Ferrari, de tentar alongar as paragens nas boxes no sentido de ganhar à concorrência, especialmente à Toyota de Kamui Kobayashi, Nyck de Vries e Juan Maria Lopez. Mas no final, a Scuderia conseguiu algo fantástico, que foi a sua segunda vitória desde o seu regresso, com a tripla Antonio Fuoco, Miguel Molina e Nicklas Nielsen.