sábado, 11 de julho de 2009

GP2 - Ronda 6, Alemanha (Corrida 1)

Depois da Formula 1, seguiu-se a GP2. Disputada sob céu nublado, a corrida teve um piloto a dominar de ponta a ponta: Nico Hulkenberg. O alemão da controlou os acontecimentos, acabando na frente da corrida, com Roldan Rodriguez e Andreas Zuber nos restantes lugares do pódio.


Mas o grande destaque desta corrida foi Álvaro Parente. Por fim, o piloto português alcançou os primeiros pontos desta temporada ao serviço da Ocean Racing Technology, quebrando a malapata de há algumas corridas atrás, terminando na sexta posição. Apesar de uma partida menos conseguida, o piloto português conseguiu subir uma posição na partida, terminando a primeira volta no oitavo lugar, abrindo desde logo excelentes perspectivas de alcançar os seus primeiros pontos de 2009. Mantendo-se na luta, o piloto depositava esperanças na sua estratégia nas boxes para subir mais algumas posições na classificação.


E quase resultava. Quando à oitava volta Parente ganhou duas posições na sua paragem nas boxes – ao venezuelano Pastor Maldonado e ao espanhol Javier Villa - logo na primeira curva na saída das boxes, o piloto português não conseguiu evitar um pião, acabando por perder três lugares, um a mais do que os que havia conseguido ganhar. Romain Grosjean, que vinha atrás dele, aproveitou para subir uma posição.


Contudo, a partir dali, Parente teve a sorte (que tantas vezes não a teve nesta época) do seu lado: Maldonado e o brasileiro Diego Nunes tocaram-se, quando este último saía das boxes, com os dois pilotos a abandonarem na hora. Logo a seguir, Parente esteve na briga com Lucas di Grassi e Romain Grosjean pelo sexto lugar. O português livrou-se logo do brasileiro da Racing Engeneering, mas teve mais dificuldades em conseguir superar o francês da Addax, e actual líder do campeonato. Tudo indicava que Parente não iria conseguir passar, mas a duas voltas do fim, o carro de Grosjean abrandou subitamente na entrada da recta da meta, abandonando de seguida. Assim, Parente terminou na sexta posição, conquistando três pontos e ficou com uma excelente oportunidade de pontuar novamente na corrida de amanhã, dado que partirá na terceira posição da grelha.


"Foi uma corrida interessante em que o carro esteve muito bem. Depois da partida não ter sido a melhor, preocupei-me em recuperar, o que aconteceu logo na primeira volta. Depois estive sempre envolvido em lutas pelos lugares pontuáveis. Depois da paragem nas boxes, sai preocupado em defender a posição e acabei por perder o carro na primeira curva, já que os pneus estavam muito frios. Felizmente recuperei depressa, passei o Di Grassi e fiquei colado ao Grosjean na segunda metade da corrida, sendo que era bastante mais rápido que ele. Optei por não correr riscos desnecessários e ele acabou por ter um problema que o relegou para fora dos pontos à entrada da última volta. Foi uma tarde positivo que me deixou satisfeito e que abriu a porta para um bom resultado este Domingo," sublinhou Parente.



Quanto a Karun Chandhok, o seu companheiro de equipa, teve um comportamento discreto. Largando da 14ª posição, ganhou três posições na partida. Chegou a andar pela 10ª posição, mas perdeu um lugar para o belga Jerome D’Ambrosio. O 11º posto final foi um resultado muito modesto para o piloto indiano, que na corrida anterior esteve no pódio.


"Porque partia mais de trás optámos por uma afinação diferente da do Álvaro. Pelos vistos a dele resultou e a minha não. Às vezes o risco tem destas coisas. De qualquer forma no Domingo o objectivo é chegar aos pontos, a primeira volta é muito importante e pode ditar mesmo o estar ou não entre os primeiros, por isso é preciso concentração máxima e contar com alguns pilotos mais lentos que poderão estar à frente," disse Chandhok.


A segunda corrida acontecerá manhã, pelas 9:30 horas.

Formula 1 - Ronda 9, Nurbrurgring (Qualificação)

Por fim, chegamos ao que realmente importa para definir a ordem de partida para a corrida de amanhã: a qualificação. E nessa sessão tão decisiva, vimos que o melhor foi a Red Bull. Mas surpresa das suerpresas, não foi Sebastien Vettel a ficar com a pole-position. Foi o seu companheiro de equipa, Mark Webber, a fazer o melhor tempo e dar à Austrália a sua primeira pole-position em 29 anos, desde Alan Jones, no GP da Alemanha de 1980, a bordo de um Williams.

Nurburgring foi também palco de um recorde da Formula 1, dito hoje pelo "nosso" Ivan Capelli: Mark Webber tornou-se no piloto que demorou mais tempo a fazer uma pole-position: 130 corridas desde a sua estreia, no GP da Austrália de 2002. O recorde anterior pertencia a Jarno Trulli, que demorou 115 corridas até conseguir a sua primeira "pole-position", no GP do Mónaco de 2004. Curiosamente, Trulli venceu essa corrida. Será que no Domingo vai ser o "dia Webber"? Veremos...

Mas vamos ao que interessa: a sessão de qualificação. O que se pode retirar daqui é que nos sete primeiros postos estão cinco carros com motor Mercedes, os Brawn de Rubens Barrichello (2º) e Jenson Button (3º), os McLaren de Lewis Hamilton (5º) e Heiki Kovalainen (6º) e... o Force India de Adrian Sutil (7º), na sua melhor qualificação de sempre. Ficou à frente dos Ferrari, quem diria! Mas as condições metereológicas no qual foi disputado, com um tempo incerto, fez com que se contribuisse para este desfecho.

"É um dia muito especial, é fantástico, já estive perto da 'pole' antes mas nunca consegui. No entanto, foi uma sessão incrível, muito tensa e caótica por causa da chuva e dos pneus, mas no final consegui uma volta fantástica", começou por afirmar o australiano, acrescentando que "a 'chave' da 'pole' foi "obter três sectores limpos na última volta lançada e confiar na minha experiência e da dos membros da equipa".

Como já foi dito atrás, Webber vai ter ao seu lado Rubens Barrichello, que pela segunda vez consecutiva bate Jenson Button em qualificação. "A sessão foi sensacional mas muito difícil devido a tudo o que aconteceu com a chuva e com os pneus. Na Q2 vi o Massa sair na curva 2 e fomos todos para a boxe, a situação estava caótica e tentei falar com a equipa pelo rádio mas não tinha resposta. Entrei para a boxe de qualquer maneira e os mecânicos estavam à espera para montar os pneus certos - a equipa conseguia ouvir-me mas não conseguia responder", explicou o brasileiro na conferência de imprensa após a qualificação.

Já Jenson Button voltava ao topo, depois de uma qualificação mal conseguida em Silverstone. O terceiro posto, apesar de ter sido batido pelo seu companheiro, teve a vantagem de o colocar à frente do seu maior rival, e que corria em casa, Sebastien Vettel: "A qualificação foi uma loucura. Continuamos a ter alguns problemas com a temperatura dos pneus mas foi uma boa sessão e foi divertido", começou por dizer.

Para amanhã, o actual lider do campeonato afirma que será uma "prova interessante, em especial com o tempo igual ao de hoje, com chuva e seco, mas vamos estar com atenção ao que os outros vão vencer, pelo que estou ansioso".

Quanto a Lewis Hamilton, que conseguiu a sua melhor qualificação do ano, numa época muito dificil, acredita que será possível lutar por um lugar do pódio na corrida de amanhã. "Se continuar seco amanhã então ficarei numa boa posição e de certeza que poderei lutar pelo pódio. Podemos até lutar com os Red Bull", afirmou o actual campeão do mundo à BBC.


Hamilton enalteceu o trabalho que a sua equipa tem feito no desenvolvimento do seu monolugar para conseguir o melhor resultado de conjunto desta temporada até agora: "O Heikki[Kovalainen] e eu conseguirmos um lugar no top 10 é um excelente resultado e tudo se deve ao trabalho feito na fábrica. Fez uma grande diferença", observou.


Amanhã é o dia da corrida. Nurbrurgring pode acolher chuva na hora da corrida. Agora será que veremos a história a repetir-se, como aconteceu em 2007? Já não se pode rebocar carros de volta para a pista...

Os saltos de Nurbrurgring



















Este post foi inspirado pelo o da Patricia. Uma das caracteristicas do antigo circuito de Nurbrurgring, naqueles 22 quilómetros e centenas de curvas que poucos conseguiam fixar nas suas mentes, e que Jackie Stewart tão bem o apelidou de "Inferno Verde", eram os saltos. Havia um sitio com esse nome: Flugplatz. Aí, os fotógrafos ficavam, para tirar os melhores "bonecos" para depois os jornais e revistas poderem publicar nos dias e semanas seguintes ao Grande Prémio alemão.


Nos anos 60 e 70, foram muitos os que "saltaram" naquele local. Eis alguns exemplos que tenho guardados nos meus arquivos. Espero que gostem, e não esqueçam de ver os que estão no site dela, pois tentei não repetir...

GP Memória - Grã-Bretanha 1964

Depois de Rouen, a Formula 1 ia para Inglaterra, mais concretamente para o novo circuito de Brands Hatch. Inicialmente, a prova iria acontecer de novo em Aintree, nos arredores de Liverpool, mas o circuito sido vendido a outro proprietário, e este estava mais interessando em construir um bloco habitacional do que acolher um evento como o Grande Prémio da Grã-Bretanha de Formula 1. Assim sendo foram para um circuito no condado de Kent, não muito longe de Londres, que era gerido desde 1961 por John Webb, que nunca escondera a ambição de ter a Formula 1 no seu circuito.


No pelotão, havia uma importante alteração: na Lotus, Peter Arundell sofrera na semana anterior um grave acidente na prova de Formula 2, em Reims, quando colidiu com o americano Richie Ginther. Arundell fora projectado para fora do carro e sofrera fracturas múltiplas nas pernas e braços. No seu lugar, Colin Chapman chamara outro britânico, Mike Spence.


Outras inscrições eram as de um jovem australiano chamado Frank Gardner, num Brabham BT10 privado inscrito pela John Williment Automobiles, e se estreava aqui na mais alta roda da competição, ou o veteraníssimo Maurice Trintrignant, que continuava a conduzir aos 47 anos. Quem regressava era Tony Maggs, no seu BRM da Scuderia Centro Sud, que iria tentar ver se corria uma prova oficial este ano, depois de duas tentativas frustradas, na Holanda e na Bélgica.


Na corrida estavam inscritos 26 carros, onde o mais interessante era ver um carro de quatro rodas motrizes fabricado pela BRM, e conduzido por um jovem de 24 anos chamado Richard Attwood. Contudo, o modelo não funcionou muito bem, e o carro foi retirado antes da corrida.


Nos treinos, Lotus, Ferrari, Brabham e BRM lutavam entre si para conseguir a “pole-position”, e o melhor foi Jim Clark, ainda no seu Lótus 25. Ao seu lado tinha Graham Hill, no seu BRM, e o vencedor da corrida francesa, o americano Dan Gurney, no seu Brabham BT11. Na segunda fila estavam John Surtees, no seu Ferrari, e Jack Brabham, no segundo carro com o seu nome. A terceira fila tinha o Cooper de Bruce McLaren, o prabham privado de Bob Anderson, na sua melhor performance da sua carreira, e o segundo Ferrari de Lorenzo Bandini. A fechar o “top ten” ficaram o Brabham privado de Jo Bonnier e o BRP de Innes Ireland.


A corrida começa com Clark a largar na frente, seguido por Gurney e Hill. Na volta seguinte, o piloto da BRM supera o americano, e pouco depois, Gurney tem de abandonar a sua corrida devido a problemas de ignição no seu carro. A corrida foi uma luta constante entre Clark e Hill, onde ambos pilotavam juntos, mas apesar das ameaças, Hill nunca conseguiu apanhar o piloto da Lótus. A meio da corrida juntou-se-lhes o Ferrari de John Surtees, mas com o tempo, o piloto inglês afastou-se, deixando-os de novo a sós.



Mais atrás, Jack Brabham seguia calmamente na quarta posição, mas teve de parar nas boxes para ver se a suspensão estava a trabalhar bem, pois tinha detectado alguns problemas. Quando voltou à pista, tentou recuperar o quarto posto, que agora pertencia ao segundo Ferrari de Lorenzo Bandini. O ritmo forte que o australiano imprimiu foi compensado a 14 voltas do fim, quando conseguiu passar o piloto italiano, tendo de se contentar este com o quinto lugar, sendo esta a ordem final quando desceu a bandeira de xadrez.


Para finalizar, o último a chegar aos pontos era o americano Phil Hill, no seu BRM, a duas voltas do vencedor Jim Clark. Nessa altura não se sabia, mas era a última vez que o campeão do mundo de 1961 iria pontuar na sua carreira da Formula 1.


Fontes:


http://en.wikipedia.org/wiki/1964_British_Grand_Prix
http://www.grandprix.com/gpe/rr126.html

sexta-feira, 10 de julho de 2009

É oficial: Ari Vatanen é candidato!

Por fim, Max Mosley vai ter um rival á altura: o finlandês Ari Vatanen, antigo campeão do mundo de ralies e ex-deputado do Parlamento Europeu, anunciou hoje que será candidato às eleições para a presiência da FIA, que serão realizadas no próximo mês de Outubro.

"Respondendo aos pedidos de muitos clubes membros da FIA, irei concorrer às eleições da FIA em Outubro deste ano. Penso que chegou a altura de existir uma mudança", afirmou o ex-piloto finlandês ao Autosport.com.


"O meu principal objectivo será a reconciliação de diversas visões dentro da FIA e trazer transparência aos seus sócios. O dever de um presidente é defender biliões de automobilistas e o nosso grande desporto", acrescentou o também ex-deputado europeu.


Para muitos, Vatanen tem a combinação certa: foi um piloto de craveira mundial por mais de 20 anos, foi campeão do Mundo e quatro vezes vencedor do Dakar (1987, 1989, 1990 e 1991). Para além disso, nos últimos dez anos foi membro do Parlamento Europeu. Nas últimas semanas esteve a conversar com alguns membros das federações internacionais, e para ele anunciar que ia avançar, é sinal que tem fortes apoios dentro de muitas federações automobilisticas. Agora resta saber se o "tio Max" avançará ou não. Espero que não...


Espero também que esta candidatura seja encarada como uma "última esperança" para evitar uma separação da Formula 1 em duas séries, apesar de isso não depender da eleição do novo chefe da FIA. Mas pode ajudar muito, não acham?


Já agora, para acabar: esta semana descobri uma coisa engraçada: uma loja de pins online. Seria engraçado se fizessemos um desenho a favor do Vatanen e fizessemos a nossa campanha, não acham?

Formula 1 - Ronda 9, Nurbrugring (Treinos Livres)

Tenho que ser honesto: falo sobre os acontecimerntos de sexta-feira só para "picar o ponto", porque sempre acreditei que estes treinos não são mais do que a hipótese dos pilotos, máquinas e equipas para andarem algumas voltas na pista para afinar o carro o melhor possivel para a qualificação do dia seguinte, que é verdadeiramente importante. E nem sempre o primeiro classificado desses treinos se destaca na qualificação, porque caso contrário, o actual lider do campeonato seria o Nico Rosberg...

Feitas as apresentações, vamos ao que interessa: Mark Webber e Lewis Hamilton mostraram-se nos treinos livres de hoje e lideraram a tabela de tempos. Se no primeiro caso, até se aceita, no segundo caso, a coisa até é um pouco surpreendnete, pois Hamilton anda há muito afastado das primeiras posições. O bom registo do actual campeão do Mundo, cujo melhor tempo foi 1.32,149 segundos, pode dar alguma esperança à equipa anglo-germânica.

Logo atrás de Hamilton ficou Sebastian Vettel, que voltou ao topo da tabela de tempos depois de na primeira sessão ter ficado parado na pista, perdendo algum tempo importante de testes. Logo atrás do alemão ficou o actual lider do campeonato, o britânico Jenson Button, o melhor dos Brawn-Mercedes, a 0,220 segundos do actual campeão do mundo e seu compatriota, ao passo que Mark Webber, com o segundo Red Bull, e lider na primeira sessão de treinos livres, registou o quarto melhor tempo.

Após Webber, ficou Jarno Trulli, no seu Toyota, enquanto que a grande surpresa na sessão de treinos livres foi Adrian Sutil, que com o seu Force India, alcançou o sexto tempo, ficando à frente de Rubens Barrichello, no segundo Brawn-Mercedes. Fernando Alonso foi o oitavo com o seu Renault, enquanto que Kazuki Nakajima, no seu Williams e Nelson Piquet Jr., no segundo Renault, fecharam o "top ten".

Enfim, eis os tempos de hoje. Amanhã é o que conta!

GP2 - Ronda 6, Alemanha (Qualificação)

Pouco tempo depois dos treinos livres da Formula 1, o circuito de Nurburgring recebeu os carros da GP2 para disputarem a qualificação para a jornada dupla da categoria. E na Alemanha, parece que mandaram os alemães: Nico Hulkenberg foi o melhor nos treinos, batendo o espanhol Roldan Rodriguez e o brasileiro Lucas di Grassi.


Aliás, Rodriguez e di Grassi cotaram-se sempre como os pilotos mais rápidos durante boa parte da sessão, mas no final foi o piloto alemão que festejou, pois beneficiou de uma situação de bandeiras amarelas nos últimos quatro minutos, causado pelo despiste do italiano Luca Fillippi, que impediu a maioria dos pilotos de melhorarem a sua posição. Hulkenberg superou a ambos por 0.089 e 0.159 segundos, respectivamente.

Quanto a Alvaro Parente, o piloto da Ocean Racing Technology ficou um pouco pior do que nas corridas anteriores, ao qualificar-se na nona posição da grelha, a 0.853 segundos de Hulkenberg. Pior ficou Karun Chandhok, que se classificou na 16ª posição, a 1.184 segundos da pole, o que evidencia o enorme equilibrio existente entre os pilotos do actual pelotão da GP2. Só para terem uma ideia, do primeiro até ao vigésimo da grelha, a diferença era de menos de segundo e meio!

A primeira corrida do fim de semana alemão da GP2 acontecerá amanhã, a partir das 14 horas.

Cómico, se não fosse trágico!

Monseiur Jarier, vous êtes assassiné!


Não sei se o Jean-Pierre Jarier costuma vir aqui, mas deixo esta mensagem para ele ver. É que li esta manhã que ele foi "assassinado" na favela Belo Horizonte, em Mossoró, no estado brasileiro do Rio Grande do Norte.


Tenham calma, meus amigos, é apenas um pobre rapaz de 29 anos, biscateiro de profissão, de seu apelido "Jean Cabeção". Aparentemente, levou um tiro na região... glutea, que atravessou a artéria femural, sangrando-o até à morte. Podem ver a noticia aqui.


Ler uma noticia destas assusta qualquer um, é certo. Mas é uma razão pelo qual os brasileiros aceitam nas suas conservatórias todo e qualquer nome que os pais queiram por aos seus filhos e filhas quando nascem, por muito estranho que ela seja. A minha história favorita é a do Tospericargeja, nome inventado por um senhor amazónico que, querendo deixar para a posteridade os jogadores que deram o tricampeonato para o Brasil, decidiu juntar as primeiras letras dos jogadores: TOStão, PElé, RIvelino, CARlos Alberto, GErson e JAirzinho. E se falamos de jogadores, quantas pessoas com nomes de pilotos de Formula 1 não andam por aí? Sei de um Patric Itambé...


Em Portugal as coisas são muito mais estritas. As conservatórias tem instruções claras para impedir o registo de nomes ditos... excêntricos. Nomes estrangeiros, por exemplo, estão proibidos.


Bom, o caso que coloco aqui é outro exemplo de como as coisas entre um país e outro podem assustar alguém. Especialmente quando esse alguém ainda está vivo... e por coincidência, o verdadeiro Jarier comemora hoje o seu 63º aniversário natalício. Joyeux anniversaire, Jean-Pierre!

GP Memória - Inglaterra 1994

Uma semana depois de Magny-Cours, em França, a Formula 1 estava em Silverstone para correr o Grande Prémio britânico. Apesar de ser uma temporada dominada por Michael Schumacher, dezenas de milhares de fãs foram na mesma a Silverstone para aplaudir os seus pilotos. Muitos pensavam que poderiam ver de novo o seu herói Nigel Mansell, mas o "Red Five" tinha nesse mesmo fim de semana uma corrida na CART nos Estados Unidos, ao serviço da Newman-Haas, e o jovem escocês David Couthard voltou para guiar o carro numero dois.

Silverstone marcava o meio de uma temporada no mínimo caótica. Acidentes graves e mortais já tinham acontecido, a Formula 1 teve que aplicar regulamentos à pressa para acalmar a opinião pública, mas poucos, para além dos especialistas, viam que a temporada estava a ser dominada por um jovem piloto alemão, que mostrava muito bem que era talentoso: Michael Schumacher. em 70 pontos possiveis, o piloto da Benetton tinha 66, e Damon Hill, o seguindo classificado, tinha apenas... 29 pontos. Praticamente o título já tinha dono, pensavam muitos.

Contudo, isso não impedia que exisitsse competição para ser o melhor, pelo menos no fim de semana inglês. Na qualificação, a luta pelo "pole-position" foi a três, entre Michael Schumacher, Damon Hill e o Ferrari de Gerhard Berger. O melhor foi o piloto inglês, que conseguiu bater o piloto alemão por 0,2 segundos. A segunda fila era toda da Ferrari, com Berger a ser melhor do que Jean Alesi, enquanto que na terceira fila, Mika Hakkinen era o quinto a partir, com o Jordan de Rubens Barrichello ao seu lado. David Coulthard e o Tyrrell de Ukyo Katayama partilhavam a quarta fila, enquanto que a fechar o "top ten" encontravam-se o segundo McLaren de Martin Brundle e o segundo Benetton de Jos Verstappen.

A agitação no dia da corrida começou quando o carro de Coulthard ficou parado na grelha. Pegou logo depois, mas teve de partir do fundo da grelha. Ao mesmo tempo, Eddie Irvine, no seu segundo Jordan, via o seu motor Hart sobreaquecer e abandonava ainda antes da corrida começar. E no próprio momento da partida, o motor Peugeot de Brundle "explodia" com estrondo, deixando o veterano piloto inglês "na mão" apenas poucos metros depois de partir!


Deixando de lado estes precalços, Hill sai melhor do que Schumacher, seguido de Berger, Barrichello, Alesi e Verstappen. O piloto inglês tentava distanciar-se do lider do campeonato, esperando ganhar algo que foi negado nos outros lados, excepto em Barcelona. Mas no meio da confusão inicial, poucos tinham reparado que Schumacher tinha ultrapassado Hill na volta de aquecimento, por duas vezes. Os comissários tinham visto, e decidiram aplicar uma penalização de cinco segundos, tendo de fazer um "stop-and-go" para cumprir esse castigo.


Quando na 17ª volta, Schumacher vai à boxe, julgava-se que iria cumprir essa penalização, mas em vez disso, este vai fazer um reabastecimento normal. Os comissários interpretam isto como sendo uma desobediência às ordens, e na volta 21, mostram uma bandeira negra, sinal de desclassificação, acompanhado de uma placa com o numero 5. Só que o alemão e a Benetton ignoram simplesmente o sinal até à volta 26, altura em que a Benetton sinaliza o seu piloto para que este venha à boxe para cumprir a penalização. E isso só aconteceu depois do então director de corrida, o belga Roland Bruynseraede, ter ido à box da Benetton e avisar Flavio Briatore. Cumpre-a, mas da desclassificação provavelmente não se livrava...

Schumacher cai para quarto, depois do stop-and-go, mas pouco depois volta á segunda posição, quando Berger e Hakkinen vão para as boxes. O alemão tenta apanhar Hill, mas não consegue alcançá-lo. Mais atrás, Berger faz a sua troca, mas desiste na saída da segunda paragem, porque o seu motor Ferrari quebrou. Assim sendo, Barrichello fica na terceira posição, que perde quando volta às boxes para o seu segundo reabastecimento.

Nas voltas finais, Barrichello consegue apanhar Hakkinen, e tenta ultrapassá-lo de todas as maneiras, para ficar com o quarto lugar. A sua melhor hipótese é na última curva, quando se mete por dentro. Mas o finlandês fecha a curva e ambos batem. Barrichello vai às boxes, ignorando que aquilo era a última volta da corrida, e perde a posição. Hakkinen consegue voltar à corrida e é ele que mantêm esse quarto posto.


Na meta, Hill vence em casa, seguido por Schumacher e Alesi. Mas pouco depois, os comissários desclassificam Schumacher e é Alesi que fica com o segundo lugar, com Hakkinen a ficar com o terceiro lugar. Barrichello foi quarto, David Coulthard chegou à quinta posição e Ukyo Katayama ficou com o último lugar pontuável.


Fontes:


Santos, Francisco - Formula 1 1994/95, Ed. Talento, Lisboa/São Paulo, 1994

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Formula 1 em Cartoons - Alemanha (FOTA vs FIA)

A imagem do dia? Talvez. Descobri-o no site que a RTP tem sobre a Formula 1. E não se esqueçam de ler o conteúdo desse post.

5ª Coluna - Corridas em casa, polémicas na loja


Bom dia a todos! Sejam bem vindos a mais uma Quinta Coluna, o espaço semanal onde largo as minhas larachas sobre o automobilismo nacional e mundial, com objectividade e critica. Esta semana, fala-se sobre as corridas na Boavista e sobre o desbocado do Bernie Ecclestone, que decidiu dizer o que pensa, e toda a gente não gostou… e mais uns assuntos de última hora, como sempre.


WTCC e PTCC – Os carros estão de volta à cidade!


Uma vez a cada dois anos, a Câmara Municipal do Porto monta na parte ocidental da cidade um circuito urbano que faz recordar a nostalgia do passado, quando nos anos 50 e 60 albergou duas edições do campeonato do Mundo de Formula 1. Hoje em dia, para além dos Formula 1 históricos, tem também o Mundial de Turismo e o Campeonato Nacional de Velocidade, mais conhecidos pelas siglas de WTCC e PTCC.


Em ambos os casos, foram corridas disputadas, mas muito caóticas. A estreiteza do circuito, aliado às velocidades dos carros, e ainda por cima, o tempo que se fez sentir durante o fim-de-semana (choveu no Domingo), fez com que, por exemplo, uma das corridas do PTCC tivesse apenas… quatro voltas competitivas. Nenhuma das corridas importantes do fim-de-semana foi livre de incidentes. Os diversos toques entre concorrentes, que culminaram com a lesão no tornozelo por parte de Sérgio Hernendez, quando colidiu com o Lada de Jaap Van Langen na segunda corrida do WTCC, demonstraram que a elevada velocidade dos carros, aliado à estreiteza do circuito, faz pensar se vale a pena correr aquele circuito, naquelas condições.


Francamente, é engraçado ter um circuito no meio da cidade, para atrair os espectadores, o que foi uma empreitada bem sucedida. Mas… em termos de segurança e espectáculo, será que vale a pena ter um circuito desses? A largura das nossas ruas não é comparável com a das cidades americanas, não é?


Em termos competitivos, BMW e Seat ficaram com uma vitória cada. Gabriele Tarquini e Augusto Farfus subiram ao lugar mais alto do pódio, enquanto que Tiago Monteiro conseguiu amealhar pontos suficientes para subir, agora, ao nono posto da classificação geral. Já é a quarta vez consecutiva que pontua este ano, o que demonstra que os problemas do inicio da temporada estão mais ou menos resolvidos. Só falta uma vitória para coroar esta recuperação...


No caso do PTCC, este ano tem incluído uma competição diferente: a Taça de Portugal em circuitos, aproveitando os traçados urbanos da Boavista e Vila Real. Esperava-se um aumento no número de inscritos e foi o que aconteceu: 28, contra os habituais 14 quando correm nos circuitos permanentes de Braga, Estoril e Portimão. Viram-se máquinas novas, desde BMW’s a Diesel e até um Mini Cooper, mas o mais invulgar foi ver um carro de quatro rodas motrizes, vindos dos ralis, a vencer uma corrida. Foi o que aconteceu a José Monroy, que costuma conduzir um Mitsubishi Lancer Evo IX, que normalmente se vê mais em estrada do que na pista. Ele venceu a primeira corrida do dia, onde até foi normal, porque o Safety Car só entrou na pista… duas vezes. A segunda corrida foi pior, pois tinha um tempo limite e as entradas constantes do Safety Car, a última das quais foi quando houve uma colisão entre José Monroy e Patrick Cunha, um dos muitos concorrentes que correm num Seat Leon. Aí, a corrida foi interrompida, e os pilotos envolvidos… subiram ao pódio, porque eles disputavam o segundo posto. É assim como estão inscritos os regulamentos.


Na semana que vem ainda haverão corridas na Boavista, mas isso será mais para rever automóveis de outras eras, que passearão a sua classe perante milhares de fãs do automobilismo que estarão nas bancadas a assistir a tudo. E aí, os pilotos prometerão ser cuidadosos na condução…


IRL – A vitória do “underdog”


Em inglês, “underdog” significa o menos favorito. Nas bolsas de apostas, o britânico Justin Wilson e a sua equipa tinham eventualmente uma possibilidade alta de não ganhar, porque a Dale Coyne, uma das mais tradicionais do pelotão, nunca tinha ganho uma prova na sua longa história de 25 anos de competição, quer na CART, quer agora na IRL. Mas quando o pelotão foi para Watkins Glen, um circuito tradicional, depois de sete corridas consecutivas em ovais, e aproveitou o facto de não terem testado convenientemente no Sábado devido à chuva para ficar bem posicionado para a corrida, aproveitou uma excelente tática de pneus para levar a melhor sobre Scott Dixon e Ryan Briscoe, respectivamente da Chip Ganassi e da Penske, as unicas equipas que tinham ganho todas as provas do campeonato deste ano.


Para um piloto que passou discretamente pela Formula 1 (em termos de resultados, mas não em termos fisicos, pois mede... 1.93 metros!), a sua carreira nos Estados Unidos até tem sido boa, pois pontua regularmente. Mas desde que veio para a IRL, só conseguira uma vitória, em Detroit, e este ano tinha ido para a Dale Coyne, depois de ter estado na Newman-Haas-Lanigan, subsituindo Sebastien Bourdais.


Na próxima semana teremos outra prova em circuito citadino, mais concretamente em Toronto. Veremos se volta a normalidade Chip Ganassi/Penske, ou teremos mais uma surpresa proveniente de outro "underdog"?


Formula 1 – O destapar da máscara
e o regresso dos fantasmas


Todos nós sabemos que Bernie Ecclestone e Max Mosley não são flores que se cheirem. Conhecemos perfeitamente a sua postura e o seu comportamento perante a formula 1. Quando um tem uma estrutura que gere o automobilismo, do qual fica com metade dos lucros, e a outra metade é dividida por dez partes iguais às equipas do actual pelotão, e quando temos outra personagem que segue a politica do “quero, posso e mando”, modificando os regulamentos a seu bel-prazer, sem ouvir as equipas. Como sabem, a "ideia peregrina" de ter uma pontuação apenas e só baseada nas vitórias só não foi para a frente porque havia um Acordo de Concórdia feito antes, em que dizia que qualquer regulamento tinha que ter a concordância das equipas.


Agora, no passado Sábado, com a Formula 1 de férias, Bernie Ecclestone decidiu abrir a boca no jornal "The Times" para falar sobre as suas convicções politicas. Confesso que não fiquei muito surpreendido quando disse as seguintes afirmações:


"A democracia não fez muitas coisas boas em muitos países, incluindo este [Grã-Bretanha]".


"Gosto de pessoas com mentes decididas. Acho que é parvo ir sempre falar com a nossa avó antes de fazer qualquer coisa. Eu tomo decisões, às vezes erradas, às vezes acertadas - desde que se tomem mais acertadas do que erradas, então tudo bem".


"Prefiro líderes fortes. Margaret Thatcher tomou muitas decisões e cumpriu o seu trabalho. Foi ela que construiu este país lentamente. Deixámo-lo ir abaixo, outra vez. Todos estes políticos, Gordon (Brown) e Tony (Blair) estão sempre a tentar agradar a todos ao mesmo tempo".


"Pode parecer terrível dizer isto, mas aparte o facto de Hitler se ter deixado levar e ser persuadido a fazer coisas que não sei que ele queria fazer ou não, de muitas formas, ele estava em posição de comandar muita gente e conseguir que as coisas fossem feitas. No final, ele acabou por perder-se, pelo que não foi um bom ditador, porque, ou tinha noção do que estava a acontecer [no seu país] e insistiu nisso, ou apenas não se importou... de qualquer forma, ele não foi um ditador".


O irónico é que, especialmente devido a esta última frase, o próprio Ecclestone tem origens judaicas. Dá-se bem com muita gente judia, e dizer bem de Hitler significa a mesma coisa do que é um católico praticante afirmar que admira Satanás e tem um altar privado em casa. Como os pais de Max Mosley se deram muito bem com o próprio Hitler, pode-se dizer que ambos são mesmo "unha com carne". Portanto, o segredo do sucesso destes dois está revelado...


Claro, houve a habitual onda de indignação, e alguns dias depois, Ecclestone admitiu que fez mal em ter dito aquilo. Fez um "mea culpa" e admitiu que tudo aquilo foi uma idiotice: "Fui um grande idiota, e peço desculpa por isso. Genuinamente, peço desculpa. Nunca apoiei Hitler, e penso que não há ninguém no mundo que o possa fazer, por causa das atrocidades que cometeu. Lamento pelas pessoas que interpretaram as minhas palavras duma forma negativa." Repita mais vezes essa frase, se faz favor!


Ainda bem que esta polémica se encontra (aparentemente) encerrada. Porque outra vem já a seguir, e é mais um desenterrar do machado de guerra, pois a FIA resolveu lembrar que as suas inscrições são provisórias e que não tem palavra em relação a alterações regulamentárias para 2010. Resultado? A FOTA afirmou que os seus planos para um campeonato paralelo continuam de pé...


A sensação que tenho é que o Acordo está cada vez mais a ficar "letra morta". Porque é que não resolvam isto de vez e façam o campeonato paralelo? Os fãs começam a ficar cansados desta politica, sabiam? Se calhar até sabem...


Enfim, vamos pra o fim de semana, onde teremos a Formula 1 nas frias paragens alemãs. Prevê-se chuva. Será que vai ser mais uma do Sebastien Vettel? Até seria uma bela prenda de aniversário. E se o Rubens Barrichello chegar ao pódio, quero vê-lo a fazer o "moonwalk". Promessa é dívida! Abraços a todos, bom fim de semana.

GP Memória - França 1989

Passaram-se três semanas desde os eventos de Montreal, agora, o pelotão da Formula 1 estava de volta à Europa, mais concretamente a Paul Ricard, numa França que se afadigava nas preparações dos 200 Anos da Tomada da Bastilha, que estava a uma mera semana de acontecer. E se em terras gaulesas, se iria comemorar uma revolução, na lista de inscritos, outra revolução tinha acontecido.


Na equipa da Tyrrell, o Tio Ken tinha arranjado um novo patrocínio da Camel, e decidira dispensar os serviços de Michele Alboreto, com o qual mantinha um conflito desde o inicio do ano, mas que o tinha prendido devido ao contrato que tinha com a Marlboro Itália. Enquanto isso, este tinha reparado num novo valor que despertava na Formula 3000, e era então o líder do campeonato. Era francês, e estreá-lo em Paul Ricard seria uma mais-valia para a equipa. Chamava-se Jean Alesi. Contudo, o piloto francês só poderia correr nos fins-de-semana que não entrava em conflito com o Europeu de Formula 3000, que o francês queria ganhar. Aí, Ken Tyrrell teria de arranjar outro piloto.


Outra equipa que decidira arranjar outro piloto tinha sido a Benetton. Com Johnny Herbert decididamente inferiorizado, a equipa decidiu prescindir os seus serviços e contratou o italiano Emmanuelle Pirro para o resto da época. E em Paul Ricard, a equipa iria estrear o aguardado modelo B189, que se esperava desde o inicio do ano… Na Larrousse, a equipa também decidira substituir um dos seus pilotos por razões de saúde. Yannick Dalmas, que estava nessa altura doente com a Doença do Legionário, saia temporariamente para dar lugar a outro estreante francês, neste caso, o jovem Eric Bernard.


Na Arrows, a substituição do piloto era por outro motivo: Derek Warwick tinha-se lesionado numa prova de karting e não estava devidamente recuperado para esta corrida. Sendo assim, a equipa teve de arranjar um substituto, e virou-se para outro piloto da Formula 3000: o norte-irlandês Martin Donnely.


Na pré-qualificação, o grande feito foi a passagem dos dois Onyx, de Stefan Johansson e Bertrand Gachot. Para além desses dois, passaram também o Brabham de Stefano Modena, e o Dallara de Alex Caffi, em prejuízo do Brabham de Martin Brundle.


Após isto, passou-se à qualificação, mas esta ficou menorizada com o anúncio oficial de Alain Prost, logo na sexta-feira, de que iria abandonar a McLaren. “Não correi na McLaren no próximo ano”. Nessa altura, não tinha abordado onde é que correria no ano seguinte, pois havia no ar as hipóteses Ferrari e Williams. Mas nessa altura, o piloto francês não tinha tomado qualquer decisão. “Não tomei ainda nenhuma decisão sobre as várias alternativas que tenho, nem o farei no futuro próximo. Gostaria também de deixar claro que não pus de parte a hipótese de voltar a colaborar com a McLaren no futuro”, afirmara. A partir dali, e até ao anúncio oficial de onde iria correr em 1990, muito se iria especular…


Mas o espectáculo tinha de continuar, e após as qualificações da tarde de Sábado, o melhor tinha sido Alain Prost, que cometera a proeza rara de bater o seu rival Ayrton Senna, ainda por cima no seu Grande Prémio caseiro. Este feito também era a sua 20ª “polé-position” da sua carreira. Na segunda fila ficavam o Ferrari de Nigel Mansell, que tinha a seu lado o Benetton de Alessandro Nannini, que comemorava da melhor forma o seu 30º aniversário natalício e a estreia do novo carro. A terceira fila tinha o Williams de Thierry Boutsen e o segundo Ferrari de Gerhard Berger, e no sétimo posto estava uma surpresa: o Larrousse de Philippe Alliot. Riccardo Patrese estava seguir, e a fechar o “top ten” ficavam o Tyrrell de Johnathan Palmer e o March de Maurício Gugelmin.


Desta vez os quatro azarados (que não conseguiram a pré-qualificação) foram o Dallara de Andrea de Cesaris (que tinha subido ao pódio na corrida anterior!), o Minardi de Luis Perez-Sala, o Rial de Christian Danner e o Coloni de Roberto Moreno.


O dia da corrida, 9 de Julho de 1989, estava solarengo e com calor. Quando foi dada a partida, Senna parte à frente de Prost, mas mais atrás era o caos: o March do brasileiro Maurício Gugelmin fica com o acelerador preso e bate na traseira do Williams de Boutsen e o Ferrari de Berger. Catapultado, cai primeiro em cima do outro Ferrari de Mansell, e depois na pista, de cabeça para baixo. O brasileiro nada sofre, e regressa às boxes para alinhar com o carro de reserva. A corrida fica interrompida, e os carros alinham para uma segunda largada, com Mansell e Patrese (que tinha quebrado o motor na volta de aquecimento), largam das boxes.


Na segunda partida, Prost sai na frente, enquanto que Senna… não anda mais do quue 200 metros, pois fica sem caixa de velocidades e abandona de imediato. Com os problemas dos restantes adversários, Prost não largaria mais a liderança até ao final, pois Mansell estava muito atrasado, e Berger tinha cometido um erro e rodava no quarto lugar.


A meio da corrida, pelo segundo lugar já tinha passado Alessandro Nannini (desistiu com um problema de suspensão na volta 40), Ivan Capelli (o motor explodiu na volta 43) e Thierry Boutsen (a caixa de velocidades avariou-se na volta 50) e agora estava… Jean Alesi! O novato francês rolava nessa posição até ter de ir às boxes para trocar de pneus, e assim o lugar ficava para Riccardo Patrese. Mas vindo de trás, Nigel Mansell já tinha chegado aos pontos, e estava a aproximar-se do italiano da Williams. Perto do fim, conseguiu ultrapassá-lo para ficar com o segundo posto.


No final da corrida, Prost era o vencedor incontestado, com Mansell e Patrese logo a seguir. Nos restantes lugares pontuáveis ficavam o novato Jean Alesi, o Onyx de Stefan Johansson, na vez em que a equipa novata conseguia os seus primeiros pontos da sua carreira, e a fechar os lugares pontuáveis estava o Ligier de Olivier Grouillard, na primeira e única vez que pontuou na Formula 1. Para finalizar, Maurício Gugelmin conseguiu aqui a volta mais rápida da corrida, no mesmo dia e local onde teve o seu acidente mais marcante…


Fontes:


Santos, Francisco – Formula 1 1989/90, Ed. Talento, Lisboa/São Paulo, 1989


http://en.wikipedia.org/wiki/1989_French_Grand_Prix
http://www.grandprix.com/gpe/rr475.html