Demorou duas semanas para que a Formula 1 regressasse à Europa, depois da passagem por Miami, e ainda por cima, algumas equipas fizeram modificações nos seus carros para poderem ser melhores e baterem a concorrência. Foi assim que a Mercedes fez algumas modificações para tentar salvar o W13, por exemplo. Mas visto pela qualificação, a Ferrari levou a melhor, mas a Red Bull espreitava-os. Aliás, Max Verstappen só não foi para a frente porque o seu SRS não funcionou como devia ser na altura decisiva, e deu a quinta pole a Charles Leclerc nesta temporada.
Debaixo de um tempo escaldante - 34ºC em Montmeló - as equipas e os pilotos se preparavam para a prova, com a expectativa de poder haver três equipas competitivas, com chances de vitória, graças ao aumento de competitividade do W13 da Mercedes. Na McLaren, Lando Norris lutava contra a sua rinite alérgica, e parecia que a sua saúde estava a levar a pior para ele.
Na partida, tudo normal. Leclerc manteve o comando sobre os Red Bull e o Mercedes de George Russell, mas mais atrás, Lewis Hamilton tentava defender a sua posição de forma algo musculada com o Haas de Kevin Magnussen, acabando este na gravilha, e com o dinamarquês a reclamar da sua atitude, enquanto Hamilton caía para último. Contudo, as imagens falam que aquilo foi um mero incidente de corrida e ambos prosseguiram.
Hamilton pensava que a prova tinha ido de vez e chegou a planear o abandono, mas lá continuou.
Na volta 7, Carlos Sainz sai de pista e acaba na gravilha, e na volta seguinte, foi a vez de Max também cometer o mesmo erro, segundo a Red Bull "devido a uma rajada de vento". Uma coisa é certa, este GP de Espanha não está a ser aborrecida! Max regressou à pista, perdendo lugares para Russell e Perez, não perdendo muito tempo. Contudo, a seguir, o DRS começou a falhar e começou a ver George Russell a afastar-se dele.
E na frente, Leclerc lá estáva, imperturbável.
Com as trocas de pneus, sem grandes alterações no comando, as atenções estavam viradas para o duelo entre Max e Russell pelo - agora - segundo posto. Com o neerlandês a queixar-se o DRS que não funcionava, lá foi tentar conquistar o lugar na marra. E entretanto, só na volta 23 é que Charles Leclerc parou nas boxes, trocando para macios.
Pouco depois, Max recebeu um aviso da Red Bull: Sergio Perez é mais rápido que ele, e o neerlandês recusa. Ele que passe por cima, quase quer dizer. Mas quase ao mesmo tempo, novo drama: o motor de Leclerc pifa! O monegasco encosta à berma e a sua corrida termina ali. Agora é que o campeonato começa a aquecer. Com o líder, agora o Mercedes de George Russell. Tudo isto antes da volta 30. Mas foi de pouca dura. Sergio Perez lá apanhou Russell e o passou, ficando com a liderança para a Red Bull. Agora, era ver se Max também o conseguia passar e fazer a dobradinha mais improvável dos energéticos em muito tempo.
A partir da volta 35, começou a segunda ronda de paragens nas boxes, com muita gente a colocar médios, alguns para irem até ao fim da prova. Russell, por exemplo, foi às boxes na 36ª passagem pela meta, deixando o segundo lugar para Verstappen, mas com ele seis segundos atrás de Perez, que estava a começar a ficar confortável com a liderança. O mexicano foi às boxes na volta 38, dando a liderança ao seu companheiro de equipa, que lá ficou até fazer a sua paragem final, na volta 45, para colocar médios. E foi assim, nas boxes, que o neerlandês ficou com o segundo posto, que era de Russell.
Perez lá liderava, mas na volta 49, chegaram ordens das boxes afirmando que o carro de Max era mais veloz, e pedindo que ele o deixasse passar, em nome do campeonato. O mexicano reclamou, mas acedeu, e Verstappen lá ficou com a liderança, porque a dobradinha era mais importante, e Max é o piloto numero um.
Atrás, Russell era terceiro depois de ver Bottas parando nas boxes para uma última troca de pneus. O finlandês da Alfa-Sauber parecia que ia a caminho de um bom resultado, a dez voltas do fim, mas no final, o carro ascendente de Lewis Hamilton, sobretudo o do britânico, fizeram com que galgasse os carros de Bottas, primeiro, de de Sainz, depois, para ser quarto a poucas voltas do final. Nada mau para quem teve uma péssima largada e passou em último no final da primeira volta...
E até ao fim, nada de relevante. Max cruzou a meta em primeiro, numa dobradinha da Red Bull, e o neerlandês é o novo líder do campeonato, seis pontos na frente de Charles Leclerc. George Russell foi o terceiro, na frente de Lewis Hamilton, Carlos Sainz Jr e Valtteri Bottas. A grande lição deste GP de Espanha é que uns erros são mais danosos que outros, e o azar de uns beneficiam - largamente - os outros.
Agora, toca a arrumar as coisas, porque Mónaco é na semana que vêm.