sábado, 11 de março de 2023

Youtube Rally Vídeo: Os protótipos da Lancia que nunca correram

Quem conhece a história, sabe que os Grupo B tinham os dias contados, porque a FISA queria substituir pelos Grupo S, máquinas ainda mais leves e mais rápidos. Mas o acidente mortal de Henri Toivonen na Córsega estragou os planos, decidindo-se a partir de 1987 pelos Grupo A, menos potentes e mais pesados, e até pelos Grupo N, praticamente carros de rua com um roll-bar e algumas coisas mais. 

A Lancia, que tinha em 1986 o Delta S4, tinha preparado uns protótipos para esse Grupo S, nomeadamente os ECV2, que se tinham desenvolvido o suficiente para poderem ser guiados quando esses regulamentos entrassem em vigor. Eram carros ainda mais poderosos que o S4 - que tinha um turbocompressor e um supercompressor! - e claro, seriam ainda mais assustadores. 

E é sobre esses nados-mortos que o Mateo Licata, do canal do Youtube Roadster Life, fala hoje. 

sexta-feira, 10 de março de 2023

CPR: Teodósio espera lutar pelo título


Depois de uma temporada modesta em 2022, apesar de estarem na Hyundai Portugal, Ricardo Teodósio espera aproveitar bem a temporada de 2023 para tentar uma chance real ao título nacional de ralis, aproveitando ter como companheiro de equipa o irlandês Craig Breen

Nas vésperas do rali Serras de Fafe, que também conta para o Europeu de ralis, o piloto algarvio falou das expectativas que tem sobre o que aí vêm:

"Terei um colega de equipa novo, e com andamento de Mundial, esperando naturalmente aprender algo com ele. Claro que tentarei ser o mais rápido possível, pois o meu objetivo será a conquista do título. Já testei o carro e gostei bastante, pelo que é grande a motivação para este primeiro rali, cuja lista de inscritos é fantástica. Espero andar rápido e lutar pela vitória. Estamos confiantes, nós sabemos as qualidades que temos, vamos fazer o melhor possível, temos plena consciência que este ano não vai ser nada fácil quanto à luta pelo título, mas vamos dar o nosso melhor.", começa por dizer, em declarações à Autosport portuguesa.

"Temos uma coisa a nosso favor que é o conhecimento dos troços, dos ralis em Portugal, mas também sabemos que normalmente os pilotos do Mundial têm grande ritmo, mas logo se verá como é. Estou muito motivado para ganhar ralis e quero começar já neste”, continuou.

O CPR deste ano está marcado pelo regresso do Rali do Algarve, que acontecerá no final de abril, e naturalmente, Teodósio está feliz. 

Estou muito contente, e até gosto mais do Rali do Algarve até gosto em terra, é espetacular. Devemos ter um pouquinho mais de sol que aqui em Fafe, ainda bem que o Rali do Algarve voltou para o campeonato e em terra, o que é excelente. Tenho a certeza que vai ser lindo. Vamos dar tudo por tudo para o vencer”, concluiu.

Youtube Enduance Video: Os testes do Ferrari Hypercar

A pouco mais de uma semana do inicio do Mundial de Endurance, A Ferrari mostrou um vídeo dos testes do seu Hypercar, a máquina 499P, que os colocará nas 24 horas de Le Mans, meio século depois da última ocasião. As entrevistas foram muitas, com os engenheiros da marca, mais os seus pilotos: James Calado, Antonio Fuoco, Niklas Nielsen, entre outros, em circuitos espalhados pela Europa, desde Fiorano, a pista caseira, passando por Barcelona, Portimão e Monza, para se prepararem para o campeonato, que terá o seu auge em junho, nas 24 Horas de Le Mans, especialmente na edição do seu centenário. 

quinta-feira, 9 de março de 2023

A imagem do dia


O campeonato de Portugal de ralis terá em 2023 uma figura invulgar: um estrangeiro. E não é um qualquer. Trata-se de um irlandês, que corre numa equipa oficial, em part-time, e para preencher os "buracos", aceitou o desafio da filial portuguesa para ir correr neste campeonato, com um calendário onde metade dos ralis são em terra e a outra metade é em asfalto, e fará longas distâncias para correr por lá, nomeadamente Madeira e Açores - normalmente, porque nos últimos tempos, com a retirada do Europeu ao arquipélago açoriano, os pilotos do Continente estão dispensados de lá irem.

Craig Breen é uma aposta da Hyundai Portugal para alcançar o título, algo que não tem conseguido com gente como Bruno Magalhães e Ricardo Teodósio. O primeiro tem "pedigree" porque foi vice-campeão europeu da categoria, correndo em máquinas capazes como o Peugeot 207 e 208 S2000 e R5, antes de experimentar o Skoda e ir para a Hyundai. E não tem conseguido porque o veterano Armindo Araújo, agora com 45 anos, e depois de muito tempo parado depois da sua experiência no WRC - entre 2007 e 2012 foi campeão mundial de Produção e andou duas temporadas num Mini WRC oficial - decidiu regressar aos ralis e no seu Skoda Fabia, alcançou títulos consecutivos no panorama nacional, algo que nem ele, nem outros como José Pedro Fontes conseguiram alcançar. 

Breen poderá ser superior à concorrência, mas esta conhece as classificativas, logo, terá de se adaptar e encontrará dificuldades a principio. Ainda por cima, o Serras de Fafe, primeiro rali do campeonato, fará parte do Europeu, logo, atrairá excelentes pilotos. Mas creio que a partir do meio do ano, se calhar antes do rali da Madeira, andará depressa e triunfará. Eu direi mais: é o favorito à conquista do título, de longe. E ele reconhece todas essas dificuldades, como se evidencia na entrevista que deu à Autosport portuguesa

Mas depois pergunta-se: se ganhar, será campeão nacional? É um estatuto... cinzento. As regras não são categóricas nesse campo, ou seja, não é certo que, mesmo alcançando o primeiro lugar da classificação, seja automaticamente coroado campeão nacional. À partida sim, mas ele não é português e há quem ache que deveria ter um estatuto especial, ou seja, receberia as vitórias, mas não os pontos e o segundo classificado seria o campeão. 

Mas não creio que nem Breen, nem a Hyundai Portugal, tenham feito esta viagem só para aquecer, pelo amor ao automobilismo. É algo do qual a FPAK, Federação Portuguesa de Automobilismo e Karting, deveria tratar, e mesmo o ACP, Automóvel Clube de Portugal, que organiza o Rali de Portugal, em maio, tem de resolver esta situação, porque senão teremos pilotos e equipas a reclamarem, especialmente se ele começar a ganhar ralis atrás de ralis, porque creio que a concorrência está alinhada por baixo. Poucos - ou quase nenhuns - são os pilotos profissionais, são endinheirados e empresários, na casa dos 35 a 50 anos, e a esmagadora maioria dos carros são inscritos por equipas criadas pelos pilotos, ou seja, privados. A Hyundai Portugal é a única marca oficial a marcar presença, apesar do parque automóvel nacional estar repleto de R5 e Rally2, sejam Hyundais, Skodas, Citroens e um ocasional Ford, porque a Toyota ainda não começou a vender os seus Yaris Rally2.

Em suma, o Campeonato de Portugal de Ralis tem algo que o enriquecerá em 2023. Contudo, haverá um problema do qual chutaram para a frente, como se fosse uma lata, e mais cedo ou mais tarde, todos tropeçarão nela. E se calhar quando acontecer, irão pensar porque não resolveram na sua devida altura. Até lá, sentemos a assistamos aos ralis, que prometem ser muito competitivos.          

CPR: Armindo Araújo ambiciona triunfar em Fafe


Nas vésperas do Serras de Fafe, prova de abertura do Campeonato de Portugal de Ralis, Armindo Araújo ambiciona andar entre os da frente e lutar pela vitória no seu Skoda Fabia Evo 2, perante um Hyundai que este ano apostou em grande com o irlandês Craig Breen. Inserido também no Campeonato Europeu de Ralis, o Serras de Fafe volta a apresentar uma lista de inscritos de excelente nível e um lote de candidatos ao triunfo em grande número. 

Estamos quase a iniciar um novo campeonato e chegamos a Fafe com o mesmo objetivo de sempre. Lutar pelas vitórias em todas as provas e pela conquista do título é o nosso foco e é para isso que trabalhamos”, começa por dizer o piloto de Santo Tirso.

O principal objetivo nesta prova é conseguir um bom resultado para as contas do CPR e vamos centrar as nossas atenções para isso. É sempre bom lutarmos com pilotos que participam regularmente tanto no ERC como no WRC, e estão aqui vários, mas não podemos entrar em lutas que possam comprometer o nosso resultado em termos nacionais. Partimos para este rali com este compromisso, mas em termos absolutos queremos obviamente um bom resultado final”, continuou.

Contudo, este é um rali onde as condições atmosféricas irão marcar presença dado que irá chover persistentemente ao longo deste final de semana na região de Fafe e no norte do país, em geral. 

É espectável que, mais uma vez, o arranque da temporada seja feito debaixo de chuva e isso trará maiores dificuldades para todos. Preparamo-nos para todo o tipo de possibilidades e sejam elas quais forem, vamos dar o máximo para começarmos o ano com um bom resultado”, acrescenta.

O rali Serras de Fafe terá 17 especiais de classificação, entre sexta-feira à noite, com uma super-especial do centro da cidade, e o domingo, num total de 180,29 quilómetros de especiais cronometradas de classificação. 

Youtube Formula 1 Vídeo: Os onboards do Bahrein

A Formula 1 está de volta, é verdade. E no Bahrein, o fim de semana foi carregado de momentos para lembrar, para o bem e para o mal, uns mais mediáticos que outros. E claro, as comunicações para as boxes, as reações dos pilotos, valem sempre a pena serem ouvidas. 

Afinal de constas, nesta corrida, o Charles Leclerc desistiu, o Lewis Hamilton foi ultrapassado, o Lance Stroll sacou de um milagre, o Fernando Alonso regressou ao pódio e outras coisas mais.  

No Nobres do Grid deste mês...


"Tudo começa [no final de] 1971. O Porsche 917, apresentado no Salão de Genebra dois anos antes [primavera de 1969], fica fora de pista por causa da alteração na Endurance das regras em termos de motores, deixando os 5 litros de fora a favos dos de 3 litros, iguais aos da Formula 1. Não querendo construir um motor desses, a marca alemã decide retirar os carros do Mundial de Endurance e os carros ficam abandonados à sua sorte. Contudo, havia os que queriam levar esses chassis para outras categorias, como a Interserie, na Europa, e a Can-Am, nos Estados Unidos. A Porsche aceita, e quem fica com alguns desses chassis é a Penske, de um ex-piloto e com experiência como diretor de equipa, então com 37 anos e com paixão pelo automobilismo: Roger Penske.

Tendo montado a sua equipa no final da década anterior, tinha carros em quase todas as categorias, desde a Indycar até ao Trans-Am, uma categoria onde os “muscle cars” corriam livres. E no ano de 1972, Penske era um homem contente. Tinha ganho pela primeira vez  as 500 Milhas de Indianápolis, com Mark Donohue, que no ano anterior, tinha sido o campeão da Trans-Am, a bordo de um AMC Javelin. Outro dos pilotos que estava nessa equipa de campeões era George Follmer, que também corria quer na USAC, quer na Can-Am, quer na Trans-Am. E quando a Porsche propôs a Penske que os acolhesse para testar o seu programa de aumento de potência, eles aceitaram. 

Donohue – chamado de “Capitain Nice” pelos amigos e fãs – já tinha alguma experiência no automobilismo. Tinha corrido em tudo com quatro rodas e um volante, desde a Formula 1 às 24 Horas de Le Mans – num dos GT40 oficiais da Ford – então com 35 anos, era sabido o suficiente para ter publicado um livro sobre o automobilismo, ao que deu o título de “Unfair Advantage”, traduzido por vantagem injusta, que basicamente é quando alguém aparece com algo inovador, ao ponto de esmagar a concorrência. E basicamente, era isso que iriam fazer, com a arma que tinham em mãos: um motor de 5.4 litros, com um turbocompressor. Dos 540 cavalos iniciais, sabiam que poderiam acabar com o dobro. Mas antes de lá chegar, houve precalços. (...)

"A primeira corrida foi em Mosport, no Canadá, e se Revson ganhou, Donohue não andou longe, com o seu Porsche. Mas alguns dias depois, ele sofreu um acidente durante uma sessão de testes, fraturando ambas as pernas e ficando quase toda a temporada de fora da competição. Follmer ficou com o encargo de desenvolver o carro, algo que deixou Donohue amargurado. A um amigo, disse que era o equivalente a “ver a minha mulher fazer amor com outra pessoa”. Aqui, entrou outra das suas alcunhas que ele era conhecido: “Dark Monahue”, um jogo de palavras com o seu nome, mostrando a sua face sombria." (...)


Em 1973, a CanAm era o palco das máquinas mais potentes e mais selvagens do automobilismo. Quase sem regras, as marcas usavam motores Ford ou Chevrolet de sete litros para alcançar alta velocidade, porque os prémios pela vitória eram chorudos: 500 mil dólares por ano. Foi por isso que a McLaren rumou para lá alguns anos antes, em 1967 e conseguiu fazer daquela competição o "The Bruce and Denny Show" e escrever as primeiras páginas de glória da equipa, ainda com o fundador ao volante.

Contudo, a McLaren foi embora, alcançado os seus objetivos, e a Porsche decidiu usar a tecnologia dos Turbo nos seus motores com a ajuda de um vendedor de automóveis e ex-piloto, Roger Penske, que contratou dois bons compatriotas seus, George Follmer e Mark Donohue. Ambos ajudaram a desenvolver o carro ao ponto de ser o maior dominador da história do automobilismo americano. Só que o carro teve consequências imprevistas, como o final da série, em 1974. É verdade que o primeiro choque petrolífero ajudou bastante, mas o apelido ficou para a eternidade: "CanAm Killer".     

Tudo isso e muito mais, este mês, no Nobres do Grid.

quarta-feira, 8 de março de 2023

A imagem do dia


A imagem é algo granulada - foi tirada do Twitter - mas como hoje é o Dia da Mulher, e como já passaram três dias do começo do mundial, creio que seria a altura ideal para fazer uma homenagem de admiração à pessoa, por muita razões. E como gosto dos meus amigos (e amigas), creio que merecem.

Conheço-a há uns bons 11 anos. Algures em 2011, ela me contactou, primeiro para elogiar uns artigos que tinha escrito sobre o centenário de Juan Manuel Fangio - não tenho certezas disso, mas creio que sim - mas tenho a certeza que, mais tarde nesse mesmo ano, ela me contactou porque queria fazer um blog, semelhante ao meu. Lá ajudei, e a nossa amizade é desde então.

Quando fez isso, ela estava radicada no Rio de Janeiro. Depois "segui-a", virtualmente, para muitas paragens: Vietname, Qatar, e soube que agora está em Ourense, a meros 400 quilómetros do lugar onde moro. Mas, mais do que aplaudir o sucesso dos meus amigos - e amigas - o que ela tem de especial é ter ido para um lugar que tem como um dos seus marcos a estátua de um piloto de ralis, Estanislao Reverter, e o construtor de um dos carros mais míticos, o Alpinche, o Alpine com motor Porsche. Afinal de contas, passa agora meio século sobre os seus feitos que capturaram a imaginação de meia Espanha, antes de Carlos Sainz Sr. 

Para mim, aquela foto é fantástica porque, para mim, já são dois motivos para visitar Ourense. E também voltar a passear pela Galiza, uma região que sempre gostei de visitar. E também, espero eu, conversar sobre o desporto que tanto amamos. 

Para ela, a Rocio, desejo-lhe em particular um feliz Dia da Mulher (embora aqui entre nós, são 365 dias da Mulher, 366 nos anos bissextos). Mas sobretudo, para as muitas outras que tive o prazer em conhecer, virtualmente e em carne e osso, mundo fora - uma minoria mais significativa que julgam - saúdo-vos afirmando: viva o automobilismo, viva!   

Youtube Motorsport Vídeo: A busca pela velocidade

A busca pela velocidade é humana, especialmente no automobilismo. E desde que Karl Benz construiu a primeira carruagem sem cavalos viável, que essa busca tem sido incansável. E o pessoal da Donut Media decidiu fazer este vídeo sobe os recordes de velocidade, incluindo algumas mulheres-piloto que também foram mordidos pelo bicho.

O lado mau deste vídeo é que é... americano, e usa a medida imperial, com o resto do mundo a usar o sistema métrico... portando, peguem na calculadora!

Os problemas da Mercedes


Quinto na corrida de abertura do campeonato, depois de ser batido em toda a linha por Red Bull, Ferrari e Aston Martin, Lewis Hamilton decidiu colocar a boca no trombone e queixar-se sobre a performance do seu Mercedes W14, afirmando que estava muito longe da Red Bull, o melhor carro do pelotão.

"No ano passado, expliquei-lhes os problemas que tínhamos no carro. Já pilotei muitos na minha vida, portanto, sei do que um carro precisa e sei do não precisa", começou por afirmar o heptacampeão mundial em declarações prestadas à BBC Sport.

Na entrevista, Hamilton afirmou: "Penso que é preciso haver responsabilidade, e assumir e dizer 'sim, não o ouvimos, não estamos onde queremos e temos que trabalhar'. Temos de olhar para o equilíbrio através das curvas, olhar para todos os pontos fracos e unir-nos como equipa, é isso que fazemos. Ainda somos multicampeões mundiais, só que não acertaram desta vez, não acertaram no ano passado, mas isso não significa que não possamos acertar daqui para frente.", concluiu.

Ouvindo ou não as declarações de Hamilton, Toto Wolff reconheceu que este carro não tem a capacidade de correr ombro a ombro com os melhores e admite que ele precisa de uma modificação radical, apesar de este ano terem afirmado que conseguiram resolver a questão do "porpoising" que os massacrou ao longo de 2022.

“[O trabalho] tem sido feito no túnel de vento, mas não se trata apenas dos flancos ou do aspeto exterior do carro”, começou por afirmar, em declarações à cadeia austríaca ORF. “Temos de analisar os dados e decidir qual a direção a tomar”, concluiu, afirmando que o limite orçamental não era um problema.


O grande problema será se as tais mudanças para um "W14B" poderão fazer com que recuperem três a quatro décimos em termos de ritmo de corrida afirmam poder necessitar para alcançar os da frente. E caso aconteça, quando é que aparecerá? Se for quando chegarem à Europa, lá para maio, significaria três ou quatro corridas de "inferno" até que Hamilton e George Russell possam apanhar os Ferrari, Aston Martin, e sobretudo, Red Bull. E pior: a concorrência já prometeu que não ficaria a dormir. 

Mas é por isso que gostamos da Formula 1: ninguém pretende desistir.

terça-feira, 7 de março de 2023

Youtube Rally Vídeo: A história de Henri Toivonen

O finlandês Henri Toivonen sempre foi um piloto espetacular no seu tempo como piloto, antes da sua trágica morte e do ascender do seu mito. E no mundo dos Grupo B, carros extremamente leves, extremamente potentes e muito pouco controláveis, e agora, com uma nova geração a descobrir um piloto que nunca o viu ao vivo e a cores, como se costuma dizer, este vídeo do amjeyes2, com quase uma hora de duração, mais do que um tributo ao finlandês, é um espelho do seu espetacular estilo de condução, e de como era absolutamente respeitado entre os seus. 

Portanto, tirem uma hora e apreciem - ou voltem a recordar - o excelente piloto que não viveu para comemorar os seus 30 anos. E claro, o seu navegador, o italo-americano Sergio Cresto

Considerações sobre "Lamborghini, o homem por trás da Lenda"


Já tinha passado muito tempo desde que não ia ao cinema. Antes da pandemia, tinha a certeza, mas três anos e alguns meses parecem muito, quando regressei ao escuro de uma sala, para assistir a um filme. Ainda por cima, no tempo que os Netflixes e outros canais de cinema por assinatura começam a dominar, quer queiramos, quer não. 

Como não tenho Netflix, e gosto do escurinho da sala, decidi numa tarde de terça-feira matar saudades. 

Claro que gastar dinheiro para perder duas horas tem de valer a pena. Contudo, "Lamborghini, O homem por trás da Lenda"... temo que não seja desses filmes. 

Iremos por partes. O filme mostra um duelo entre um Counthach e um 308 GT, ambos carros dos anos 70, com os seus fundadores ao volante. Aparenta ser algo que não aconteceu, mas na realidade, é mais a fantasia de Lamborghini. Só que, colocando isso como cena inicial, passa por realidade, e quem conhece a história, não é. 

Não é um mau filme, é medíocre. Mas dá para entender algumas coisas. De como foi feito o primeiro carro, como surgiu a rivalidade com Ferrari, mas certas coisas não tem muito sentido. Um exemplo é uma cena onde Ferrari viu o primeiro Lambo em Genebra, em 1964. E não é verdade. Nos anos 60, o Commendatore já era um recluso, e raramente ia para além de Monza. E quase nunca andava de Rolls-Royce, era um senhor que passeava por Modena em Fiats e - imagine-se! - Minis. A única coisa que gostei foram as cenas de como construíram o primeiro carro, com as presenças de Giotto Bizzarrini e Gianpaolo Dallara (ainda vivem, a propósito) e de Franco Scaglione. E outras cenas que não tem muita lógica, mas servem para o filme. 

Comparado com "Ford vs Ferrari", o primeiro é muito melhor. Aqui é centrado em Lamborghini, e a base é o livro escrito... pelo filho, Tonino, que é dono da firma de design com o seu apelido. E com isso, haverá defeitos. É verdade que a Lamborghini nunca se envolveu nas corridas, por decisão sua, mas a ideia que passa no filme de que o Miura foi ideia sua - não é, era um projeto de Dallara feita nos tempos livres para fazer um carro de corrida, e o primeiro com motor na traseira, a propósito. E para piorar as coisas, o carro, que foi um "game changer", aparece nas cenas finais. É muito pouco.

E para terem uma ideia até que ponto não é grande coisa: pode ser uma terça-feira à tarde, mas eu era o único que estava na sala de cinema. Sempre sonhei com o dia de ter uma sala à minha disposição, mas agora que aconteceu, posso afirmar que foi apenas o meu gosto por automóveis que fez suportar a minha ida ao cinema. O que é pena.    

segunda-feira, 6 de março de 2023

Endurance: Conhecida a lista de inscritos para Portimão


As Seis Horas de Portimão acontecem a 16 de abril e já é conhecida a lista de carros para a primeira prova em solo europeu: serão 10 carros na classe Hypercar, 12 na classe LMP2 e 14 para a classe GTE-Am. No total, serão 37 os carros presentes.

Para a ronda portuguesa teremos, na classe Hypercar a presença de dois Toyotas, dois Peugeot, dois Ferrari da AF Corse, um Glickenhaus, um Vanwall, um Cadillac e dois Penske Porsche, já que o carro da Jota só aparecerá mais tarde, em Spa, no sentido de se habituarem para a corrida seguinte, em Le Mans. Até lá, António Félix da Costa correrá com o Oreca 07-Gibson na classe LMP2, ao lado do alemão David Beckmann e do chinês Yifei Ye.

"É uma grande honra ter uma prova do Campeonato do Mundo aqui em Portugal", explicou Félix da Costa, na apresentação da corrida. "Para mim, é espetacular e já ganhámos aqui antes e vamos tentar ganhar novamente em frente à minha multidão em casa, agora como Hertz Team JOTA. Estou muito entusiasmado e ansioso por uma grande corrida".

Felix da Costa será o único português presente, já que Filipe Albuquerque está a competir nesse dia em Long Beach. Contudo, o angolano Rui Andrade estará presente no Oreca da Team WRT, ao lado do suíço Louis Deletraz e do polaco Robert Kubica

O Mundial de Endurance começa com as Mil Milhas de Sebring, a 17 de março.

Noticias: Pirelli quer continuar


Com a FIA a anunciar que haverá um novo contrato de fornecimento de pneus a partir de 2025, A Pirelli anunciou que pretende continuar a ser a sua fornecedora até ao final desse novo contrato, ou seja, até 2028.  A marca italiana está na Formula 1 desde 2011, depois de substituir a Bridgestone no fornecimento exclusivo de pneus.

"Obviamente a decisão não está nas nossas mãos", disse Mario Isola, chefe de F1 da Pirelli no Bahrein, "mas estamos satisfeitos com a nossa presença na Fórmula 1 e queremos continuar". 

Por agora, ninguém se manifestou estar interessado no lugar, embora se saiba que a Michelin esteve interessado em 2016, colocando como condição o alargamento dos aros de 13 para 18 polegadas, algo que não fez na altura e que levou ao final das negociações. 

domingo, 5 de março de 2023

Formula 1 2023 - Ronda 1, Bahrein (Corrida)


E pronto: sempre que o inverno acaba, com os dias maiores debaixo do sol, é sinal que os carros estão na pista e teremos uma nova temporada na Formula 1. Mas pelos vistos - pelo menos depois de termos assistido aos testes de pré-temporada e à qualificação - parece que esta nova temporada poderá ser a de domínio de uma equipa. Isto... se ouvirmos os mais pessimistas. Porque parece que a Red Bull tem o melhor chassis, o mais fluído e o que tem o melhor ritmo de corrida.

Quer dizer que já sabemos quando é que Max Verstappen será campeão? Não! É porque o pelotão anda mais perto uns dos outros e a batalha pelo meio do pelotão, por exemplo, será bem mais aguerrida que no ano anterior. A Mercedes e a Ferrari, que querem tentar apanhar os touros vermelhos, irão se calhar mais a olhar para os carros da Aston Martin, por exemplo, para ver se não ficam com um lugar no pódio. Ainda por cima, este ano tem um piloto experimentado, Fernando Alonso, que mesmo com 41 anos, não perdeu qualquer um das suas qualidades. 

E claro, a abertura é no sítio do costume. De uma certa forma é o sinal dos tempos, mas tem o seu quê de irónico que, naquelas bandas, para esperarmos pela corrida, temos de esperar pelo pôr do sol!

Mas tirando isso, é saber até que ponto toda esta aproximação irá mudar a hierarquia atual. Provavelmente não, e a qualificação de ontem mostrou um pouco isso. Max partia da pole, com a Red Bull a monopolizar a primeira fila da grelha,  a Ferrari a segunda, parece que tenha ficado tudo na mesma em relação a 2022.


Na partida, Max defendeu-se dos Ferraris, com Leclerc a tentar chegar à frente, apenas passando Pérez, com Sainz Jr a ser quarto, aguentando os Mercedes, com Hamilton na frente de Russell. Alonso era sétimo, mas pressionava os Mercedes, esperando por um erro ou por ter maior velocidade em relação a eles. De resto, tudo calmo, sem toques ou outro tipo e incidentes.

Nas voltas seguintes, Max afastou-se do pelotão, ao ponto de ele ganhar quase um segundo por volta em relação ao resto do pelotão.  As primeiras paragens aconteceram na volta 10, com Gasly a parar no seu Alpine, regressando na última posição. Três voltas depois, foi Hamilton que passou nas boxes, trocando por duros, ao mesmo tempo que Alonso pressionava Russell para o passar. E conseguiu, ficando na quinta posição. Duas voltas depois, o espanhol foi às boxes, trocando para duros, seguido por Russell. Ambos regressaram no oitavo e nono posto, respetivamente. Ao mesmo tempo, também Max parava, mantendo os moles. 

Ao mesmo tempo, Oscar Piastri parava o seu carro nas boxes... e de forma definitiva. Era a primeira retirada da corrida e da temporada.  

Na volta 18, só Pérez não tinha trocado para duros, mas era terceiro. E Russell, sétimo no seu Mercedes, era ameaçado por... Bottas. No seu Alfa Romeo-Sauber.

Depois, Max foi-se embora, e na volta 25, já tinha 12 segundos de vantagem sobre Leclerc, que com duros, tentava manter-se o mais possível, porque era ameaçado por Pérez. E o mexicano, que fazia voltas mais rápidas de forma consecutiva, apanhava o piloto da Ferrari e conseguiu passá-lo para ser segundo.

A segunda janela de paragens nas boxes começou na volta 30, com Bottas primeiro, seguido de Hamilton e Stroll, na volta seguinte, Sainz Jr e Russell na volta 32. Este último foi atacado pot Stroll logo na saída das boxes e o ultrapassou. Já agora, todos eles andavam com pneus duros. Pérez parava na volta 35, trocando para duros, seguido por Alonso, que regressava à pista na quinta posição, mas com Hamilton não muito longe dele.

Max lá parou na volta 37, mas estava tranquilo: 11 segundos sobre Checo, quando voltou à pista. Atrás, Alonso estava colado na traseira de Hamilton, reavivando duelos de há década e meia. Os veteranos sabem dar espectáculo, é verdade...

E na volta 40, inesperadamente... Leclerc desiste! O motor entrega a sua alma ao Criador e o monegasco regressava às boxes de lambreta. Virtual Safety Car acionado por momentos, e no regresso, Alonso tentou afastar-se de Hamilton para apanhar o Ferrari sobrevivente. E conseguiu na volta 45, conseguindo o terceiro posto. O piloto da Ferrari não teve tempo para respirar, porque Hamilton estava bem perto dele.

Na frente, tudo calmo: Max controlava a distância para Checo: 10 segundos entre ambos. 

E foi assim até à meta: os Red Bull dominaram, conseguindo a vitória a Max e o segundo posto ao Checo, sem que ninguém os incomodasse - temendo uma tremendo aborrecimento para o resto da temporada - mas mostrando que tem o melhor ritmo de corrida do pelotão, seguindo por Ferrari, mas com os Aston Martin bem perto. Fernando Alonso, que conseguia o terceiro lugar, o primeiro com a marca e o primeiro em ano e meio, enquanto Lance Stroll era sexto, passando George Russell e pelo menos mostrando que tinham melhor ritmo que os Flechas de Prata.


Agora, são duas semanas até à Arábia Saudita, do outro lado da península arábica.