Logo depois da apresentação do Lancia Ypsilon Rally2, os testes para o rali de Monte Carlo de 2026 começaram logo, com o francês Yohan Rossel ao volante. O teste aconteceu em Saint André de Rosans e as imagens são do site Passats de Canto.
sábado, 13 de dezembro de 2025
FIA: Ben Sulayem reeleito, novo Acordo da Concórdia divulgado
No seu discurso de aceitação, Ben Sulayem afirmou:
“Obrigado a todos os nossos Membros da FIA por votarem em números tão notáveis e por confiarem em mim mais uma vez. Superámos muitos obstáculos mas, aqui hoje, juntos, estamos mais fortes do que nunca."
“É verdadeiramente uma honra ser Presidente da FIA e estou empenhado em continuar a entregar resultados para a FIA, para o desporto motorizado, para a mobilidade e para os nossos Clubes Membros em todas as regiões do mundo.”
"A eleição foi conduzida em conformidade com os estatutos da FIA, através de um processo de votação robusto e transparente, refletindo os alicerces democráticos da federação e a voz coletiva dos seus membros a nível global.", concluiu.
Enquanto a sua eleição era confirmada, FIA e Liberty Media anunciaram o novo Acordo da Concórdia, onde, depois de meses de negociação, ambas as partes chegaram a um acordo, que vigorará até ao final da temporada de 2030.
Embora muitos pormenores se tenham mantido confidenciais, tornou-se claro que o novo acordo irá aumenta a contribuição financeira da Fórmula 1 para a FIA, um ponto que Ben Sulayem vinha defendendo como essencial numa altura em que o campeonato cresce em receitas e complexidade operacional. E essa nova injeção de dinheiro servirá para, por exemplo, profissionalizar e estabilizar áreas como a direção de corrida e o corpo de comissários.
Do lado da Liberty Media, Stefano Domenicali, CEO da Fórmula 1, destacou o efeito estabilizador do entendimento numa fase em que o desporto prepara uma nova era regulamentar a partir de 2026. “Este acordo garante que a Fórmula 1 está na melhor posição possível para continuar a crescer em todo o mundo”, afirmou.
Em resumo, a FIA passa a ter mais meios para fazer melhor o trabalho que, nos últimos anos, tem estado sob escrutínio constante, precisamente quando o campeonato se torna mais rentável, mais complexo e mais dependente de decisões rápidas, consistentes e tecnicamente sustentadas. Precisamente na altura em que Ben Sulayem ganha mais um mandato à frente do organismo máximo do automobilismo.
sexta-feira, 12 de dezembro de 2025
As imagens do dia
Hoje, Emerson Fittipaldi faz 79 anos, e há meio século, mais ou menos por esta altura, estava a abalar o mundo da Formula 1 com o anuncio da sua ida da McLaren para a Copersucar.
Sim, era verdade: o anuncio fora chocante, especialmente quando Emerson tinha sido o vice-campeão do mundo, com 45 pontos, duas vitórias e seis pódios e todos contavam com ele para 1976, contra Niki Lauda e a Ferrari. A cena que vemos no filme "Rush", com Alistair Caldwell, a fumar que nem uma chaminé, a falar da transferência de "Fitti-fucking-Paldi" para a "Coper-fucking-Sucar" até poderá ter sido dramatizado para efeitos de Hollywood, mas na altura, passar de uma equipa com um carro campeão para uma que tinha acabado a sua primeira temporada com um décimo lugar como melhor resultado em 1975, era inexplicável.
Mas as coisas tinham começado um pouco antes.
No verão, Emerson tinha visto os planos do que iria ser o FD04, desenhado pelo Ricardo Divila, o carro que iria aparecer em 1976, e gostou. Tinha inspiração no McLaren M23, o carro era mais tradicional que o FD01, por exemplo. Ele viu e disse que "era capaz de dirigir essa bagaça". O carro ia sendo construído, com o intuito de ser apresentado em dezembro, em Interlagos, a tempo de participar no GP do Brasil de 1976, previsto para o final de janeiro.
Com o campeonato encerrado em outubro, Emerson tratou de avisar que tinha decidido ir para a equipa do seu irmão, alegando que a McLaren não lhe dava mais do que os 500 mil dólares que lhe dava. Mas ninguém acreditou. Quando assinou o contrato com a Copersucar, e a ganhar um salário relativamente chorudo para a época, (uns falam de 650 mil dólares por temporada, outros falam de um milhão de dólares) o seu irmão decidiu pendurar o capacete e gerir a equipa, e um outro piloto, Ingo Hoffmann, seria também o piloto em algumas corridas selecionadas, a começar para etapa caseira, no velho FD03.
Quando anunciou a sua transferência, foi um choque: uma equipa que ia começar a sua segunda temporada completa contratar o vice-campeão do mundo era algo inédito. Abdicar da possibilidade do título de 1976 a favor de ajudar a estrutura familiar, era algo que só gente como Jack Brabham ou Bruce McLaren tinham feito. Mas ele acreditava que a mudança de ares iria ajudar a continuar na Formula 1. E se fizer a bordo de uma equipa brasileira, melhor! E também era o participar no sonho do irmão, que tinha começado ano e meio antes. Mais cedo ou mais tarde, tal iria acontecer, mas a generalidade das pessoas pensavam que ele ainda iria tentar lutar por um terceiro título mundial.
Anos depois, Emerson explicou a mudança:
“Estava a correr um risco, é verdade”, recorda, numa entrevista feita em 2011. “Podia ter ficado numa situação muito confortável e continuar a ganhar corridas noutras equipas. Mas tinha em mente criar a nossa própria equipa. Com certeza, estava mais motivado na minha própria equipa do que estaria noutra.”
Contudo, quando em dezembro, Emerson estava na apresentação do FD04, em Interlagos, era tudo sorrisos, era tudo esperança de bons resultados. E claro, o patriotismo brasileiro no topo da montanha. E falava-se que José Carlos Pace poderia estar a caminho, num futuro próximo. Enquanto isso, na McLaren, para reagir a esta fuga, foram buscar um piloto britânico que procurava por um bom lugar, depois de alguns resultados interessantes na Hesketh. Um tal de James Hunt.
Mas não foi fácil. A McLaren tinha dois patrocinadores com o mesmo peso: a Marlboro e a Texaco. A gasolineira pretendia outro piloto, o belga Jacky Ickx, ex-Lotus, e forçava Teddy Mayer a aceitar o seu piloto. Na Marlboro, John Hogan, o executivo que estava por trás da Marlboro Europa, acreditava mais no britânico, porque achava que os dias de Ickx como piloto competitivo tinham ficado para trás. No final, deu a Hunt um contrato-base pequeno, 50 mil dólares para aquela temporada, com incentivos à medida que alcançasse certos objetivos. Em contraste, para compensar, deu cem mil libras para Ickx competir... pela Wolf-Williams, a equipa onde acabou por ficar em 1976.
De resto... parabéns por mais um ano de vida, Emerson!
WRC: Lancia anuncia a sua dupla de pilotos para 2026
Na apresentação dos pilotos e da estrutura, Didier Clement, o "team principal" da Lancia, sublinha que os dois pilotos foram escolhidos pela capacidade de lutar por vitórias em cada prova, pois o objetivo é de tentar alcançar o título na categoria Rally2.
Em relação aos pilotos escolhidos, Rossel chega ao projeto como vice‑campeão do Mundo WRC2 em 2025 e campeão do Mundo WRC3 em 2021, além de títulos nacionais em França e troféus de marca ligados ao Grupo Stellantis. Gryazin apresenta um currículo forte em palcos internacionais, incluindo o título de campeão do Mundo WRC2 Challenger em 2025, vice‑campeonatos em 2023 e 2024, e conquistas no ERC e no campeonato letão.
“Ao descobrir a história da Lancia e ao ouvir Miki Biasion [campeão do WRC que pilotou para a Lancia em 1988 e 1989], que compara a Lancia à Ferrari, compreende-se imediatamente que é uma marca que inspira respeito”, começou por afirmar Rossel, na apresentação.
“Por isso, estou muito orgulhoso por me juntar à Lancia com a mesma motivação que tinha no início da minha carreira. Este novo capítulo dará um impulso real ao meu percurso profissional: um novo fabricante, grandes ambições e o desejo de ir ainda mais longe com o projeto… de vencer.”, concluiu.
Já Gryazin afirma estar a par do peso que a Lancia tem na história dos ralis e quer contribuir para voltar a colocar a marca no caminho das vitórias.
“A Lancia tem uma história icónica no rali, e é uma enorme honra para mim fazer parte dessa história. Com a equipa, partilhamos as mesmas ambições: lutar na frente, continuar a melhorar a cada dia e trazer este nome lendário de volta ao seu devido lugar”, disse Gryazin.
“Estou muito motivado para o trabalho que tenho pela frente, desde o primeiro teste até à última etapa da temporada. Quero agradecer à Equipa Lancia Corse HF pela confiança, bem como aos meus parceiros e fãs pelo apoio contínuo.”, concluiu.
quinta-feira, 11 de dezembro de 2025
A imagem do dia
De uma certa forma, uma boa razão são as mentalidades. Aquilo que foi bom num tempo, jã não é agora. Como, por exemplo, as "grid girls". Porque digo isto? Para além de afirmar que 2025 não é mais 2009, altura em que começaram a ser uma equipa vencedora, a percepção que as pessoas tinham de Helmut Marko e da Red Bull é de que eram... os vilões. E isso, a nova direção da Red Bull não quer mais.
Helmut Marko ganhava em 2025 cerca de oito milhões de euros por ano na Red Bull, e tinha contrato até 2026. E esse contrato tinha sido assinado num tempo em que Chrsitian Horner era o diretor geral, Adrian Newey desenhava os carros e sobretudo, Dietrich Mateschitz ainda vivia.
E no dia em que ele morreu, 22 de outubro de 2022, mudou tudo.
Primeiro, o seu sucessor foi o filho, Mark. Então com 30 anos, tornou-se o dono de 49 por cento da Red Bull - a outra parte pertence ao lado tailandês, liderado por Chalerm Yoovidhya, o filho do fundador, Chaleo Yoovidhya - e ele, apesar de ter algumas parecências com o pai, nomeadamente a sua policia de "low-profile" e a sua paixão pelos carros - foi ele que comprou a coleção automobilística do Bernie Ecclestone, por exemplo - ele sabia mexer-se com os novos tempos. E claro, a percepção também é importante. E se alguém contar que o seu produto é associado a maus da fita, dê por onde der, prejudica as vendas das latinhas.
E quando em 2024, surgiram os rumores de assédio por parte de Christian Horner, foi Mateschitz que "convidou" Horner para sair, apenas para ser impedido pelo lado tailandês da empresa. Mas claro, não durou muito tempo: um ano e meio depois, no verão de 2025, Horner saiu, praticamente sem aviso prévio, e claro, depois de uma generosa indemnização.
E a precipitar o final abrupto de Marko da Formula 1, o incidente do GP do Qatar, com ele a criticar fortemente Andrea Kimi Antonelli por ele ter perdido o controlo do seu Mercedes, para deixar passar Lando Norris. A chuva de assédio nas redes sociais contra o jovem piloto italiano foi demais para a cúpula da Red Bull, que obrigou Marko a pedir desculpas pelas suas declarações, algo inédito até então, ainda antes do GP de Abu Dhabi.
Também não ficaria admirado se Marko não saísse sem uma indemnização pela saída antecipada. Mas independentemente disso, há uma era que acabou, e sobretudo, há uma reputação a ser reparada, dê por onde der. Parecendo que não, em Abu Dhabi assistimos ao final de uma era na Red Bull. Poderá triunfar no futuro, mas não será mais com Horner, com Newey, mas sobretudo, com Marko.
Claro, pode-se perguntar se haverá um substituto de Marko. A resposta é simples: "Nein!" (não!) Esse cargo único termina com ele.
WRC: FIA aprova regulamentos para 2027
“O regulamento de homologação define e clarifica todo o procedimento de homologação para os automóveis do tipo WRC27 e descreve a duração e as condições associadas a cada homologação, bem como os requisitos mínimos de produção para os automóveis homologados.", afirma a FIA no seu comunicado oficial.
“Isto introduz uma definição formal para os construtores – reunir fabricantes e preparadores sob o mesmo guarda-chuva como participantes no Campeonato Mundial de Ralis da FIA. Um construtor é a entidade responsável por conceber e construir o automóvel do tipo WRC27, preparar e submeter o veículo para homologação pela FIA e comercializar o automóvel e os seus componentes associados.”, concluiu.
Com estes regulamentos agora aprovados, construtores, equipas e pilotos dispõem daquilo que andavam a pedir desde há algum tempo: estabilidade e direção clara. Resta saber se nesta nova era, dará maior espetáculo os adeptos do WRC espalhados pelo mundo, e claro, se em 2027 haverá mais construtores para além da Toyota, Hyundai e a M-Sport, e no Rally2, Skoda e Lancia.
quarta-feira, 10 de dezembro de 2025
As imagens do dia
E o que vemos por aqui? Apesar de ter sido modesto na Formula 1 - apenas dez corridas, em duas temporadas incompletas - pelo meio conseguiu alguns feitos impressionantes na Endurance, como ganhar as 24 horas de Le Mans e ter sido segundo classificado na Targa Florio, recuperando tempo e batendo o recorde de volta que ainda hoje perdura.
Marko nasceu em Graz, a 27 de abril de 1943. Na adolescência, cruzou-se e fez amizade com outro rapaz, que se tinha radicado na cidade depois da guerra: Jochen Rindt. Marko seguiu as suas pisadas, mas não de imediato, porque... os estudos vierem primeiro. Foi para a Universidade de Graz e doutorou-se em Direito (daí o Dr.) em 1967, numa altura em que o seu amigo Rindt já era piloto de Formula 1 de pleno direito.
Claro, decidiu seguir os seus passos. Começou a guiar carros em 1968, num Triumph, antes de ir para a Formula Vê. Campeão pela Kaimann, em 1968, no ano seguinte foi para a Formula 3 pela McNamara, onde também os ajudava nas questões legais.
Em 1970, consegue a sua grande oportunidade na Endurance. A equipa Martini tinha um 908 e convidou Marko para participar nas 24 horas de Le Mans, e ao lado do seu compatriota Rudi Leis, consegue chegar ao fim na terceira posição, e o primeiro na classe de 3 litros.
A temporada seguinte começa na Formula 2, sem resultados de relevo, antes de em junho, correr nas 24 Horas de Le Mans, desta vez no 917K da Martini Racing, ao lado do neerlandês Gijs van Lennep. Sem saberem, tinham corrido num chassis feito de magnésio - material leve, mas inflamável - e ambos acabaram por ganhar a corrida um um recorde de distância que ficou até 2010: 5335,3 quilómetros, a uma média de 222,304 km/hora.
Pouco tempo depois, tem a sua chance de Formula 1. O seu amigo Rindt tinha morrido menos de um ano antes, e ele decidira correr no GP da Alemanha a bordo de um McLaren M7C, com três anos, pela Ecurie Bonnier. Contudo, problemas burocráticos (John Surtees queria que corresse para ele, porque tinha um contrato pré-assinado) o impediram de participar.
Contudo, na corrida seguinte, na Áustria, ele recebe um convite de Louis Stanley, dono da BRM, para correr com eles. Com o apoio da Marlboro Austria, ele entra com o chassis P153, enquanto o resto da equipa corre com os P160, mais atualizados. Acaba na 11ª posição, que viria a ser o seu melhor resultado do ano, na mesma corrida onde se estreava outro compatriota seu, Niki Lauda.
Para 1972, começa a correr para a Alfa Romeo, num Tipo 33, e o primeiro teste foi na Targa Florio. Correndo ao lado do italiano Nanni Galli, competiu contra os Ferrari, que também corriam nas suas Barchettas. E a corrida dele, na parte final, foi digna de um piloto temerário: quando Galli entregou o carro a ele, tinha um atraso de dois minutos para o Ferrari de Arturo Merzário, que dividia o volante com Sandro Munari. Numa pista de 72 quilómetros, conseguiu baixar os tempos, até fazer uma volta em 33 minutos e 41 segundos, a uma média de 128,253 km/hora.
Acabou por participar nas 24 horas de Le Mans desse ano, ao lado de Vic Elford, mas a corrida acabou para eles na 19ª hora, com problemas de transmissão.
No meio disto tudo, continuava a correr na Formula 1, pela BRM. Os resultados melhoravam, mas sem pontuar. Um oitavo lugar no chuvoso GP do Mónaco foi o seu melhor. Mas no GP de França, que naquele ano aconteceria na pista de Clermond-Ferrand, o sexto melhor tempo na grelha - e o melhor, de longe, dos BRM nesse final de semana - deu-lhe esperanças de um bom resultado. E estava num bom momento: a equipa tinha-lhe dado o P160B, o melhor dos chassis. Mas era 15 centímetros mais alto que o P153, que guiava até então.
Marko partiu bem e lutava por pontos quando na volta oito, uma pedra vinda do March de Ronnie Peterson atingiu o seu visor e fez-lhe um furo. A pedra atingiu o seu olho esquerdo e conseguiu parar o carro sem bater. Apesar dos socorros, tinha ficado cego desse olho - hoje em dia, anda com um prótese ocular.
Anos depois, em 2017, contou acerca do seu acidente e a sua vida pós-carreira ao site da Formula 1:
"Uma lesão no olho é muito dolorosa. Tiveram de suturar o olho, por isso cada piscar de olhos era um horror. Passei muitas noites sem dormir, até porque ainda estava convencido de que o desporto automóvel era a única razão para viver. E então, numa dessas noites em branco, tive de confessar a mim mesmo: acabou, preciso de fazer outra coisa da vida. É aí que se cai num buraco negro. Mas depois percebi que existe vida depois das corridas, e algo mudou na minha cabeça de um momento para o outro – não voltei a entrar num carro de corridas durante os 30 anos seguintes. Eu sabia, naquela altura, que nunca mais conseguiria competir a alto nível e não queria acabar como "piloto amador". Agora, posso dizer que sou muito feliz e sinto-me um sortudo por ter sobrevivido a este período apenas com a perda de um olho."
Acabava ali a primeira parte da sua carreira. A segunda aconteceria uns anos depois, depois de ter montado alguns hotéis na sua cidade natal, como empresário de pilotos, e depois, montar a sua equipa de automóveis e a sua associação com a Red Bull. Como se costuma afirmar, o resto é história.
Noticias: Kalle Rovanpera interrompe testes na SuperFormula
Ryuji Doi, o diretor de equipa, indicou inicialmente que o piloto estava a descansar com o objetivo de regressar à pista na quinta e na sexta-feira. Contudo, ao final do dia, foi o próprio Rovanpera que anunciou o fim prematuro desses testes.
Nas suas redes sociais, anunciou o tipo de problema que teve: uma vertigem no ouvido interno, que lhe afetou o equilíbrio e a visão.
“Durante a pausa para o almoço tive sintomas de vertigem posicional paroxística benigna, que afeta o equilíbrio e a visão através do ouvido interno. O médico proibiu-me de conduzir esta semana. Estou realmente desiludido, porque não tivemos qualquer oportunidade de fazer um trabalho adequado além do nosso teste aerodinâmico desta manhã. Foi um azar ter isto logo na primeira saída. Agora é tempo de recuperar e só posso esperar pela próxima oportunidade.”, referiu.
O finlandês terá agora de esperar até fevereiro, quando regressará ao volante durante os testes de pré-época. Antes disso, competirá no Formula Regional Oceania Championship com a Hitech, que colabora tecnicamente com a KCMG.
terça-feira, 9 de dezembro de 2025
As imagens do dia
Dos pilotos que correram na Formula 1 nos anos 80 do século passado, principalmente dos quatro maiores desse tempo, só Alain Prost montou a sua equipa, com sucesso limitado. Nelson Piquet acabou por fazer, mas na GP2 e para o seu filho Nelsinho. Ayrton Senna não teve tempo, e do pelotão de então, um que montou equipa depois de pendurar o capacete foi Keke Rosberg, quando montou o seu Team Rosberg para ao DTM alemão.
Em meados de 1989, Nigel Mansell era piloto da Ferrari, e ia a caminho dos 36 anos, já tinha quase uma década de temporadas em cima, divididas entre Lotus e Williams. Tinha negócios no Algarve - o clube de golfe Pine Cliffs, em Albufeira - e já pensava no pós-carreira quando Jeremy Payne, o seu sócio no clube de golfe e respectivo empreendimento hoteleiro, lhe falou de Robert Synge. Ele era o dono da equipa Madgwick Motorsport, que corria na Formula 3000 International com o sueco Tomas Danielsson, mas tinha "pedigree" anterior, quando tinha ganho a Formula Ford britânica em 1986, com Andy Wallace.
Warwick arrasou. Nas primeiras quatro corridas, ganhou-as, deixando a concorrência a mais de 20 pontos. Era o franco favorito à vitória quando a competição chegou á ronda cinco, em Oulton Park. Fez a pole, e liderava com folga quando um braço da suspensão se quebrou a mais de 220 km/hora quando abordava a veloz curva Kickerbrook. Embateu com força na barreira de pneus, ele foi cuspido para fora do carro, devido à violência do embate. Socorrido de imediato, foi levado para o hospital em estado critico, acabando por morrer horas depois, aos 22 anos.
Youtube Gymkhana Video: As aventuras australianas de Travis Pastrana no seu Subaru
Ken Block pode estar morto, mas a Gymkhana vive, através do Travis Pastrana. E este ano, ele foi à Austrália, com um Subaru, para fazer as suas manobras de diversão, onde faz os saltinhos do costume. Apesar de tudo, estes onze minutos de video, valem a pena ver porque... ora Diabo, é na Austrália!
Noticias: Helmut Marko sai da Red Bull
"Estou envolvido no automobilismo há seis décadas, e os últimos mais de 20 anos na Red Bull foram uma jornada extraordinária e extremamente bem-sucedida. Foi um período maravilhoso em que pude ajudar a moldar e compartilhar com tantas pessoas talentosas. Tudo o que construímos e conquistamos juntos me enche de orgulho", começou per referir Marko no comunicado oficial.
"Ficar por pouco fora do título mundial nesta temporada me tocou profundamente e deixou claro para mim que agora é o momento certo, para mim pessoalmente, de encerrar este capítulo muito longo, intenso e bem-sucedido. Desejo a toda a equipa sucesso contínuo e estou convencido de que eles estarão lutando por ambos os títulos mundiais na próxima temporada", concluiu.
Olivier Mintzlaff, o CEO da equipa, lamentou a decisão, afirmou que foi uma personagem bem importante na história da Red Bull.
"Helmut veio até mim com o desejo de encerrar seu papel como consultor de automobilismo no final do ano", começou por afirmar. "Lamento profundamente sua decisão, já que ele foi uma figura influente por mais de duas décadas, e sua saída marca o fim de uma era extraordinária", continuou.
"Ao longo de mais de 20 anos, Helmut conquistou méritos incomparáveis para nossa equipa e para toda a família do automobilismo da Red Bull. Ele desempenhou um papel decisivo em todas as principais decisões estratégicas que fizeram a Red Bull Racing ser o que é hoje: múltipla campeã mundial, um motor de inovação e uma pedra fundamental do automobilismo internacional".
"Após uma longa e intensa conversa, percebi que precisava respeitar seus desejos, pois tive a impressão de que o momento era certo para ele dar esse passo. Embora sua saída deixe uma lacuna significativa, nosso respeito por sua decisão e nossa gratidão por tudo o que ele fez pela Red Bull Racing superam isso".
"Helmut Marko fará muita falta — tanto pessoal quanto profissionalmente. Desejamos a ele todo o sucesso no futuro e esperamos que ele permaneça próximo e calorosamente conectado à equipa", concluiu.
Apesar de toda esta cordialidade, o jornal neerlandês "Der Limburger" afirmou que Marko sai em rutura com o organismo dirigente da Red Bull. O mesmo meio adianta detalhes, como a assinatura unilateral de contratos com jovens pilotos, sem o alinhamento da restante direção da Red Bull, e fala do caso de Alex Dunne, do qual Marko queria no programa, mas Mintzlaff e Laurent Mekies, o diretor de corrida, não.
Para piorar as coisas, o seu comportamento abrasivo em relação a Andrea Kimi Antonelli, depois do GP do Qatar, que o acusou de ter provocado ele mesmo o erro que causou a ultrapassagem de Lando Norris, para depois o jovem piloto italiano ser atormentado com uma onda de assédio online por parte de adeptos fanáticos de Max Verstappen, caiu muito mal no seio da Red Bull, e obrigou Marko a pedir desculpa pelas suas declarações antes da corrida de Abu Dhabi.
Em 1972, acabou em segundo na Targa Florio, a bordo de um Alfa Romeo, continuando a correr pela BRM até um acidente no GP de França, em Charade, onde uma pedra atingiu o seu visor e o deixou cedo do olho esquerdo.
Depois de encerrar a sua carreira, dedicou-se à gestão de hotéis em Graz, e de ser empresários de pilotos como Gerhard Berger e Karl Wendlinger, antes de montar a RSM Marko, uma equipa que correu, primeiro na Formula 3 alemã, depois na Formula 3000, a partir de 1989, para Wendlinger. Em 1997, correu com Juan Pablo Montoya, no seu primeiro ano na competição, e depois, a partir de 1999, chamou-se Red Bull Junior Team, que acolheu pilotos como o brasileiro Enrique Bernoldi e o austríaco Patrick Freisacher. RSM Marko acabou no final de 2003, com o italiano Vitantonio Liuzzi ao volante.
Contudo, com o falecimento de Mateschitz, começaram os jogos de bastidores e as tentativas de golpes palacianos, criando-se fações internas que desestabilizaram gradualmente o equilíbrio da equipa. Newey não terá gostado do que viu e saiu para a Aston Martin, enquanto Horner foi afastado da equipa a meio de 2025, depois de acusações de assédio a uma colega de trabalho.
Agora, com a saída de Marko, é uma era de Formula 1 que termina.
segunda-feira, 8 de dezembro de 2025
Rumor do Dia: M-Sport fica com chassis da Lynk & Co?
Com a Ford a preferir a Formula 1 - fornecerá motores a partir de 2026 à Red Bull - o WRC ficará para trás. Não tem demonstrado muita vontade para renovar a homologação do Puma Rally1 e do Fiesta WRC2. Para além disso, a marca da oval azul tem investido fortemente nas pick-ups Raptor para competição em ralis-raid, uma área onde a M-Sport também tem estado envolvida no desenvolvimento.
Assim sendo, e de acordo com a tal publicação italiana, a M-Sport procura um construtor. A Lynk & Co, uma marca do grupo Geely - que detêm a Volvo, por exemplo - está no TCR, o Mundial de Turismos, e poderá ver os regulamentos WRC27 com interesse, autorizando e investindo na construção de um chassis para a nova temporada. e com isso, garantir a continuidade da preparadora no WRC.
Embora ainda não seja oficial, o cenário é plausível: a Ford poderá estar a fechar o capítulo do WRC, mas a M-Sport, com a Lynk & Co, poderá estar a abrir um novo. Seria uma transição que preservaria a experiência e estrutura da equipa britânica, enquanto introduziria uma marca com provas dadas no desporto motorizado e ambição global. Isso... se acontecer.
Noticias: Lando Norris usará o número 1 em 2026
“É tradição, existe por uma razão. Está lá porque podemos tentar conquistá-lo e trabalhar arduamente para o alcançar.”, começou por afirmar.
Sobre o significado coletivo do número, acrescentou:
“Todos nós, enquanto equipa na McLaren, vamos poder usá-lo com orgulho. Os meus mecânicos, os meus engenheiros, todos os que fazem parte da McLaren também têm direito a esse reconhecimento. Não é para mim, é também para eles. É o orgulho deles, sabendo que trabalharam tanto para poderem dizer ‘somos número um’. Não é tão giro dizer ‘somos o número quatro’, por isso eles estarão ainda mais felizes do que eu!”, concluiu.
Desde que os pilotos ganharam a liberdade de usar o seu número, em 2014, apenas Lewis Hamilton decidiu manter o seu número 44 no carro mesmo nos anos em que ganhou os títulos. Max Verstappen correu com o numero 1 desde 2022 na Red Bull, altura em que esse número voltou a ser usado.
domingo, 7 de dezembro de 2025
Formula 1 2025 - Ronda 24, Abu Dhabi (Corrida)
São "verstappenistas?" Não necessariamente. Apenas gostam de alguém que não hesita, ataca, sem dó nem piedade. Habituaram-se a Ayrton Senna, Michael Schumacher, Nelson Piquet - e mais alguns outros - que tinham a equipa só para eles, com o segundo piloto apenas a preencher um lugar e pouco mais. Acham que ter dois pilotos iguais é uma fraqueza, e apontam alguns exemplos na história, como 1986, onde Prost derrotou os Williams, quando na verdade, a McLaren foi inteligente na escolha dos pneus, ao trocar cedo, permitiu ser melhor que a escolha da Williams, que não trocou e depois viu o pneu de Nigel Mansell explodir espetacularmente na reta Brabham.
Max Verstappen fez tudo certo neste final de semana, até agora. Conseguiu a pole-position, mas continua a não depender de si para ser campeão. Mesmo que ganhe, basta Lando Norris não ficar no pódio para ser campeão. E vai "pedir aos deuses" para que Zak Brown não decida nada. "Que se matem e eu fico com o título", pensa ele.
Não necessariamente. Ou já se esqueceram como é que Oscar Piastri conseguiu a sua primeira vitória, na Hungria?
Com o aproximar da hora da partida, e com o sol a caminho do horizonte - eram 17 horas em Abu Shabi - boa parte dos pilotos começam com médios, incluindo os três primeiros da grelha. Alguns iriam correr com os moles - Hamilton e Albon, por exemplo - e outros com duros, como Piastri e Tsunoda, por exemplo.
Quando as luzes se apagaram, as posições se mantiveram, mas a meio da volta, Piastri passou Norris e ficou na segunda posição. Atrás, Leclerc era pressionado por Alonso pelo quarto posto, mas aguentou-se. Na segunda volta, Leclerc tentava aproximar-se de Norris, mas não chegava o suficiente. Max começava a fazer voltas mais rápidas umas atrás das outras, tentando distanciar-se dos McLaren. Russell passou Alonso para ser quinto, na volta 4, enquanto Leclerc tentava apanhar Norris para ficar no pódio.
Agora, era tudo à distância. Piastri começou a ver Max a aproximar-se, mas com Norris em terceiro e a afastar-se de Leclerc, tudo indicava que o piloto britânico era o campeão. Na volta 40, Leclerc parou pela segunda vez, com a McLaren a responder, chamando Norris para as boxes, mantendo os duros. Nessa altura, Piastri já tinha Max na sua traseira, e o neerlandês passou na volta 41. Piastri foi às boxes na volta 42, parando por fim, com médios calçados. Piastri regressou em segundo, 4,8 segundos na frente de Norris. Mas as possibilidades continuavam a ser os mesmas: nesta situação, Norris era campeão.
No final, pode-se afirmar imensas coisas sobre esta corrida, mas sei perfeitamente que não haverá unanimidade sobre esta questão. Mas digo isto, vendo as coisas pela temporada: apesar da grande recuperação de Max Verstappen - recuperou de uma desvantagem de 104 pontos para estar perto dos pilotos da McLaren na última corrida do ano - Lando Norris foi o campeão. E mereceu inteiramente por uma simples razão: foi inteligente, e teve uma excelente equipa por trás a ajudá-lo. E eles foram tão bons que ele se deu ao luxo de ficar com a posição ideal: um pódio.
Para rematar, despois dos abraços, dos choros, do foguetório, das comemorações na pista e nas bancadas: acabou esta looonga temporada de 2025. Já não falta muito para que a Formula 1 comece na última semana de janeiro e acabe na segunda semana de dezembro, mas feito o balanço de uma temporada onde mudanças sísmicas aconteceram - especialmente na Red Bull - foi uma temporada interessante. Agora, as despedidas estão a acontecer - adeus Sauber, adeus Renault, adeus, DRS, adeus (será até já?) Tsunoda - e aparecerão novos atores, como Audi e Cadillac, e a Toyota a entrar cada vez mais de mansinho.































