sábado, 27 de abril de 2019

Formula E: Felix da Costa escapa das armadilhas em Paris

António Félix da Costa não teve um fim de semana ótimo, mas no meio do mau resultado da qualificação, teve sorte, beneficiando das desclassificações dos Mahindra e depois, escapando das armadilhas ao longo de uma corrida atribulada, com a chuva a marcar presença. Graças aos azares dos outros, e estando no lugar certo e à hora certa, acabou a corrida no sétimo posto da geral, conseguindo seis importantes pontos para a classificação. 

Apesar do bom resultado, Felix da Costa perdeu um lugar na geral, descendo para o terceiro posto, pois foi superado pelo vencedor, Robin Frijns, no seu Virgin, e o segundo classificado, o alemão André Lotterer, no seu DS Techeetah.

"Hoje sinto que esprememos totalmente o potencial do carro face ao lugar de partida. Novamente a pista estava muito suja na nossa sessão de qualificação e tive de partir de 14º, apesar disso e mesmo com a chuva a aparecer na corrida conseguimos chegar ao final fora de acidentes, recolhendo alguns pontos importantes para o campeonato." começou por afirmar, em jeito de balanço. 

"Agora vem a corrida do Mónaco, onde quero acreditar que esta desvantagem não será tão evidente e terei hipótese de largar mais à frente na grelha, pois ai sinto que tenho carro e condições para lutar por um pódio. De qualquer forma tudo em aberto, cinco corridas pela frente e quero sem dúvida lutar pelo campeonato até ao final!", concluiu o piloto de Cascais.

Com este resultado, Frijns sai de Paris com 81 pontos e líder do campeonato, um ponto na frente de Lotterer, enquanto o piloto português reparte o terceiro posto da tabela com o brasileiro Lucas di Grassi, ambos com 70 pontos.

A próxima prova da Fórmula E tem lugar daqui a duas semanas no carismático circuito citadino do Mónaco, num regresso da competição ao principado.

Formula 1 2019 - Ronda 4, Azerbeijão (Qualificação)

A primeira corrida da Formula 1 no continente europeu é mais no meio da Ásia do que na Europa própriamente dita. Dependendo de onde é que estão desenhadas as fronteiras, o Azerbeijão está do lado errado do Caucaso, de uma certa forma, e nem toda a margem ocidental do Mar Cáspio está nesse limite europeu. Mas como em muitos aspectos políticos, Baku é uma cidade europeia e o Azerbeijão também, vamos colocar esta corrida como sendo a primeira no continente.

Contudo, o fim de semana acabou por ser muito mais agitada que o habitual. O resultado pode ter sido o mesmo das outras qualificações, mas o circuito urbano de Baku é bem mais interessante que noutras provas, e os acidentes que aconteceram nessa qualificação fizeram arrastar a qualificação por mais tempo que o previsto. No final, foram quase duas horas de qualificação, graças às paragens devido aos acidentes que aconteceram na curva do Castelo. 

Nas não tinha sido algo virgem: ontem, quando George Russell aspirou a tampa do esgoto no primeiro treino livre, levando à destruição do seu Williams e ao seu encerramento prematuro, parecia ser uma espécie de previsão de como as coisas iriam acontecer.

Quando começou a qualificação, os pilotos lá deram o seu melhor para ver se passavam à Q2, mas houve surpresas, especialmente Pierre Gasly, que conseguiu o melhor tempo - graças à boleia de Lance Stroll, que o francês apanhou no cone de ar - enquanto Lewis Hamilton não teve uma boa volta e acabava a primeira fase num surpreendente quinto posto. Depois melhorou... mas não muito, sendo terceiro, atrás de Gasly e Charles Leclerc. Valtteri Bottas tinha ficado pior, sendo sexto.

Mesmo no final da Q1, quando todos davam o seu melhor para se safar da degola, "aquela" curva do castelo deu nas vistas, quando Robert Kubica bateu forte, depois de um erro. Apesar de ter afundado na proteção, o carro é recuperável, mas para o tirar, os comissários tiveram de mostrar a bandeira vermelha. A primeira. E para fazer isso tudo, demoraram quase meia hora.

Atingi a parte de dentro com a roda dianteira esquerda, o que me empurrou para os rails de proteção”, começou por contar Kubica à BBC, no seu regresso às boxes. “É o pior lugar onde você pode fazer esse tipo de avaliação e, infelizmente, paguei um preço bem alto. É assim”, continuou.

Com ele, ficaram George Russell, o Renault de Nico Hulkenberg, o Haas de Romain Grosjean e o Racing Point de Lance Stroll.

Pelas 14:50, horário daqui, a qualificação recomeçou com a Q2, e as duas principais equipas tinham tipos diferentes de pneus calçados: a Mercedes com macios, a Ferrari com médios. A Red Bull usou macios e Max Verstappen liderava a tabela de tempos, provisóriamente. 

E pouco depois... Leclerc bateu. No mesmo ponto onde Kubica tinha batido. Bandeiras vermelhas e uma qualificação estragada para o monegasco. "Eu sou estúpido", lamentou o piloto.

Quando a sessão voltou à ação, depois de mais alguns minutos de interrupção, a temperatura tinha caído um pouco, e os pneus não reagiam tão bem ao asfalto mais frio. Claro, isso não impediu os Mercedes, o Ferrari de Vettel, o Red Bull de Max Verstappen, os Alfa Romeo - António Giovinazzi foi pela primeira vez na sua carreira a um Q3! - e o Racing Point de Sergio Perez, com um digno quarto posto.

Do outro lado, Carlos Sainz Jr, Alexander Albon, Daniel Ricciardo e Kevin Magnussen faziam companhia a Pierre Gasly entre os que iriam ver a Q3 pela televisão. O francês tee problemas e nem saiu das boxes. E cuirosamente, Charles Leclerc tinha feito um tempo que o permitiria passar para a fase final. Logo, o décimo posto era certo para ele.

E chegados à fase final... pelo menos, não houve mais batidas. Mas primeiro, Max Verstappen deu nas vistas ao conseguir o melhor tempo, na frente até de Sebastian Vettel. Isto tudo enquanto os Mercedes não saiam para a pista e arrasavam a concorrência, para monopolizar a primeira linha de grelha de partida. Primeiro Hamilton, com 1.40,703, e depois Bottas, a fazer melhor: 1.40,495. Hamilton tentou fazer melhor, mas foi 59 centésimos mais lento. E pela segunda vez no ano, o finlandês partia da pole-position. Em apenas quatro corridas.

Vettel foi o terceiro, na frente de Max Verstappen, enquanto Lando Norris voltava a dar nas vistas. Não só nova passagem à Q3, mas também um sétimo tempo, digno, embora inferior a Sergio Perez e Daniil Kvyat, que ficaram com a terceira fila da grelha.

E agora, muitos estão curiosos por saber como será a corrida deste domingo, e até que ponto as coisas serão tranquilas e chatas, ou haverá muitas entradas do Safety Car. Só vendo, não é?

Formula E: Frijns foi o vencedor em Paris

O holandês Robin Frijns foi o vencedor no ePrix de Paris, numa corrida debaixo de chuva, e bem atribulada devido aos inúmeros despistes. O piloto da Virgin não só se estreava no panteão dos vencedores, como também foi o oitavo vencedor diferente em oito corridas desta temporada. Ele ficou na frente de André Lotterer, da Techeetah, e de Daniel Abt, da Audi. António Félix da Costa terminou a prova na sétima posição, escapando às armadilhas e conseguindo mais alguns pontos no campeonato, mantendo-se na luta pelo título. 

Com Oliver Rowland como poleman - e um monopólio da Nissan - e boa parte dos da frente do meio do pelotão, as coisas estavam mesmo equilibradas, e nos Invalides, tudo seria feito para equilibrar ainda mais, rumo a um eventual oitavo vencedor em oito corridas. Mas isso aconteceu depois dos comissários terem eliminado os tempos da Mahindra, que tinham ficado com os melhores tempos, com Pascal Wehrlein a ser o poleman, e Jerome D'Ambrosio a ser quinto. Assim sendo, os carros indianos largavam da última fila da grelha, beneficiando todos, incluindo António Félix da Costa, que iria largar da 14ª posição.

Num tempo primaveril - e ventoso - os pilotos largaram atrás do Safety Car para correrem na volta seguinte. As posições foram mantidas até que na quarta volta, Rowland bateu no muro, causando bandeiras amarelas na zona. Buemi ficou com a liderança, pressionado por Robin Frijns e Felipe Massa. Max Gunther era quarto, mas Andre Lotterer queria o seu lugar.

Foram Frijns e Massa os primeiros da frente a usar o Attack Mode, e quando o suíço começou a ser atacado pelo holandês, passou pelo Attack Mode na volta seguinte. Isso não impediu o piloto da Virgin a atacar a liderança, enquanto Lotter finalmente era quarto, depois de passar Gunther, quando este foi ativar o Attack Mode. Mais tarde, o alemão da Techeetah passou Massa para ser terceiro. 

Mas depois, Buemi sofreu um furo e teve de passar pelas boxes, dando de bandeja a liderança a Frinjs. E enquanto tudo isso acontecia, o céu fechava-se e começava a chover. E isso foi o suficiente para Frijns e Lotterer a abrir diferença para o resto do pelotão. Abt era o terceiro, e com os minutos a passar, a chua caía com intensidade. E pelos quinze minutos, a direção da corrida decidiu colocar o Full Course Yellow, reduzindo o andamento dos carros em 60 por cento.

A corrida volta ao normal depois da chuva ter abrandado, mas pouco depois, uma carambola colocava quatro pilotos fora de ritmo, com Sam Bird a falhar a travagem, depois Alexander Sims a fazer um pião depois de um toque com Alex Lynn e Oliver Rowland. Resultado final: novo Full Course Yellow e mais dois abandonos: Sims e Stoffel Vandoorne.

Na frente, Frinjs aguentava Lotterer, com Mortara a cair para fora dos pontos depois de falhar a travagem. Nesta altura, ambos tinham ativado o Attack Mode pela segunda vez, e o holandês voava, enquanto atrás, mais saídas de pista: Mortara batia forte em Alex Lynn e ambos acabavam ali a corrida. Atrás, Massa batia em Turvey e ambos ficavam fora dos pontos. E o Full Course Yellow aparecia pela terceira vez, agora a menos de dez minutos do fim.

Contudo, logo a seguir, entrava em cena o Safety Car, e juntava o pelotão, numa altura em que o sol rompia as nuvens. Este saiu a dois minutos do fim, dando mais uma volta ao pelotão. Frijns manteve a liderança, enquanto atrás, Jerome D'Ambrosio passou Félix da Costa... para travar tarde demais e bater no muro. E com isso, Full Course Yellow pela quarta vez, mas não iria ser assim que acabava a corrida, pois a bandeira verde foi mostrada para os metros finais, sem alterações na classificação.

No campeonato, Frinjs é o novo líder, com 81 pontos, um a mais que André Lotterer, enquanto Félix da Costa é terceiro, com 70, empatado com Lucas di Grassi. 

A Formula E volta à ação dentro de duas semanas, a 11 de maio, nas ruas do Mónaco.   

Formula E: Wehrlein na pole em Paris, Felix da Costa 16º

O alemão Pascal Wehrlein conseguiu este sábado a sua segunda pole-position na sua carreira ao ser o melhor no ePrix de Paris, a oitava prova do campeonato. O piloto da Mahindra foi melhor que Oliver Rowland e Sebastien Buemi, enquanto António Félix da Costa não fez melhor que o 16º tempo, mais uma vez prejudicado pelas condições da pista francesa, e de ter largado do primeiro grupo.

Com céu encoberto na manhã deste sábado na Cidade Luz, e na pista desenhada à volta dos Les Invalides, o que se queria saber, nesta competição totalmente baralhada e indefinida, quem teria mais sorte que os outros. E logo no Grupo 1 é que se viu que eles seriam os mais azarados, pois não só iriam abrir a pista, como esta estava suja e iria prejudica-los. E as cobaias... perdão, os pilotos, seriam Jérôme D'Ambrosio, António Félix da Costa, André Lotterer, Mitch Evans e Lucas Di Grassi.

O neozelandês da Jaguar, vencedor em Roma, foi o primeiro a sair, mas com um tempo na casa dos 60 segundos, acabou por ser o pior de todos, com Jerome D'Ambrosio a ser o melhor, com 1.00,609, 39 centésimos melhor que Lotterer e 69 centésimos melhor que Di Grassi. 

No Grupo 2, que tinha Sam Bird, Robin Frijns, Jean-Éric Vergne, Edoardo Mortara e Daniel Abt, os piltoos tiveram tempos relativamente medianos, até que Frijns, piloto da Virgin, cravou 1.00,583 e assumiu a liderança geral, ficando numa boa posição para a SuperPole. 

A seguir, o terceiro grupo, com Sébastien Buemi, Oliver Rowland, Stoffel Vandoorne, Alexander Sims, Pascal Wehrlein e Felipe Massa, foi o que começou a marcar tempos decentes. Primeiro, Rowland fe 1.00,450 e foi para a frente, seguido por Wehrlein, que fez o segundo melhor tempo, e Buemi, o terceiro. Sims não conseguiu entrar na SuperPole, ao contrário de Massa que conseguiu o sexto melhor tempo. Stoffel Vandoorne cometeu um erro no seu HWA e fez o pior tempo até então.

O quarto e último grupo, com Alex Lynn, Oliver Turvey, Max Günther, Gary Paffett, Tom Dillmann e José María López, o melhor foi Gunther, que fez o sétimo melhor tempo, pois todo o resto ficou fora do "top ten". No final, os que passaram para a fase final da qualificação foram os Nissan de Oliver Rowland e Sebastien Buemi, os Mahindra de Pascal Wehrlein e Jerome D'Ambrosio, o Techeetah de André Lotterer e o Venturi e Felipe Massa.

Na fase final da qualificação, Massa teve uma estratégia conservadora, para conseguir um tempo seguro, e ainda beneficiou dos erros de D'Ambrosio, que fez o pior tempo. A seguir, foi Frijns, que fez 1.00,793, para depois ser batido pelos Nissan, antes de Wehrlein fazer uma volta voadora e cravar a sua segunda pole da temporada, com 1.00,383. Nada mau, para quem está a fazer a sua temporada de estreia e só começou a competir na corrida numero dois...

O ePrix da Paris, oitava prova do ano, acontece pelas 16 horas locais, menos uma hora em Lisboa.

WRC 2019 - Rali da Argentina (Dia 1)

Thierry Neuville é o líder do Rali da Argentina, concluídas que estão as primeiras oito especiais da prova. O piloto da Hyundai tem uma vantagem de 11,9 segundos sobre Sebastien Ogier e 13,4 segundos sobre Ott Tanak, no seu Toyota.

Debaixo de chuva intensa - por causa dele, a terceira especial foi cancelada -  o rali argentino começou como sempre, na Villa Carlos Paz, onde Ott Tanak foi o primeiro líder, batendo Sebastien Ogier por 1,6 segundos e Kris Meeke em 1,7. Logo a seguir, na primeira passagem por Las Bajadas/Villa del Dique, Meeke foi o mais veloz, batendo Tanak por um segundo, mas o estónio segurava a liderança dos ataques do seu companheiro de equipa.

Retomando o rali na quarta especial, a primeira passagem por Santa Rosa/San Agustin, Thierry Neuville conseguiu ser o melhor, batendo Meeke por 2,5 segundos, enquanto Tanak perdia 10,2 segundos e a liderança, caindo para o segundo posto. O final da manhã argentina colocou os pilotos a darem duas voltas na super-especial do Parque Temático, com Andreas Mikkelsen a ser melhor em 1,8 segundos a Sebastien Ogier e Thierry Neuville, que fizeram o mesmo tempo. 

Meeke, que tinha sido décimo, a 7,3 segundos, mantinha a liderança, agora com 5,4 segundos de avanço sobre Neuville.

Na parte da tarde, na segunda passagem por  Las Bajadas/Villa del Dique, Tanak conseguiu ser mais veloz, ganhando um segundo a Dani Sordo, 4,8 a Thierry Neuville e 5,9 a Kris Meeke. Mas era o britânico a controlar a prova, estando na liderança, mas com o seu companheiro de equipa a respirar atrás do seu pescoço. Tanak passou-o na sétima especial, Amboy/Yacanto, vencendo e tirando 7,8 segundos a Thierry Neuville. Meeke foi 16,6 segundos mais lento, com problemas de tração.

Mads Ostberg sofreu um furo e perdeu dois minutos e nove segundos.

Mas na última especial do dia, a segunda passagem por Santa Rosa/San Agustin, Tanak perdeu quase 25 segundos devido a um pião, ao mesmo tempo que Esapekka Lappi sofreu um acidente e Jari-Matti Latvala terminou debaixo de bandeira vermelha.

No final, depois dos três primeiros, Kris Meeke é o quarto, a 28,1 segundos, com Andreas Mikkelsen a seguir, a 29,1. Elfyn Eans é o sexto, a 38,1 segundos e o melhor dos Ford, superando Dani Sordo, que agora está a 41,1. Oitao é Jari-Matti Latvala, a um minuto e 13 segundos, e a fechar o "top ten" estão o Ford de Teemu Suninen e o Citroen de Mads Ostberg, o melhor dos R5.

O rali da Argentina prossegue este sábado, com a realização de mais sete especiais. 

sexta-feira, 26 de abril de 2019

A imagem do dia

Hubert Hahne de prego a fundo no March 701, durante o fim de semana do GP da Alemanha, no principio de agosto de 1970. Transferido para Hockenheim às pressas, depois de uma ameaça real dos pilotos de boicotar Nurburgring, caso esta não fosse modificada para ser mais segura, o GP da Alemanha iria tentar ter um piloto local na grelha. Mas não aconteceu: Hubert Hahne, piloto da BMW na sua equipa de Formula 2, tentara a sua sorte, inscrevendo individualmente um March de Formula 1, com o dinheiro do grupo de jornais Axel Springer, que era dona de, por exemplo, o Bild, na altura, o jornal mais lido da Europa. Mas não conseguiu mais do que o último tempo, não se qualificando.

Irado, processou a fábrica, afirmando que esta lhe tinha dado um chassis com defeito. A March, que tinha Max Mosley como um dos seus fundadores - era o M - retorquiu que o carro não tinha nada de defeituoso, e chamou o sueco Ronnie Peterson para que desse algumas voltas nele em Silverstone, para ver o que se passava. Quando ele conseçou a fazer tempos tão bons quantos os carros de fábrica, guiados por gente como Chris Amon e Jo Siffert, Hahne desistiu da queixa. Poucas semanas depois, abandonou o automobilismo, afirmando que este chegou a um limite intolerável. Como muitos pilotos do seu tempo, tinha visto muitos pilotos morrerem, alguns deles seus amigos, como Gerhard Mitter e Jochen Rindt.

Hahne foi um dos pilotos mais interessantes da Alemanha dos anos 60. Essencialmente, andou nos Turismos e na Formula 2, especialmente ao serviço da BMW, ajudando a desenvolver os 2002 de primeira geração. Talvez seja por isso que nunca se interessou verdadeiramente pela Formula 1, como piloto: ser piloto de fábrica tinha as suas vantagens, especialmente quando em 1969 se tornou vice-campeão europeu, ao serviço da marca bávara. Foi ao serviço deles que, por exemplo, venceu as 24 Horas de Spa-Francochamps de 1966 ao lado de Jacky Ickx, e triunfou no Europeu de Turismos. Mas foi com um Alfa Romeo GTA que, por exemplo, foi o primeiro a fazer o Nordschleife em menos de dez minutos, ao volante de um carro de Turismos.

No período pós-Wolfgang Von Trips no automobilismo alemão, e depois da Porsche ter desistido da Formula 1 para apostar na Endurance, Hahne era um dos alemães que era seguido. Não havia muito mais, pelo menos até ao aparecimento de outros como Rolf Stommelen ou Jochen Mass, essa numa geração seguinte. Apesar de, tirando esta aventura na fase final da sua carreira, nunca se ter envolvido na Formula 1, foi as suas corridas nos Turismos que o tornaram famoso na sua Alemamha natal. E foi também por aí que os seus parentes também se aventuraram no automobilismo: Armin Hahne, seu irmão mais novo, venceu as 24 Horas de Spa-Francochamps em 1982 e 83, e o Bathurst 1000, em 1985, todos a bordo de Jaguares, sendo um dos raros estrangeiros a vencer a mítica prova australiana. E o seu sobrinho Jorg van Ommen, piloto da DTM nos anos 80 e 90 em carros da Mercedes.

Hubert Hahne morreu esta quarta-feira aos 84 anos, na sua Essen natal. Ars longa, vita brevis

Youtube Testimg: As primeiras voltas do Volkswagen ID. R no Nordschleife

A Volkswagen começou esta semana a andar no Nurburgring Nordschleife com o seu ID. R elétrico, com Romain Dumas ao volante, preparando-se para o recorde que vai tentar no verão, para ser o carro elétrico mais veloz na pista alemã.

Eis o video das primeiras voltas.

The End: Hubert Hahne (1935-2019)

O alemão Hubert Hahne, um dos pilotos alemães mais importantes dos anos 60, morreu na quarta-feira aos 84 anos. Era o irmão mais velho de Armin Hahne, famoso por correr em Turismos duas décadas mais tarde, e tio de Jorg van Ommen, piloto que andou no inicio dos anos 90 no DTM alemão, ao volante de um Mercedes.

Apesar da sua carreira ter sido mais focada nos turismos, também teve participações nos monolugares, especialmente na Formula 2, onde foi ice-campeão em 1969, bem como quatro participações na Formula 1 entre 1966 e 1970, três deles quando os carros de Formula 2 podiam participar, embora sem pontuar para o campeonato. Para além disso, foi campeão europeu de Turismos em 1966, ao volante de um BMW, equipa onde correu em boa parte da sua carreira.

Nascido a 28 de março de 1935 em Essen, Hahne começou a correr em 1960 com um NSU, mas três anos depois, passou para um BMW 700CS, começando a sua carreira nos Turismos no ano seguinte, quando a marca bávara decidiu apostar a sério na categoria. Acabou por ser campeão nacional, e no ano seguinte, pegou no modelo 2002, e em 1966, deu nas vistas quando venceu as 24 Horas de Spa-Francochamps ao lado de um jovem local, então com 21 anos, chamado Jacky Ickx. No final desse ano, tornou-se campeão europeu e foi o primeiro piloto que fez menos de dez minutos no Nordschleife, numa corrida de suporte do GP da Alemanha.

Nessa altura, também aposta nos monolugares. A Formula 2 já existia há algum tempo, mas foi nesse ano que decidiram fazer um campeonato europeu. Alinhou nesse ano num chassis Matra, inscrito pela Tyrrell, onde acabou no nono posto. Nos dois anos seguintes, andou com chassis Lola, com motor BMW, pela equipa oficial, alternando com as provas nos Turismos. 

O seu grande ano foi 1969. Piloto oficial da BMW, ao lado de Gerherd Mitter e do austríaco Dieter Quester, num pelotão recheado de pilotos de Formula 1, o seu melhor resultado foi um segundo lugar em Hockenheim, no Jim Clark Trophy. Contudo, como os pilotos de Formula 1 não podiam pontuar no campeonato de Formula 2, em duas ocasiões, ficou com os pontos máximos, acabando vice-campeão, com 28 pontos, menos nove que o campeão, o francês Johnny Servoz-Gavin.

Mas também foi nesse ano que sofreu o seu ponto mais baixo. Durante a qualificação para o GP da Alemanha, Mitter sofreu um acidente fatal no Nordschleife, obrigando à retirada dos carros da BMW, incluindo Hahne, da grelha de partida.

Em 1970, a aventura da BMW não corria muito bem na Formula 2, e ele decidiu correr com um chassis March no GP da Alemanha. Foi a primeira e que alinhou num chassis de Formula 1, mas conseguiu o pior tempo e não alinhou na prova. Um mês depois, o seu amigo Jochen Rindt morre em Monza, e aos 35 anos, achou que era a melhor altura de pendurar o capacete.

Depois, viu os seus familiares terem carreiras nos Turismos, especialmente o seu irmão Armin, enquanto era o representante da Lamborghini na sua Essen natal.

Youtube Formula One Podcast: A entrevista a Alan Jones

Esta semana, o podcast da Formula 1 decidiu entrevistar o campeão de 1980, o australiano Alan Jones. Dono de uma longa carreira no automobilismo, com passagens pela Hill, Surtees, Shadow, Williams, Arrows e Lola-Haas, foi o primeiro grande piloto da Williams, onde esteve entre 1978 e 1981, dando o primeiro título mundial da marca.

Ao longo de uma hora, Jones fala - à sua maneira, claro - sobre a sua carreira, falar sobre a atual situação da Formula 1, entre outros assuntos. É algo do qual vale a pena ouvir.

quinta-feira, 25 de abril de 2019

Rumor do Dia: Um Hyundai elétrico em Espanha?

O site sportmotores.com avança hoje com o rumor de que a Hyundai poderá fazer um projeto para um carro de ralis... elétrico. A marca coreana recebeu a proposta de um piloto local para montar um carro para o campeonato de ralis CERA. A ideia é correr nas provas de asfalto em 2020 ou 2021.

A Hyundai, caso não saibam, anda a apostar fortemente nos elétricos, graças a versões do Ionic e do Kona/Kauai, que têm uma enorme procura. Tanto que há listas de espera para o ter, e a marca não consegue ter o suficiente para as encomendas devido à falta de baterias.

Não se sabe que modelo será usado, até poderá ser um i20, e ainda terá de se encaixar nos regulamentos do campeonato espanhol de ralis. Numa altura em que se fala da entrada de hibridos no WRC em 2022, e presença deste carro poderá fazer pular algumas casas nesse sentido.

Resta saber no que vai dar, e para isso, teremos de esperar alguns meses. 

Youtube Motorsport Endurance: As 24 Horas de Le Mans vistas pela Italian Spirit

Até hoje, poucos ouviram falar da Cetilar Racing, a equipa italiana que participou na classe LMP2 nas 24 Horas de Le Mans de 2018. A equipa, que alinhou com um chassis Dallara P217, terminou na 19ª posição da geral, e alinhou com os italianos Roberto Lacorte e Giorgio Sernagiotto, bem como o brasileiro Felipe Nasr.

Em uma hora, este documentário conta a história do tempo que durou entre o montar o projeto, os testes e o fim de semana decisivo, até cruzarem a meta, a sua maior recompensa. Um documento que merece ser visto.

Formula E: Félix da Costa luta pelo campeonato em Paris

Com sete vencedores diferentes em sete provas, o campeonato da Formula E é um dos mais equilibrados de sempre, e com os nove primeiros do campeonato atualmente separados por apenas doze pontos, prevê-se mais uma empolgante corrida este fim-de-semana em Paris, a oitava corrida do campeonato, segundo da ronda europeia.

Num circuito de 1900 metros à volta do monumento do Les Invalides, o grande objetivo de António Félix da Costa, piloto da BMW Andretti, é a regularidade, pois estes pontos serão decisivos para a luta pelo título de pilotos. Mas claro, um pódio ou mesmo a vitória é algo que não descarta, apesar de na qualificação, partir do Grupo 1, que limpa a pista e normalmente é mais dificil alcançar a SuperPole.

"Paris é uma pista que todas as equipas já conhecem do passado, pelo que todos os detalhes farão a diferença e sobretudo a gestão de energia em corrida. Sendo segundo no campeonato voltamos a estar no grupo 1 da qualificação, mas resta-nos dar o melhor possível e acreditar que face às condições meteorológicas que se esperam, esse factor não seja tão penalizador como nas corridas anteriores, onde claramente houve uma desvantagem muito grande perante os restantes grupos. O objetivo é claro, fazer bons pontos e procurar quem sabe lutar por um pódio, mantendo-me na luta pelos lugares da frente do campeonato!", analisou o jovem luso, no comunicado oficial da equipa.

O ePrix de Paris acontecerá este sábado, com a qualificação a acontecer pelo meio-dia, e a corrida pelas 15 horas de Lisboa, com transmissão direta na Eurosport.

quarta-feira, 24 de abril de 2019

Youtube Testing: Os primeiros testes das 500 Milhas de Indianápolis

E chegou hoje o primeiro dia dos testes para as 500 Milhas de Indianápolis de 2019. Num dia com temperaturas baixas - cerca de 12ºC e quase chuva - quase todos os pilotos inscritos, incluindo Fernando Alonso, estão no "Brickyard" para fazer os primeiros quilómetros da edição deste ano.

Eis o "feed" de hoje, do qual podem acompanhar por aqui.

A ascensão da Rivian e a parceria com a Ford

Que os carros elétricos vieram para ficar, isso é um facto, por muitos que se riam ou fiquem zangados. A Tesla não é a única que está a agitar as coisas, e os factos estão a provar que Elon Musk e os seus engenheiros são pessoas muito mais sérias que esperavam os céticos e aqueles que apostaram no fracasso desta tecnologia.

As marcas que conhecemos estão a começar a apostar a sério na eletricidade, uns porque o mercado ou a politica os força a isso, outros porque uma nova geração está no poder e saber que aquele é o caminho. Pelo menos o mais veloz, porque outros são ou demasiado complexos, ou já foram ultrapassados pelas circunstâncias.

Contudo, desde o final do ano passado que uma outra marca americana está a aparecer nas noticias, com força: a Rivian. Sediada nos Estados Unidos, andou nove anos a construir dois modelos de pickup elétricos num país onde eles são reis: o R1T e o R1S, o primeiro uma carrinha de caixa aberta, o segundo inspirado nos Range Rover. Ambos estarão à venda em 2020, serão fabricados no Illinois e terão baterias com autonomia de 400 milhas, cerca de 640 quilómetros. E desde que foi apresentado, a Rivian tem anunciado que anda a recolher dinheiro de entidades como a Amazon e agora, a Ford. A marca da oval anunciou esta semana que vai investir 500 milhões de dólares e vai ajudar a montar um carro elétrico para a marca fundada por Henry Ford.

RJ Scringe, o fundador da marca, comentou sobre o evento:

"Esta parceria estratégica é outro marco importante em nosso esforço para acelerar a transição para a mobilidade sustentável. A Ford tem um compromisso de longa data com a sustentabilidade, com Bill Ford sendo um dos primeiros defensores do setor, e estamos entusiasmados em usar nossa tecnologia para colocar mais veículos elétricos na estrada.

Bill Ford, presidente executivo da Ford, também comentou sobre o investimento:

Estamos empolgados em investir e fazer parceria com a Rivian. Conheci e respeito o RJ partilhamos o objetivo comum de criar um futuro sustentável para nosso setor por meio da inovação". 

Apesar disso, a parceria não abrange dois dos modelos mais emblemáticos da marca: o F-150 e o Mustang, do qual a Ford afirma estarem a ser feitos modelos elétricos, mas de forma independente.

A Rivian deseja fazer até 250 mil modelos dos seus carros elétricos todos os anos, e a Ford poderá dar uma ajuda nesse campo.

O facto de haver parcerias em marcas de raíz elétrica na América até tem de fazer sentido por causa de outros mercados, como a China. O país fez em 2018 cerca de um milhão de modelos elétricos e é um marcado cada vez mais em ascensão, pois tem mais de duas dezenas de marcas a apostar totalmente na propulsão elétrica e ameaça tomar conta do mercado de automóveis mundial, caso este seja lento a fazer a sua transição para os elétricos.

terça-feira, 23 de abril de 2019

A imagem do dia



O GP de San Marino de 1989 foi um dos mais confusos que já vi na Formula 1, e acreditem... já vi muita confusão. E o primeiro de todos foi o acidente de Gerhard Berger, na Tamburello, na volta três da corrida.

O acidente do Berger foi causado por um problema mecânico, que o fez seguir em frente e embater com força no muro. No embate, o depósito de combustível rompeu-se e claro, surgiu um incêndio do qual os bombeiros tiveram alguma dificuldade em extingui-lo, embora tenham demorado cerca de 15 segundos até chegar ao Ferrari incendiado. Berger foi socorrido, e os seus ferimentos na cara e nas mãos foram superficiais, embora todos temessem outro como o do Niki Lauda, doze anos e meio anos antes.

O acidente foi assustador, mas o que ficou marcado nesse dia nem foi isso. Foi mais politico, foi um pacto, aparentemente quebrado.

Horas antes, Ayrton Senna e Alain Prost decidiram fazer um pacto onde o primeiro a fazer a curva iria definir o campeonato para o resto do ano. Quem estivesse na primeira curva, seria o primeiro piloto, o campeão do ano. Na primeira partida, Senna tinha levado a melhor sobre Prost, que se defendia dos ataques de Nigel Mansell. Depois, aconteceu o acidente, e a consequente bandeira vermelha. Na segunda partida, Prost largou bem melhor, mas Senna defendeu-se de forma musculada até à Tosa, onde conseguiu passá-lo, ir embora até à meta, onde acabou por vencer.

Prost achou que Senna tinha sido desleal, mas o brasileiro disse que o pacto tinha sido estabelecido logo na primeira partida. Que tinha ganho. E na segunda, mesmo que Prost tinha partido melhor, Senna acabou depois por o passar. Em suma, foi a partir dali que a guerra entre ambos começou a aquecer. E o resto foi o que se sabe.

Youtube Rally Ad: A curiosa publicidade do Rali do Chile

Esta semana, é o Rali da Argentina. Mas entre os dias 9 e 12 de maio, é a vez do Chile se estrear no WRC, e o pessoal da organização decidiu fazer uma publicidade... curiosa.

Youtube Formula E: A corrida de Roma, na íntegra

Na semana em que acontece o ePrémio de Paris, é bom recordar a corrida anterior, o ePrémio de Roma. A corrida inaugural da fase europeia do campeonato, providenciou o sétimo vencedor diferente da temporada, fazendo com que a competição esteja mais equilibrado que nunca.

Eis o video da prova, com mais de duas horas de competição. Vale a pena.

segunda-feira, 22 de abril de 2019

Youtube Rally Presentation: A antevisão do Rali da Aegentina

O rali da Argentina vai acontecer no final da semana, e o WRC decidiu fazer um video de antevisão da quinta prova do campeonato do mundo, e o primeiro de dois seguidos em paragens sul-americanas.

Youtube Racing Classic: Graham e Damon em Brands Hatch, 1975

Em junho de 1975, quatro meses antes do seu acidente fatal, Graham Hill e o seu filho Damon Hill estiveram no programa "Jimmy'ill Fix It", da BBC, apresentado pelo infame Jimmy Saville, onde todos estiveram no circuito de Brands Hatch. 

O descontraído Graham, que estava na transição entre ser piloto e proprietário de equipa, e o tímido Damon, que começaa a dar os seus primeiros passos no automobilismo, estava a ver potenciais candidatos numa corrida de Fords no circuito britânico. O video voltou a ser transmitido vinte anos depois, com Damon, que depois evoluiu para ser piloto da Williams e mais tarde, ser campeão do mundo em 1996.

De uma certa forma, este deve ter sido a única vez que ambos estiveram juntos num programa de televisão.

domingo, 21 de abril de 2019

Youtube IndyCar Classic: As 500 Milhas de Indianápoplis de 1966


Em 1966, as 500 Milhas ainda eram a preto e branco, masa corrida foi interessante de se seguir. Numa corrida de autêntico "Demolition Derby", com Mário Andretti como "poleman", na frente de Jim Clark, apenas sete carros chegaram ao fim, e onde o vencedor, Graham Hill, tornou-se no úlrimo "rookie" a vencer nos 34 anos seguintes.

Neste video, poderemos ver um resumo feito pela ABC, com os momentos mais interessantes desta prova. A começar pela carambola nos primeiros metros da corrida.