Por fim, a Formula 1 chegou à Europa, com os Ferrari mais dominadores que nunca. Duas vitórias em três possíveis para Charles Leclerc, os Red Bull a serem irregulares, tudo isto parecia ser um cartaz, não diria histórico, mas quase perfeito. Pelo menos, os "tiffosi", que tinham acorrido a Imola, em números históricos, estavam convencidos que era isso que iria acontecer, apesar de na véspera, os Red Bull triunfaram, passando Charles Leclerc na penúltima volta. Mas pensavam que isso tinha sido por ser uma corrida "sprint", e hoje, a irregularidade dos carros energéticos viria uma vez mais ao de cima, em seu beneficio.
Mas havia mais um fator: a chuva. Era verdade que já tinha parado na hora da corrida, mas o asfalto continuava molhado, o suficiente para que os pilotos irem para a pista de intermédios, para poderem encarar a corrida, esperando que a pista secasse até ao final da proba e beneficiar alguma coisa disto. Mas em casa da Ferrari, e depois da Red Bull ter mostrado ao que ia, poderia ser que, se os energéticos tiverem resolvido os seus problemas, poderiam dar mais luta para a Ferrari.
Contudo, o que os tiffosi queriam era ver os seus na frente, a dominar. Fizesse chuva ou sol, porque estão convencidos que este será "o ano".
A partida começou com os Red Bull a saírem muito bem, ficando com os dois primeiros lugares, deixando os Ferrari para trás. E pior, foram passados pelo McLaren de Lando Norris. Daniel Ricciardo queria fazer a mesma coisa, mas na Tamburello, ele tocou em Carlos Sainz Jr. e ambos foram para a gravilha. O madrileno abandonou, e o australiano continuou, com dificuldade, porque tinha caído para o fundo do pelotão. Magnussen, com isso era quinto, e os Mercedes tentavam também aproveitar a situação. Mas era George Russell, que tinha uma grande partida, subindo de 11º para sexto, porque Lewis Hamilton estava no meio do pelotão, cinzento como o carro e lutando para fazer o seu carro mais competitivo que era naquela tarde.
Mas o Safety Car tinha entrado para que tirassem o Ferrari da gravilha e apenas na volta quatro que esta retomou. Nas voltas seguintes, a pista secava e os Red Bull começavam a afastar-se do pelotão, com Norris e Leclerc os únicos a segui-los. Quando terminava a corrida mais cedo era Fernando Alonso, vitima de um toque com Mick Schumacher. Com os energéticos a irem embora, Norris tentava aguentar Leclerc para o terceiro posto, mas na oitava volta, o monegasco ficou com o terceiro posto.
Tudo isto na altura em que a pista secava e o pessoal que tinha os intermédios começava a ter dificuldades. Pelo menos, a partir da volta 15, quando Daniel Ricciardo foi o primeiro a meter médios para ver se tentava aproveitar da situação. A reação foi imediata e praticamente todos os carros entraram para trocar de pneus.
A partir daqui, as coisas se acalmaram. A pista secava, Leclerc tentaba não deixar escapar os Red Bull e havia duelos no meio do pelotão.
E na 40ª volta, algo simbólico: Lewis Hamilton recebeu bandeiras azuis para deixar passar o líder Verstappen, uma situação que deve ter afetado o sete vezes campeão do mundo. Para terem uma ideia, a última corrida onde o britânico andou muito mal em termos de classificação foi o GP da Grã-Bretanha... de 2009, nos seus tempos da McLaren.
A 15 giros do final, mudança de estratégia: Leclerc caminha para as boxes no sentido de trocar de pneus, macios e provavelmente para a volta mais rápida. No regresso, era P4, atrás de Norris, mas ele esperava que o apanhasse rapidamente. A Red Bull reagiu fazendo a mesma coisa, com Verstappen a colocar macios. E quase ao mesmo tempo... Leclerc despistava-se na Variante Alta e os tiffosi passavam por um calafrio. Caía para quase fora dos pontos, e o monegasco lá tinha de fazer uma corrida de recuperação para minorar os prejuízos. E a Red Bull? A ter um fim de semana perfeito.
O monegasco lá foi minorar os prejuízos, passando carros atrás de carros. No inicio da última volta, ele já era sétimo, a ia atrás de Yuki Tsunoda, para tentar conseguir o sexto posto. Mas de uma certa forma, qualquer resultado que alcançasse, era sinal de fracasso, porque poderia ter conseguido muito mais. E para piorar as coisas, caíam umas pingas de chuva na pista... daria para incomodar?
Não deu para prejudicar ninguém, foi o que aconteceu, quando mostraram a bandeira de xadrez. Na corrida que a Red Bull queria que fosse perfeita, o neerlandês conseguiu o primeiro lugar, na frente de Sergio Pérez. Lando Norris subia ai lugar mais baixo do pódio, dando o primeiro resultado relevante para a McLaren, na frente de Russell, que tinha aguentado nas voltas finais o Alfa Romeo de Valtteri Bottas.
E na parte final, os Aston Martin também tinham uma boa tarde, porque ambos os carros pontuavam: Vettel era oitavo, Stroll, décimo, com Kevin Magnussen a conseguir mais dois pontos para a Haas, entalado entre os carros verdes. Agora, a Formula 1 ia atravessar o Atlântico, para a primeira corrida de sempre em Miami.