Foi mais um dia assustador de 2010, sem dúvida.
sábado, 27 de fevereiro de 2010
Extra-Campeonato: Tempestade em casa, o Pacifico em alerta
Foi mais um dia assustador de 2010, sem dúvida.
GP2 Asia: Charles Pic vence, Parente bate na primeira volta
A corrida ia começar com o sul-africano Adrian Zaugg na pole-position, com Perez e Parente nos lugares a seguir. Na partida, Parente consegue ultrapassar Perez, mas este não desarmou e tentou recuperar a posição quatro curvas depois, embatendo na roda traseira direita do Coloni do português ao efectuar a sua manobra. O piloto português saiu de pista na curva seguinte devido a problemas com a sua suspensão, ao passo que Perez sofreu danos na sua asa dianteira, e tentou chegar à boxe, para depois abandonar.
Na frente, Adrian Zaugg mantinha a liderança, mas depressa se viu a braços com a pressão do francês Charles Pic. Este depressa se apoderou a da liderança e, daí em diante, não mais deu hipóteses aos seus adversários. O seu objectivo foi ajudado pelas lutas que se foram desenrolando atrás de si, especialmente quando Giacomo Ricci tentou passar o sul-africano logo na curva seguinte ao local da ultrapassagem do francês, mas a resistência de Zaugg permitiu também a Jules Bianchi colocar-se a par dos outros dois pilotos. A manobra acabou por ser prejudicial a estes dois últimos pilotos, que se viram forçados a abandonar na sequência de um toque.
Pic venceu de forma descansada, naquela que foi a sua primeira vitória com um GP2, ao passo que Ricci acabou por ficar com o segundo posto, logo na frente de Javier Villa.
Quanto aos pilotos da Ocean Racing Tech, as suas prestações foram modestas. Yelmer Buurman foi décimo, enquanto que Fabio Leimer foi 15º classificado. A próxima (e última) jornada dupla da GP2 Asia, acontecerá dentro de duas semanas, de novo no Bahrein.
sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010
Rumor do dia: Karun Chandhok será piloto da Campos
GP2 Asia: Valsecchi vence, Parente acaba em sexto
Joyeux Anniversaire, Mr. Löeb!
Um bom exemplo foi o final do Rali da Nova Zelândia de 2007. Entrou na história por ter sido a prova onde a diferença entre o primeiro e o segundo foi a mais baixa de sempre: 0.3 segundos. Caso tivesse acontecido numa prova de Formula 1, diria que o final dessa corrida teria sido decidida com Gronholm e Löeb separados por um carro. Ou nem por isso. E desse duelo, retanho a imagem de um Gronholm exultante, em cima do seu Ford Focus, a comemorar a vitória como um latino. Pudera, contra um adversário daqueles...
Estamos em 2010, e Sebastien Löeb comemora o seu 36º aniversário natalício. A Citroen tem uma bela máquina nos ralis, o C4, e tentará chegar a um inédito oitavo título consecutivo, mas este começo na Suécia, onde foi batido por Mikko Hirvonen, pode ser um sinal de que a maré está a mudar. Mas essa tendência pode ser desmentida dentro de uma semana, no México, caso ele seja o vencedor da corrida, não é?
Veremos. Até lá, comemoremos o aniversário natalicio de um grande nome do automobilismo dos nossos dias, onde apesar de estar no activo, já tem estatuto de verdadeira lenda dos ralis.
quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010
GP2 Asia: Bianchi é pole, Parente parte de quinto no Bahrein
"Penso que este é um excelente resultado, sobretudo se levarmos em consideração que não conhecia a equipa e já estava parado há bastante tempo. O carro esteve bem equilibrado, como demonstra o facto de ter sido o mais rápido no primeiro sector", sublinhou o piloto. Para quem recebeu o convite na segunda-feira e nunca esteve nem de longe, nem de perto, com os engenheiros desta equipa, este quinto lugar na grelha de partida é já por si um feito.
Para a corrida de amanhã, a sua esperança é ficar nos cinco primeiros lugares: "O carro tem uma boa afinação, mas julgo que ainda pode melhorar um pouco mais, uma vez que no segundo sector perdemos algum tempo. Para além disso, o Dallara está um pouco acima do peso mínimo, mas vamos resolver esse problema a tempo da prova de amanhã. Penso, portanto, que poderei terminar entre os primeiros, até porque estou a ambientar-me rapidamente à equipa, o que é benéfico", frisou o piloto.
Como é obvio, torço amanhã por um bom resultado. Gostaria imenso de ver Parente a dar uma bel "chapada na cara" virtual, para aqueles que por aqui lhes falta visão para apoiar talentos nacionais. Seja por omissão, seja por simples trapaça.
Já começou a votação!
5ª Coluna - Sobre a novela das novas equipas
Agora que as coisas assentaram de uma certa maneira, vou dar a minha opinião sobre o assunto. É mais um, e este é um assunto que já refiro desde há algum tempo, mas pelos vistos continua a ser actual.
Max Mosley – o causador destes sarilhos
Disse não há muito tempo que a escolha das equipas para 2010 foi tudo menos técnica. Quando Max Mosley abriu o processo de selecção das equipas, queria a todo o custo implementar um sistema de tecto salarial, onde as equipas não poderiam gastar mais do que uma certa quantia, primeiro 30 milhões, depois 40 milhões. A FOTA barafustou, e com alguma razão, afirmando que as somas não eram só ridículas, mas como abria o precedente de atrair projectos mais ou menos duvidosos, cuja capacidade financeira era baixa, e para piorar as coisas, os tempos eram de crise.
Como as coisas andavam nessa altura, cogitei a hipótese: como seria o momento actual caso a cisão de Junho tivesse ido por diante? Muito provavelmente por esta altura, a Formula 1 da FIA não existia. Mesmo que Williams e Force Índia se mantivessem fiéis, não iriam correr apenas com Virgin e Lotus, numa mirrada grelha de oito vagas, enquanto que na Formula FOTA estaria provavelmente o grosso das equipas, com um calendário feito à medida deles, numa grelha algo pequena, mas capaz de assegurar a sua sobrevivência pelo menos a curto prazo, pois provavelmente a longo prazo, aquilo que teria sido outrora a categoria máxima do automobilismo estaria em pedaços, com feridas profundas cuja cicatrização demoraria anos nas barras dos tribunais e algo mais…
Portanto, o pior cenário foi evitado. Mas partes dos estragos já tinham acontecido: BMW e Toyota retiraram-se da competição no final da época passada. A Renault desinvestiu na sua estrutura de Formula 1 e “sub-alugou” cerca de 75 por cento da sua estrutura à Genii Capital, mantendo o nome no chassis e pouco mais. Isso fez com que a nova estrutura decidisse escolher um piloto pagante para o lugar ao lado de Robert Kubica, e essa escolha recaiu (foi mais aquele que pagou mais pelo lugar…) o russo Vitaly Petrov. A estrutura da Toyota foi alegadamente comprada pelo “pirata” Zoran Stefanovic para que ele pudesse construir a sua misteriosa “Stefan GP” que tem como um dos seus colaboradores, o “maldito” Mike Goulghan. Mas sem autorização para correr o Mundial de Formula 1, apesar das ajudas de Bernie Ecclestone para a meter dentro, mas ao arrepio das opiniões das equipas FOTA. Não admira que a Ferrari esfume a sua fúria italiana sobre estes acontecimentos…
Mas o comunicado da Scuderia também diz outra coisa: é um aviso às novas equipas que a categoria máxima do automobilismo não é mais do que um “Clube Piranha”. Só por aí elas deveriam ter ficado de pé atrás, ainda mais nesta época de crise económica muito forte. Max Mosley, na sua cega busca pela sua verdade, colocou as novas equipas como “peões” do seu maquiavélico plano para subordinar as equipas da FOTA, dividindo-as e derrotando-as, levando a sua adiante. Tinha acontecido no passado, mas em 2009, as coisas foram diferentes. E quando mostraram os seus dentes afiados, mostrando até onde iam na sua determinação é que Mosley se retirou de cena, dando a vez a Jean Todt para que dome o aquário ainda agitado das equipas de Formula 1.
E as novas equipas, claro, tem a sua quota-parte nesta história. Se Virgin e Lotus são profissionais e fizeram tudo como deve de ser, já a Campos e a USF1 fizeram relembrar as historietas de equipas como Life, Andrea Moda, Coloni, Lambo e outras, nos finais da década de 80, inicio dos anos 90, quando existiam as pré-qualificações. Equipas com meia dúzia de mecânicos, dirigidos por amadores lunáticos do género Jean-Pierre Van Rossem, o homem por detrás do projecto da Onyx, que durou um ano e deu cinco pontos e um pódio a Stefan Johansson. Poucos aguentaram mais do que dois anos, porque logo no primeiro, a sua reputação tinha sido devorada até ao osso. Como fazem as piranhas em relação à carne tenra, não é?
Campos e USF1 – Exemplos de não montar uma equipa de Formula 1
A USF1 e a Campos são duas estruturas feitas por personagens que há anos tentam montar a sua equipa de Formula 1, que são vistos pelos “insiders” da matéria como personagens detestáveis. Segundo alguns, Peter Windsor é capaz de vender a sua mãe para ver se consegue montar a sua equipa. Já não é a primeira vez que se envolve nisto. No final da década de 80, tentou comprar, em ocasiões separadas, a Brabham e a Onyx. Chegou até a meter estas empresas em tribunal, e a sua personalidade no “paddock” também não ajuda muito… Quanto a Adrian Campos, esteve envolvido no projecto da Bravo F1, no final de 1992, onde chegou a inscrever Jordi Gene, mas no final desse ano, os planos foram por água abaixo devido à falta do vil metal, entre outras coisas… Com estes “cartões de visita”, não se pode ficar muito surpreso acerca das dificuldades que ambas as equipas passam agora.
No caso da Campos, a coisa resolveu-se com a venda da equipa a um dos sócios, José Manuel Carabante, depois de Tony Teixeira ter tentado comprar uma parte. Como não tem dinheiro (senão a A1GP ainda existiria, não é?) Carabante foi buscar Colin Kolles para fazer algo menos do que um milagre: montar uma equipa de Formula 1. Chassis, motor e caixa de velocidades existem, bem como um piloto de Formula 1, Bruno Senna. Mas falta o resto, desde um conjunto de mecânicos até um segundo piloto. Em suma, em cima dos prazos, em cima do joelho, vai-se tentar montar uma equipa.
Quanto à USF1, vamos ser honestos: só com uma varinha de condão é que estarão no Bahrein. A Autosport inglesa mostrava ontem na sua edição que as coisas foram feitas de forma muito amadora, no mínimo. Não havia planos em termos de construção de chassis e outros componentes, por exemplo. Afinal, os “sketchs” cómicos que via no Youtube tinham um fundo de verdade!
Fico com a sensação que o grande financiador do projecto, Chad Hurley, foi enganado por senão os dois, pelo menos por um burlão, o tal que já falei antes. Há agora rumores que ele pode ter ido para a Campos, mas provavelmente acho que ele vai mas é pensar duas vezes antes de aplicar o seu dinheiro, e afastar-se da Formula 1 o quanto antes.
Por fim, que é que iremos ver no Bahrein?
Das quatro equipas, duas apresentaram os seus chassis e pilotos. Virgin e Lotus são duas equipas melhor estruturadas, com os seus próprios chassis e motores Cosworth. Em termos de testes, fizeram a sua parte, tentando resolver os problemas de juventude, quer do chassis, quer do motor. Mas muitos temem que estes carros estejam a preencher os últimos lugares da grelha, dado que nos testes tiram tempos por vezes três segundos mais lentos do que os carros da frente, como McLaren, Ferrari e Red Bull. Mas os testes pouco indicam, pois não sabemos as condições que os tempos foram tirados. Somente em situação de corrida é que se verá.
Mas segundo a Ferrari, duvidam da sua resistência e da sua capacidade de desenvolvimento. Acham que o chassis da Virgin é demasiado frágil (o episódio do nariz desfeito em Jerez não passou despercebido) e apesar de não dizer muito mal da Lotus, ficam de pé atrás.
Com todo este novelo, as coisas pioram quando se circula desde há umas semanas o rumor de que existe uma espécie de cláusula que permite às novas equipas faltar a algumas corridas, umas três, até poderem apresentar o seu chassis. Como o Acordo de Concórdia nunca foi divulgado em público, as especulações são muitas. Mas passados estes dias, o que se percebe é que não é mais uma manobra, provavelmente de Bernie Ecclestone, para colocar as equipas FOTA perante um conjunto de factos consumados, desde a falha da USF1 ou Campos (ou os dois) até à entrada da Stefan GP. Em ambos os casos, seria um enfraquecimento da associação, a favor do “quero, posso e mando” de Bernie Ecclestone. Como é que isto se resolve? Se for à boa maneira da FOTA, cujo porta-voz não oficial é a Ferrari, nenhuma delas deve entrar, e a temporada de 2010 vai começar (e talvez continuar) com 22 carros.
Em suma, o que vemos por aqui é o fracasso de uma certa politica, imposta de cima, com o acordo de ninguém. A ideia que transformar a Formula 1 numa categoria quase de monoposto, com motores iguais, limitação de rotações (excepto, curiosamente, os Cosworth…) onde teriam de gastar à volta de 30 milhões de libras por ano, mostrou-se como uma ideia ridícula. Com equipas como a Ferrari a gastar uma soma dez vezes mais do que o proposto, esta ideia entrava em colisão com aquilo que a FOTA queria. E quando viram estruturas profissionais como a Prodrive e a Épsilon Euskadi serem preteridas em favor de estruturas quase amadoras, elaboradas por aventureiros e sonhadores, só porque aceitaram os ditames de Mosley para ter motor Cosworth e caixa de velocidades XTrac, a FOTA sabia que isto era uma receita para o desastre.
E o mais interessante é ver que a única que pode safar direito pode ser a última das equipas aprovadas, a Lotus, cujo processo de avaliação aconteceu em Setembro, alguns meses depois da aprovação de duas das três equipas cuja situação é no mínimo, periclitante. Agora, a menos de três semanas do primeiro Grande Prémio da época, temos duas equipas que Bernie Ecclestone diz desde Dezembro que não serão capazes de alinhar, perguntamos: para quê é que foram escolhidas? Essa tem uma resposta fácil.
Pensava eu que os tempos de equipas como Life, Coloni, Andrea Moda ou Lola tinham passado de vez. Afinal, parece que não. Mas nós sabemos a quem devemos culpar por esta embrulhada que a Formula 1 vive nestes últimos tempos. Até para a semana!
P.S: O Luis Iriarte, do Formula 1 A.L.C, já colocou no seu blog a versão espanhola deste artigo. Se estiverem curiosos para saber como ficou, podem ver aqui.
quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010
Nestes tempos, a experiência conta
Joyeux Anniversaire, Mr. Prost!
terça-feira, 23 de fevereiro de 2010
Renascer das cinzas
A capa do Autosport desta semana
Por cima da foto do BMW X3, fala-se sobre o destino de dois importantes pilotos portugueses que correm no palco internacional: Pedro Lamy e Tiago Monteiro, que viram na semana que passou a confirmação dos seus planos para esta temporada: Lamy será piloto da Peugeot na Le Mans Series, e Monteiro alinhará num Leon TDi no Mundial de WTCC. "A Armada portuguesa à conquista do mundo" é o título principal, secundado por outros dois: "Peugeot renova aposta em Lamy para Le Mans" e "Tiago Monteiro no WTCC com Seat privado".
Depois tem a Formula 1, com uma declaração de Fernando Alonso sobre o Ferrari F10: "É o mleohr carro que já guiei", e uma análise aos testes de Jerez. Para finalizar, temos os ralis, com uma entrevista a Mikko Hirvonen, o vencedor do rali da Suécia, feita pelo melhor jornalista da área, Martin Holmes.
O piloto do dia - Hans Hermann
Nascido a 23 de Fevereiro de 1928 em Estugarda, na Alemanha, a sua carreira começou no inicio da década de 50, quando o seu país recuperava das maleitas da II Guerra Mundial. Começa a correr em 1951, como "hobby" de fim de semana, enquanto que trabalhava na padaria da sua mãe durante a semana. Começa a correr num BMW de 1.5 litros, mas cedo também corre num modelo Porsche 356, o inicio de uma longa relação que o irá acompanhar durante da sua extensa carreira.
Em 1953, corre na Mille Miglia, a bordo de um modelo 356, e também tenta a sua sorte nas 24 horas de Le Mans, onde consegue uma boa classificação na sua classe. Isso é o suficiente para que a Mercedes, outra marca de Estugarda, acene com o convite para testar um dos seus automóveis, e como as coisas lhe correm bem, é convidado para a sua equipa de competição. Ainda corre na Carrera Panamericana e nos 1000 km de Nurburgring, pela Porsche, e corre a sua primeira corrida de Formula 1 num Veritas, no GP da Alemanha, terminando no nono lugar.
Em 1954, estreia-se pela Mercedes, ao lado de Karl Kling e Juan Manuel Fangio, no GP de França, onde dominaram a concorrência. Hermann foi sétimo na grelha e fez a volta mais rápida da corrida, mas desistiu na volta 16, quando o motor rebentou. Chegou ao terceiro posto (e unico pódio) no GP da Suiça, e foi quarto no GP de Itália, terminando o ano no sétimo posto do campeonato.
É também nesse mesmo ano que acontece o seu primeiro momento de sorte: durante as Mille Miglia desse ano, quando conduzia um Porsche 356 ao lado do seu co-piloto, Herbert Linge, chegaram a uma passagem de nivel cuja cancela estava a fechar. Vendo que não tinha tempo para travar, e calculando as suas probabilidades ao milésimo, tentou a sua sorte, acelerando. Bateu com a mão no capacete de Linge, e ambos baixaram a tempo. O carro passou por dexaixo da cancela, sem estragos de maior.
No ano seguinte, continua a correr pela Mercedes, sobrevivendo ao tórrido GP da Argentina na quarta posição, mas numa condução partilhada pelo seu compatriota Karl Kling e pelo britânico Stirling Moss. Irá correr nas Mille Miglia, mas não chega ao fim da corrida, que será ganha pelo seu companheiro de equipa Stirling Moss. A ideia de fazer uma temporada completa pela marca das três pontas cai em terra durante os treinos para o GP do Mónaco, quando bate forte num dos muros do Porto e fica com ferimentos que o colocam fora de combate para o resto da época. Isso evitou, por exemplo, que participasse nas 24 Horas de Le Mans daquele ano, onde um dos Mercedes foi envolvido no pior acidente automobilistico da história...
Com a Mercedes fora da competição no inicio de 1956, Hermann volta para a Porsche, onde a bordo de um modelo 550, vence as 12 Horas de Sebring na sua classe, tendo como companheiro um compatriota da mesma idade que Herrmann, chamado Wolfgang Von Trips. Corre boa parte do ano por eles, excepto na Targa Florio, onde corre pela Ferrari, ao lado do belga Olivier Gendebien, terminando no terceiro lugar. Em 1957, as coisas são um pouco mais espaçadas, incluindo duas corrida de Formula 1 a bordo de um Maserati 250 da Scuderia Centro Sud. contudo, no final do ano, tenta as corridas de montanha, a bordo de um Bogward, com bons resultados.
Em 1958, a temporada é essencialmente passada na montanha, com duas excepções: uma participação nas 24 Horas de Le Mans, onde termina no terceiro lugar, mas o primeiro da sua classe, com Jean Behra, a bordeo de um Porsche RS 1.6 litros, e três corridas de Formula 1 no final do ano, a bordo de um Maserati 250, sem resultados de relevo.
Em 1959, corre mais pela Porsche nos eventos de Sport, onde o seu melhor é uma vitória de classe nos 1000 km de Nurburgring, ao lado de Umberto Magioli. A meio do ano, corre mais uma vez na Formula 1, no GP da Grã-Bretanha, a bordo de um Maserati 250 da Scuderia Centro Sud. Não completa a corrida, mas na prova seguinte, no circuito de AVUS, em Berlim, a BRP, equipa chefiada pelo pai de Stirling Moss, contrata Herrmann para o lugar, devido ao conhecimento do circuito. Ele tripulava num chassis BRM, mas a meio da corrida, perde o controlo do seu carro devido a um furo e capota várias vezes, com ele a ser projectado para a pista, safando-se quase incólume. Mais um episódio para a sua lenda de "sortudo" nos acidentes...
O ano de 1960 torna-se um dos melhores da sua carreira. O Porsche RS 60 é uma grande máquia e surpreende muita gente ao vencer as 12 horas de Sebring (partilhado com Olivier Gendebien) e a Targa Florio (partilhado com o sueco Jo Bonnier). Corre na Formula 2, onde vence uma corrida em Innsbruck, e ainda faz uma perninha no GP de Itália daquele ano, conseguindo um sexto lugar, a última vez que pontuaria na Formula 1. No ano seguinte, é um dos piltotos oficiais no inicio da aventura da Porsche na Formula 1, ao lado do americano Dan Gurney e o sueco Jo Bonnier, mas não consegue pontuar em nenhuma das corridas. No final do ano, decide abandonar a equipa e não mais correrá na Formula 1.
A sua carreira na categoria máxima do automobilismo: 19 Grandes Prémios, em oito temporadas (1953-55, 1957-61), um pódio, uma volta mais rápida, dez pontos no total.
Em 1962, corre pela italiana Abarth, essencialmente nas provas de Endurance e Sport. Consegue vitórias de categoria nos 1000 km de Nurburgring, nas 24 Horas de Le Mans e nos 1000 km de Montlliery, nos arredores de Paris, e nos dois anos seguntes, participa quer em provas de Montanha, quer nas de Sport, conseguindo resultados relevantes.
No inicio de 1966, aos 38 anos, regressa à Porsche para ajudar no desenvolvimento da sua nova máquina de Sport-Protótipo, o modelo 906, e continha a correr prtincipalmente na Endurance e Montanha. Em 1967, corre essencialmente na Endurance, com os modelos 907 e 910 conseguindo essencialmente vitórias de classe ao lado de pilotos com Jo Siffert e Jochen Neesparsch.
Em 1968, a Porsche estreia o seu modelo 908 e Herrmann, agora com 40 anos, é um dos pilotos que corre com esse modelo. Vence o GP das Nações, em Hockenheim e os 1000 km de Montlhery, nesta última corrida com o seu compatriota Rolf Stommelen a seu lado. No ano seguinte, continua a participar nas provas de Endurance, embora nesse ano o desenvolvimento desse modelo tenha ficado obscurecido pela estreia do 917, em Abril.
Nas 24 Horas de Le Mans, faz dupla com o francês Gerard Larrousse, mas aos dois é lhes reservado o modelo 908, em vez dos 917 de cauda longa. Aquilo que à partida poderia ser uma desvantagem, acabou por ser mais sorte, pois os 917 de 1969 eram demasiado instáveis em termos de traseira. O acidente fatal de John Woolfe, na zona de Maison Blanche, logo na primeira volta, foi o símbolo dos perigos de deixar uma máquina instável em mãos inexperientes...
Mas outros problemas de juventude nos 917 colocou inesperadamente a dupla Herrmann/Larrousse na luta pela vitória, especialmente após o raiar do sol de Domingo. Em luta contra o Ford GT 40 da dupla Jacky Ickx/Jackie Oliver, a batalha pela primeira posição após tantas horas de estrada, deu um cunho épico a uma corrida sempre aptecível de ver. Herrmann lutou contra Ickx, mas no final, os travões do seu carro já não funcionavam convenientemente, aliado ao mau funcionamento do motor, fez perder a luta a favor do jovem piloto belga. Por meros 120 metros.
Em 1970, Hermann pôs finalmente as mãos no 917, que finalmente resolvera os seus problemas de estabilidade na traseira, encurtando simplesmente a sua parte de trás. Alinhando na maior parte das corridas com o britânico Richard Attwood, o melhor que conseguiu foi um segundo lugar nos 1000 km de Nurburgring. E antes das 24 Horas de Le Mans, disse à sua mulher, meio a sério, meio a brincar, que iria abandonar imediatamente a competição, caso vencesse a corrida. Poderia ter dito como forma de compensar a frustração de ter perdido a corrida no ano anterior, mas...
A prova correu-lhe bem, e com alguma surpresa, pois alinhava pela Porsche Salzburg, dirigida por uma das filhas de Ferdinand Porsche, e não era uma das favoritas, conseguiu vencer a corrida. Mal saiu do carro para ser celebrado por todos os que o rodeavam, cumpriu a promessa: aquela iria ser a sua última corrida, e sairia como vencedor.
Desde então até aos nossos dias, Herrmann trabalha numa firma de peças de automóveis, fundada por ele próprio. Participa em vários eventos de automóveis clássicos, principalmente em Soltitude, na sua Estugarda natal, quase sempre a guiar Porsches. E acerca dele, a imagem que guarda é a da memorável passagem por debaixo da cancela nas Mille Miglia de 1954. E a seguinte frase: "Você precisa de ter sorte. E sorte, para um piloto, é sobreviver".
Fontes:
http://www.rennfahrer-hans-herrmann.de/
http://en.wikipedia.org/wiki/Hans_Herrmann
http://www.grandprix.com/gpe/drv-herhan.html
http://www.interney.net/blogs/saloma/2010/02/23/hans_herrmann_uma_lenda/
segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010
Última Hora: Stefan GP cancela testes em Portimão
O teste estava previsto para começar esta quinta-feira, dia 25, e Zoran Stefanovic, o homem forte desta misteriosa equipa que comprou os activos da Toyota, chassis e motor, já tinha afirmado que estava tudo pronto para alinhar no Bahrein, dentro de três semanas, mas o facto da FIA ainda não ter decidido se ia inscrever a equipa baralha as coisas, já que a Bridgestone só fornece pneus às equipas inscritas no Mundial de 2010.
"Não podemos efectuar este teste e estamos neste momento a tentar encontrar uma solução para este problema" disse Stefanovic à Autosport inglesa. "Não temos pneus adequados para este teste e não vamos testar com componentes que não nos permitem puxar o nosso carro até ao limite. Temos de ver agora quas são as nossas opções para ver como é que sairemos deste imbróglio", concluiu.
Noticias: Lamy continua a correr em Le Mans pela Peugeot
Outro facto importante: Jacques Villeneuve e Christian Klien também não foram confirmados na equipa do leão, o que significa que estão a investir fortemente numa reentrada na Formula 1, pois as 24 Horas de Le Mans calham na mesma altura que o GP do Canadá.
Estes alinhamentos pontuais são um espelho do momento actual da Endurance. Para além da crise mundial, esta vive também um momento de transição, já que a partir de 2011, a classe passa a ter um alcance mundial, algo que já merece há muito.
Feliz Aniversário, Niki Lauda!
Feliz Aniversário, Niki!
domingo, 21 de fevereiro de 2010
Bolides Memoráveis: BRM 160 (1971-74)
O BRM P160 foi a evolução natural do P153, o chassis usado na temporada de 1970. Desenhado por Tony Southgate, que chegara à equipa no final de 1969, era um carro mais refinado em termos de linhas aerodinâmicas. Um chassis monocoque feito em aluminio, tinha um duplo triângulo na suspensão dianteira e um triângulo inferior na suspensão traseira, com o sistema de travões instalado junto às rodas dianteiras e junto ao lugar onde estavam a caixa de velocidades, na traseira do carro. O motor V12 era capaz de debitar cerca de 440 cavalos de potência, conseguindo ser competitivo contra os dominantes Ford Cosworth V8 de 3 litros.
A estreia do carro aconteceu em Kyalami, palco da primeira corrida da temporada de 1971. Pedro Rodriguez foi o piloto escolhido para andar no novo modelo, enquanto que o seu companmheiro de equipa, o suiço Jo Siffert, corria com o P153. Contudo, um segundo chassis estava pronto em Espanha, palco da segunda corrida da temporada, e Siffert pode disfrutar do chassis. Nessa corrida, Rodriguez marcou os primeiros pontos do ano, com um quarto lugar.
Rodriguez conseguiu o primeiro resultado de relevo em Zandvoort, palco do GP da Holanda, onde após uma batalha épica com o belga Jacky Ickx, terminou a corrida na segunda posição. Infelizmente, este foi o seu último resultado de relevo para o piloto mexicano, pois foi morto numa prova da Interserie a 11 de Julho daquele ano, no circuito alemão de Norisring. Pouco depois, foi substituido pelo britânico Peter Gethin, que pouco tempo antes tinha sido despedido da McLaren.
Mas o potencial do carro foi confirmado nas corridas seguintes, principalmente nos circuito de alta velocidade. Agora com a equipa nas mãos de Siffert, o primeiro grande momento de glória foi no circuito de Zeltweg, na Austria, onde Siffert dominou o fim de semana por completo, ao conseguir não só a pole-position, como venceu a corrida e fez a volta mais rápida.
Na prova seguinte, noutro circuito veloz, o de Monza, a BRM esteve em destaque ao dar ao seu outro piloto a sua unica vitória em competição. E que vitória! Numa das médias mais altas de sempre, e numa prova absolutamente disputada ao milésimo, Peter Gethin teve o seu "one hit wonder" ao bater por pouco mais do que um nariz o March do sueco Ronnie Peterson e o Tyrrell do francês Francois Cevért, numa das chegadas mais disputadas da formula 1: os cinco primeiros ficaram separados por 0.2 segundos!
Por esta altura, a BRM tinha um terceiro piloto nas suas fileiras, o australiano Hownden Ganley, que ajudou a marcar mais alguns pontos para a marca, enquanto que na última prova do ano, em Watkins Glen, Jo Siffert levou o seu carro ao segundo lugar final, ajudando a BRM a ficar com o segundo lugar no campeonato de construtores, apenas batido pela Tyrrell. Contudo, isto iria ser sol de pouca dura, pois algumas semanas depois, a 24 de Outubro, quando se disputada a Corrida dos Campeões no circuito britânico de Brands Hatch, o carro de Jo Siffert despista-se, causando um grave incêndio e a morte do piloto de 35 anos. Siffert tinha sido tocado na primeira volta, quando ultrapassava o March de Peterson, causando estragos na suspensão, que cedeu na 14ª volta da corrida, que servia para comemorar o bicampeonato de Jackie Stewart.
Por esta altura, Lord Owen, vendo o potêncial do carro, queria fazer algo inédito a partir de 1972: tendo conseguido o patrocinio da tabaqueira Marlboro, desejava alargar o seu programa para seis carros, uma incrivel soma para o seu tempo. A ideia era que a equipa sustentava três carros, enquanto que os outros três seriam fornceidos a outros, pilotos pagantes, num esquema semelhante ao que fazia a March. E à partida para a temporada de 1972, existiam três carros oficiais para Gethin, o novo recruta, o francês Jean-Pierre Beltoise, vindo da Matra, e Ganley. Os carros privados iam para o veterano espanhol Alexander Soler-Roig, o austriaco Helmut Marko e o sueco Reine Wissel, vindo da Lotus.
O resultado foi uma tremenda confusão. O potêncial do carro foi desbaratado, com os meios a serem dispersos pelos vários carros, e os resultados ressentiram-se. A unica nota de destaque foi a vitória de Beltoise no Mónaco, que viria depois a ser a última vitória da equipa na Formula 1. A meio do ano, a equipa estreou o modelo P180, uma variante do P160, mas era inferior e foi abandonado no final da época.
Em 1973, a BRM decidiu reduzir a sua equipa para três carros, dois oficiais e um privado. Contratou-se o suiço Clay Regazzoni, da Ferrari, para correr ao lado de Beltoise, e um jovem austriaco, de seu nome Niki Lauda, adquiriu um lugar na equipa, pagando do seu próprio bolso. Soube-se depois que foi através de um empréstimo bancário... Nesse ano, estreou-se uma versão D do carro, com um novo bico, e este correspondeu logo, quando Regazzoni faz uma pole-position surpresa no GP inaugural, na Argentina. Em Jarama, palco do GP de Espanha, surgiu a "versão E" do modelo, mas isso foi "fogo de vista" pois ao longo da temporada, a falta de desenvolvimento foi nitida, e os resultados ressentiram-se. No final, a equipa apenas conseguiu 13 pontos na temporada, apesar de algumas boas prestações, principalmente por parte do jovem Lauda.
Em 1974, o carro vai correr uma quarta temporada. Sem o apoio da Marlboro, que ironicamente rumou para a McLaren, a equipa conseguiu arranjar a publicidade de gasolineira Motul para permanecer competitiva. Regazzoni e Lauda partiam para a Ferrari, e no seu lugar vinham os franceses Henri Pescarolo e Francois Migault. Enquanto que Mike Pilbeam, o novo projectista da equipa, projectava o P201 (Southgate tinha saído para a novata Shadow), a equipa corria com os P160E em Buenos Aires com três carros. Beltoise leva o carro para o quinto lugar, a última vez que conseguiria pontuar com esse modelo. Depois da apresentação do modelo P201, em Kyalami, Pescarolo e Migault correram com o antigo modelo até ao final do ano. A última corrida onde este modelo competiu foi o GP da Alemanha, com Migault a bordo, mas não conseguiu ultrapassar a qualificação.
Ficha Técnica:
Chassis: BRM 160
Projectista: Tony Southgate
Motor: BRM V12 de 3 Litros.
Pilotos: Jo Siffert, Pedro Rodriguez, Peter Gethin, Jean-Pierre Beltoise, Helmut Marko, Reine Wissel, Jackie Oliver, Vic Elford, Howden Ganley, Alexander Soler-Roig, Clay Regazzoni, Niki Lauda, Henri Pescarolo, Francois Migault
Corridas: 49
Pole-Positions: 2 (Siffert 1, Regazzoni 1)
Voltas Mais Rápidas: 2 (Siffert 1, Beltoise 1)
Pontos: 66 (Beltoise 20, Siffert 19, Gethin 10, Rodriguez 9, Ganley 4, Regazzoni 2, Lauda 2)
Fontes:
http://pt.wikipedia.org/wiki/BRM_P160
http://www.conceptcarz.com/vehicle/z15268/BRM-P160.aspx
Os recém-chegados à Blogosfera. Ou nem tanto...
Hoje falo de quatro desses blogs no qual me convidaram a ver, e cada um dos quais tem as suas versatilidades. E espero que se tornem referências na blogosfera, desde que trabalhem bem, postem de modo constante, e fujam um pouco do "noticiário", fazendo coisas por iniciativa própria, não é?
O primeiro blog é o GP Expert (http://www.gpexpert.blogspot.com/). Escrito por dois rapazes, o Alexandre Rangel e o Corauci, escreve essencialmente sobre os momentos históricos da Formula 1, para além de colocar videos e fotos de corridas, modelos e biografias de alguns dos pilotos que entraram na história da Formula 1. Começou no inicio do ano, e veremos qual vai ser o seu rumo. Por agora, estão a fazer um bom trabalho.
O segundo blog do qual falo hoje pertence a um senhor já conhecido de alguns, mas que agora se aventura na Blogosfera. O Leandro Verde decidiu fazer o seu espaço, de seu nome Bandeira Verde (http://www.bandverde.wordpress.com/). Dos quatro posts que já colocou até agora, gostei bastante do seu conteúdo, o que prova que, mais do que fazer em quantidade, a qualidade também conta. Provavelmente, dos novos, é o que tem melhor potencial.
Um terceiro blog, que também tem o seu interesse. Chama-se F1 Nation (http://www.f1-nation.blogspot.com/) e foi criado pelo Lucas Slater. Já tem algum tempo, pois o seu primeiro post é de Maio do ano passado, mas está aos poucos a aumentar o seu ritmo. Veremos no que vai dar, pois já se pode considerar como um blog completo.
O último blog é mais de automóveis do que de automobilismo. Trata-se do Noticias de Carros Tuning (http://www.cartuningrevolution.com/blog), mas como fala sobre automóveis, vai dar ao mesmo. Apesar de pessoalmente não ser muito fã do Comércio & Industria, é algo que não deve ser colocado de lado, e por vezes existem coisas que vale a pena espreitar e ver.