sexta-feira, 23 de junho de 2023

WRC 2023 - Rali do Quénia (Dia 1)


Sebastien Ogier lidera o rali Safari, cumpridas que estão as primeiras sete especiais. O piloto da Toyota tem uma vantagem de 22,8 segundos sobre o seu companheiro de equipa, Kalle Rovanpera, e 43,5 sobre Elfyn Evans. Os três Toyota dominam, num dia marcado pela desistência de Thierry Neuville. O melhor Hyundai é agora o de Esapekka Lappi, quarto a 54 segundos.

Depois de Ott Tanak ter triunfado na classificativa inicial do rali, na véspera, o dia começou com os Toyota ao ataque, Ogier triunfando na primeira passagem por Loldia, ganhando 7,5 segundos a Kalle Rovanpera e 8,4 sobre Elfyn Evans. Tanak, o primeiro líder, teve de abrandar algumas vezes por causa de... zebras! "Tivemos um grupo de zebras [na estrada], logo, tivemos de abrandar algumas vezes." Por causa disso, perdeu 15,2 segundos e caiu para o sexto posto da geral. 

Lappi reagiu na terceira especial, segunda do dia, e triunfou na primeira passagem por Geothermal, mas apenas ganhou 1,2 segundos sobre Ogier e 2,3 sobre Katsuta Takamoto. Kalle Rovanpera foi quarto, a 3,3. Neubille sofreu um furo e perdeu 12,5 segundos na especial. Na especial seguinte, a primeira passagem por Kedong, Rovanpera triunfou, oito segundos na frente de Neuville e 9,4 sobre Ogier, com Lappi a sofrer um furo e a perder 30,3 segundos. "Não sei, não faço ideia como, de repente furou, a uns 13 quilómetros da meta", disse o finlandês, no final da especial.


Ogier triunfou na segunda passagem por Loldia, conseguindo um avanço de 8,4 segundos sobre Lappi, com Tanak em terceiro, a 10,2. Loubet mudou um pneu, que tinha furado, enquanto Katsuta Takamoto ficou com danos, depois de ter atropelado uma zebra. O francês ganhou novamente na segunda passagem por Geothermal, 1,2 segundos de vantagem sobre Esapekka Lappi e 2,6 sobre Kalle Rovanpera. Thierry Neuville sofreu uma quebra de suspensão e ficou pelo caminho. 

No final do dia, na segunda passagem por Kedong, Ogier acabou por ganhar, conseguindo uma vantagem de 2,4 segundos sobre Rovanpera e 3,3 sobre Lappi. "Excepto por um problema no sistema híbrido, tivemos um dia perfeito, portanto poderemos ficar felizes.", disse Ogier, no final do dia.   

Depois dos quatro primeiros, outro Toyota, o de Katsuta Takamoto, é o quinto, a 1.19,4, na frente de Dani Sordo, a 1.29,4. Ott Tanak é sétimo, a 3.03,3, e o melhor dos Ford, na frente de Pierre-Louis Loubet, noutro Ford, a 7.04,9. E a fechar o "top ten" estão o Ford de Gregoire Munster, a 8.50,7, e o Skoda Fabia Rally2 do polaco Kajetan Kajetanowicz, a 9.17,1.

O rali do Quénia prossegue neste sábado, com a realização de mais seis especiais.

Apreciação critica de "Furacão Hamilton"


Apesar de ser um leitor - e escritor - confesso não ter neste momento na minha biblioteca imensos livros de automobilismo. Contudo, ultimamente, tenho conseguido acesso a alguns e creio que agora, neste verão, seja a altura ideal para perder algum tempo nas suas leituras e para, no final, fazer aquilo que chamo de "apreciação critica" sobre elas.  

Primeiro que tudo, conhecia antecipadamente este livro, e conheço o seu autor. O Sérgio é um jornalista experimentado - mais de 35 anos no meio - e competente, mas também sou o primeiro a reconhecer que ele nunca escreveu algum livro sobre automobilismo, e ainda mais, uma biografia de um piloto. Logo, aventurar-se numa coisa destas é passear em campo incógnito. Mas no final, pode-se afirmar que o trabalho era fácil e cumpriu o mínimo requerido. Mas não deslumbra, e explico o porquê nas linhas abaixo.    

De facto, para começar, o título é adequado. Lewis Hamilton é um furacão, e tem o material dos campeões. Esforçou-se bastante nesse campo, e com a ajuda do pai, que se sacrificou bastante para que tivesse karts adequados para o seu desenvolvimento como piloto, convenceu a McLaren que valia a pena apostar nele para desenvolver a sua carreira e ir para os monolugares. E foi ao serviço da McLaren que se estreou na Formula 1 em 2007 e deslumbrou, quase ganhando o campeonato do mundo, e pelo caminho, perturbou um Fernando Alonso que julgava ter a equipa na mão. Ganhou no ano seguinte, por um ponto, e o título foi decidido... na última curva da última volta, ao ponto de a Ferrari e Felipe Massa terem celebrado o título... por 20 segundos. 

O livro fala de alguns dos segredos do piloto britânico (trabalha bem sob pressão, encara tudo como um prazer, fica em grande forma depois de um tempo de relaxamento...) e fala também sobre como ele foi seduzido pela Mercedes, em meados de 2012, e como Niki Lauda teve um papel importante para o convencer - bem como Ross Brawn, o diretor técnico da equipa. E como o pedido de igualdade em termos de material foi o suficiente para bater Nico Rosberg, e como ele tenta sempre encontrar forças nas fraquezas. É um livro interessante, explicativo e honesto.

Contudo, ele tem um grande problema. Aliás, acho que isso é um grande defeito de todo este tipo de biografias desportivas: é uma obra em progresso, ou seja, a carreira do piloto ainda está a decorrer, ainda não pendurou o capacete ou avançou para outras coisas na sua vida. Em suma, tu mal pegas nesta livro, sabes à partida que está incompleto. Foi escrito no final de 2019, e tu sabes que não fala do título de 2020, o heptacampeonato, do duelo de 2021 com Max e o final controverso de Abu Dhabi, e claro, a decadência do material da Mercedes, que pouco pode fazer contra uma Red Bull imparável. E evidentemente, um Hamilton que já caminha para os 40 anos e a grande dúvida se ele ainda terá a chance de conseguir um oitavo campeonato e assim bater Michael Schumacher. Falta tudo isso, daí achar que, sendo honesto, é prematuro e está incompleto. Estará sempre. 

Será que o autor pegará no libro numa edição futura e acrescentará tudo isso? Resta esperar. Mas a minha opinião pessoal é esta: fazer biografias de gente jobem e em atividade não é a coisa certa. Arriscar e fazer algo que terá uma validade curta é um risco. A pressa é inimiga a perfeição. Mas apesar de tudo, um título em português sobre um determinado piloto é interessante. 

Dentro em breve pretendo fazer outra apreciação critica, de outra biografia. Até lá!   

quinta-feira, 22 de junho de 2023

Youtube Automotive Restoration: A recuperação do Subaru de Richard Hammond, parte 3

O carro que Richard Hammond levou para o norte da Europa, para o penúltimo especial do The Grand Tour, está por fim recuperado e restaurado como se fosse novo. O "Martin", um Subaru Impreza STi, foi recuperado à sua originalidade, embora aparentemente, poderá existir algumas coisas que deixaram passar... será de propósito? Veremos! 

Até lá, fiquemos com este vídeo. 

Formula E: Félix da Costa motivado para Portland


Depois da sua participação nas 24 Horas de Le Mans, António Félix da Costa regressa aos monolugares da Formula E com a corrida de estreia em Portland, no oeste americano. O piloto de Cascais, agora sexto classificado, quer terminar a temporada de estreia na Porsche com bons desempenhos e ajudando a equipa na luta pelo título de Construtores, bem como ajudar o seu companheiro de equipa, o alemão Pascal Wehrlein, a sagrar-se campeão da competição.

Na antevisão da prova deste fim de semana, Félix da Costa realçou os seus pontos fracos até agora: 

A importância da qualificação, que tem sido nas últimas corridas o nosso calcanhar de Aquiles. Sabemos as áreas a melhorar e trabalhámos bastante nelas no simulador, portanto estou motivado e com vontade de dar tudo este fim-de-semana. O meu trabalho é ajudar a Porsche a vencer o campeonato de equipas e pessoalmente quero lutar nas cinco provas que faltam pelos lugares do pódio, sabendo de antemão que naturalmente estarei cá para apoiar o Pascal na luta do título de pilotos. É assim que funciona uma equipa, este ano é ele, amanhã sou eu, na Porsche trabalha-se sempre no melhor resultado para a marca e infelizmente este ano não estou em posição de lutar pelo título, no entanto vou fazer o meu trabalho, dando tudo em pista.”, referiu.

O circuito de Portland, que faz neste fim de semana a sua estreia na competição elétrica, conta com 12 curvas e 3160 metros de perímetro, é provavelmente um dos mais rápidos na Fórmula E, contendo vários pontos de ultrapassagem, incluindo uma chicane rápida no final da reta da meta, e um complexo de três curvas na parte final, que podem oferecer várias ultrapassagens. 

A qualificação está marcada para as 20.40 deste sábado e a corrida terá lugar a partir da uma da manhã... de domingo, com transmissão em direto na Eurosport 2.

quarta-feira, 21 de junho de 2023

Noticias: Canadianos farão um biopic sobre Gilles


No fim de semana do GP canadiano, surgiu, entre as noticias, uma mais pequena, mas não menos significante: um biopic sobre Gilles Villeneuve. Não será Hollywood a fazer - na realidade, é uma produção local - mas querem estrear em 2025. Dois jovens atores, Rémi Goulet e Rosalie Bonenfant, ambos com 26 anos, farão os papéis de Gilles e Joanne Villeneuve, e a pelicula se concentrará na juventude do piloto, no seu principio de carreira, desde os campeonatos de moto de neve até à formula Atlantic e a sua chegada à Formula 1 e à sua assinatura pela Ferrari, em 1977. 

O orçamento será grande: 12,5 milhões de dólares. Aliás, será o filme mais caro da história do cinema do Quebec, e o seu produtor, Christian Larouche, não nega que isto seja um projeto ambicioso. 

"É um projeto ambicioso, mas se há um assunto no Quebec que pode gerar tanto entusiasmo em todo o mundo - alguns até dizem que foi uma estrela maior na Europa do que em Quebec e no Canadá - é certamente Gilles Villeneuve, ainda reconhecido até hoje como o piloto mais espetacular da história da Fórmula 1", disse o produtor, numa entrevista a uma rádio local. 

A data de estreia de 2025 não é uma coincidência: nesse ano, assinalam-se os 75 anos do nascimento do piloto, morto em 1982 nos treinos do GP de Bélgica, ao volante do seu Ferrari. 

Formula E: Divulgado o calendário para 2024

A Formula E divulgou nesta terça-feira o seu calendário para 2024. E a grande novidade é a chegada da competição às ruas de Tóquio, em 17 corridas dos quais três deles... ainda não tem destino conhecido. 

A corrida na megalópole japonesa acontecerá no sábado, 30 de março de 2024, e será o primeiro evento do campeonato do mundo de automobilismo sancionado pela FIA realizado na cidade, em estradas à volta do centro de convenções Tokyo Big Sight, na zona ribeirinha da Baía de Tóquio. A cidade tem um plano de ação climática que visa atingir zero emissões líquidas de CO2 até 2050.

Ainda nada se saber sobre quem preencherão as três datas que ainda estão vagas. O campeonato começa a 13 de janeiro no México e terá quatro rondas duplas: Ad Diriyah, na Arábia Saudita (26 e 27 de janeiro), Roma (13 e 14 de abril), Berlim (11 e 12 de maio) e Londres (20 e 21 de julho). O ePrix do Mónaco será a 27 de abril.

Eis o calendário completo:

1 - Cidade do México, México - 13 de janeiro 

2 e 3 -Ad Diriyah, Arábia Saudita - 26 e 27 de janeiro 

4 - Por confirmar - 10 de fevereiro 

5 - Por confirmar - 24 de fevereiro 

6 - São Paulo, Brasil - 16 de março 

7 - Tóquio, Japão - 30 de março 

8 e 9 - Roma, Itália - 13 e 14 de abril 

10 - Mónaco - 27 de abril 

11 e 12 - Berlim, Alemanha - 11 e 12 de maio 

13 - Por confirmar - 25 de maio 

14 - Jakarta, Indonésia - 8 de junho 

15 - Portland, Estados Unidos - 29 de junho 

16 e 17 - Londres, Reino Unido - 20 e 21 de julho

terça-feira, 20 de junho de 2023

A imagem do dia


É ali, naqueles mágicos 13 quilómetros de asfalto, seja sob a ponte Dunlop, a fundo na reta de Mulsanne ou a fintar a física em algumas das mais famosas curvas e chicanes do mundo que muitas das principais páginas da competição automóvel continuam a ser escritas. Também nós sonhamos fazê-lo.

Queremos, por isso mesmo, celebrar este marco histórico, o da centésima edição das 24 Horas de Le Mans e queremos, para além disso, destacar a força, foco, empenho e espírito de união que nos levarão, no futuro, a celebrar, também, na grelha de partida. Encontramo-nos em pista”.

Isto surgiu no fim de semana das 24 Horas de Le Mans, há quase semana e meia. E isto que está descrito nas linhas em cima é o comunicado da Adamastor, uma empresa portuguesa que em 2019 construiu o 300PL, o protótipo de supercarro com as cores nacionais. Depois de três anos de silêncio, apareceu com algumas imagens do que aparenta ser um protótipo de algo ainda por definir e com a intenção de participar na Endurance, não se sabe se na classe principal, se noutra classe. 

Há duas coisas que pretendo afirmar acerca disto, lias as reações deste anuncio, muito, mas muito vago: a primeira, que tenho um ceticismo sobre esse projeto, porque enquanto não ver algo que seja real, com objetivos claros, isto em vez de causar curiosidade, causa burburinho. E isso nem sempre é bom.

A segunda é a minha ideia do "copo meio cheio". Se a Vanwall/Kolles está na classe, e a Isotta está prestes a homologar dois protótipos para correr em 2024, e nenhum deles têm um carro de estrada, porque não eles? Eu acho até que a Adamastor já apresentou mis argumentos a seu favor que estes dois construtores que falei acima. E se essas imagens que andei a ver são as de um hipercarro, então, tem todo o direito de montar um projeto sólido e consistente para correr na Endurance. 

Agora, espero que tenha o que for necessário para isso. E seja muito mais do que vagas palavras. 

Youtube Formula 1 Vídeo: As melhores comunicações do Canadá

O fim de semana canadiano foi molhado, pelo menos na qualificação - e aconteceram ameaças na corrida, mas sem efeito. Assim sendo, o pessoal da formula 1 começou a colecionar as comunicações de rádio para selecionarem os melhores, resultando neste vídeo.  

Noticias: Schumacher "ofereceu-se" para o lugar de Sargent


Os pilotos do atual pelotão tem sempre de olhar para as suas costas para saber se o seu lugar está ou não a ser cobiçado. E diz-se isso porque alguns dos pilotos que agora estão de fora, pretendem aproveitar qualquer ocasião para ensaiar o regresso. Mick Schumacher, que este ano está a ver a Formula 1 de fora, depois de duas temporadas sem deslumbrar na Haas, afirmou que se existir uma oportunidade de regresso, quer aproveitar. E deseja o lugar na Williams, atualmente ocupado por Logan Sargent, que ainda não pontuou nesta temporada.  

"Estou sempre pronto. Acreditem, estou a trabalhar muito duro para voltar a competir em breve", disse Schumacher à RTL, o canal de televisão alemã. Questionado se ele poderia ingressar Williams caso esta decidisse substituir Sargeant, o filho de Michael Schumacher respondeu perentoriamente: "eu faria isso".

Atualmente na Mercedes, como piloto de testes e de simulador, também está disponível para a Williams, por causa da parceria entre a marca de Estugarda e a de Grove. Ali, o piloto alemão pode ser convocado para qualquer uma das equipas clientes do construtor germânico, caso ambas desejem.

segunda-feira, 19 de junho de 2023

A(s) image(ns) do dia




A história deste chassis deverá ser das mais fascinantes da história do automobilismo. Afinal de contas, falamos da genialidade de um engenheiro e projetista, cujo sucesso ao pensar fora da caixa, acabou por perder por causa da politica, e das ambições do seu patrão.

Tudo começou quando a Lotus, por fim, mostrou o seu modelo 79, praticamente mostrando todo o seu potencial no efeito-solo, apareceu no fim de semana do GP da Bélgica e praticamente demoliu a concorrência, especialmente nas mãos de Mário Andretti. Ronnie Peterson, o segundo piloto da equipa, teve o seu chassis na corrida seguinte, em Jarama, e conseguiu também estar na frente da concorrência. Esta sabia que, sem um carro com efeito-solo total, não teria chances. E das suas, uma: ou esperava por 1979 para reagir, e daba este campeonato por perdido, ou então, construía um carro para o estrear o mais rapidamente possível. E foi isso que a Brabham fez, graças a um génio chamado Gordon Murray

Entendido o principio do efeito-solo, Murray decidiu construir uma "versão B" do carro, e ao olhar para os regulamentos, descobriu uma explicação convincente para o seu dispositivo: arrefecer o seu motor flat-12. Este explicitava que os dispositivos móbeis eram proibidos por si, mas não se tivessem outro propósito. E como servia para arrefecer o motor, passou na verificação dos comissários suecos. 

Claro, mal chegou, foi um furor: tapados com uma tampa de um caixote do lixo - juro, não inventei esta! - quando foi mostrado, a ventoinha do BT45B foi um furor, e equipas como Tyrrell, Lotus e Fittipaldi protestaram o carro, alegando que estaria ilegal, mas como seguiram a letra do regulamento, estes protestos foram invalidados. 

O carro andou fantasticamente - mas Bernie Ecclestone decidiu que tinham de andar com os depósitos cheios - e os carros de Niki Lauda e John Watson foram segundo e terceiro na grelha, e o austríaco ganhou quando o motor de Andretti rebentou, sendo acompanhado no pódio pelo Arrows de Riccardo Patrese - o seu primeiro da carreira - e pelo Lotus de Ronnie Peterson, cujo terceiro posto foi uma pequena desilusão com o potencial do seu carro. 

Acabada a corrida, o carro foi protestado novamente, e Bernie decidiu retirar o carro. A razão? Politica. Na realidade, a FISA disse que o carro poderia correr em Paul Ricard e Brands Hatch, e se calhar, até teria dado luta aos Lotus. Mas no final daquele ano, a FOCA, a Associação de Construtores da Formula 1, iria escolher o seu presidente, e Bernie queria o cargo. Era muito habilidoso a negociar acordos com as televisões e em 1978, teria conseguido que estes dessem um milhão de dólares a cada uma das equipas presentes. E isso, em certos aspetos, era um terço do orçamento dessas equipas. E Bernie queria ser popular com as equipas, logo, abdicou da luta pelo campeonato, esperando ganhar mais adiante. 

Claro, quem não gostou foi Gordon Murray, que viu o seu projeto retirado de cena em tão pouco tempo. Mas o palmarés é perfeito: uma corrida, uma vitória.  

Youtube Automotive Restoration: A recuperação do Subaru de Richard Hammond, parte 2

Depois do Richard Hammond ter usado o Subaru Impreza no especial do norte da Europa, o carro está agora a ser restaurado pelo pessoal do Drivetribe, e depois de já ter colocado por aqui a primeira parte - cliquem aqui para assistir ao vídeo - agora é a altura do carro ser pintado e avançar um pouco nessa restauração. O "Martin" ira ficar impecável, acabado de sair da fábrica. 

domingo, 18 de junho de 2023

Formula 1 2023 - Ronda 8, Montreal (Corrida)


Eu sou como nove em cada dez apreciadores de automobilismo: adoro o circuito Gilles Villeneuve, em Montreal. Aliás, tenho desde há anos a teoria de que por ali anda o espírito do patrono do circuito, e que no fim de semana do Grande Prémio, todas as confusões que existem nas sessões de treinos, na qualificação e na corrida, têm a sua obra e graça. Claro que é fantasia - aquele circuito fica no meio de um parque, o que justifica as mamotas, por exemplo - mas gosto de pensar nessa hipótese, porque acho mais divertida. 

Depois da chuvada de ontem, parecia que hoje iria ser um pouco diferente. O céu estava nublado, mas as chances de chuva eram, aparentemente, baixas. Mas existia algo que poucos ainda tinham reparado: na primeira curva, havia uma escapatória com material suficiente para impedir os pilotos de fazerem "corta-mato" para chegarem à curva 2. Contudo, no domingo, mexeram no muro para facilitar as coisas aos que errassem nessa primeira curva. 

Quanto a paragens, todos pensam que existirão duas... se não chover. E os 11 primeiros largarão de médios.


Na partida, Max largou bem, enquanto Alonso foi passado por Hamilton para ser segundo. O espanhol ainda foi ameaçado por George Russell, mas conseguiu manter o terceiro posto, enquanto o resto passou as primeiras curvas sem choques. Na segunda volta, Kevin Magnussen ia quase batendo na traseira de Checo Pérez, mas safou-se de boa... indo pela chicane.

Na sexta volta, o carto de Logan Sargent perdeu potência e ficou parado na curva 6, suficiente para duas voltas depois, os comissários decidissem a entrada do Safety Car virtual, o primeiro da corrida, para que os comissários pudessem tirar o carro do lugar onde estava. Duas voltas depois, a corrida retomava, sem grandes mudanças na posição. 


Mas na volta 12, o Safety Car seria real, quando George Russell bateu na curva 8. A melhor ocasião para trocar de pneus, e todos estão tão precipitados para colocar duros ao ponto de Hamilton e Alonso... tocassem no pitlane. 

Russell trocou de pneus, e parecia que tudo estava bem com ele, mas o tempo perdido fazia com que caísse para o fundo de pelotão. As coisas andaram assim até à volta 16, quando o Safety Car regressou às boxes e a corrida regressou em pleno.

A partir daí, as coisas estabilizaram na frente, com o foco a estar nos Ferrari e no Haas de Hulkenberg, que não tinham trocado de pneus, que eram usados das sessões anteriores, mas aparentemente, parecia que os carros da Ferrari, que eram nesta altura quarto e quinto, teriam de parar mais tarde, e essas posições eram provisórias. 


E na volta 23, Alonso conseguiu passar Hamilton e era segundo, uma grande posição para a Aston Martin. O suficiente para que, os comissários - muito conivente - decidirem que não iriam penalizar o britânico da Mercedes. Na Ferrari, Leclerc ia na frente, mesmo com pedidos de Sainz Jr. para o deixar passar, alegando que tinha melhor ritmo. No final, Maranello decidiu que a ordem se mantivesse como estava.

Na volta 28, Max tinha uma vantagem de três segundos sobe Alonso, com Hamilton a mais dois segundos do piloto espanhol. E até à volta 36, as coisas ficaram calmas, sem grandes mudanças ou paragens nas boxes. Nessa altura, Kevin Magnussen e Nyck de Vries, a lutar por posição, tocaram na curva 3 e ficaram parados na escapatória por algum tempo. Tempo suficiente para os Ferrari pararem nas boxes, e até à volta 40, os pilotos como Hamilton colocaram médios. 

O britânico atacava, para apanhar o espanhol, e quando Alonso perdeu tempo na volta 48, o piloto da Mercedes parecia que poderia apanhar o da Aston Martin, ainda por cima, os dois mais experientes do pelotão. E Russell, que tinha recuperado até oitavo, acabou por perder potência na volta 56 e rumou às boxes para ser a segunda desistência do dia.

Entretanto, os céus escureciam, mas não o suficiente para ameaçar chuva.

Hamilton aproximou-se nas voltas finais da traseira de Alonso para tentar alcançar o segundo posto. A Mercedes disse que o piloto da Aston Martin poderia ter problemas nos travões, mas o espanhol disse que "perfeito, tenho tudo sob controlo". E de uma certa maneira, parece que isso era verdade.

No final, mais uma vitória de Max, na frente de Alonso e Hamilton. Contudo, o mais fantástico foi saber que Alex Albon ter conseguido um sétimo posto, graças à boa estratégia de pneus. 

Agora, é o regresso à Europa e para o GP da Áustria, no Red Bull Ring.            

Formula 1 2023 - Ronda 8, Montreal (Qualificação)



O Canadá, depois de algumas corridas sonolentas, costuma ser um colírio para os nossos olhos, acreditem. São raras as corridas aborrecidas - e já assisti a corridas desse tipo no circuito Gilles Villeneuve, acreditem - mas aqui, existe sempre algum fator que torna este lugar... mítico, digamos assim. E quando soube, no inicio da semana, que o tempo iria ser algo que poderia interferir na corrida, sabia que tinha de esperar algo invulgar.  

E foi o que aconteceu: quando chegou a hora da qualificação, o tempo não colaborava. Por um lado é bom, porque as marmotas ficavam nas suas tocas, mas por outro, a pista molhada não ajudaria nada na obtenção de tempos por parte dos pilotos, logo, teriam de andar em bicos de pés. É verdade. Mas quando entraram, ainda não chovia, mas sabiam que iria chover a qualquer momento, logo, tinham de marcar um tempo de imediato. E foi o que fizeram.

Mas o primeiro a... não marcar foi Zhou Guanyu. Primeiro, avisou à equipa que tinha ficado sem potência no Alfa Romeo, enquanto os primeiros pilotos tentavam começar a volta rápida e viam bandeiras amarelas no setor 2. Zhou parecia não poder regressar à box, e a direção de prova decidiu suspender a sessão, mas momentos depois, o piloto da Alfa Romeo foi aconselhado pela equipa a seguir devagar para o pitlane, o que acabou por acontecer.

Pouco depois, a sessão regressou ao normal, e Max Verstappen foi o primeiro dos da frente a marcar um tempo, com 1.24,106, seguido por Fernando Alonso, que reagiu com 1.22,655. Mas o neerlandês da Red Bull fazia pouco tempo depois 1.21,908, com o espanhol da Aston Martin a melhorar. A coisa ficou resolvida com Verstappen a marcar 1.20,851, contra o 1.21,481 de Alonso e 1.21,554 de Lewis Hamilton.

E quem ficou no fundo da tabela e não participou mais na qualificação? Os Alpha Tauri de Yuki Tsunoda e Nyck de Vries, o Alpine de Pierre Gasly, o Williams de Logan Sargeant e claro, o Alfa Romeo de Zhou Guanyu.


As condições pioraram na entrada da Q2, com a chuva a fazer a sua aparição. Alguns pilotos meteram os intermédios, mas houve quem arriscasse e ainda andasse com os slicks, tentando ver se existiria uma chance, porque a chuva era, na altura, intermitente. 

Mal acendeu o semáforo verde, Max Verstappen conseguiu ser o primeiro a sair das boxes, com intermédios, mas Alex Albon arriscou com o seu Williams e colocou slicks moles. Como o Anglo-tailandês marcou um bom tempo e conseguia manter-se na pista, sem incidentes de maior, os pilotos trocaram para slicks para tentarem a sua sorte, pois ele tinha marcado uma volta em 1.18,725. Mas nessa altura... a chuva apareceu com mais força. E quem tentou essa sorte, não conseguiu.

Resultado final? Sem conseguirem melhorar os tempos anteriores devido à chuva e com pneus intermédios, o Ferrari de Charles Leclerc - que tinha pedido slicks antes de meterem intermédios - o Red Bull de Sergio Pérez, o Aston Martin de Lance Stroll, o Haas de Kevin Magnussen e o Alfa Romeo de Valtteri Bottas, que como Leclerc, apostaram nos intermédios, meterem slicks e quando tentaram marcar tempos, não conseguiram.


A Q3 começou com chuva permanente, intermédios e os pilotos a tentarem segurar-se na pista. Não era fácil, mas lá se tentava. Primeiro, foi Max a marcar tempo, e foi suficiente para ficar na frente, com Alonso a tentar reagir, mas a 7:11 minutos do final, Oscar Piastri perdeu o controle do seu McLaren e bateu no muro, ficando atravessado na pista, e obrigando os comissários a mostrarem a bandeira vermelha, numa altura em que, por exemplo, Nico Hulkenberg tinha subido para... segundo!

No final, a sessão não retomou, e a grelha deu Max e um Haas com a melhor qualificação até então. O melhor... por uns tempos, pois os comissários descobriram que ele acelerou para marcar a sua volta já com a bandeira vermelha, suficiente para ficar com uma penalização de três lugares, caindo para quinto. Logo, Alonso repete a melhor posição de sempre da Aston Martin nesta temporada.

Domingo haverá mais, é só olhar para os céus no sentido de saber que tipo de corrida iremos ter.