Eis a história de um homem que podia ter sido o primeiro campeão alemão caso o Destino não tivesse intervindo. Um piloto talentoso, vindo de uma família nobre, foi um modelo para milhões de alemães, que saíam da depressão após a derrota na
II Guerra Mundial. E o seu legado lançou as bases para que aparecesse outro campeão alemão…
Wolfgang Alexander Graf Berghe von Trips nasceu a 4 de Maio de 1928 (teria 79 anos se estivesse vivo) em Kerpen-Horrem, na Alemanha. Filho de uma família nobre, começou a correr em 1953, sob o pseudónimo de “Alex Linter”, pois a família opunha-se ao seu entusiasmo pelas corridas. Os seus feitos chamaram a atenção de Alfred Neubauer, o mítico director da Mercedes, que o chamou em 1955 para a sua equipa de Sport, com a hipótese de correr na Formula 1 em 1956.
Contudo, após a catástrofe de Le Mans, a Mercedes retirou-se da competição, e Von Trips foi para a Ferrari, onde se estreou no GP de Itália de 1956, sem resultados de relevo. Em 1957, correu em três Grandes Prémios, conseguindo um terceiro lugar em Monza. Esses quatro pontos deram-lhe o 14º lugar da geral. Correu tembém em Sport-Protótipos, onde teve um grave acidente em Nurburgring, onde escapou com pequenos ferimentos.
Em 1958, continuou na Ferrari, onde conseguiu um pódio em Silverstone, acabando no 11º posto da classificação, com 9 pontos. No ano seguinte, concentrou-se mais na sua carreira nos carros de Sport, sem pontuar na Formula 1.
Em
1960, Von Trips vai ser o primeiro piloto a conduzir um Ferrari de motor traseiro, um conceito que
Enzo Ferrari desprezou de inicio, afirmando que quando viu os pequenos
Cooper de motor traseiro, afirmou:
“nunca tinha visto uma carroça a puxar um burro”. Com esses carros a dominar o panorama da Formula 1, rendeu-se à evidência e começou a construí-los. Vai ser Von Trips que dará à Ferrari a sua primeira vitória, num carro de
Formula 2, no GP de Solitude, na Alemanha. Entretanto, a sua época na Formula 1 era a sua melhor até agora, embora nunca tenha ido ao pódio, pontuou regularmente. Terminou no
sétimo posto, com
10 pontos.
Em
1961, A Ferrrari tinha pronto o
Tipo 156 “Nariz de Tubarão”. Era o primeiro carro de Formula 1 com motor traseiro, construído de raiz. O carro revelou-se um vencedor nato e Von Trips consegue ganhar o seu primeiro Grande Prémio nas areias de
Zandvoort, na Holanda, tornando-se no primeiro piloto alemão a ganhar um Grande Prémio na Formula 1 moderna. Lidera o
GP da Bélgica, mas após uma luta fratricida com o americano
Phil Hill, este leva a melhor. Pelo meio, Von Trips ganha a
Targa Florio, com o belga
Olivier Gendebien, e volta a ganhar em Aintree, no GP de Inglaterra. Após o segundo lugar em Nurburgring, Von Trips e Hill iam para Monza quase colados na tabela de pilotos. Quem levasse a melhor, seria o campeão.
O
Grande Prémio de Itália estava marcado para o fim-de-semana de
10 de Setembro. Nos treinos, Von Trips faz a “pole-position”, batendo Hill. Na primeira volta, o alemão era ameaçado pelo
Lotus de
Jim Clark, no início da sua carreira. Perto da Parabólica, ambos os carros tocam-se e Von Trips voa em direcção da cerca onde estão dezenas de espectadores.
O choque é inevitável e em ricochete, o Ferrari desgovernado volta à pista e bate no Lotus de Clark, ferindo-o. O piloto alemão e mais 14 espectadores morrem naquele dia.
Ele tinha 33 anos.
Phil Hill e os restantes Ferraris continuam, sem saber do destino do seu companheiro e rival e ganha a corrida, tornando-se no primeiro americano campeão do mundo. Von Trips é segundo no campeonato, com 33 pontos, duas vitórias, e uma pole-position.
A sua carreira na Formula 1: 29 Grandes Prémios, em seis temporadas, duas vitórias, uma pole-position, seis pódios, 56 pontos no total. Foi o vencedor da Taga Florio em 1961 e vice-campeão do Mundo desse ano, o primeiro de dois atribuidos a título póstumo (o segundo seria atribuido 17 anos depois a Ronnie Peterson, que teve o seu acidente fatal também num 10 de Setembro, em Monza...)
Hoje em dia, há uma estátua sua na sua Kerpen natal, mas já não é mais o unico filho pródigo da terra. E porquê? Após a sua morte, a familia Von Trips vendeu o pequeno circuito de karts que tinha construido. O seu comprador foi o senhor
Rolf Schumacher, que geriu o circuito e deixava os seus dois filhos brincar nos carros, aprendendo as técnicas e mecânicas dos carros. Como se chamavam? O mais velho era Michael, o mais novo chama-se Ralf...
“Nós tivemos um começo perfeito neste fim de semana, pole e mais dois pontos, e a vitória de hoje. Mas o início da prova foi complicado, outra má largada e não sei o que fariamos. É sempre assim: no momento decisivo, o carro não sai quando solto a embreagem, então precisamos ver isso, principalmente para amanhã, pois isso pode se tornar um grande problema”, resumiu Glock em declarações captadas pelo site brasileiro Grande Prêmio.
Já os outros brasileiros não foram muito bem: Alexabdre Negrão (Minardi Piquet), que partiu em 17°, recebeu a bandeirada mo 12º posto, enquanto Bruno Senna (Arden) foi punido com um drive-through após um toque com o norte-irlandês Adam Carroll (FMSI) e completou a corrida apenas na 15º posição.
