sábado, 5 de janeiro de 2013

Youtube Dakar Rally: a paisagem peruana


Hoje foi apenas treze quilómetros de especial, de Lima a Pisco, no Peru, mas o Dakar 2013 está oficialmente na estrada. E mesmo neste percurso tão pequeno, já foi marcado pela avaria de Robby Gordon, que parece provar que o seu Hummer gigante... tem pés de barro.

Sobre isso falo depois, mas para já, ficam estas imagens da paisagem e das pessoas que esperaram pela passagem das máquinas nas dunas do deserto peruano.

Youtube Rally: o que esperar de 2013


No próximo dia 15 de janeiro, o Mundial de Ralis irá começar ns estradas à volta de Monte Carlo, com quatro marcas em liça, com a chegada da Volkswagen, mais a possibilidade de uma quinta, com o anuncio de que a Hyundai irá preparar um carro para correr na parte final da temporada, com o lançamento a tempo inteiro em 2014.

Assim sendo, enquanto o WRC não começa, poderemos ver este video, para termos uma ideia de o que é que as equipas esperam desta temporada, com as máquinas que estarão nas classificativas um pouco por todo o mundo, na primeira temporada pós-Loeb.

Rumor do dia: Hulkenberg a caminho da Red Bull em 2014

Afinal, existe um bom motivo pelo qual Nico Hulkenberg ter assinado apenas por uma temporada com a Sauber. É que de acordo com o jornal alemão Sport Bild, o piloto de 25 anos está a ser observado pela Red Bull com vista a ser o segundo piloto da marca em 2014, ao lado de Sebastian Vettel e claro, a substituir o australiano Mark Webber.

Segundo a publicação alemã, apesar de a Red Bull confiar na sua "equipa B", a Toro Rosso, a verdade é que Helmut Marko não está impressionado nem com Jean-Eric Vergne, nem com Daniel Ricciardo, apesar de terem feito algum bom trabalho na equipa, com o francês a ser oitavo classificado por quatro vezes, na sua temporada de estreia.

Tendo em conta o que sucedeu a Sébastien Buémi e Jaime Alguersuari no final de 2011, não será de estranhar que em 2013 seja colocada muita pressão, quer nos dois jovens da Toro Rosso, como na equipa, que esteve abaixo das suas expectativas em 2011, fazendo com que tivesse havido uma substituição no cargo de desenhista da equipa, saindo Giorgio Ascanelli e entrando James Key, que fez um bom trabalho na Sauber.

No artigo, Helmut Marko, consultor da Red Bull e responsável pela politica de jovens pilotos, revelou que Hulkenberg "fazia parte da lista de candidatos para a nossa equipa de juniores há alguns anos, mas o Nico tinha um patrocinador (DEKRA) do qual não se queria separar”, disse.

Veremos se há fogo neste fumo...

ERC: Kopecky foi o melhor... por meio segundo

Daqui a dez dias, começa em Monte Carlo o Mundial de Ralis, mas já por estes dias, começou o novo Europeu de Ralis, que este ano é organizado pela Eurosport Events e que decidiu unir-se com o Intercontinental Rally Challenge, criando um campeonato de treze provas, que começou agora com o austríaco Jänner Rally.

Aqui, numa temporada de transição entre os S2000 e os R5, os melhores foram os Skoda, mas o checo Jan Kopecky foi o vencedor por apenas... meio segundo, batendo o francês Bryan Bouffier, num Peugeot 207 S2000, numa final de loucos. O local Raimund Baumschlager, num Skoda Fábia S2000, ficou com o lugar mais baixo do pódio, na frente do polaco Vaclav Pech, num Mini JCW S2000.

Depois de um primeiro dia de ralis onde a neve imperou, o segundo dia começou com Kopecky a liderar com 20,2 segundos de vantagem sobre Bryan Bouffier, que o aumentou à medida que as classificativas se realizavam. Mas Bouffer reagiu e reduziu a diferença para 14,2 segundos, beneficiando também das cautelas de Kopecky decidiu ter.

Contudo, a quatro classificativas do fim, Kopecky tem um furo e perde quase meio minuto, fazendo-o cair para o terceiro posto, atrás de Bouffier e Baumschlager. O checo reagiu que nem um possesso, sendo o mais veloz nas últimas três classificativas, especialmente a última, com mais de 25 km de extensão, acabando por tirar a vitória das mãos de Bouffier e começando da melhor maneira o campeonato europeu de ralis.

Agora, o Europeu voltará a 1 de fevereiro com o Rally Lieplaja, na Letónia.  

sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Dakar: Carlos Sousa admite não ser favorito

A 24 horas do inicio do Dakar 2013, e ao contrário do que acontece nas motos, onde Hélder Rodrigues parece ser um dos favoritos à vitória na categoria, Carlos Sousa admite que com os carros em jogo e a mecânica do seu carro, as suas hipótese de melhorar a sua prestação com o seu jipe Great Wall, onde foi sétimo classificado, são menores, em relação aos Mini e aos "buggys" de Nasser al Attiyah e de Carlos Sainz, por exemplo.

Este ano, admito que será difícil aspirarmos a um resultado mais ambicioso. Se em 2012 superámos as melhores expectativas dos responsáveis da equipa, a verdade é que também colocamos a fasquia muito alta, sobretudo para um construtor que só muito recentemente começou a apostar no Dakar e não tem ainda a experiência ou os meios das principais equipas do pelotão automóvel”, começou por referir Carlos Sousa, que este ano vai fazer dupla com Miguel Ramalho, que até meados de 2012, era o navegador de Armindo Araujo nos ralis:

Sem evoluções no capítulo mecânico, este foi o único upgrade que solicitei à equipa, também porque sempre foi meu desejo formar novamente uma dupla 100 por cento nacional no Dakar”, assume o piloto da marca chinesa.

Quanto aos favoritos à vitória, Carlos Sousa fala que Stephane Peterhansel é o grande favorito, apesar das ameaças dos "buggys" de Nasser Al Atiyah e Carlos Sainz: “Para mim o grande favorito à vitória, mesmo apesar da esperada maior competitividade dos buggys de duas rodas motrizes, em face de um (novo) regulamento que é bastante mais penalizador para os 4X4, desde logo, pela utilização obrigatória de um motor de série”.

A dupla portuguesa falou do acampamento que está situado no bairro de La Magdalena, nos arredores de Lima, local onde se concentram os concorrentes para a partida da edição deste ano: "É uma estrutura imensa e um espetáculo único a cada ano. São milhares e milhares de pessoas que querem ver os carros e os pilotos de perto… É aqui que começamos a sentir verdadeiramente o ambiente da corrida e o espírito muito próprio do Dakar”, observa Carlos Sousa.

O Rally Dakar começa amanhã.

O Dakar já começou para Robby Gordon

Que tenhamos uma estranha atração pelos "feios, porcos e maus", isso é verdade. E que Robby Gordon, uma pessoa absolutamente versátil em termos de automobilismo - correu na CART, fez NASCAR e adora os Todo-o-Terreno desde tenra idade, por alturas dos Baja - também é verdade. E o Dakar tornou-se na sua obsessão, tentando ser o primeiro americano a vencer com uma máquina americana. E que máquina, não é? Um Hummer, símbolo de tudo que um jipe não deve ser...

Mas na antevéspera do Dakar, que este ano partirá de Lima, a capital do Peru, Robbie decidiu abrir a boca e dizer o "soundbyte" do dia: “Só vi os carros em fotos, mas da mesma forma que acho que Mini são para senhoras, os buggies são feios. Nota-se que foi o Nasser que desenhou o carro.”, disse.

Para o "tio Robby" dizer isso, recorde-se que os Mini são os favoritos à vitoria, contra o Hummer de Gordon, que ano após ano, tenta vencer com os seus carros reputadamente velozes... mas muito frágeis. Nasser Al-Attiyah foi com o Hummer de Gordon em 2011 e ficou pelo caminho, fazendo fortes criticas à fiabilidade do carro, algo que o americano, ferido no seu orgulho próprio, não gostou.

Para Robby Gordon, o "soundbyte" significa que o Dakar para ele começou há muito tempo... 

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Na minha 5ª Coluna desta semana...


(...) Mas agora que [Michael Schumacher] voltou ao conforto do seu sofá e ter calçado as pantufas, pode-se perguntar: o que foi esta sua segunda passagem pela Formula 1? Foi um fracasso rotundo, como se fosse um segundo Alan Jones, ou até foi um sucesso, dadas as circunstâncias, como foi com Niki Lauda? É certo que Schumacher teve dificuldade em se adaptar à Formula 1, depois de quatro temporadas de ausência, e o perigo de estragar toda a aura que tinha conquistado era real, mas no final, até que a temporada de 2012 foi bem mais interessante do que em 2011, por exemplo. 

Sofreu no inicio da temporada, devido às várias desistências, alguns deles devido a incidentes causados por si, como em Barcelona e Singapura, onde entrou pelas traseiras de Bruno Senna e Jean-Eric Vergne, respectivamente. Mas foi também em 2012 que subiu ao pódio pela única vez desde que regressou, e conseguiu uma volta mais rápida, na Alemanha, tornando-se no piloto mais velho a consegui-lo desde os tempos de Jack Brabham, em 1970. E poderia ter conseguido a pole-position no Mónaco, caso não tivesse levado uma penalização na corrida anterior, em Barcelona... em suma, houve uns lampejos de brilho, mas alternado com muitas desistências. Aliás, esta foi a temporada onde chegou menos vezes aos pontos: oito vezes, contra os doze de 2010 e os onze de 2011. (...)

Hoje passa mais um aniversário natalício de Michael Schumacher, e aproveitei a coincidência entre a dia de anos e ser o mau habitual dia de escrever a minha crónica semanal no Formula 1 Portugal para fazer um pequeno balanço sobre a sua segunda passagem pela Formula 1. E apesar dos seus lampejos brilhantes aqui e ali, viu-se mais que não foi capaz de acompanhar pilotos dez, quinze e até vinte anos mais novos do que ele, para além de ter sido constantemente mais lento que Nico Rosberg, principalmente nas qualificações. E é sobre isso que falo na minha primeira 5ª Coluna de 2013, que podem consultar no Formula 1 Portugal, a partir deste link.

quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

Noticias: Zanardi quer correr pontualmente

Depois de Alessandro Zanardi ter recusado na semana passada um convite para correr no DTM em 2013, o piloto italiano aproveitou o Ano Novo para falar dos seus planos imediatos para o ano que agora começa. E fala que deseja fazer provas pontuais, para não se desviar da sua paixão pelo ciclismo: “É amor verdadeiro”, declarou.

Numa entrevista ao jornal desportivo italiano Gazzetta dello Sport, afirmou: “Tive algumas ofertas para competir em campeonatos de alto nível, como o DTM e o WTCC, mas uma temporada completa não é o que eu quero. Em vez disso, provas isoladas representam o desafio perfeito”, começou por afirmar Zanardi.

Quando o entrevistador pediu para ser especifico, como as 500 Milhas de Indianapolis, sorriu: “As 500 Milhas de Indianápolis? Sim, mas também as 24 Horas de Daytona, numa equipa com amigos, seria divertido”.

Apesar de este ano já não poder estar a tempo de fazer a corrida desta temporada, devido ao fecho das inscrições, ele poderá estar bem a temo de correr na oval americana nesta temporada. Zanardi afirmou que Jimmy Vasser lhe prometeu um cockpit caso vencesse o ouro olímpico  e o italiano revelou que anda a conversar com a Chip Ganassi, a sua equipa na primeira passagem pela CART, em 1997 e 1998, sobre a possibilidade de adaptar um carro para ele para o "Brickyard".

O Top Gear está de volta!

Foi quase um ano de ausência, mas por fim, aquele que é provavelmente o melhor programa de automóveis do mundo está de volta. A BBC anunciou que o Top Gear, aquele programa que têm Jeremy Clarkson, James May e Richard Hammond, acompanhados por um senhor de branco chamado The Stig, irá voltar no dia 27 de janeiro.

Para anunciar isso, eles decidiram colocar um "teaser" com imagens da... temporada anterior. Um pouco mau, mas esperemos que tudo aquilo que andaram a fazer durante este longo ano de ausência, compense. E pelo que ouvimos por aí, eles foram aos Estados Unidos, ao Uganda e a mais alguns lados.

Até lá, temos este "teaser". 

A capa do Autosport desta semana

A capa do Autosport desta semana será, inevitavelmente, sobre o Rally Dakar, que arrancará este sábado, em Lima, a capital do Peru. Na capa, sob o título "Tudo sobre o Dakar", um dos Mini de todo o terreno a passear sobre uma duna, para mostrar as dificuldades que os concorrentes vão enfrentar no deserto do Atacama, serve de ilustração.

Por baixo, em jeito de subtítulo, o jornal questiona: "Mini com forte oposição dos buggies" e fala sobre as hipóteses portuguesas de vitória: "Será este o ano de Helder Rodrigues?"

Em cima, existe uma entrevista com Ricardo Moura, o atual campeão nacional de ralis, onde afirma como "soundbyte": "O meu carro não é superior aos outros", enquanto que em baixo, ainda há mais referência aos Ralis, com o arranque do Janner Rally, na Austria ("Europeu de Ralis arranca recheado de estrelas") de formula 1 ("Russos Preparam Invasão") e uma referência sobre o Trial 4x4 ("O ano dos Duros")

terça-feira, 1 de janeiro de 2013

Youtube Dakar Rally: o Smart 4x4 que não vai ao Rally Dakar


Se ontem falei da moto com o curioso número e ainda mais curiosa publicidade, hoje falo do carro que teria ido a Peru para fazer o Rally Dakar. Digo "teria", porque infelizmente, o seu piloto não conseguiu arranjar o dinheiro necessário para poder participar no Rally Raid.

O senhor em questão chama-se José Luiz Alvarez e o seu projeto é, sem dúvida, original: levar um Smart de motor 1000cc a Lima, no Peru, e tentar chegar ao fim, em Santiago do Chile. A solo e sem assistência, a ideia era de levar o pequeno citadino - devidamente modificado, claro - para esta prova tão dura. Mas a crise económica que assola a Espanha o atrapalhou no seu projeto e a poucos dias do Dakar, o deixou em terra:

"Acabou mesmo sem começar. Fui vítima da má situação económica que se vive em Espanha e não me posso queixar do sucedido, pois todos passam por imensos problemas. Os últimos dias foram loucos, com muitas reuniões e telefonemas para tentar salvar o projeto que dura há cerca de um ano e em desenho, desenvolvimento, aprovação, inscrição e outras coisas, gastámos mais de 80 000 euros, para agora termos apenas um bonito Smart 4x4 parado.”, referiu, desalentado o piloto espanhol.

Foi pena, pois seria engraçado ver como se comportaria um Smart numa prova tão longa e dura como o Dakar. E houve uma primeira tentativa em 2008, com o português Bernardo Villar, mas esta foi abortada quando a edição foi cancelada, ainda em Lisboa.

Youtube Rally Classic: as incriveis máquinas dos Ralis


Para começar o inicio do ano, um video de Ralis, porque em termos competitivos, é isso que vamos ver no próximo mês, quer com o Dakar, quer com o Janner Rally, a partir do dia 5, o Rali de Monte Carlo, no dia 16.

Gosto deste video em particular, porque vejo por ali os últimos... quinze anos, pois ainda andam ali Colin McRae e Richard Burns e máquinas que agora pertencem à história. E todos eles são mesmo incriveis máquinas, com todas as suas qualidades e defeitos.

2013 está à nossa frente. Vamos a ver o que podemos fazer com ela.

segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

O último post de 2012

Daqui a bocado vai ser a hora do jantar em familia, e logo a seguir, irei para a casa de amigos meus para comemorar a passagem de ano para 2013. Portanto, como já adivinharam, este é o último post desde ano da Graça de 2012.

Muito do que disse sobre este ano que se vai embora disse-o na Véspera de Natal. Tive coisas muito boas, como o portal e a revista online, do qual acho que foi uma coisa excelente e do qual só temos a ganhar com o projeto, caso se dê os passos certos. E também falei da frustração que foi certos projetos terem acabado cedo demais, como o do Portal F1 ou a minha aspiração de transformar o meu blog em site, pois ainda acho que seria uma mais valia e um salto de qualidade.

Mas apesar de tudo, foi um ano bem interessante. Conhece-se novas pessoas e descobre-se, nas horas mais sombrias, o que existe de melhor e de pior em todos nós e nos que estão à nossa volta. Gostaria que as coisas em 2013 melhorassem e nos ajudassem a sair do atoleiro em que nós estamos, como está este país à beira-mar plantado e do qual vejo e oiço à minha volta muito pessimismo, muita desesperança, muito rancor e muito desespero. Teve dias em que temi pelo futuro deste país - e ainda temo - mas quero acreditar que o pior está a passar.

Desejo que o meu ano de 2013 seja melhor. Gostava, francamente, que os meus desejos em termos financeiros fossem cumpridos. Como disse no dia 24 - e volto a dizer: "O meu desejo último é ter algo do qual me faça feliz, um negócio do qual me realize de forma pessoal e profissional. Porque ninguém vive do prestigio, e por muito prestigio que tenha, isso não serve para pagar as contas do mês." E acho que esse desejo é partilhado por muita gente que lê este blog.

Em suma, para além da saúde minha e da família e da felicidade dos que estão à minha volta, o meu grande desejo - e trabalho - de 2013 é de transformar as minhas frustrações em feitos. Ou seja, acabar este ano que vai começar numa melhor condição do que agora.

Feliz 2013 para todos!

Para um numero curioso, um patrocinador a condizer

Como em tudo nas competições, existem alguns números "carismáticos". O numero 1 é um deles, o mais obvio. O numero 13 está abolido em algumas categorias, devido ao "azar" que é associado. O numero 5 ou o numero 27, para algumas equipas e pilotos simboliza um determinado periodo, pelo carisma que os seus pilotos o imprimiram. E outros são mais... malandros. Como o famigerado numero 69.

Hugo Payen é um motard que desde 2011 vai ao Dakar. E no seu primeiro ano, calhou-lhe em sorte o numero 69. Provavelmente deve ter sorrido primeiro com curioso número, mas depois calhou-lhe uma ideia genial: um patrocínio adequado à ocasião. Assim sendo, Payen foi ter com um produtor francês de filmes pornográficos, Marc Dorcel, para um acordo de patrocinio. E ele aceitou colocar senhoras... pouco vestidas na carenagem da sua mota.

Sem dúvida, a parceria Payen/Dorcel é um sucesso, tanto que o patrocinio vai ser repetido em 2013. E de todas as vezes em que o motard participou no Dakar, chegou sempre ao fim.

Vi isto na Autosport portuguesa

Os cenários pós-Eccclestone

Bernie Ecclestone, quando fala, é enigmático. As suas entrevistas à imprensa muitas das vezes são mais para que ele exprima as suas ideias do que ele responder às perguntas dos jornalistas  Nesse campo, ele consegue escapar com uma destreza única, muitas das vezes confundindo as pessoas que o lêm. E quando aproveita o canal aberto para mandar "o soundbyte do dia", sabe que isso provoca agitação nos meios, mais do que suficiente para que se desviem as atenções de algo mais essencial.

Só que desta vez é diferente. Pela primeira vem em muito tempo, decidiu falar sobre o "caso Gribowsky", e foi uma entrevista ao Sunday Telegraph, publicada este domingo, afirmou que, caso a justiça alemã consiga prender Ecclestone, isso seria um bom pretexto para encontrar um substituto. “Provavelmente [a CVC Capital Partners] será forçada a se livrar de mim se os alemães vierem atrás de mim. Se eu for preso, isso é bastante óbvio”, comentou.

Gribowsky, condenado em junho passado a uma pena de oito anos de prisão, afirmou que em 2006, Ecclestone lhe pagou cerca de 50 milhões de euros para adquirir os direitos da Formula 1, então pertencentes ao banco BayernLB, após a falência do Grupo Kirch, em 2002. Ecclestone admitiu em tribunal que lhe pagou esse valor, com o objetivo de "o calar" sobre uma alegada chantagem sobre o Bambino Trust, o fundo feito por ele para as suas filhas, Tamara e Petra, mas no qual ele têm a sua fortuna, para escapar de pagar impostos mais elevados.

Ecclestone, agora a caminho dos 83 anos, já começa a ter consciência de que os dias começam a ser curtos. Seja pela inevitável marcha do tempo, seja por este caso em particular, onde poderá acabar os seus dias numa cela alemã, ele sabe que os mais de 50 anos de presença na Formula 1, primeiro como empresário de pilotos como Jochen Rindt, depois como proprietário de uma equipa como a Brabham, e depois como o "dono do circo",  estão perto do seu final. Fico até com a impressão que ele já tem a consciência que já viu a "bandeira de xadrez", mas continua a acelerar como se nada fosse. Seja a negociar circuitos novos no calendário, publicidades, o novo Pacto da Concórdia, seja a mandar os seus "soundbytes do dia", etc... ainda tem a agilidade de quando estava na meia idade.

Eles disseram que contrataram um caça-talentos para encontrar alguém caso eu morra ou algo do tipo. É natural que eles façam isso para manter todos contentes”, afirmou o britânico, na mesma entrevista. Claro, muitos nomes podem estar em cima da mesa, como a diretora da Sauber, Monisha Kalterborn, ou o diretor da Red Bull, Christian Horner. Mas há quem queira algo de fora do paddock, como deseja Jackie Stewart, tricampeão do mundo pela Matra e Tyrrell, entre 1969 e 1973: 

Não há nada na Formula 1 que não aconteça sem o seu conhecimento. Entendo as pessoas que dizem que a será administrável sem Bernie Ecclestone. Mas a infraestrutura está lá. Está tudo em Belgravia [sede da FOM em Londres] e há muita gente com conhecimento”, começou por dizer no mesmo artigo do Sunday Telegraph. “Duvido muito que haverá alguém no Paddock da Formula 1 e não acho que isso vá acontecer. Acho que eles deveriam sair à procura do melhor [executivo] de todos”, concluiu o escocês de 73 anos.

E esta entrevista, a aparecer no final do ano, não é inocente: é nesta altura em que termina o atual Pacto de Concórdia e entrará em vigor um novo, se é que este já esteja assinado. Queremos acreditar que sim, e que a Formula 1 esteja salvaguardada para o futuro próximo, eventualmente até 2020. Mas há outros assuntos em cima da mesa, como por exemplo, um possível alargamento do calendário e uma redistribuição dos rendimentos que a Formula 1 traz por ano, e é superior a mil milhões de euros.

E claro, com Ecclestone de saída, outros estarão a visar o lugar dele. Não como poder, mas como influência, como Luca de Montezemolo. O patrão da Ferrari - e que por estes dias, quer lançar em Itália uma formação politica de centro, que vai apoiar Mário Monti para o lugar de primeiro-ministro - por estes dias não morre de amores por Ecclestone, afirmou alguns dias antes que: “Lentamente, estamos chegando ao fim de um período caracterizado pelo estilo de um homem que fez coisas importantes”. E que a Formula 1 precisa de "sangue novo".

É certo, mas Montezemolo, que não é tão novo assim - tem 65 anos e 40 de Formula 1 - tem a sua própria agenda: uma em que a Ferrari tenha uma certa liberdade para ser dominadora na categoria máxima do automobilismo, terminando esta igualdade artificialista e recolocar, por exemplo, motores diferenciados. Quando defende que as equipas deveriam poder inscrever um terceiro carro, deseja que esta tenha ainda menos equipas. Ecclestone falou certo dia de dez, Montezemolo acha que provavelmente, seis ou sete seria o ideal, "enxotando" as mais pequenas. E a politica dele não é nova, é histórica: Enzo Ferrari sempre desprezou as "garagistas" inglesas, principalmente nos anos 60 e 70.

Em jeito de conclusão, Bernie Ecclestone já admite ver a meta. Resta saber quem chegará primeiro: a justiça alemã ou o "The Grim Reaper". Mas após Ecclestone, a Formula 1 tem de encontrar rapidamente uma "cola" tão boa como a que é o anãozinho octogenário. E pelos exemplos do passado, vai ser uma busca tão intensa como a do Santo Graal: dificil, quase impossivel. E sem essa cola, com cada equipa com a sua agenda, o perigo de cisão da Formula 1 a médio prazo é existente. 

A temporada de 2012 visto pelo Formula 1 Portugal

"Tive a sorte de ter começado a assistir à Formula 1 em plena era Turbo, com pilotos como Alain Prost, Nigel Mansell, Ayrton Senna, Keke Rosberg, Nelson Piquet, entre outros, e ver equipas míticas como Lotus, Tyrrell, McLaren, Ferrari, Arrows, Brabham, Toleman – e depois Benetton - entre outros. E depois vi aquele ano de 1989, onde tivemos 40 carros inscritos para uma grelha de 26, com pré-qualificações pelo meio. 

Pensava que esses tempos não mais iriam voltar, depois a chegada e domínio de Michael Schumacher, depois de Fernando Alonso, a luta entre McLaren e Ferrari e a ascensão da Red Bull. Contudo, desde 2009, altura em que a Brawn GP, a estrutura que sobrou da Honda, ter entrado de rompante e vencido ambos os campeonatos, senti que iria haver uma nova “era de ouro da Formula 1”, semelhante ao que aconteceu na década de 80. E parece que 2012 foi um pouco isso, dada a confusão inicial e um duelo final entre dois dos melhores pilotos do pelotão: Sebastian Vettel e Fernando Alonso."

Como sabem, entre muitos sitios onde escrevo, um deles é o Formula 1 Portugal, um blog especialmente dedicado à categoria máxima do automobilismo. E como este é o último dia do ano, nós decidimos fazer um post especial, onde cada um de nós fala sobre as suas impressões do ano que acaba hoje. Tudo isto e muito mais, pode ser lido a partir deste link.

Aproveitem e Bom 2013 para todos!

domingo, 30 de dezembro de 2012

E agora, Bruno Senna?

(...) Com a confirmação da dupla da Lotus para 2013 em Romain Grosjean e Kimi Raikkonen, as opções para o piloto brasileiro recaem sobre Force India e Caterham. É um facto que o piloto brasileiro tem uma bela "carteira" consigo - cerca de 15 milhões de dólares de patrocínios - mas parece que as coisas não estão fáceis para ele. Digo isto porque parece que quer uma, quer a outra equipa, parecem já ter escolhido os seus pilotos, e nenhum deles parecer ter Bruno Senna nos seus planos. (...)

(...) A grande pergunta que se faz é: o que vai acontecer caso as portas da Formula 1 se fecharem para Bruno Senna. Ir para a IndyCar? Regressar ao Brasil e correr na Stock Car? Ficar na Europa e tentar a Endurance ou outra competição qualquer? No inicio de dezembro, Bruno testou um Mercedes de DTM no Autódromo do Estoril, e ele gostou da experiência. Logo, a hipótese de o ver num destes carros na competição, sendo o segundo brasileiro a participar nela, depois de Augusto Farfus, na BMW, é uma hipótese bem plausível. Ainda por cima, a marca ainda não definiu todos os seus lugares (apenas o canadiano Robert Wickens, o espanhol Roberto Merhi e o britânico Gary Paffet foram confirmados) e procura um piloto conhecido para um dos seus lugares, já que a marca de Estugarda ainda não definiu quem pilotará todos os seus carros na temporada de 2013, e um deles, David Coulthard, anunciou o seu abandono no final desta temporada. (...)

É um artigo meramente especulativo, do qual os rumores são muitos e saem todos os dias, apontando o sobrinho de Ayrton Senna para uma equipa diferente da outra, conforme o passar dos dias. No artigo que escrevo este mês para os Nobres do Grid, aponto essencialmente os prós e os contras de ir para esta ou aquela equipa, e falo sobre os potenciais adversários para as vagas ainda abertas para 2013. E falo também sobre uma possível alternativa para ele, caso não consiga um lugar na categoria máxima do automobilismo.

Deseja-se sempre o melhor, mas esperando sempre pelo pior.