sábado, 30 de janeiro de 2010

Vamos aos anuncios - Michael Schumacher no seu Mercedes SLS AMG



Na semana que passou, um dos grandes momentos foi o da apresentação da equipa Mercedes para a temporada de 2010, com o regressado Michael Schumacher ao comando, tentando esquecer a todos nós o facto de ele ter 41 anos de idade, e agora entrar na sua 17ª temporada da sua carreira.



Para comemorar o seu regresso à Mercedes (correu para eles em 1990 e 91, na sua equipa de Sport-Protótipos), a marca decidiu fazer um anuncio com o seu mais recente supercarro: o Mercedes SLS AMG, uma cópia moderna do mítico 300 SL de 1954, o primeiro supercarro do mundo.



E o teste foi simples: fazer com que desse um "loop" num túnel, algures nos Alpes bávaros, com o heptacampeão mundial. Com todo o aparato possivel, estrada fechada, técnicos a monitorizarem a arrancada, bombeiros de prevenção, lá o piloto alemão fez a manobra com sucesso, mostrando que "velhos... são os trapos". A propósito: o carro usado neste ensaio é vermelho... digam o que disserem, ele nunca vai esquecer a Casa di Maranello.

Os rumores do momento, num fim de semana sem noticias...

Sabia que este fim de semana ia ser decisivo em muitos aspectos nesta Formula 1 de 2010. E as especulações que ouvi e li esta tarde, cada uma é mais louca que outra. Mas... podem ter o seu fundamento. Antes de amanhã a Sauber e a Renault apresentarem os seus carros, eis o que ouvi numa tarde sem grande inspiração, confesso:

1 - Vitor Martins, do blog Victal, afirma esta tarde que a Campos Meta foi vendida ao luso-sul-africano Tony Teixeira, que tem os direitos da extinta (?) A1GP. Mas os valores acordados podem não ser as suficientes para garantir a continuidade da Campos/Teixeira, e claro, a FIA e a FOTA reunirão esta segunda feira para debater, entre outros assuntos, a manutenção de licença da equipa espanhola. E sabe-se que Bernie Ecclestone tenta por todos os meios retirar o tapete à Campos para colocar no seu lugar a Stefan GP, que comprou os bens da Toyota, em Colónia (e manteve pelo menos 150 dos seus empregados) e esta tarde recebeu o apoio oficial da marca japonesa.


Claro, há pessoal que coloca esta troca em dúvida, como o jornalista inglês Joe Saward, que afirma que mesmo com as garantias da Toyota, o facto desta Stefan GP ser mais um gigantesco ponto de interrogação do que propriamente uma equipa com credenciais automobilisticas como duas das que foram excluidas por Max Mosley no inicio do ano passado: Epsilon Euskadi e Prodrive. Em suma, numa situação limite, na segunda-feira a FIA e a FOTA pode cancelar a licença da Campos... mas pode não aceitar o da Stefan GP. Poderemos ter 24 carros no Bahrein.



2 - Esta é mais supreendente, mas acho que não tem grande fundamento. No Twitter, um amigo meu espanhol conta uma conversa entre Robert Kubica e Sebastien Buemi em que o segundo piloto da Renault poderá ser... Jacques Villeneuve. Acho que seria um verdadeiro golpe de teatro, pois desde a semana que passou que toda a gente fala que o russo Vitaly Petrov, com a sua mala de 20 milhões de euros, tinha o lugar garantido. E não é pessoal qualquer: por exemplo, o jornalista Joe Saward é um deles que garante a pés juntos que é Petrov que se vai sentar ao lado de Kubica... e é o que se calhar vai acontecer.



3 - Mal foi mostrado à imprensa mundial, pode haver uma versão B. O Ferrari F10 ainda não deu sequer uma volta em pista e especula-se na imprensa italiana que este pode ser um carro mal nascido, logo, os engenheiros da marca do Cavalino Rampante poderão estar a desenhar uma versão bem radical do carro de 2010, provavelmente no sentido de minorar os defeitos que poderão ter sido encontrados durante as simulações. Contudo, a Ferrari afirma que esses rumores não são mais nada do que "disparates" e que o facto do shakedown ter sido cancelado apenas devido ao gelo acumulado na pista de Fiorano.


Segunda-feira, o carro estará no circuito Ricardo Tormo, em testes conjuntos com algumas equipas. Veremos se os rumores terão algum fundamento. Se sim, antevê-se um 2010 muito dificil para Felipe Massa e Fernando Alonso...

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Youtube F1 Classic: GP da Grã-Bretanha 1973

Esta deve ser a corrida onde muitos ficaram a conhecer um novato chamado Jody Scheckter, mas no pior dos sentidos.

Numa corrida onde havia uma luta ao rubro pela liderança, com Jackie Stewart e Emerson Fittipaldi separados por um ponto, e com os seus companheiros de equipa Ronnie Peterson e Francois Cevért à espreita, bem como os McLaren pilotados por Dennis Hulme e Peter Revson, nesta altura do campeonato, qualquer problema, despiste ou acidente poderia significar muito na luta pelo título mundial daquele ano. Especialmente para o brasileiro da Lotus, que não só estava a perder o seu impeto inicial, como via o seu companheiro de equipa, o sueco Ronnie Peterson, a ser melhor do que ele, algo que tinha a anuência de Colin Chapman, o seu patrão.

O video, que é um excerto da corrida que passou no canal de TV ESPN Classic, mostra uma entrevista com alguns dos pilotos envolvidos: Jackie Stewart, Emerson Fittipaldi, Dennis Hulme e um jovem James Hunt, então nos seus primeiros Grandes Prémios pela Hesketh e tinha conseguido o seu primeiro ponto na corrida anterior, em Paul Ricard.

Depois, na corrida propriamente dita, transmitida a cores e narrada pelo mitico jornalista inglês Raymond Baxter, pode-se ver a primeira volta da corrida, onde Stewart salta de quinto para a liderança em duas curvas, depois de superar o Lotus de Peterson. Atrás, Jody Scheckter saltava de oitavo para quinto, superando o americano Peter Revson, Fittipaldi e Cevért, encostando-se atrás de Hulme, tentando superá-lo através do seu estilo agressivo. Demasiado agressivo, como se iria ver depois.

No inicio da segunda volta, Stewart liderava sobre Peterson e o Brabham de Carlos Reutmann, quando Scheckter exagera na Curva Woodcote e perde o controlo do seu McLaren, atravessando de um lado para o outro da pista, causando a maior carambola até então: onze carros ficam eliminados na recta da meta, e a sorte no meio disto tudo esteve ao lado dos pilotos naquele dia: nenhum dos carros pegou fogo e o ferido mais grave foi o italiano Andrea de Adamich, que no seu Brabham BT42, ficou preso no seu carro e ficara apenas com uma perna partida. A corrida foi interrompida, e na segunda largada, apenas 19 dos 28 carros presentes é que alinharam.

A propósito: se conseguirem ver o carro que está danificado à frente do McLaren de Scheckter, digo-vos que é o March numero 30 de Roger Williamson, que se estreava na formula 1 nesta corrida. Dali a 15 dias, acabaria por morrer em Zandvoort...

Feliz 60º Aniversário, Baby Bear!

Hoje, Jody Scheckter comemora o seu 60º aniversário natalicio. O unico sul-africano que venceu um campeonato do mundo, e que hoje se encontra radicado na Grã-Bretanha, cuidando dos seus negócios de agricultura biológica, foi no inicio da sua carreira um dos mais selvagens pilotos de automobilismo. A sua alcunha de "Baby Bear" foi lhe dada para o comparar a Dennis Hulme, o neozelandês da McLaren, que tinha a alcunha de "Bear" (Urso).

Entre 1972 e 73, Scheckter correu no terceiro carro da McLaren, dando bom uso do chassis M23, que na altura conseguia ser um grande rival do Lotus 72 e do Tyrrell 006. E no ano de 1973, correu por cinco vezes com esse carro, ganhando fama com as suas proezas em pista. Para o bem e para o mal.

Em Paul Ricard, palco do GP de França e no carro que era de Peter Revson, que tinha ido correr nos Estados Unidos, conseguiu um surpreendente segundo lugar na grelha, ao lado de Emerson Fittipaldi e Jackie Stewart. E nessa corrida, lutou fortemente pela liderança até que perdeu o controle do seu carro e levou o brasileiro consigo. Na altura foi acusado de condução perigosa, mas o pior estava para vir.

Na corrida seguinte, em Silverstone, Scheckter correu no terceiro carro da equipa, com o numero 30. Mas uma vez surpreendeu nos treinos, conseguindo o sexto posto. um feito com um terceiro carro... mas quando foi dada a largada, o sul-africano partiu bem e passou para quinto no final da primeira voltas. Mas na curva Woodcote, o sul-africano exagera e perde o controlo do seu carro, causando a maior carambola até então: onze carros destruidos, incluindo o dele. A sorte é que somente um piloto, o italiano Andrea de Adamich, é que sofreu ferimentos numa perna, que depois ditaram o final da sua carreira na Formula 1.

Com isto, a fama de "Wild Man" espalhou-se, e muitos pilotos o queriam ver banido do automobilismo. Alguns chefes de equipa aconselharam Teddy Mayer a dispensar o sul-africano, pelo menos até que soubesse dosear a sua agressividade. Aparentemente acedeu, pois só o chamou para as corridas americanas. Portou-se bem, mas continuou a dar nas vistas pelas piores razões. No Canadá, envolveu-se num acidente com Francois Cevért, poucos dias antes de ser anunciado como piloto da Tyrrell em 1974, ao lado do piloto francês.

Na corrida seguinte, em Watkins Glen, Scheckter tinha sido ultrapssado por ele metros antes do seu acidente fatal. Muitos consideram o facto de a visão do sul-africano à sua frente, combinado com o asfato naquela zona do circuito, a distância entre eixos do seu Tyrrell e o facto do piloto francês estar a puxar pelos seus limites, tendo até abordado aquela zona do circuito em quarta velocidade, em vez de uma recomendável quinta velocidade, sido factores mais do que suficientes para o seu acidente fatal.

Uma coisa é certa: após a sua entrada na equipa de Ken Tyrrell, a sua fama de piloto louco deu lugar à rapidez e consistência, tanto que cinco anos mais tarde, já na Ferrari, serviu-se dessa consistência para bater outro "wild man", Gilles Villeneuve, e tornar-se no unico campeão africano até aos dias de hoje.

Feliz Aniversário, Jody!

Apresentações: o McLaren MP4-25

A terceira apresentação do ano aconteceu esta manhã em Woking e foi o da McLaren-Mercedes, que mostrou o seu MP4-25 na sua sede, com a dupla de pilotos Lewis Hamilton e Jenson Button a serem apresentados à imprensa mundial. Apesar de terem colocado bico "à la Red Bull", a grande novidade deste modelo é o "sharkfin" do carro a ficar unido á asa traseira do carro, algo que não é unico, mas que raramente foi visto noutros modelos. De uma certa forma, este é um projecto mais arrojado do que o Ferrari F10, que foi ontem mostrado.

Na conferência de imprensa que se seguiu, o patrão da marca, Martin Whitmarsh, mostrou-se confiante com o carro e com "uma das duplas mais fortes" do pelotão, formada por dois campeões do Mundo: Jenson Button e Lewis Hamilton.

"Na McLaren, nós demonstramos que a força em se aprofundar é a melhor abordagem para seguir na Formula 1", começou por comentar. "Este grupo de engenheiros, designers e estrategistas nos demonstrou o quanto podemos alcançar com uma equipe operacional muito focada nos limites de suas capacidades. Em Jenson, vimos um piloto campeão com fome de mais sucesso. Nós também já havíamos visto estas qualidades em Lewis, também."

"Estou convencido de que temos uma das duplas de pilotos mais fortes da Formaula 1 e de que tanto Jenson quanto Lewis estão empenhados em trabalhar juntos para melhorar as perspectivas da equipe no que promete ser uma temporada muito competitiva", completou Withmarsh, em declarações captadas pelo site brasileiro Tazio.

Já Jenson Button, o homem que leva o dorsal numero 1 no seu carro, mostrou-se feliz por estar prestes a iniciar seu primeiro campeonato como detentor do título mundial. "Estou muito orgulhoso de estar aqui hoje, sabendo que vou carregar o número 1 por toda a temporada. Isso é uma grande responsabilidade, mas também uma grande honra. É algo que estou apreciando", começou por afirmar o campeão do mundo.

"Desde o primeiro dia de testes, vou trabalhar com a equipa para saber mais sobre o carro e desenvolvê-lo para a primeira corrida. Já disse antes: o ritmo do desenvolvimento dos carros até a abertura da temporada pode determinar o resultado do campeonato. Tenho uma grande equipa à minha volta e já me sinto em casa. Simplesmente mal posso esperar para entrar no carro e começar a finalmente pilotá-lo. Realmente espero que seja o mais depressa possivel!", concluiu.

Quanto a Lewis Hamilton, campeão em 2008, espera que a competitividade do seu carro seja o suficiente para lutar por um segundo título mundial. "Vi a quantidade de esforço e atenção que foram dispensados para construir este carro", começou por afirmar o piloto inglês de 25 anos.

"Pressionamos como loucos para encontrar um bom desempenho. O resultado é algo que parece ser muito especial. Jenson e eu somos campeões do mundo e desejamos deixar nosso legado a esta marca vencedora. Acho que uma forte dupla de pilotos será muito importante para este ano. Há um grande número de equipas e pilotos muito competitivos. Se pudermos ser mais fortes, teremos mais hipóteses de vencer corridas. Todos nós sabemos disso."

"Obviamente, desejo ser campeão mundial. Isso é claro. Mas, mais importante do que isso, quero ajudar a McLaren a ganhar o Mundial de Construtores. Acho que temos tudo para ter um grande ano na Formula 1. Deve ser brilhante!", encerrou.

Na próxima segunda-feira, em Valencia, o MP4-25 fará os seus primeiros testes competitivos.

The End: J.D. Salinger (1919-2010)

Era reclusivo há mais de 40 anos, mas essa reclusão só lhe deu aimda mais fama. Escreveu um livro que é um dos melhores do século XX, e provavelmente deverá ter uma quantidade de manuscritos que não sei se algum dia serão publicados. Sempre que se ouvia algo sobre ele, o mundo literário agitava-se. O seu nome era Jerome David (J.D.) Salinger e morreu ontem, aos 91 anos, na sua casa de Cornish, no New Hampshire.

Filho de pai judeu e mãe irlandesa, Salinger nasceu no dia de Ano Novo de 1919 em Nova Iorque. começou a escrever bem na adolescência, enviando várias histórias para revistas como o "New Yorker", que o rejeitou por várias vezes, antes de aceitar a sua primeira história em 1946, de seu nome "Um Bom Dia para o Peixe-Banana". Combateu na II Guerra Mundial, especialmente na frente ocidental, e foi aí que conheceu Ernest Hemingway, tornando-se amigos e correspondendo-se frequentemente. Anos depois, afirmou que esse encontro foi a "unica coisa boa que a guerra me deu".

Quando voltou para a América, em 1946, casado com a enfermeira alemã Sylvia Welther (o casamento acabou sete meses depois) continuou a escrever em revistas, especialmente na New Yorker. A 16 de Julho de 1951, publica "The Catcher in the Rye", traduzido para aqui como "À Espera do Centeio". No livro, conta a história de Holden Caulfield, um jovem de 17 anos que tinha sido expluso da escola e fala sobre aquilo que referimos agora como "dores de crescimento": o sentido da lealdade e a duplicidade da vida adulta. Um sucesso de vendas e de critica desde o inicio, até aos dias de hoje, "Catcher in a Rye" teve mais de 65 milhões de cópias vendidas em todo o mundo.

E ficou também na história por várias razões: o livro fora pesadamente censurado nas escolas públicas americanas nos anos 50, devido à sua linguagem obscena, mas vinte anos depois, era um livro de leitura obrigatória nessas mesma escolas públicas. Em suma, um livro subversivo. Na tarde de 8 de Dezembro de 1980, quando um jovem Mark Chapman matou John Lennon, entre os seus pertences tinha um exemplar de "Catcher in the Rye"...

Depois disto, escreveu em 1953 um livro de contos, "Nine Stories", para em 1961 publicar "Franny and Zooey". Por esta altura, já se casado uma segunda vez, com Claire Douglas, tinha mudado para Cornish, new Hampshire. Com o passar dos anos, tornou-se cada vez mais reclusivo, e após publicar mais um livro, "Carpinteiros, Levantem Alto o Pau de Fileira", em 1963, não mais publicou. Nos mais de quarenta anos que se seguiram, o mito Salinger cresceu expoencialmente, em claro contraste com a sua reclusão.

Mas isso não impediu que tivesse uma vida amorosa agitada: em 1941 namorou com Oona O'Neil, filha de Eugene O'Neil, antes dela o trocar por Charlie Chaplin. Depois do seu primeiro casamento, casou-se com Claire Douglas, que lhe deu dois filhos: Margaret e Matthew. O primeiro escreveu anos depois uma biografia do pai, o outro tornou-se actor. O casamento durou até 1967, altura em que se divorciaram, devido ao estranho comporamento dele, que anos depois, a sua filha explicou como sendo um "traumatismo de guerra". Em 1972, viveu um romance com Joyce Maynard, então com 18 anos, que tinha alcançado fama como escritora precoce. Viveram juntos por um ano. Depois teve um romance com Eleine Joyce, até casa uma terceira vez com Colleen O'Neil, uma enfermeira quarenta anos mais nova do que ele.

Até ao final, combateu a fama. Tentou por todos os meios impedir a publicação de vários livros baseados em si, e tentou também impedir que alguns dos seus livros, principalmente o "Cahtcher in the Rye", fossem transpostas para o cinema, pois achava que os filmes nunca seriam fiéis aos seus livros. Reclusivo e protector por natureza, só fez aumentar o mito, muito antes do seu desaparecimento fisico. Ars lunga, vita brevis.

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

A 5ª Coluna desta semana

A 5ª coluna desta semana trata, essencialmente de dois assuntos: as apresentações da Formula 1, nomeadamente o da Mercedes, e o da USF1, que mostrou o seu primeiro piloto, o argentino José Maria "Pechito" Lopez. Para além disso, comento também o Rali de Montecarlo, que inugurou o Mundial de IRC, vencido por Mikko Hirvonen, no novo Ford Fiesta S2000.

Como de costume, deixo-vos um excerto:

"Esta segunda-feira, a Mercedes 'abriu as hostilidades' ao apresentar em Estugarda a sua nova equipa para 2010, 55 anos depois da sua despedida oficial como equipa. Com Michael Schumacher e Nico Rosberg, a Mercedes apresenta-se como uma 'National Mannschaft' sem que isso cause calafrios noutros lados. Conseguindo o regresso de Michael Schumacher, que aos 41 anos terá que provar que continua competitivo contra um pelotão com alguns elementos com metade da idade, tem ao seu lado o jovem Nico Rosberg, o fino-alemão filho de campeão, e que sairá muito a perder caso não consiga superar Schumacher. Portanto, como já disse algum tempo atrás, eis uma dupla a ser seguida muito atentamente, pois existem ingredientes potencialmente explosivos...

Mas o mais interessante de tudo é ver que na apresentação, o carro exposto com as novas cores da Mercedes foi… o BGP 001 de 2009. Pois é, o novo chassis não foi visto nesta apresentação, com Ross Brawn a preferir esconder o jogo até ao dia 1º de Fevereiro, altura em que o W01 fará as suas primeiras voltas, no circuito Ricardo Tormo, em Valência. E como acontecerá ao mesmo tempo que as outras equipas, não dará tanto nas vistas... a não ser que comecem a ficar constantemente no topo da tabela de tempos
."

Para lerem o resto, basta seguirem o link que coloco aqui.

Apresentações: o Ferrari F10

A segunda apresentação de 2010 foi esta manhã, via Internet. A Ferrari mostrou esta manhã o F10, sucessor do F60, a máquina da Scuderia do Cavalino Rampante que será guiado na temporada que aí vêm por Fernando Alonso e Felipe Massa.

A equipa apresentou-se nessa apresentação na máxima força: para além de Alonso e Massa, também apareceram os pilotos de reserva, Marc Gené, Giancarlo Fisichella e Luca Badoer, também estiveram o director desportivo, Stefano Domenicalli, e o presidente executivo, Luca de Montezemolo. O Ferrari F10 tem numa frente bastante inspirada no Red Bull RB5 de 2009, nitidamente uma das melhores máquinas da temporada passada, e um carro mais comprido entre eixos, no sentido de caber um depósito maior, dado que em 2010, os reabastecimentos voltam a ser proibidos.

O director desportivo da Ferrari, Stefano Domenicalli, referiu a importância deste chassis para a nova temporada: "Este campeonato vai ser muito importante para nós, já que o anterior, por diversas razões não foi positivo. Temos dois 'novos' pilotos, e podem perguntar porquê dois 'novos' pilotos? O Fernando é bicampeão do Mundo e nós estamos convencidos que vai alcançar o terceiro. Já surge entre os grandes campeões da F1 e este é o momento certo para ele, e para nós, de modo a voltar aos sucessos. O Felipe é uma 'nova' versão! Depois do terrível acidente na Hungria, o Felipe tem tudo prara provar que é um campeão e reiniciar o caminho que foi interrompido em Julho. Boa sorte para os dois!"

Quanto a Fernando Alonso, o novo recruta da Scuderia, reconhece o trabalho feito pelos técnicos para aprontarem o carro e mostra-se confiante num bom resultado nesta temporada: "É uma emoção para mim, porque sei que trabalharam duro durante meses para criar este carro. Estamos prontos para esta disputa. Eu e Felipe formaremos uma dupla muito forte e espero que deixemos os fãs da Ferrari muito orgulhosos conquistando o campeonato com este carro.", afirmou.

Felipe Massa, de regresso após o seu acidente no final de Julho, na qualificação do GP da Hungria, afirma estar motivado para 2010: "Estou muito feliz e sinto que quero trabalhar mais do que nunca. Penso que conseguiremos brigar pelo campeonato", disse.

Os primeiros testes em pista deveriam ter acontecido esta tarde em Maranello, mas o mau tempo que se faz sentir nessa região obrigaram a adiar essa estreia, provavelmente no dia 1º de Fevereiro, em Valencia.

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Continental Circus Rock'N Roll Classic: AC/DC



Confesso que este post é mais para "preencher espaço", ou como dizemos por aqui... "encher chouriços". Mas com o livro e o artigo que escrevi esta tarde para a habitual 5ª Coluna, a minha cabeça está num estado de "vazio"... portanto, o melhor que posso fazer é colocar algo que gosto. E como não coloco um video de jeito desde algum tempo, aqui vai.

Os australianos AC/DC são um clássico. É como os Rolling Stones, mas mais novos. O converto que coloco aqui foi gravado em Arnhem, na Holanda, a 13 de Julho de 1979, ainda com o seu vocalista original, Bon Scott. A musica que escolhi é provavelmente a favorita de muita gente: "Highway to Hell". Para Scott deve ter sido uma antecipação para o que aí vinha, pois a partir desta data, só tinha mais sete meses de vida, pois morreu em Londres a 19 de Fevereiro de 1980, aos 33 anos de idade, após uma noite de bebida. Houve controvérsia a rodear as circunstâncias da sua morte, mas na realidade, afogou-se no seu próprio vómito pois para piorar as coisas, sofria de asma crónica.

Scott foi cremado e as suas cinzas foram colocadas no cemitério de Fremantle, o lugar onde cresceu (na realidade, Scott era escocês de nascimento). E hoje em dia, é a campa mais visitada da Austrália. Tão visitada que a National Trust of Australia decidiu classificá-la como lugar de interesse cultural. Quanto à banda, depois de terem considerado terminar, escolherem outro vocalista, Brian Johnson, amigo de Scott e de alguns membros da banda. A escolha teve a calorosa aprovação da mãe de Scott.

Já agora, antes de ir, passem por aqui para ouvir a mesma musica, mas cantada noutro país, por... outros vocalistas. A lição deste video é: o que conta é o espírito!

GP Memória - Brasil 1980

Quinze dias depois de terem corrido em Buenos Aires, máquinas e pilotos rumaram a Interlagos, palco do Grande Prémio do Brasil. O asfalto ondulante que a pista tinha era factor de preocupação para os pilotos, que a achavam demasiado perigosa para os seus estilos de condução, em máquinas que dependiam do efeito-solo para a sua eficácia em corrida. Jody Scheckter, o campeão do Mundo, tinha manifestado essa preocupação para a imprensa. Para piorar as coisas, em muitos sítios não existiam redes de protecção, e em caso de despiste, os pilotos corriam o risco de ver os seus carros catapultarem devido a alguns buracos nela existentes.

Apesar dessas preocupações, a corrida realizou-se como planeado. Sem modificações na lista de inscritos, os treinos decorreram normalmente, com os Renault mostraram o seu melhor, com Jean-Pierre Jabouille na pole-position, tendo a seu lado na segunda posição o Ligier de Didier Pironi. Gilles Villeneuve era o terceiro, e ao seu lado estava o Williams de Carlos Reutmann. Na terceira fila estava o segundo Ligier de Jacques Laffite e o segundo Renault de René Arnoux. O Lotus de Elio de Angelis tinha conseguido o sétimo melhor tempo, seguido pelo Ferrari do campeão Jody Scheckter. Na quinta fila estavam o Brabham de Nelson Piquet e o segundo Williams de Alan Jones.

Dos 28 pilotos inscritos, somente 24 conseguiram um tempo que lhes permitia participar na corrida. E o mesmo filme da Argentina repetiu-se: os Shadow de Dave Kennedy e Stefan Johansson, bem como o ATS de Jan Lammers e o Osella de Eddie Cheever, falharam de novo a qualificação. Quanto aos Fittipaldi que corriam em casa, Emerson Fitipaldi foi 19º, atrás de Keke Rosberg, que partia do 15º posto. E ambos estavam na frente dos Alfa Romeo de Patrick Depailler, que partia da 21ª posição. Alain Prost, um dos “rookies”, era 13º na grelha, muito á frente de John Watson, que era 23º e penúltimo, somente tendo atrás de si o Tyrrell de Derek Daly.

Debaixo de calor, máquinas e pilotos alinharam para o Grande Prémio do Brasil, perante um autódromo cheio. E no momento da partida, Villeneuve faz uma das suas arrancadas pelo qual tinha ganho fama, surpreendendo Jabouille e Pironi e passando para o comando da corrida. O canadiano passou nessa posição no final da primeira volta, ao mesmo tempo que Reutmann e Mario Andretti ficavam pelo caminho, vitimas respectivamente de dirigibilidade e de um pião.

Jabouille tinha também sido surpreendido por Laffite, que no final dessa volta era terceiro, atrás de Pironi e Villeneuve. A partir da volta dois, o francês da Renault começou a reagir, tentando apanhar os Ligier. Consegue fazê-lo no final da segunda volta e depois passou Villeneuve, com o poder do seu motor Turbo. Pouco depois, o canadiano fica para trás e tem de parar para colocar pneus novos. Pouco depois, Pironi tem de parar por causa de problemas com uma das saias laterais. Perde tempo e sai muito atrás na classificação, mas começa a partir daqui uma corrida de recuperação.

Entretanto, Jabouille estava na frente, seguido por Laffite e Arnoux. Na volta 14, o motor Cosworth do seu Ligier não aguenta e desiste. Com isto, a Renault está em posição de dobradinha, bastando agora apenas que os carros resistissem desta vez e traduzissem essa superioridade em pontos. Atrás deles estava o Lotus do jovem Elio de Angelis, que aos 21 anos estava a fazer a sua melhor corrida da sua curta carreira. Jones era agora quarto, e os brasileiros ficaram cedo desiludidos quando viram Nelson Piquet abandonar na volta nove, devido a uma falha na suspensão.

A meio da corrida, Pironi já tinha recuperado muito do terreno perdido nas boxes e já era sétimo, pressionando o Arrows de Riccardo Patrese e o McLaren de Prost. Pouco tempo depois, conseguiu passar ambos os pilotos e chegara á quinta posição. E foi nessa altura que Jabouille, que liderava confortavelmente, tem problemas no Turbo e abandona, entregando o comando ao seu companheiro Arnoux.

Depois disto, não houve grande história, com o francês a levar o seu carro até ao fim, conseguindo assim a sua primeira vitória na Formula 1 e a segunda da Renault (e de um motor Turbo) na sua história. Elio de Angelis foi segundo, dando a Colin Chapman o seu primeiro pódio do ano, e a Alan Jones o terceiro posto, consolidando o seu comando no campeonato. Didier Pironi foi o quarto, Alain Prost o quinto e Riccardo Patrese fechou os pontos com o seu Arrows, na sexta posição. Keke Rosberg foi o melhor dos Fittipaldi, na nona posição, a uma volta do vencedor.

Fontes:

http://en.wikipedia.org/wiki/1980_Brazilian_Grand_Prix
http://www.grandprix.com/gpe/rr330.html

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

As modificações do sistema de pontuação

A FOTA aproveitou estes dias para aprovar um novo sistema de pontuação da Formula 1, mantendo os pontos para os dez primeiros, mas valorizando ainda mais a vitória. Com isto, o vencedor ganhará 25 pontos na mesma, mas o segundo classificado levará 18 pontos para casa em vez dos 20 programados. Contudo, uma das propostas que existiam em cima da mesa, de atribuir pontos ao "poleman" e à volta mais rápida foi discutida, mas não decidida.
Assim, a busca pela vitória ganha importância, é certo, mas voltamos à velha questão: deseja-se que o título seja decidido nas últimas provas do campeonato ou teremos campeões com cinco ou seis provas antes do final? Esse tipo de equilibrio é discutido há muitos anos, e as soluções, pelo que vejo, andam ao sabor dos tempos.

Muitos, por exemplo, gostariam de ver de regresso o sistema de descartes, mas esse, para além das qualidades, têm também defeitos: artificializa o campeonato e causa situações onde o piloto que pode ter mais pontos não seja necessáriamente o campeão. O melhor exemplo que posso dar é o de Alain Prost, que caso não existisse esse sistema, teria sido campeão do Mundo em 1988, em deterimento de Ayrton Senna.

Assim sendo, o equilibrio no sitema de pontos é sempre um problema que ressurge de tempos a tempos, por mais diversas razões. Em 2002, depois de um dominio absoluto de Michael Schumacher, o sistema de pontos foi alterado, pois o alemão tinha conseguido o título mundial em Magny Cours, seis provas antes do final da temporada. Em pleno mês de Julho.

Ao desvalorizar a vitória, queria-se um equilibrio entre o piloto dominador e o resto do pelotão, que levasse a emoção até à última prova do campeonato. Isso foi conseguido em 2003, mas em 2004, Ross Brawn criou um carro imbatível e Schumacher dominou a seu bel-prazer. Mas o resto foi bem conseguido: os títulos de 2007 e 2008 foram conseguidos na última prova do ano, e no último caso, quase no último metro, no último segundo...

A alteração do sistema de pontuação tem bons motivos: os carros são cada vez mais resistentes (o regulamento obriga a tal) e numa grelha alargada a 26 carros, ver somente oito a pontuar seria desencorajador para os outras equipas, especialmente as novatas, que apostam muito dinheiro, com prespectivas diminutas de retorno, caso acabem o ano sem pontuar. Se repararem, desde há uns anos a esta parte, numa grelha com 20 ou 22 carros, ver 15 a chegar à meta tornou-se algo comum, ao contrário do que se sucedia nos anos 80, onde não era raro ver seis a cortar a meta, numa grelha de 26. Os tempos dos Turbos rebentados e dos componentes quebrados devido à sua fragilidade já lá vão... e não voltam.

É certo que muitos defendem o regresso do sistema dos seis primeiros. Mas para mim, isso seria pior, muito pior. Aliás, acho que esse sistema vigorou tempo demais. Uma competição que mantenha o mesmo sistema de pontos em 42 anos da sua existência é exagerado. Deveria ter sido modificado em 1980, por exemplo, para dar hipótese às equipas do fundo do pelotão de pontuarem. Quando o sitema foi modificado em 2003, para dar pontos até ao oitavo classificado, até achei que foi um acto de justiça.

Em jeito de conclusão, podemos dizer que este sistema não é perfeito, mas necessário para os tempos que vivemos. Mas creio que dentro de oito ou dez anos, voltaremos a discutir esta ideia. Veremos.

Oficial: José Maria Lopez é piloto da USF1

Depois de muitos dias de especulação, o anuncio oficial: o argentino José Maria "Pechito" Lopez é o primeiro piloto da nova USF1, a equipa americana de Ken Anderson e Peter Windsor. O anuncio foi feito esta noite em Buenos Aires... pela presidente Cristina Kirchner, após um acordo feito entre Windsor, o secretário do Turismo, Enrique Meier, do presidente do Automóvel Clube Argentino Carlos García Remohí, e do presidente da Top Race, Alejandro Urtubey. E também com alguma contribuição do agora senador Carlos Reutmann.

"Sei que esta é uma responsabilidade muito grande e uma oportunidade única. Por isso, vou aproveitá-la ao máximo", comemorou o piloto de 26 anos. "O momento que realmente me darei conta de que sou um piloto de Formula 1 será quando entrar no carro para a primeira corrida, no Bahrein", revelou, em declarações captadas pelo site brasileiro Tazio.

"Estarei nervoso e muito tenso, mas vou desfrutar tudo isso ao mesmo tempo. Há três anos não me imaginava passando por isso. Por este motivo, vou viver esta experiência de uma maneira diferente dos outros pilotos", completou.

Já Windsor afirmou que "Pechito" Lopez era um objectivo que perseguiam desde há algum tempo: "Seguimos a sua carreira desde 2003, quando dominou o campeonato de Formula Renault V6. Estamos muito contentes por trazermos a Argentina de volta à Formula 1. O facto de ele ter regressado à Argentina e correr na Top Race após ter vivido a frustração de não correr pela Renault após três anos de testes, só demonstra a sua determinação. E o facto ter ganho 38 corridas e três campeonatos, mostra também que é uma boa escolha", afirmou.

"Pechito" Lopez tem 26 anos e nasceu em Rio Tercero, na provincia de Cordoba. Começou a correr no karting, com sete anos de idade, antes de passar para a Formula Renault 1600 em 2001. Foi campeão da Formula Renault italiana em 2002 e passou para a Formula Renault V6, que na altura era a antecessora da World Series by Renault, onde venceu a competição no seu ano de estreia. Em 2004 passou para a Formula 3000 Internacional, onde alcançou dois pódios e o sexto lugar na geral. No ano seguinte, a série muda de nome e passa a chamar GP2, e corre na DAMS, onde vence uma corrida, em Barcelona. Termina a temporada no oitavo lugar, com 36 pontos. Continua a correr mais um ano, desta vez na Super Nova, onde sobe duas vezes ao pódio e faz duas pole-positions, terminando com 30 pontos e o décimo lugar da geral.

Contudo, o seu grande objectivo era a Formula 1, e desde a sua vitória na World Series, passara a estar na Renault Driver Development, sob o olhar de Flávio Briatore. Mas no final de 2006, já não era interessante aos olhos do italiano e foi dispensado. Assim, regressou à Argentina, mais concretamente à TC 2000, onde foi campeão em 2008 e 2009. Para além disso, correu em algumas provas de FIA GT, especialmente em 2008, onde correu num Ferrari da ACA Argentina Team. E agora está na Formula 1. Pelo palmarés, pode não ser um Juan Manuel Fangio, mas deve se portar bastante melhor que o Gaston Mazzacane!

GP Memória - Brasil 1975

Quinze dias depois da corrida argentina, máquinas e pilotos estavam em Interlagos, palco do GP do Brasil, onde lidavam mais uma vez no calor do Verão austral. Não havia grandes novidades em relação à corrida argentina, excepto que a Copersucar apresentou um chassis modificado em relação á primeira corrida, que depois foi batizado de Fittipaldi FD02.

A grande especulação no paddock era que Ronnie Peterson estava considerar a saída da Lotus, devido à pouca competitividade do seu carro. O sueco chegou a testar à frente de toda a gente no Shadow, mas no último instante, fica com Colin Chapman e luta contra um chassis cada vez pouco competitivo.

Nos treinos, Jean-Pierre Jarier surpreendeu mais uma vez, a fazer a sua segunda “pole-position” consecutiva a bordo da sua Shadow. Ao seu lado estava Emerson Fittipaldi, no seu McLaren, enquanto que na segunda fila estava o argentino da Brabham Carlos Reutmann e o Ferrari do austríaco Niki Lauda. José Carlos Pace era o quinto da grelha, tendo o segundo Ferrari de Clay Regazzoni a seu lado. O Hesketh de James Hunt foi sétimo, seguido pelos Tyrrell de Jody Scheckter e de Patrick Depailler, e para fechar o “top ten” estava o segundo McLaren de Jochen Mass.

Na partida, Fittipaldi escorrega demasiado os seus pneus, e Reutmann aproveita para passar à liderança, surpreendendo Jarier. Pace era terceiro, enquanto que Fittipaldi era sexto ao fim da primeira volta. Jarier carregou Reutmann no sentido de apossar da liderança, e no final da quinta volta, conseguiu passar para a frente. Nas voltas seguintes, Jarier escapa, enquanto que Reutmann lutava contra um jogo de pneus que se degradava mais do que o esperado, e estava a ser pressionado pelo seu companheiro Pace. Na volta 14, o brasileiro finalmente passou para o segundo lugar e foi atrás de Jarier.

Reutmann caiu na classificação, ultrapassado por Lauda, Fittipaldi, Regazzoni e Mass, enquanto que na frente, ambos os pilotos, Pace e Jarier, mantinham o mesmo ritmo. Contudo, na volta trinta, o motor Cosworth do seu carro começa a falhar e a diferença diminuiu significativamente. Três voltas mais tarde, Jarier para e Pace passa para a frente.

Atrás dele, Regazzoni herdava a segunda posição, mas estava a ser ameaçado por Fittipaldi, que fazia uma recuperação desde a sua má partida, tendo passado Lauda umas voltas antes. No final da volta 35, o brasileiro passa para o segundo posto, pois o suíço tinha problemas de dirigibilidade. Para o público local, que suportava desde cedo o calor que se fazia sentir, esta era uma excelente novidade e um excelente motivo para comemorar.

Quando a bandeira xadrez caiu, Pace conseguia a sua primeira vitória na Formula 1, com Fittipaldi em segundo, na primeira dobradinha brasileira da história. Jochen Mass foi o terceiro, e nos restantes lugares pontuáveis ficaram os Ferrari de Regazzoni, Lauda e o Hesketh de James Hunt.

Wilson Fittipaldi chegou ao fim na 13ª posição, um lugar atrás do Lola de Graham Hill, que ainda corria aos 47 anos na Formula 1, e o único que correu ainda nos anos 50. Para o britânico, esta iria ser a sua última temporada.

Fontes:

http://en.wikipedia.org/wiki/1975_Brazilian_Grand_Prix
http://www.grandprix.com/gpe/rr252.html

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

A capa do Autosport desta semana

A capa do Autosport desta semana tem dois assuntos interessantes, que na realidade, não importaria que dividissem espaço. Assim, parece que é a ditadura da Formula 1 a ditar leis, ainda por cima num país onde ela não passa em sinal aberto. Mas enfim... não sou o editor.

Passemos aos factos. A capa do Autosport desta semana mostra a apresentação da Mercedes, que aconteceu esta segunda-feira em Estugarda, com Michael Schumacher e Nico Rosberg como pilotos. Mas como sabem, esta apresentação não conta com o novo carro, que só será mostrado a partir do dia 1 de Fevereiro, no circuito Ricardo Tormo, em Valencia. E os títulos da revista chamam a atenção disso: "Mercedes esconde o jogo". Os subtítulos expandem esse "secretismo", falando do facto de Ross Brawn não ter aberto o jogo e lançar dúvidas sobre a nova dupla da marca. "Schumacher e Rosberg, uma dupla coesa?"


Num plano mais secundário (embora não seja merecedor de tal) a revista fala do artigo sobre as prestações de Bruno Magalhães no IRC, onde terminou a prova na sétima posição. ainda por cima, o título refere que a revista esteve a acompanhar o rali de forma pormenorizada... "Nos bastidores do Montecarlo com Bruno Magalhães", é o título.


Para finalizar, uma referência a Valentino Rossi e mais uma sessão de testes, onde aparentemente deixou satisfeitos os responsáveis da marca do Cavalino Rampante: "Rossi impressiona no teste com a Ferrari".

Mais um marco deste blog

Numa altura em que este blog e o seu autor se preparam para abrir mais um capitulo, escrevo o post numero quatro mil. Quase três anos após a sua criação, este é um numero impressionante, para alguém que julgava que isto não iria ter um impacto tão grande como tem agora.

Já estou muito longe do ponto inicial, mas sempre que olho para ele, noto nervosismo de alguém que começa algo, mas que sabe, institivamente, que o vai levar a um lado melhor daquele que estava então. Não digo que pode ter salvo a vida, mas que deu um rumo à situação. Sempre pensei assim, e sempre reparei nisso, que esta aventura me ia levar a algum lado. Agora começo a perceber... mas provavelmente só terei certezas dentro de algumas semanas.


Até lá, celebro este marco. Mais um neste blog que ameaça tornar-se histórico.

Noticias: Bahrein terá novo traçado este ano

Quando máquinas e pilotos correrem no próximo dia 14 de Março no Bahrein, irão guiar num circuito de Shakir muito alterado, que passará a ter cerca de 800 metros que actualmente. O novo traçado foi revelado hoje na Autosport inglesa pelo director do Autódromo árabe, Zayed R. Alazani.

"Esta parte do traçado foi completada em 2006, nos planos de expansão que tinhamos para o nosso circuito. Inauguramos esta nova parte na prova das 24 Horas do Dubai desse ano, e como foi um êxito para os pilotos e fãs, decidimos aproveitar as novas aterações dos regulamentos e o alargamento da grelha de partida este ano para introduzirmos esta nova variante do circuito", referiu.

As alterações começam após a Curva 4, onde os carros entrarão numa sequência de curvas, primeira numa esquerda a alta velocidade, para depois ter uma sequência esquerda-direita mais lenta. Após isso, haverá mais duas curvas e um "hairpin" de média velocidade antes de regressar ao traçado antigo. Com isto, o circuito de Shakir será o segundo mais longo do calendário, apenas superado pelo traçado de Spa-Francochamps.

A primeira apresentação do ano: Mercedes

Começaram as apresentações de 2010. Esta manhã, em Estugarda, no museu da Mercedes, a nova Mercedes GP deu o pontapé de saída ao apresentar o seu carro, com Michael Schumacher, Nico Rosberg, Ross Brawn e Dieter Zetsche sob os holofotes dos fotógrafos e dos operadores de imagem. O carro, batizado com a estranha sigla de MGP W01, é um carro essencialmente cinzento, com alguns detalhes de preto. Uma verdadeira "Flecha de Prata", 55 anos depois da sua última presença na Formula 1.

Mas hoje não foi o novo chassis a ser apresentado, mas sim o BGP001 de 2009, que deu ambos os títulos a Ross Brawn. O novo chassis só vai ser visto nos testes da equipa, que começará a partir de 1 de Fevereiro, no circuito espanhol de Valencia, mas provavelmente não será muito diferente daquele que foi visto esta manhã.

Para Michael Schumacher, este regresso à competição após três anos de ausência é como se fosse um novo começo, mas também o regresso a uma casa que lhe deu as suas primeiras oportunidades no automobilismo: "Pilotar pela Mercedes-Benz novamente é como fechar um circulo para mim, pois comecei minha carreira de piloto com a marca das três pontas no meu capacete. Este é outro motivo pelo qual não consigo esperar pelo início do campeonato", afirmou.

Nessa cerimónia, Ross Brawn era um homem muito satisfeito: "Quero destacar o brilhante futuro que se afigura para esta equipa, quando há um ano não tinha...futuro. Esta é uma parceria fantástica, e estou muito feliz por este envolvimento. É muito bom voltar a trabalhar com o Michael, pois é algo que não esperava voltar a acontecer. O Nico tem um grande futuro à sua frente, e vai ser muito bom para ele trabalhar lado a lado com um hepta-campeão do Mundo. Por fim, quero destacar o facto de fazer parte do renascimento na competição de um marca tão icónica como a Mercedes. Passaram 55 anos desde que teve a sua própria equipa na Formula 1. Tenho sido privilegiado na minha carreira, estive sempre envolvido em coisas boas, mas esta é especial...", afirmou, em declarações captadas pelo Autosport português.


Nessa mesma cerimónia, o presidente da Mercedes não cansou de afirmar que esta é uma equipa alemã, que este ano recupera a tradição das "Flechas de Prata", e o regresso de Michael Schumacher faz parte dessa recuperação da identidade alemã, mas que a presença de nico rosberg significa aquilo que querem para o futuro da marca nas competições.

domingo, 24 de janeiro de 2010

Pilotos pagantes e os orçamentos automobilisticos

A temporada de 2010 vai ser a primeira em muitos anos onde os pilotos pagantes irão aparecer em força. Podemos falar na crise económica, mas aqui pode-se dizer que o alargamento do pelotão não foi acompanhado do respectivo reforço nos orçamentos. Logo, as equipas, para completar os orçamentos, terão de ir buscar pilotos cujo talento por vezes é inversamente proporcional à carteira.
Amanhã, em principio, José Maria Lopez será anunciado como piloto da novata USF1, o primeiro argentino desde 2001 a participar na categoria máxima do automobilismo. Segundo se diz na Argentina, "Pechito" Lopez trará para a equipa de Ken Anderson e Peter Windsor cerca de oito milhões de dólares, metade dos quais serão do governo argentino, cortesia de um proeminente senador e antigo governador. Um tal de Carlos Reutmann... "Pechito" será provavelmente um piloto melhor do que Gaston Mazzacane, que passou pela categoria máxima do automobilismo com um palmarés digno de destaque no site "F1 Rejects". Mas ele tem um contra que precisa de resolver rapidamente: não corre num monolugar desde 2006, e o facto de ter ganho o campeonato local de Turismos pode dizer muito no seu país, mas esse é pouco visivel fora das suas fronteiras. Algo que tem de resolver rapidamente.

Outra personagem a caminho de um lugar na Formula 1 pode ser Vitaly Petrov. Mais um piloto vindo de um pais que não tem tradições automobilisticas, especialmente nos monolugares, mas têm uma enorme mala cheia de dinheiro. Fala-se de 15 milhões de dólares, fala-se de um pouco menos, mas aparentemente tem dinheiro suficiente para que a Renault, agora vendida a mais de 75 por cento a um capital luxemburguês, querer os seus serviços. Não é um cepo, pois foi vice-campeão da GP2 em 2008, mas ainda existem dúvidas quanto à sua capacidade. E há outro factor: se Petrov se confirmar, terá como companheiro de equipa... um polaco. E históricamente, os polacos querem muito ver russos para trás das costas. Claro, Robert Kubica tem talendo demonstrado, mas será que os rublos falarão mais alto?

A Campos deve ser o caso mais grave. Precisa urgentemente de dinheiro, pois parece que Bruno Senna não trouxe mais do que os seus patrocinios pessoais. E se Adrian Campos contava com o nome dele para conseguir mais dinheiro para pagar à Dallara para completar o orçamento... enganou-se. Queria Pastor Maldonado para o lugar, graças aos petrodólares da estatal venezuelana. Mas aparentemente, Maldonado, conhecido por ter um estilo de condução louco na GP2, está mais à espera de um bom volante do que um volante qualquer. Ou então, está à espera dos bons humores do Hugo Chavez para ver se sucede a Johnny Cecotto na lista de venezuelanos na Formula 1. Mas aqui, qualquer que seja o resultado, Campos precisa de dinheiro... para ontem.

Se forem ver bem, esta gente toda vai tentar competir em 2010 com um orçamentos baixos. Dinheiro suficiente para construir três ou quatro chassis, rezar para que os pilotos não os destruam, pagar as contas aos fornecedores, entre outros. A Virgin diz que vai gastar 45 milhões, a Lotus cerca de 55 milhões. Ambos estão em claro contraste com os 300 milhões que a Ferrari já anunciou gastar e os duzentos e poucos que a Mercedes planeia pagar durante a temporada de 2010. É certo que com 90 ou cem milhões, qualquer equipa pode fazer uma temporada bem razoável, mas a ideia de ver esta gente sem desenvolver os seus chassis durante o ano, e ver, por exemplo, diferenças de três ou quatro segundos entre a frente e o final do pelotão, vai ser dura. E em menos de quinze ou vinte voltas, os lideres começarão a lidar com as "chicanes móveis"...

Com este panorama, não auguro grande futuro às novas equipas e aos pilotos pagantes. Existirão excepções, é claro, mas começo a ver os exemplos do passado são um belo espelho do que poderemos esperar nos próximos meses, senão semanas: equipas a contarem os tostões para chegarem ao final da época, pilotos com uma carteira recheada, mas que raramente ultrapassam a última fila da grelha de partida, a substituirem outros pilotos que acabaram o dinheiro que tinham levado para poderem cumprir o sonho de andar na elite do automobilismo... sim, quando ver esta gente toda, vou recordar-me dos finais da década de 80, inicio dos anos 90.

E ainda nem sabemos se a Campos vai ou não alinhar no Bahrein...