No sábado, quando
Daniel Ricciardo falava com
David Coulthard após a sua pole-position, o australiano da Red Bull afirmou que "
cinquenta por cento do trabalho está feito, vamos resolver esta m**** amanhã". Na corrida numero 250 da história dos energéticos, o grande desafio do piloto de 28 anos era de resolver um problema que tinha acontecido em 2016, quando uma má paragem nas boxes impediu o piloto australiano de vencer nas ruas do Principado. Essa vitória caiu nas mãos de
Lewis Hamilton, e essa foi a sua primeira chance do ano. Acabaria por vencer em Sepang... às custas do piloto inglês, cujo motor explodiu e de uma certa forma, deu o título a
Nico Rosberg.
Este ano, Ricciardo pode não estar a ter um excelente ano - ganhou em Xangai, é verdade, mas tem duas desistências - mas ganhar no Mónaco, mais do que dar prestigio num numero redondo para a equipa de Milton Keynes, seria resolver o tal problema de 2016, ainda por cima numa pista onde os Red Bull foram sempre os melhores.
O dia amanheceu nublado e tinha chovido pouco tempo antes. Contudo, a pista estava suficientemente seca para que os pilotos não trocassem os seus pneus antes da prova. Com excepção de Serguei Sirotkin, que andou a mexer nos pneus até ao limite... e passando ele.
A partida foi calma, com Ricciardo a conseguir aguentar o ataque de Vettel e Hamilton, enquanto atrás, Brendon Hartley tocou na asa dianteira e Max Verstappen já tinha passado dois carros. A ordem das coisas na volta um era: Ricciardo, Vettel, Hamilton, Raikkonen e Bottas. Ocon era sexto, seguido por Alonso, que na volta quatro, tinha já perdido três segundos para o francês da Force India.
E a partir daqui, todos andavam uns atrás dos outros, mas não conseguiam passar. Tirando Verstappen, que recuperava posições, e a penalização de Serguei Sirotkin, que trocou de pneus fora do tempo permitido - e por causa disso, foi penalizado em dez segundos - todos esperavam pela degradação dos pneus hipermacios para ver mudanças na frente. Mas na volta 10, quem ia para as boxes com um furo era Lance Stroll, que tinha sofrido um toque.
Hamilton foi o primeiro a parar na volta 12, colocando ultamacios e caindo para o sexto posto. Vettel parou quatro voltas depois, para sair em terceiro, na frente dos Mercedes. Ricciardo entrou na volta seguinte, reagindo à Ferrari, pois Raikkonen e Bottas também tinha entrado na mesma volta. Tudo correu bem e ele manteve a liderança. A diferença entre toda esta gente era que o finlandês da Mercedes tinha supermacios, o resto calçava ultramacios. Alonso também parou na volta 19, e caia para 11º, na frente de Vandoorne... e Verstappen.
Quando os Force India pararam nas boxes, Vettel começava a aproximar-se de Ricciardo, chegando a 2,2 segundos na volta 23, enquanto atrás, Hamilton era assediado por Raikkonen. As coisas estavam tudo normais, até que na volta 29, Ricciardo começou a queixar-se de problemas na potência. Não o suficiente para parar - 30 km/hora mais lento - mas para ameaçar a sua liderança, porque Vettel, agora, estava em cima dele. Contudo, Ricciardo aguentava-se e Vettel, com problemas nos pneus, afastava-se um pouco.
Com o passar das voltas, Hamilton também se aproximava dos dois primeiros, mas tinha outro problema: parecia que os seus pneus se degradavam anormalmente. Logo, os três ficavam próximos um do outro, mas não iam para mais. Na volta 48, Verstappen parou para trocar de pneus, quando era nono classificado. E mais interessante: nesta altura, não tinha havido qualquer desistência, os vinte carros estavam em pista!
Ora... o sonho acabou na volta 53, quando a caixa de velocidades de Fernando Alonso quebrou. Contudo, não causou mais do que o abanar sas bandeiras amarelas e pouco mais. Atrás, a ação acontecia entre Esteban Ocon e Pierre Gasly, que lutavam pela sexta posição, com Hulkenberg a aproximar-se, enquanto Max Verstappen passava Carlos Sainz Jr para ser nono.
Na parte final da corrida, Vettel passou ao ataque para a liderança, com Ricciardo a tentar aguentar as investidas do alemão da Scuderia. Mas foi na volta 72 que aconteceu o incidente da corrida, quando os travões de Charles Leclerc cederam e acabou na traseira de Brendon Hartley. Resultado final: Safety Car... virtual (VSC).
O VSC durou duas voltas e quando voltou, entre eles tinha... Stoffel Vandoorne, que iria atrasar um pouco Vettel. E ele atrasou-se um pouco mais porque os seus pneus não aqueceram tempo suficiente. Isso foi mais do que suficiente para o australiano ir para a frente e tranquilizar-se rumo à vitória, o que conseguiu. Conseguiu a sua metade, dois anos depois do seu erro não propositado.
Vettel e Hamilton iam para o pódio com o australiano, e entre os pontuáveis, Pierre Gasly foi o sétimo, voltando a pontuar, embora atrás de Esteban Ocon, sexto no seu Force India. No final, foi uma vitória mais do que popular, foi popularissima, pois não só se corrigiu uma injustiça, como todos ficaram felizes com o feito. E agora, três pilotos têm duas vitórias cada um. Este campeonato promete ser equilibrado.