sábado, 15 de julho de 2017

Formula E: Bird venceu a primeira corrida em Nova Iorque

Sam Bird foi o vencedor da primeira corrida em paragens nova-iorquinas. O britânico deu à Virgin a sua primeira vitória do ano, batendo os Techeetahs de Jean-Eric Vergne e Stephane Sarrazin. Lucas di Grassi foi o quarto classificado, conseguindo 12 pontos importantes na tentativa de recuperação da liderança a Sebasatien Buemi, que está ausente nesta fim de semana devido a compromissos na Endurance. Quanto a António Félix da Costa, as limitações no carro da Andretti fizeram com que não fosse mais longe do que a 12ª posição da geral, ficando fora dos pontos.

Com Manhattan e a Estátua da Liberdade como pano de fundo, a partida para a primeira corrida deste fim de semana americano começou com Daniel Abt a conseguir passar Lynn no gancho, enquanto que os pequenos toques no meio do pelotão fizeram com que Mitch Evans tenha terminado prematuramente a sua corrida porque a sua suspensão tinha-se quebrado. O alemão da Audi-Abt abriu algum tempo para o britânico da Virgin - qusse um segundo - para ver se escapava das confusões do meio da grelha. Sam Bird era o terceiro, seguido por Jean-Eric Vergne.

Com o passar das voltas, Abt liderava, mas não conseguia distanciar-se, enquanto que havia uma troca entre Virgin, com Bird a ficar com a segunda posição, deixando Lynn no terceira posição. O inglês colou-se ao alemão e na travagem para o segundo gancho, na volta 16, o piloto da Virgin conseguiu passar Abt e ficou com a liderança.

Atrás, ao mesmo tempo, Nick Heidfeld conseguiu passar Alex Lynn e ficou com o terceiro posto, e partindo ao ataque a Abt para ver se ficava com o segundo posto. E na volta 18, Adam Carrol tentava defender-se dos ataques de António Félix da Costa, acabando com danos no carro da Andretti, e o piloto português caiu da 13ª para a 17ª posição, indo antecipadamente para as boxes. Duas voltas depois, Lynn perdia mais uma posição para Stephane Sarrazin.

Na volta 21, Lynn é o primeiro a parar nas boxes para trocar de carro, a o resto do pelotão fez a mesma manobra nas voltas seguintes. No regresso à pista, Bird estava na frente, com Vergne em segundo e Abt o terceiro. Três voltas depois, o Virgin de Lynn teve problemas e encostou de vez na pista, causando o terceiro abandono na corrida. 

A partir deste momento, as atenções ficaram concentradas em Di Grassi, que atacava Rosenqvist para o quinto posto. apesar de usar o "Fan Boost", ele não conseguia apanhar o piloto sueco da Mahindra. Ao mesmo tempo, o outro Mahindra de Nick Heidfeld chegava-se ao piloto brasileiro e este se sentia ensanduichado... tudo ficou resolvido na volta 34, quando o sueco fez um pião e bateu, deixando Di Grassi e Heidfeld livres para lutar. 

Rosenqvist trocou a asa traseira, mas caiu para o fundo do pelotão. Heldfeld tentou pressionar o piloto brasileiro, mas na volta 38, Heidfeld parou na pista de vez devido a uma quebra de suspensão e os comissários mostrarem a bandeira amarela. O lugar onde ele parou foi mais do que suficiente para que o Safery Car entrasse na pista.

Esta voltou para as boxes a duas voltas do fim, e Bird manteve na liderança até à banderia de xadrez, na frente de Vergne, com Sarrazin a ser terceiro, depois de um erro de Abt o ter atirado para o fundo do pelotão. Lucas Di Grassi foi o quarto, conseguindo doze pontos importantes para a luta pelo campeonato. Duval acabou em quinto, Turvey, Gasly, Nico Prost, Robin Frijns e Adam Carrol fecharam os pontos.

Buemi continua a liderar, com 157 pontos, mais vinte do que Lucas Di Grasi, enquanto que Feliz Rosenqvist é o terceiro, com 86. Amanhã haverá segunda corrida em paragens nova-iorquinas. 

Formula 1 2017 - Ronda 10, Grã-Bretanha (Qualificação)

Em uma semana, a Formula 1 saltou de uma pista para outra, veio do centro da Europa para o "vale do automobilismo" no centro da Grã-Bretanha. Mas nessa única semana - cinco dias, para ser mais correto - aconteceram muitas coisas. Primeiro, a denuncia do contrato por parte do BRDC (o British Racing Drivers Club) sobre o contrato que fizeram com a FOM para acolher o GP da Grã-Bretanha, que começava a ser caro demais para os seus bolsos. A partir de 2019, se não fizeram nada, a Formula 1 sai de Silverstone.

Contudo, pelo meio, fizeram um espectáculo no centro de Londres para aproximar a modalidade aos fãs, e calhou na mesma altura em que falavam do fim anunciado desse contrato. E claro, as pessoas somaram "dois mais dois" e começaram a pensar que, se calhar, a solução seria uma corrida no centro da cidade. Afinal de contas, até a lei que não permitia isso tinha sido removida, logo, uma corrida citadina naquelas partes poderia fazer maravilhas. Mas das intenções, o inferno está cheio... e até 2018, nada garante que não haja uma renegociação do contrato entre ambas as partes e as condições serem mais... generosas.

Com o fim de semana a começar com a estreia do "aeroscreen", e de Sebastian Vettel a recolher às boxes após... uma volta, queixando-se que o dispositivo lhe tinha causado "tonturas e enjoos", a coisa continuou com a noticia de que Valtteri Bottas tinha de trocar a sua caixa de velocidades, mais do que suficiente para cair cinco posições, e talvez dar a pole-position antecipada a Lewis Hamilton.

Com um tempo tipicamente britânico, máquinas e pilotos prepararam-se para a qualificação. Contudo, à hora do começo, choveu no circuito, deixando a pista molhada e fazendo com que os pilotos entrassem na pista usando pneus intermédios (os verdes). Claro, esta Q1 iria ser uma lotaria, porque a pista iria secar com o tempo. Os primeiros tempos foram marcados por Daniel Ricciardo, que fez 1.42,966, muito abaixo dos 1.28 que Lewis Hamilton tinha feito nos treinos livres de ontem, mas pouco tempo depois, o australiano encostou à berma, com problemas com o seu Red Bull. A sua qualificação ficaria por ali e os comissários agitaram a bandeira vermelha.

Na parte final, alguns pilotos arriscaram, colocando pneus "slicks" e claro, vimos algumas surpresas. Primeiro Hamilton, depois Vettel e no final foi... Fernando Alonso, que marcou 1.38.912 e deixou toda a gente de boca aberta. Ver um McLaren-Honda a fazer o melhor tempo em muito tempo pode deixar todos entre o espantado e o risível... se não soubesse que o piloto espanhol terá uma penalização de 30 lugares (largará na fronteira escocesa...) e será o último classificado na grelha para amanhã.

No final, a fazer companhia a Ricciardo, ficaram os Sauber de Marcus Ericsson e Pascal Wehrlein, bem como o Haas de Kevin Magnussen e o Williams de Lance Stroll, de uma forma algo surpreendente.

A Q2 começou com todos os pilotos a andarem com slicks, e claro, os tempos começaram a baixar. Primeiro, Kimi Raikkonen, com 1.32,171, depois Nico Hulkenberg, com 1.31,085. Mas depois, os Mercedes (primeiro Bottas, depois Hamilton), baixaram para tempos dignos de registo, com o inglês a fazer 1.29,097. Na segunda parte dessa Q2, os tempos caíram cada vez mais, com Hamilton a melhorar para 1.27,893, que era o tempo que ficou no final da segunda parte da qualificação.

Com os Mercedes, passaram os Ferrari, os Force India, o Red Bull de Max Verstappen, o Renault de Nico Hulkenberg, o Haas de Romain Grosjean e o McLaren de Stoffel Vandoorne, ao mesmo tempo que Fernando Alonso não foi mais longe do que o 13º tempo.

Na fase final, só não se sabia quando é que Hamilton iria marcar o tempo que lhe daria a pole-positon. Primeiro, marcou 1.27,231, e depois com Bottas e Vettel a tentarem aproximar-se, com o alemão da Ferrari a fazer 1.27,430, na parte final, tirou o suficiente para fazer o recorde da pista, com 1.26,600, tirando mais de meio segundo a Kimi Raikkonen, o segundo classificado, e a Sebastian Vettel, o terceiro. Valtteri Bottas só fez o quarto tempo, mas caindo cinco lugares, será nono, atrás até de Stoffel Vandoorne.

Como seria de esperar, a multidão entrou em delirio com a 67ª pole de Hamilton da sua carreira, e celebrou na pista o feito. E parece que, a não ser que aconteça algo a ele, parece que o lugar mais alto do pódio estará destinado a ele e os seus rivais terão de fazer o melhor para menorizar os estragos. Mas o automobilismo, e a Formula 1 em particular, não é uma ciência exata...

sexta-feira, 14 de julho de 2017

Noticias: Valtteri Bottas penalizado em cinco lugares

A Mercedes decidiu mudar a caixa de velocidades do Mercedes de Valtteri Bottas, e essa mudança não planeada levou a que os comissários de pista tivessem de penalizar o piloto finlandês em cinco lugares na qualificação de amanhã no GP da Grã-Bretanha.

Isso irá prejudicar as prestações do piloto finlandês, que esta sexta-feira foi o piloto mais veloz nas duas sessões de treinos livres do circuito de Silverstone, e provavelmente o seu companheiro de equipa, Lewis Hamilton, terá caminho aberto para a pole-position, já que os Flechas de Prata tem sido os mais velozes neste fim de semana...

A qualificação acontecerá amanhã.

Youtube Motorsport Trailer: Superswede


Parece que vêm todos em catadupa: já vimos o documentário sobre Bruce McLaren, e agora temos um sobre Frank Williams, mas no próximo dia 16 de agosto, os suecos vão estrear um sobre Ronnie Peterson, quase 39 anos depois da sua morte.

Tem os testemunhos de pilotos como Niki Lauda, John Watson, Jackie Stewart e Emerson Fittipaldi, e especialmente, o testemunho de Nina Kennedy, a filha de Ronnie e de Barbro, que tinha dois anos quando o seu pai morreu, um dia depois do seu acidente no GP de Itália de 1978, ao volante do seu Lotus.

Eis aqui o trailer. E pelos vistos, os próximos tempos serão cheios de documentários de automobilismo e filmes de Hollywood sobre o tema...


quinta-feira, 13 de julho de 2017

Abiteboul: "Queremos ir passo a passo com Kubica"

Robert Kubica testou ontem em Paul Ricard no chassis E20, de 2012, numa série de 90 voltas do qual não teve problemas de maior, em mais um teste do qual faz com que as especulações sobre o seu eventual regresso aumentam ainda mais. Especialmente, quando se soube que o piloto de 32 anos esteve recentemente num simulador de 2017, no qual está preparado ao mais ínfimo pormenor em termos físicos a um carro real de Formula 1.

Segundo Kubica, os resultados foram positivos, mas ele retêm o entusiasmo. “Pude testar o carro na configuração deste ano e o dia correu bastante bem, mas não vou entrar em detalhes. Mas sim, tive a oportunidade, fiquei feliz e a equipa também” disse o polaco à Sky Italia. “A situação atual é boa, estável e muita coisa mudou na minha cabeça. Já não tenho certas limitações que tinha. O passo que dei em Valência foi enorme e agora tenho que ir degrau a degrau. Espero aproximar-me mais do meu objetivo, não o vou esconder”, disse.

No entanto, a Renault, através do seu diretor geral, Cyril Abiteboul, tenta refrear o entusiasmo sobre possíveis regressos, afirmando que isto é um processo longo e tem de ser rigoroso, para ver até que ponto ele está recuperado a cem por cento. 

"Queremos ser claros sobre o fato de que ele está a testar com um propósito que é ir além na sua avaliação sobre o que ele pode e não pode fazer", disse Abiteboul à Motorsport.com antes do teste em Paul Ricard.

"Queremos testar uma série de coisas. Reunimos um programa - não vou entrar em detalhes - mas quero deixar claro que se o teste for positivo, ele não irá guiar para Renault no próximo ano. As coisas são um pouco mais complexas do que isso", continuou.

"Como sempre, estamos realmente indo passo a passo, com muito cuidado, tentando tanto quanto possível deixar a emoção de um lado, pois tem também alguma fisioterapia envolvida, algumas verificações médicas envolvidas, apenas para garantir que tudo esteja bem."

"E quem sabe, se o teste for positivo, e os próximos passos são positivos, talvez ele possa acabar em um carro de Formula 1. Mas eu não quero especular neste momento, porque não devemos ter meios que especulam pressionando-nos sobre o que precisamos fazer depois", concluiu..

Vasseur quer saber o acordo da Honda

O francês Frederic Vasseur, antigo responsável da Renault, é o novo diretor desportivo da Sauber, e ele deseja saber que tipo de acordo é que a marca assinou com a Honda, do qual se fala que poderá ser anulado pela marca japonesa, em retaliação da saída de Monisha Kalterborn da equipa de Hinwill. Falando para o jornal francês L'Équipe", Vasseur afirmou que esse acordo será a sua prioridade.

"A questão da Honda está em cima da mesa - é a primeira coisa em que vou trabalhar", começou por dizer. "Precisamos cuidar disso rapidamente. À luz do que eu ouço da McLaren, pode ser assustador", continuou.

Em termos de pilotos, o sueco Marcus Ericsson entende as prioridades do seu novo diretor desportivo.

"Muito aconteceu nestes últimos dois dias", disse Ericsson. "Nada no qual estou envolvido, mas entendo que algumas coisas estão a acontecer. A prioridade do Fred é resolver isso [o acordo de motores] e certificar-se de que tudo o que acontecer para o próximo ano seja resolvido em breve", continuou.

Sobre o acordo da Honda, o sueco afirmou: "Eu acho que quando [isto] foi anunciado com a Honda, se ela está comprometida em fazer sucesso, então a Honda será ótima para a Sauber. Mas se não, não é ótimo para Sauber, então acho que essa é a questão e não sei como eles se sentem sobre isso", concluiu.

quarta-feira, 12 de julho de 2017

Rumor do Dia: Porsche considera o seu futuro

A Porsche vai decidir até ao final do mês se considera continuar no Mundial de Endurance depois da temporada de 2019. De acordo com a alemã Auto Motor und Sport, a marca de Estugarda considera várias hipóteses, desde construir um motor para a Formula 1 a partir de 2021 até entrar na Formula E como construtora de chassis e de unidades de potência.

A publicação contou que na reunião de 4 de julho entre a FIA e os construtores sobre o tipo de motores que pretendiam ter depois de 2020, a Porsche foi uma das marcas presentes nessa reunião, a par de outras preparadoras como, por exemplo, a Cosworth e a Lamborghini. Eles também falam que a marca pode fazer um duplo esforço na Formula 1 e na Formula E, porque, por um lado, a competição elétrica é bem mais barata do que a Formula 1 ou o WEC, e por outro, a FIA pretende baixar os custos de construção do motor 1.6 turbo, eliminando uma das funtes de alimentação híbrida para reduzir o peso do motor e torná-la mais simples.

No caso do Mundial de Endurance, apesar de todos terem decidido que ninguém iria embora até ao final da temporada de 2018, há pressões para fazer baixar os custos, especialmente na classe LMP1, que anda um pouco desertificada - e por isso vão entrar os independentes como a Ginetta e a Perrin - a Toyota já disse que não vai esperar pela possível entrada da Peugeot para decidir algo ou meramente continuar no Mundial de Endurance, pois necessita de concorrência para poder justificar a sua participação. 

Contudo, qualquer decisão que a Porsche tome só será anunciada em setembro, no fim de semana em que a WEC estará a competir na ronda da Cidade do México.

Formula 1 em Cartoons - GP da Áustria (Pilotoons)

Depois da famosissima partida de Valtteri Bottas, apareceram jogos para que nós pudessemos testar os nossos reflexos na partida do Grande Prémio. E claro, se fossemos abaixo dos 0,2 segundos, provavelmente seriamos penalizados por falsa partida. 

E aqui, claro, o Bruno Mantovani não deixa de usar a ironia sobre isso, numa espécie de "feitiço contra feiticeiro"...

terça-feira, 11 de julho de 2017

Formula 1 em Cartoons - GP da Áustria (Cire Box)



As incidências do GP da Áustria, vistas pela pena humorística do "Cire Box".

Youtube Motorsport Preview: A segunda temporada do The Grand Tour

Já se sabia desde há algum tempo que a segunda temporada do The Grand Tour iria começar em novembro, mas também se sabia que seria hoje a apresentação do primeiro trailer dessa nova temporada. E pelo filme, parece ser bem interessante.

O que já sabemos é que vai ser atribulado. Richard Hammond sofreu dois acidentes durante as filmagens, a primeira em fevereiro, em Moçambique, com uma moto, e a segunda em maio, numa rampa na Suíça, quando guiava com o Rimac Concept One, onde se magoou num joelho, mas escapou de pior. E pelo que se vê por aqui, eles vão mostrar tudo.

Agora, é esperar por mais trailers, até aparecerem os episódios que contam.

Formula E: BMW vai correr na próxima temporada

A BMW confirmou hoje que irá participar na próxima temporada da Formula E, em associação com a Andretti Autosport, tal como está a acontecer desde o final do ano passado. A cooperação estava a acontecer anteriormente em termos de desenvolvimento dos sistemas de energia, mas agora, a cooperação será total, embora não ao ponto da Audi, que anunciou há dias que iria correr como equipa própria, ficando com o trabalho da Abt.

"A Fórmula E desenvolveu-se fantásticamente como uma série de corrida e, com um novo projeto baseado em tecnologia, é perfeitamente adequado para o Grupo BMW e para a BMW Motorsport", disse o chefe do automobilismo da BMW, Jens Marquardt.

"Porque é muito importante para nós demonstrar nossos conhecimentos tecnológicos, demonstramos um compromisso firme com este projeto através do registo da BMW AG como fabricante oficial e enfrentamos a crescente concorrência", continuou.

"Esta série representa um desafio completamente novo para nós - um desafio que estamos felizes em partilhar com a Andretti Formula E. É o parceiro ideal para esta missão. O nome não precisa de introdução nas corridas automobilísticas internacionais. Nossa cooperação já funciona muito bem e estamos ansiosos para dar os próximos passos", concluiu.

A temporada da Andretti tem sido modesta ate agora. Com o português António Félix da Costa e o holandês Robin Frijns ao volante, o melhor resultado até agora foi o quinto lugar do piloto português na ronda inaugural, em Hong Kong.

Silverstone fora do calendário a partir de 2019?

A BRDC (British Racing Drivers Club), proprietária de Silverstone, accionou esta terça-feira a cláusula que permite a sua retirada de cena do calendário da Formula 1 após a temporada de 2019. A decisão foi tomada devido à escalação de custos do qual a proprietária estaria obrigada a pagar e que no final faria com que os custos suboissem para as 25 milhões de libras por temporada.

Quando o contrato foi assinado, em 2010, entre a BRDC e a FOM, de Bernie Ecclestone, os proprietários pagavam em média 11,5 milhões de libras por temporada. Só que agora, em 2017, eles pagarão 16,2 milhões, quase cinco milhões do que pagavam antes, algo do qual os organizadores dizem que é demais para as suas finanças.

John Grant, o presidente do BRDC, afirmou sobre esta decisão:

"Tomamos esta decisão porque não é financeiramente viável para nós organizar o Grande Prêmio da Grã-Bretanha nos termos deste contrato. Nós tivemos perdas de 2,8 milhões de libras em 2015 e 4,8 milhões em 2016, e esperamos perder um montante similar neste ano." começou por afirmar.

"Chegamos a um ponto onde já não podemos deixar nossa paixão pelo automobilismo dominar nossas cabeças. Não arriscaria apenas o futuro da Silverstone e do BRDC, mas também da comunidade britânica de automobilismo que depende de nós.

"No entanto, quero deixar claro que, embora tenhamos ativado a cláusula de quebra [do contrato], apoiamos plenamente as mudanças que a equipa da Liberty Media está a fazer para melhorar a experiência da Formula 1.

"Nossa esperança é que um acordo ainda possa ser alcançado, para que possamos garantir um futuro sustentável e financeiramente viável para o Grande Prêmio da Grã-Bretanha em Silverstone por muitos anos", concluiu.

Grant afirmou que Silverstone poderá ter "um futuro brilhante" sem a Formula 1, mas avisou acerca das consequências da perda de um GP britânico para a industria automobilística:

"Embora odiemos perder o Grande Prémio da Grã-Bretanha, Silverstone terá um futuro brilhante sem ela - tanto em termos comerciais, como em termos de continuar a servir como o coração da comunidade automobilística britânica. Mas perder o Grande Prémio teria um impacto negativo que se sentiria muito para além da Fórmula 1 e da Silverstone."

"Sete das 10 equipas da Formula 1 estão baseadas no Reino Unido - muitas delas perto de Silverstone. Isso traz empregos vitais para o país, além de ter um impacto positivo nas comunidades e na economia local. Há uma boa razão pela qual a área em torno de Silverstone é conhecida como 'o Silicon Valley do automobilismo'. Tirem o Grande Prémio e tudo isso estará em risco", concluiu.

Rumor do dia: Honda desiste de acordo com a Sauber

A Honda pode ter dado um passo atrás no acordo com a Sauber. A noticia é dada esta tarde pela alemã Auto Bild, que refere insatisfação com as mudanças dentro da estrutura da equipa suíça. A saída de Monisha Kalterborn poderá ter sido a grande razão pelo qual a marca japonesa poderá ter dado um passo atrás no acordo que assinaram nesta primavera e do qual entraria em vigor a partir de 2018. 

A informação, ainda não oficial, diz também que estão a decorrer conversações com a Ferrari para poder estender o seu contrato de fornecimento de motores, eles que socorreram a marca em 2010, quando a BMW se retirou da competição. 

Isto poderá colocar em causa não só o futuro da equipa suíça, como também o futuro da marca japonesa em termos de fornecimento de motores, pois eles até este momento não conseguiram alcançar o sucesso que andam à procura desde 2015. E para além disso, isto mostra que a situação dentro da Sauber ainda não está estabilizada, pois desde a saída de Kalterborn, por alturas do GP do Canadá, ainda não foi anunciado um substituto para o lugar de diretor desportivo.

E essas demoras poderão ter precipitado esta possível saída.


segunda-feira, 10 de julho de 2017

Vimeo Motoring Test: Os ensaios do Lucid Air

Que os carros elétricos poderão ser o futuro, a cada dia que passa, mostra-se que sim, poderá ser algo viável, assim que resolverem os problemas do alcance das baterias. E que estão a aparecer luxuosos "sedans" ao melhor estilo Tesla Model S, vindos de firmas que foram construídos do zero, como o Faraday Future. Mas existe também a Lucid, uma firma fundada em 2007 e que, discretamente, está construindo o seu primeiro modelo, o Lucid Air, que sendo fortemente aerodinâmico, já provou ser veloz.

Até que ponto é veloz? Há alguns dias, um dos seus protótipos esteve no Transportation Research Center, no Ohio, e decidiu tirar todos os limitadores num teste de velocidade na pista. Ele alcançou 235 milhas por hora, ou convertido para medidas civilizacionais, a 378 quilómetros por hora.

A ideia é de usar estes testes para melhorar a aerodinâmica do modelo Air e a refrigeração dos motores elétricos que o carro usa. O modelo, que pretendem colocar em 2018 (mas que os peritos acham "demasiado ambicioso") tem dois motores elétricos, totalizando cerca de 900 a 1100 cavalos. E a Lucid será um dos parceiros da McLaren Aplied Technologies para desenvolver os motores da Formula E a partir de 2019, com motores que terão uma potência equivalente a 250 cavalos. Neste momento, usam 220.

Por agora, poderemos ver este ensaio de um carro do qual ainda não saberemos se entrará em produção.

domingo, 9 de julho de 2017

Bottas e a "falsa" partida que... não existiu

A corrida da Áustria ficou marcada pela vitória de Valtteri Bottas... e pela polémica que aconteceu logo na largada do Grande Prémio pelo piloto finlandês. No momento da largada, as rodas do Mercedes numero 77 avançaram um pouco, ainda antes das luzes se apagarem. Muitos gritaram que ele queimou a largada, mas depois de uma aturada pesquisa por parte dos comissários de pista, decidiu-se que a partida do finlandês foi legal, acontecendo dentro da margem de tolerância concedida pela FIA.

Muito se contestou - especialmente na Internet, claro! - contudo, todas estas explicações mostram que a ignorância das regras da FIA são... gritantes. O "olhómetro" parece ser a regra que se seguem e acham que elas tem de ser tal qual, e não são. Como aconteceu em Baku, a FIA explicou a razão pelo qual não iria haver qualquer penalização para aquele caso. E tinha a ver com a margem de tolerância que os pilotos tem numa regra como estas. 

Uma matéria da Autosport britânica explica isso da seguinte forma:   

"Embora os comissários austríacos do GP tenham investigado o assunto, eles decidiram no final que Bottas não cometeu uma falsa partida. Isso não impediu que tenha havido alguma confusão sobre [a razão] pelo qual chegaram a essa conclusão - com imagens de televisão amplamente divulgadas nas mídias sociais sugerindo que as rodas da frente de Bottas estavam a mexer-se enquanto as luzes ainda estavam ligadas.

A FIA explicou, no entanto, que [os pilotos podem fazer] alguns movimentos antes que as luzes se apaguem devido à necessidade, ocasionalmente, dos pilotos fazerem ajustes na sua embraiagem nos momentos cruciais antes do início da corrida.

Esse sistema está em vigor há 20 anos e foi aceito por todos os concorrentes"

Em suma, se os pilotos aceitam esta regra, porque nós, espectadores, a iremos contestar?

Tudo isto mostra que, na realidade, não fazemos ideia das regras da FIA. Noventa e nove por cento de nós nunca as leu, e partimos do principio que as regras escritas são assim, "ipsis verbis", é a letra da lei. Só que não é verdade, e qualquer aluno do primeiro ano de Direito sabe disso. Existe o espírito da lei, o que significa que ela tem muitas interpretações. E se formos ver nesta regra em particular, é que há uma tolerância, como existe nos atletas dos 100 metros. Se partirem depois de ouvir o tiro que assinala o inicio da corrida, eles tem uma tolerância a partir do qual se pode dizer se "queimou" ou não. E como na Formula 1, é de 0,2 segundos. 

Ainda por cima, descobriu-se que no caso do Valtteri Bottas, ele partiu com uma tolerância de 201 centésimos de segundo, ou seja, não foi penalizado por... dois milésimos. Para além disso, a penalização abarca situações onde a roda tenha dado uma volta completa sobre si mesma. Ou seja, tolera os tais ajustes, mas não os aproveitadores alheios. E foi isso que se vê nas imagens: ajustou, parou e depois arrancou.

Em suma, o olho humano é ilusório, e também nunca lemos o livro de regras da FIA. E vimos isso há duas semanas em Baku, com a polémica entre o Lewis Hamilton e o Sebastian Vettel, especialmente na parte em que se diz que o piloto da frente pode fazer o que quiser em relação aos carros que vêm atrás, a pretexto de dar espaço ao Safety Car quando ele regressa às boxes.

E já agora: esqueçam as teorias da conspiração. Porque se, por exemplo, pensassem que a Mercedes seria beneficiada pel FIA, então o Sebastian Vettel teria sido desclassificado da corrida de Baku. É que o Hamilton e a imprensa inglesa não se cansou de pedir essa penalização ao longo da semana que passou. E só isso demonstra que não tem consistência.

Logo, sigamos em frente, porque Silverstone está ao virar da esquina.

Youtube Touring Car Racing: A segunda corrida do TCR Alemão em Oschersleben

Aqui vai o video na íntegra da segunda corrida da ADAC TCR Germany, no circuito alemão de Oscherschleben. Uma corrida vencida pelo holandês Niels Langerveld, no seu Audi, e onde José Rodrigues até fez uma boa corrida, mas um despiste estragou as suas chances de um bom resultado. Estava no nono posto quando isso aconteceu, caiu para o fundo do pelotão e conseguiu fazer uma boa corrida de recuperação. Infelizmente, insuficiente para se colocar nos pontos, classificando-se na 21ª posição (nesta competição, os vinte primeiros pontuam)

O ADAC TCR Germany prossegue daqui a duas semanas, no circuito de Zendvoort, na Holanda. 

Formula 1 2017 - Ronda 9, Áustria (Corrida)

A coisa interessante do Red Bull Ring (que já se chamou Zeltweg e Osterreichring) é que a paisagem é magnifica e que o circuito é veloz. Mas como os carros estão hoje ainda mais velozes do que no passado, os tempos por volta andam perigosamente próximos dos sessenta segundos. Parecendo que não, as 71 voltas desta corrida iriam passar num instante.

Antes da corrida, surgiu a possibilidade de chuva durante a corrida, e isso teve consequências na escolha dos pneus. Com eles a aguentarem cada vez mais voltas, decidiram que eles iriam ficar o mais tempo possivel na pista, esperando que o tempo fizesse mais uma das suas e pudessem aproveitar. Pelo menos, era isso que eles tinham na mente.

No momento da largada, esta começou com... uma dúvida. Valtteri Bottas parece que tinha queimado, e ganhou vantagem sobre Sebastian Vettel. Atrás, Daniil Kvyat tentou ser mais otimista e causou uma colisão entre Fernando Alonso e Max Verstappen. O russo prosseguiu, atrasado, no fundo da tabela, e após algum tempo, foi penalizado pelo incidente, enquanto que os outros dois pilotos acabaram por ali a sua prova.

E pobre holandês: quinto abandono em sete corridas. Desta vez, ele foi um mero espectador.

Hamilton começou a fazer uma corrida de recuperação com pneus supermacios (os laranjas), para ver se pode ficar na pista o mais tempo possível. Ele começou a passar os Force India e depois o Haas de Romain Grosjesan, para ser quinto na volta 14, altura em que o primeiro dos pilotos trocou de pneus: Nico Hulkenberg, no seu Renault. Contudo, o inglês começou a queixar-se de bolhas nos seus pneus, apesar de estar a apanhar Kimi Raikkonen. 

Melhores eram os Williams, que tinham metido moles (os amarelos) e começaram a subir posições. Já estavam nos pontos por essa altura, com o brasileiro na frente de Stroll, ambos em nono e décimo.

Pouco depois, a FIA vinha com a sentença sobre a partida de Bottas. E foi... no limite. É que a FIA tem uma tolerância de 0,2 segundos sobre se o piloto faz ou não uma falsa partida, e o finlandês fez a sua em meros... 0,201 segundos. Portanto, por duas milésimas, o piloto numero 77 não pegou penalização. Por um milésimo se ganha, por um milésimo se perde... ou se preferirem, as aparências iludem.

Na volta 31, por alturas do abandono de Kevin Magnussen (que estava a assediar Lance Stroll), Hamilton foi às boxes para trocar de pneus, ficando com os ultramoles (os pneus violeta). O inglês manteve o quinto posto, e três voltas depois, parava Daniel Ricciardo, que caia para o quarto posto, na frente de Hamilton. Na volta seguinte, foi a vez de Vettel, que colocou supermoles e caiu para terceiro, na frente de Ricciardo. As coisas pareciam voltado à modorra, mas quando viram o pneu traseiro direito de Hamilton a ficar com desgaste prematuro, todos ficaram em alerta.

Bottas parou na volta 42, com uma liderança confortável, mas a troca de pneus - para os "vermelhos" - não correu muito bem e saiu das boxes com Vettel na sua traseira. Raikkonen estava na frente, mas na volta 44, Bottas passou-o. O seu compatriota decidiu ir logo a seguir às boxes, trocando para supermoles... depois de ter aguentado 44 voltas com os ultramoles!

Na volta 46, ao mesmo tempo que Stoffel Vandoorne era penalizado por ignorar as bandeiras azuis, Carlos Sainz Jr acabaria por desistir devido a problemas com a sua unidade de potência, sendo o quarto abandono da corrida. Na frente, Bottas estava confortável na frente, com Vettel logo atrás, mas sem conseguir apanhar. Na volta 48, Massa pára por fim na boxe e trocou para os ultramacios.

A partir daqui, parecia ser uma procissão do que outra coisa. Esperava-se que o tempo poderia fazer alguma coisa, mas no final, não choveu. E os pilotos pareciam que não conseguiriam aproximar-se uns dos outros. Contudo, nas últimas cinco voltas, as coisas mudaram. Os pneus começavam a degradar-se e Hamilton e Vettel começaram a atacar os pilotos que estavam na sua frente. As aproximações foram de tal forma que Hamilton tentou passar a duas voltas do fim, sem efeito.

No final, todos ficaram colados, mas ninguém passou. Bottas foi o vencedor, a dois carros de Vettel, e um pouco atrás, Ricciardo ficou com o lugar mais baixo do pódio, na frente de Hamilton. Raikkonen foi o quinto, na frente de Grosjean - melhor posição da temporada para a Haas - Os Force India e os Williams, com Massa na frente de Stroll, que pontuava pela terceira vez consecutiva.

Com a Formula 1 a alcançar a metade do campeonato, Vettel alargou um pouco mais a sua vantagem no campeonato para vinte pontos, mas Valtteri Bottas começou a aproximar-se de Lewis Hamilton, pois com esta vitória, ficou a meros 15 pontos do inglês, e isso faz com que isto vire uma luta a três, algo do qual poderá atrair todos os que na semana que vêm, acorrerão a Silverstone...